O segundo príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, enviou no mês passado seu ministro da Energia a uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo com uma missão quase impossível: fechar um acordo com o rival Irã sem comprometer a capacidade do reino de disputar participação de mercado, dizem pessoas a par do assunto.
A medida representou uma mudança na estratégia do poderoso filho do rei Salman, que está levando adiante a guerra da Arábia Saudita contra os rebeldes apoiados pelo Irã no Iêmen. O príncipe Mohammed, de 31anos, impediu várias tentativas de acordos de produção de petróleo com a Opep este ano em meio aos temores da Arábia Saudita em relação à crescente oferta iraniana depois do fim das sanções ocidentais.
O acordo fechado em Argel na semana passada irá cortar entre 1% e 2% da produção de 33,2 milhões de barris por dia dos 14 países que formam o cartel, a primeira vez que a Opep permite limitar a produção em oito anos. Os preços do petróleo subiram, com as cotações americanas superando a marca de US$ 50 por barril ontem pela primeira vez desde o fim de junho. Desde o acordo da Opep, em 28 de setembro, a alta já chega a 13%.
A Agência de Informação sobre Energia dos EUA anunciou na quarta-feira que os estoques americanos de petróleo bruto caíram 3 milhões de barris na semana encerrada em 30 de setembro, recuando pela quinta semana consecutiva. Este é outro sinal de que a demanda está finalmente nivelando o excesso de oferta que fez os preços despencarem em 2014.
Mas o acordo da Opep pegou os observadores do mercado de surpresa depois de dois anos de indecisões do cartel. Ele levantou dúvidas entre analistas sobre se a Arábia Saudita está revertendo sua política de brigar por participação de mercado em uma era de preços baixos.
Segundo pessoas a par do assunto, o príncipe Mohammed não autorizou uma grande mudança na estratégia saudita de participação de mercado. Embora caberá ao país a maior parte dos cortes propostos pela Opep, tendo de reduzir a oferta em até 400 mil barris diários até o fim do ano, o reino planejava realizar esses cortes de qualquer forma, dizem as pessoas.
O ministro de Energia saudita, Khalid al-Falih, apenas pôde oferecer um retorno da produção do reino para níveis mais sustentáveis depois dos recordes registrados no primeiro semestre, de acordo com as fontes.
Enquanto isso, o Irã aceitou fixar um limite ainda não definido à sua produção pela primeira vez. Outros membros da Opep também concordaram com o corte, em volumes ainda a serem determinados.
Tentativas de ouvir o príncipe Mohammed não tiveram sucesso. Falih não respondeu a pedidos de comentários.
Uma autoridade do Ministério de Energia saudita negou que Falih tenha recebido ordens do príncipe Mohammed, mas disse que “Falih está constantemente consultando o rei sobre políticas de petróleo, o príncipe herdeiro e o segundo príncipe herdeiro”.
O acordo da Opep “não vai realmente mudar a estratégia saudita para o petróleo nem é um grande comprometimento do reino”, diz uma autoridade árabe do setor de petróleo. “O reino ainda conseguirá atender a demanda de todos os seus clientes confortavelmente nesses níveis e sem perder participação de mercado.”
Operadores de petróleo estão observando se outros países que não são membros da Opep, como a Rússia, irão aderir aos cortes de produção. A Rússia, que produz mais petróleo bruto que qualquer outro país, vai discutir possíveis cortes com a Arábia Saudita e outros membros da Opep na próxima semana, em uma conferência em Istambul.
O príncipe Mohammed é o segundo na sucessão do trono saudita e é responsável por um portfólio extenso de políticas, incluindo econômica e de defesa. Ele também comanda o Conselho Supremo da Saudi Arabian Oil Co., o principal órgão decisor da maior empresa de petróleo do mundo, e tem estado profundamente envolvido nas decisões de políticas sobre petróleo nos últimos 12 meses.
O príncipe impediu a Arábia Saudita de fechar um acordo sobre produção de petróleo com a Rússia e outros membros da Opep no Qatar, em abril.
Pessoas a par da elaboração da estratégia saudita dizem que o reino foi obrigado a agir depois que mais de dois anos de preços do petróleo em queda começaram a pesar no bolso do cidadão saudita comum, que se acostumou a um estilo de vida subsidiado. A Arábia Saudita também precisa de dinheiro para continuar a guerra com o Iêmen.
