Histeria na mídia britânica: “Os russos estão chegando”

A passagem de um grupo de navios de guerra russos através do Canal da Mancha com destino à Síria causou um enorme rebuliço na mídia britânica. A imprensa do Reino Unido acompanhou o processo, informando sobre a aproximação de navios russos quase de hora em hora.

A imprensa citou ativamente uma fonte anônima da OTAN, segundo qual Rússia teria enviado toda a Frota do Norte à Síria, embora para a costa deste país tivesse sido enviado apenas um grupo de navios.

Oficiais britânicos asseguram que a Rússia não pegou Londres de surpresa e que a Marinha do Reino Unido vai acompanhar os acontecimentos “em regime normal”. Mas a mídia, especialmente a mais sensacionalista, tem publicado matérias com manchetes assustadoras umas atrás de outras.

O tabloide The Sun advertiu: “Os Russos estão chegando. Os navios da guerra nucleares de Vladimir Putin estão se movendo em direção ao Canal da Mancha e a Marinha do Reino Unido está pronta para dar o alarme”. “Flotilha de navios nucleares russos flagrada saindo da base e se dirige para a Grã-Bretanha”, escreveu o jornal.

“A Rússia promete resposta dura às novas sanções, enquanto seus navios de guerra se aproximam da Grã-Bretanha” assim Daily Star decidiu juntar duas notícias pouco ligadas entre si. A edição até advertiu que a frota russa pode “cercar” a Grã-Bretanha e que começou a “contagem regressiva para a Terceira Guerra Mundial”.

Atenção particular merecem os “planos de interceptação” de navios russos, descritos por todos os tabloides ingleses sem exceção.

As manchetes se tornavam a cada momento mais assustadoras: “Com quem você quer brincar, ‘mister’ Putin? A Marinha inglesa promete não perder de vista a frota de Vladimir Putin,” assim apresentou o The Sun a declaração do Ministério da Defesa britânico sobre a passagem da flotilha.

O Daily Express  aumentava a pressão da situação informando sobre a aproximação dos navios: “A potência nuclear russa bate à nossa porta: a temível  frota nuclear de Putin está a 10 quilômetros de Dover”.

“Os russos estão perto. Heróis da Marinha real observam frota nuclear de Putin”,  escreveu The Sun. Quando, finalmente, os navios  entraram no Canal da Mancha, a edição já falava sobre “invasão”.

O Daily Mail reagiu à aproximação do grupo naval russo com um aviso belicoso. “Cuidado, russos. O destroier mais moderno da Marinha britânica faz a frota de Putin sair do Canal da Mancha”.

O tabloide até publicou a opinião de uma testemunha, Nigel Scutt, que acompanhava os navios no estreito. “Eu nunca vou esquecer este dia <…> conseguimos chegar muito perto. Hoje em dia, é quase impossível ver uma frota tão ameaçadora de navios de guerra, isso é foi impressionante”, disse ele.

Foto: 1°- © REUTERS/ Serviço de patrulha da Noruega

Foto: 2°- Cruzador nuclear Classe Kirov – Pyotr Velikiy (Pedro o Grande) 

Edição: konner@planobrazil.com

Fonte: Sputnik News

 

9 Comentários

  1. O jornal The Sun eu diria que é um “noticias populares” inglês não se pode levar muito a serio. Se nossas leis que regulam as mídias fossem como as britânicas acho que uns 80% dos ditos jornalistas já estariam na cadeia, mas não estamos na Inglaterra.
    * “Aluno é expulso por causa do chulé”, “mulher da a luz a uma tartaruga”, “psicologa pega na marra e violenta o indigente” … e por ai vai.
    Sds

    • as leis inglesas sobre jornalismo só surgiram depois que um “jornalista” ROUBOU uma carta enviada á uma familia de uma criança sequestrada por uma quadrilha pedindo resgate,e PUBLICOU A CARTA NUM JORNAL!!!!resultado:os sequestradores ficaram putos e DECAPITARAM a criança,foi aí que o caldo entornou e as leis mudaram….aqui no brasil a mudança só vai ocorrer quando a imprensa fizer uma cagada semelahnte

  2. Uma coisa é certa… Putin sabe jogar no tabuleiro da geopolítica. Essa composição de vasos Russos indo em direção à Síria tem como objetivo reforçar a ofensiva Russa naquele território e barrar qualquer ideia (de jerico) de potenciais investidas aéreas por parte da Otan ou outros….. é um jogo perigoso que estão fazendo naquela região e espero que os comandantes de todos os lados envolvidos estejam de fato preparados para lidar com esta situação sem puxarem o gatilho para um conflito mundial …

  3. Isso só depende da OTAN …..pq os russos já estão decididos !!!!!! Que vai ser o primeiro a cair pra dentro …..Esse Vladimir !!!!!!!

