O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, anunciou hoje (7) a postura oficial de Washington em não comentar a possível reabertura de bases militares da Rússia em Cuba e no Vietnã.
“Não temos nenhuma preocupação em especial quando algum país avalia a possibilidade de abrir bases no exterior… Nós mesmos temos bases no estrangeiro, a nossa presença no exterior é bastante confortável” – disse Kirby.
Ele destacou ainda que “as bases no exterior são uma decisão soberana” de ambos os países e que ainda não pode falar nos possíveis motivos do retorno de militares russos à Cuba e ao Vietnã.
De acordo com a Casa Branca, Washington e Moscou ainda mantêm um potencial para cooperação e solução conjunta de problemas, mas somente se as obrigações assumidas pela Rússia forem cumpridas.
A possível volta de bases militares russas à Cuba e ao Vietnã foi anunciada hoje pelo vice-presidente da bancada do partido russo Spravedlivaya Rossiya (Rússia Justa) na Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo), Oleg Nilov.
A declaração de Nilov chegou a ser comentada pelo vice-ministro da Defesa russo, Nikolai Pankov. Segundo ele, a reabertura das bases está realmente sendo avaliada pelo governo russo.
A União Soviética possuía bases em Cuba e no Vietnã até 2002. No Vietnã, a base da Marinha russa ficava em Kamrani. Em Cuba, o país possuía um centro radioeletrônico em Lourdes.
Foto: Meramente ilustrativa
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: Sputnik News
EUA farão tudo o possível para evitar presença militar russa em Cuba
O jornalista e especialista russo em questões da América Latina Mikhail Belyat, que é professor na Universidade Estatal Russa de Humanidades, acha pouco provável que a presença militar russa em Cuba seja restabelecida, disse ele à agência Sputnik Mundo.
Segundo ele, “a Rússia se lembra bem das consequências da Crise do Caribe em 1962 e ninguém quer que essa situação se repita, pois então o mundo poderá ficar à beira de uma guerra nuclear”.
Ao mesmo tempo Belyat tem a certeza de que, “caso sejam feitas tentativas de instalar infraestruturas militares em Cuba”, os EUA farão o possível para impedir isso.
Ele ressalta que “em primeiro lugar os EUA usam alavancas políticas de pressão que poderão se transformar em medidas muito mais severas”.
Na opinião do especialista, o governo cubano tem a mesma visão do problema, pois neste caso Cuba poderá se transformar e um “campo de batalha” entre a Rússia e os EUA. Belyat conclui que atualmente a região do Oriente Médio é o ponto mais “quente” e é fundamental se focar neste assunto.
Em 7 de outubro o vice-ministro da Defesa russo, Nikolai Pankov anunciou que o Ministério da Defesa da Rússia está analisando a questão de reabertura de bases militares em Cuba e no Vietnã.
A União Soviética possuía bases em Cuba e no Vietnã até 2002. No Vietnã, a base da Marinha russa ficava em Kamrani. Em Cuba, o país operava um centro radioeletrônico em Lourdes no período entre 1967 e 2001. Em fevereiro de 2014 o ministro da Defesa russo Sergei Shoigu anunciou que a Rússia poderia criar várias bases no estrangeiro nos países como Vietnã, Cuba, Venezuela, Nicarágua e Singapura.
Edição: konner@planobrazil.com
Fonte: Sputnik News
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