O príncipe Mohammed se encontrou com o presidente russo Vladimir Putin durante a reunião do G-20 na China, em setembro. Depois da reunião, os ministros de Energia dos dois países anunciaram um acordo para estabilizar o mercado.
Falih queria tornar a Opep relevante de novo e temia que o cartel pudesse entrar em colapso este ano sem sequer ter tomado alguma iniciativa, dizem pessoas a par do assunto. Ele se reuniu com o príncipe Mohammed para consultá-lo sobre a reunião em Argel, segundo as pessoas.
“Falih ganhou o sinal verde de Mohammed bin Salman para fazer isso acontecer”, diz uma pessoa a par do assunto.
O acordo fechado em Argel ainda pode fracassar. A Opep tem uma longa história de concordar com cortes de produção e depois voltar atrás. O Irã está tentando elevar a produção, assim como os membros da Opep Nigéria e Líbia, onde problemas de segurança reduziram a oferta.
A alta nos preços do petróleo pode ajudar os produtores americanos de xisto, que podem derrubar os preços gerando uma oferta nova da commodity.
Robin Mills, diretor-presidente da consultoria Qamar Energy, de Dubai, diz que a estratégia saudita parece ter sido alterada, mirando agora menos os EUA e mais os rivais da Opep, como o Irã. “Eu veria isso como um afastamento definitivo da estratégia de participação de mercado em termos de Opep versus países de fora da Opep”, diz. “Mas, dentro da organização, é uma continuidade da estratégia de participação de mercado, pelo menos visando impedir o Irã de tomar muito mercado da Arábia Saudita.
SUMMER SAID
Colaboraram Benoit Faucon e Sarah Kent
Edição: Konner/Plano Brasil
Fonte: WSJ
“Meu pai andava de camelo. Eu ando de carro. Meu filho anda num jato e meu neto andará de camelo”
Provérbio Árabe.
Do jeito que as coisas estão andando na região acho que não vai sobrar nem o camelo.
Sds
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Mariano S Silva – Lamento, até entendo sua indignação, contudo, este não é o lugar adequado para sua manifestação. Os comentários devem ser segundo a matéria em questão. O comentário que não tiver relação com a matéria, será eliminado. — O assunto é o aumento do valor do barril do Petróleo devido à mudança de postura da Arábia Saudita – Plano Brasil
Entendo que caberia a indignação porque os cálculos fajutos que se fez da inviabilidade da Petrobrás repousam na hipótese de que os preços do petróleo manter-se-iam bem abaixo dos U$50,00. Entretanto, a reação da OPEP, conjugada à cooperação da Rússia e do Irã (concedeu-se um pequeno aumento na produção deste) desfazem, “como tudo que é sólido se desmancha no ar” o credo do baixo preço da commoditie. O fracking norte-americano, foi uma cartada de pôquer arriscada para quebrar a Rússia, mesmo com muitos americanos bebendo agua com gasolina e muitas empresas médias (que tomaram emprestado o “dinheiro de helicóptero” a juros negativos) falidas, não deu certo: A Rússia não quebrou e sua economia, e, apesar das sanções, está crescendo vigorosamente. Concluindo, para ser elegante, o que certamente não fui no texto censurado, os argumentos usados para justificar a venda de ativos da Petrobrás são, no mínimo, falaciosos.
(espero que a moderação libere, obrigado)
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Warpath – Lamento, mas, não seria justo com o Mariano liberar seu comentário. Os comentários devem ser segundo a matéria em questão. — O assunto é o aumento do valor do barril do Petróleo devido à mudança de postura da Arábia Saudita – Plano Brasil
E aquele velho ditado : quem pode mais chora menos…….vamos destruir o iran….mais liga lá e fala com eles que o cofre aqui ta vazio e Prescisamos subir os preços do barril !!!!! Kkkk tudo Business
hehehehe
Xi, parece que a tática de baixar o preço do petróleo para derrubar a Rússia no fim não deu certo. .
KKKKK
Maduro saboreou este folego, só o dolar acima de 65 doleta p/ o regime de maduro conseguir manter o apoio de base chavismo, que neste momento anda muito desgastado devido a economia focado somente em torno do petroleo