  4. Após ler estas manchetes dos jornais ingleses, cheguei a conclusão que os redatores deles aprenderam com os do Brasil. Ahahahahh…

  5. Imprensa marrom é uma expressão de cunho pejorativo, utilizada para se referir a veículos de comunicação (principalmente jornais, mas também revistas e emissoras de rádio e TV) considerados sensacionalistas, ou seja, que buscam elevadas audiências e vendagem através da divulgação exagerada de fatos e acontecimentos, sem compromisso com a autenticidade.

    É o equivalente em português do termo em língua inglesa “yellow journalism”. Em ambos os casos registram-se transgressões da ética jornalística.

    Nos Estados Unidos, a expressão yellow press surgiu por causa do personagem de histórias em quadrinhos The Yellow Kid, criado por Richard Felton Outcault e um dos focos da disputa entre os jornais New York World e New York Journal American. Como as duas publicações se destacavam também pela competição levada às últimas consequências, os críticos começaram a se referir a ambas como “imprensa amarela”.

    A expressão acabou se estendendo a outros jornais que se utilizavam dos mesmos expedientes do New York World: manchetes em letras garrafais, grandes ilustrações e exploração de dramas pessoais

    Há diferentes versões para a mudança de cor na tradução da expressão para o português. Segundo Alberto Dines, o conceito foi utilizado pela primeira vez no Diário da Noite, em 1960. Ao noticiar o suicídio de um cineasta, ele escreveu que a tragédia era resultado da atuação irresponsável da “imprensa amarela”. O suicida havia sido vítima de chantagem por parte da revista Escândalo. O chefe de reportagem Calazans Fernandes, então, mudou para “imprensa marrom”, alegando que o amarelo é uma cor alegre, enquanto o marrom seria mais apropriado por ser a cor dos excrementos.

    No entanto, Márcia Franz Amaral sustenta que a expressão é tradução de imprimeur marron, que é como se chamavam na França os jornais impressos em gráficas clandestinas.

    Uma terceira interpretação é de que no Brasil a cor marrom seria identificada com clandestinidade e a ilegalidade desde o século XVII, por associação aos escravos fugidos ou em situação ilegal no país.

    Embora “imprensa marrom” seja normalmente considerada o equivalente da “yellow press” norte-americana, Leandro Marshall propõe uma diferenciação. Para ele, a imprensa amarela seria uma fase anterior, marcada pelo sensacionalismo, com fatos sendo exagerados nas páginas de jornais apenas com o objetivo comercial de atrair mais leitores. Já a imprensa marrom seria mais caracteristicamente definida como a manipulação da notícia com fins comerciais.

    Outros autores, porém, argumentam que o escândalo, a intriga política e a chantagem já faziam parte dos métodos utilizados pelos primeiros jornais sensacionalistas.

    Norbert Bolz aponta como principal característica desse tipo de jornalismo a comunicação direta, que abre mão de qualquer abordagem mais complexa sobre o mundo.

  6. Vivo em Londres e nao percebi tal histeria.Esses dois jornais praticamente ja eram. Perderam o poder de influenciar as massas que tinham no passado, porque jornais como um todo estao perdendo o numero de leitores que tinham no passado. Hoje os dois jornais mais populares de Londres sao gratuitos e eu leio os dois diariamente. Confesso que nao percebi a tal de histeria por causa desses navios russo. So dizem que navios da marinha britanica estao acompanhando a passagem desses navios russos pelo chamado Canal Britanico. Um assunto corriqueiro, sem nada de novo. Isto nao significa que eu nao penso que o mundo se acha em perigo de uma Guerra Nuclear. Ao contrario, o perigo de uma escalada da guerra na Siria sair do controle e enorme, mas a Midia parece cega par essa possibilidade. ela esta cumprindo com muita eficiencia seu papel de entorpecer as mentes da populacao britanica. Quando ando de onibus, metro, ou ando pelas ruas, eu percebo as pessoas, com seus ouvidos conectados com seus mobiles, ouvindo musica ou digitando ou lendo textos da midia social. Do circulo que frequento eu sou a unica pessoa que tem nocao da situacao que o mundo se encontra, e quando tento conversar com alguem sobre a possibilidade de uma guerra Mundial, as pessoas me ouvem com respeito porque sou velho, mas creio que devem me ver como um dinossauro;. La vem esse velho falando de Guerra e Lutas de Classes.

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