Em meio a incertezas sobre Brexit, grandes bancos internacionais devem abandonar Londres no início de 2017, diz presidente de associação de bancários. Segundo ele, pequenas instituições deixariam o país ainda neste ano.
Grandes bancos internacionais devem deixar o Reino Unido no início de 2017, em meio à incerteza sobre o relacionamento futuro do país com a União Europeia (UE) após a saída britânica, declarou neste domingo (23/10) o presidente da Associação de Banqueiros Britânicos, Anthony Browne.
Em artigo publicado no jornal The Observer, Browne afirmou que os bancos menores pretendem começar a se realocar para outros países europeus ainda neste ano, enquanto os maiores têm planos para o primeiro trimestre de 2017. “Suas mãos estão tremendo sobre o botão de ‘realocar'”, escreveu.
Segundo o presidente da associação, as instituições financeiras não sabem se poderão continuar a oferecer seus serviços ao redor da Europa depois de o Reino Unido deixar o bloco econômico, provavelmente em 2019. Por isso, elas já estariam se preparando para qualquer eventualidade.
“A maioria dos bancos internacionais tem equipes trabalhando para analisar quais operações precisam mudar de país para garantir que eles possam continuar atendendo os clientes, além da data que isso deve acontecer e qual a melhor forma de fazer isso”, revelou Browne.
Houve especulações em torno do banco Goldman Sachs, que poderia estar entre as entidades que planejam transferir seus cerca de 2 mil funcionários para outra cidade europeia.
No início do texto, Browne destacou que os bancos internacionais com sede no Reino Unido “mantêm o continente [europeu] à tona financeiramente”, uma vez que oferecem empréstimos num total de 1,2 trilhão de euros a companhias e governos dos demais países do bloco econômico.
Dessa forma, o presidente da associação advertiu que “estabelecer barreiras ao comércio e aos serviços financeiros será prejudicial” para toda a Europa. Ele adiantou ainda que o setor bancário deve ser o mais afetado pelo Brexit, já que é a maior indústria de exportação do Reino Unido.
Alguns políticos europeus já vêm insistindo nas últimas semanas que, se finalmente Londres optar pelo chamado “Brexit duro” – com ruptura radical em relação à União Europeia, incluindo o acesso ao mercado único –, o Reino Unido deverá pagar o preço de sua saída.
No início deste mês, a primeira-ministra britânica, Theresa May, anunciou que vai acionar até o final de março do ano que vem o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que estabelece as regras para dar início ao processo de negociação de dois anos para uma nação sair do bloco europeu.
EK/efe/lusa/afp/ots
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Fonte: DW