Os Estados Unidos classificaram neste Domingo como “barbárie” e não “contraterrorismo” a ação da Rússia na Síria, enquanto o emissário de Moscou às Nações Unidas disse que acabar com a guerra é “uma tarefa quase impossível neste momento”, depois que as forças do governo sírio, apoiadas por Moscou, bombardearam a cidade de Aleppo.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu neste domingo a pedido dos EUA, Grã-Bretanha e França para discutir o agravamento dos combates em Aleppo após o anúncio na quinta-feira de uma ofensiva do exército sírio para retomar a cidade.
“O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é contraterrorismo, é barbárie”, disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power, diante dos 15 membros do Conselho.
“Em vez de procurar a paz, a Rússia e Assad fazem guerra. Em vez de tentar buscar socorro imediato aos civis, a Rússia e Assad bombardeiam comboios humanitários, hospitais e socorristas que estão desesperadamente tentando manter as pessoas vivas”, disse Power.
O cessar-fogo acordado em 9 de Setembro entre o secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro russo das Relações Exteriores Sergei Lavrov, cujo objetivo era colocar o processo de pacificação da Síria de volta aos trilhos, entrou em colapso na segunda-feira com o bombardeio de um comboio humanitário.
“Na Síria, centenas de grupos armados estão recebendo mais armas, o território do país está sendo bombardeado indiscriminadamente e trazer a paz é uma tarefa quase impossível neste momento por estes motivos”, disse o embaixador da Rússia na ONU Vitaly Churkin ao conselho.
O emissário da Grã Bretanha nas Nações Unidas, Matthew Rycroft, disse neste Domingo que a tentativa de EUA e Rússia firmarem o processo de paz na Síria está “muito, muito perto do fim e, sim, o Conselho de Segurança deve estar pronto para cumprir com suas responsabilidades.”
“O regime Assad e a Rússia mergulharam em novas profundezas e desencadearam um novo inferno em Aleppo”, disse Rycroft no conselho. “A Rússia está atuando em parceria com o regime sírio para executar crimes de guerra.”
No entanto, a Rússia é um dos cinco países com poder de veto no Conselho, ao lado de EUA, França, Grã-Bretanha e China. A China e a Rússia têm protegido o governo do presidente sírio Bashar al-Assad ao bloquear diversas tentativas de ação do conselho.
“É hora de apontar quem está por trás desses ataques aéreos e quem está matando civis. A Rússia tem um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, isso é um privilégio e uma responsabilidade. Assim, na Síria e em Aleppo, a Rússia está abusando deste privilégio histórico”, disse Power.
O embaixador da Síria na ONU, Bashar Ja’afari começou a discursar para o Conselho e imediatamente Power, Rycroft e o emissário da França nas Nações Unidas François Delattre deixaram a sala, de acordo com diplomatas.
Foto: AFP – Samantha Power embaixadora dos EUA na ONU – Março / 2014
Edição/Imagem: Plano Brasil
Fonte: Reuters
Embaixador russo na ONU diz paz na Síria é quase impossível no momento
O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, disse ao Conselho de Segurança neste domingo que a paz na Síria é “uma tarefa quase impossível no momento”.
A Rússia e os Estados Unidos, que apoiam lados opostos na guerra civil síria, têm tentado resgatar um acordo de cessar-fogo que foi pelos ares depois que um comboio de apoio foi alvejado na última semana.
Michelle Nichols e Yara Bayoumy
Edição: Plano Brasil
Fonte: Reuters
Ataque da coalizão liderada pelos EUA contra Exército sírio, foi “flagrante” violação do cessar-fogo
Aviões da coalizão liderada pelos Estados Unidos bombardearam posições do Exército da Síria
Rússia: “Casa Branca está defendendo o “EI” (Estado Islâmico ou Daesh)”
11 Comments