As Nações Unidas estão agonizando. As estruturas da organização estão anacrônicas: não se encaixam mais num mundo em que conflitos não transcorrem mais ao longo das fronteiras dos Estados, num mundo em que se luta pelo domínio de ideologias e não mais por ganhos territoriais.
Com os ataques verbais do secretário de Estado americano, John Kerry, contra o chanceler russo, Serguei Lavrov, o mundo agora tem a prova em vídeo: a inflacionada organização burocrática não sabe mais o que pode fazer para ajudar sírios e sírias.
O bombardeio do comboio de ajuda humanitária, que deveria trazer alívio para milhares de sírios, é a terrível evidência de que, no final, todas as negociações e disputas não levaram a nada. De que as pessoas estão morrendo. Todos os dias. Mesmo agora, neste momento, enquanto este texto está sendo lido.
O mundo era totalmente diferente quando a ONU foi fundada, em 1945. As vivências da Segunda Guerra Mundial ainda estavam frescas. Para evitar que algo semelhante acontecesse no futuro, foram criadas as estruturas adequadas. Para impedir que superpotências individuais ficassem demasiadamente fortes, foi dado poder de veto aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. Hoje, potências econômicas importantes, como o Brasil e a Índia, não têm espaço nessa grande mesa. Somente em 1973, a Alemanha do pós-guerra se tornou membro das Nações Unidas.
Em seu cerne, essa estrutura mudou pouco. Países como Rússia, China e EUA ainda podem facilmente impedir qualquer decisão de maioria com seu poder de veto. Aliás, isso diz respeito também à eleição do secretário-geral da ONU. Também nesse caso, essa estrutura impede que um homem ou uma mulher com uma visão clara e corajosa ascenda à liderança do da ONU. No final, somente um meio-termo pode se impor, um candidato consensual que, embora fosse necessário, não pode assumir posições no caso de questões sensíveis.
Ou seja: essa instituição, mais importante que nunca num mundo de terrorismo e de Estados e estruturas que se esfacelam, não encontra coragem nem força para se renovar por conta própria. Provavelmente também porque as potências vencedoras da Segunda Guerra não querem reconhecer que não podem encontrar sozinhas nenhuma solução para conflitos como o na Síria, que precisam abdicar de poder para que a Assembleia Geral da ONU se torne realmente um instrumento poderoso para a compreensão entre os povos.
Com o novo esfriamento de relações entre Rússia e EUA, a reforma da ONU parece ter se deslocado para uma distância inatingível. E isso justamente diante dos olhos de um presidente como Barack Obama, que cedo reconheceu que, sem uma nova ordem mundial, as atuais superpotências não seriam mais capazes de vencer a nova luta pelo domínio de ideologias.
Em meio a essa situação desesperadora, a Alemanha entra com a solicitação para ser aceita por dois anos como membro não permanente do Conselho de Segurança a partir de 2019. As chances não são ruins. Ao menos no conflito na Ucrânia, Berlim mostrou ser capaz de mediar entre as partes. Fontes internas, que ainda não perderam totalmente a esperança, dizem também que a Alemanha – de qualquer forma o quarto maior contribuinte da ONU – poderia avançar, algum dia, para membro permanente da organização.
Será que isso ajudaria? No final, nada mais resta a não ser perceber, mais uma vez, que ainda é melhor ver políticos gritando uns com os outros do que se ignorando mutuamente – e deixando essa conversa somente para as armas.
E, sobretudo, essa Assembleia Geral da ONU mostra mais uma vez que a Alemanha também deve agir – por interesse próprio – no grande palco mundial. O conflito na Síria é somente uma evidência brutal de que, atualmente, também os conflitos mais distantes são capazes de atingir, em algum momento, também o próprio país.
Ines Pohl
- Ines Pohl é correspondente da DW nos Estados Unidos.
Edição/Imagem: Plano Brasil
Fonte: DW
A paciência é um jogo muito além da seriedade e de qualquer outra questão compreendida. Apesar dos conflitos ainda resistimos e continuamos por esses anos sempre unidos. A questão é outra e sempre está um pouco abaixo de nós, não que estejamos acima, não por isso, o importante é ficar no lugar mais próximo da realidade. Por outro viés, vamos dizer assim e, por enquanto, o objetivo é o mesmo até que seja outro. A confiança é a única arma que existe, por isso, apague todo resto e vamos fazer tudo outra vez e sempre em frente… Mas não lamente o que vai ser perdido, antes de nós existiam outros tempos iguais. Existe uma opção, continuamos a teclar ou paramos e refletimos sobre todo resto. Não há mais restos, tudo que existe pode ser reaproveitável e tudo que é reaproveitável também será insuficiente para reconstruir o mundo do jeito que estava antes. Fique feliz por enquanto, não sabemos que pode acontecer no futuro, contudo, chegamos até aqui e vamos seguir o rumo. Não me faça perder tempo, não há tanto tempo para tentar compreender, apenas nos sobram restos do mundo, destes que se transformaram em balas contra Lincoln ou contra Gandhi. No 33 se fez a crença do futuro, não há outra lógica, desta que possa prevalecer a fórmula do sucesso para esse mundo e para tantos outros no futuro. Até aqui encontramos as saídas e as entradas, ambas apontam para a mesma questão. Até quando vamos resistir aos dragões do tempo, isso não sabemos e, nunca serei um dragão para avaliar o efeito do fogo, quanto mais serei a força da natureza. Veja que todos aqueles que lutaram pela paz encontraram o próprio fim.
Foi assim que se fez o mundo, em uma dúvida eterna até sobre a humanidade, ou seja, uma dúvida eterna sobre nós mesmos. Hoje não há uma arca de Noé, não há mesmo nada além das expectativas… O universo é indecifrável e todos somos culpados até que se prove ao contrário. O caminho certo ninguém sabe, alguns ficaram ricos por acertar e outros pobres por errar… Enfim, estamos todos enganados ou certos demais para admitir que estamos certos por acreditar em algo abstrato?
A minha pergunta não tem resposta e a sua resposta não é a solução e depois, quem vai lhe dizer que estava certo no final, depois que o mundo não existir mais.
Desconheço os Deuses que foram glorificados pela humanidade e por culpa desses deuses encontramos tantas histórias significativas. Desconheço os demônios e, todas as vezes, reconheço que esses demônios nunca existiram antes do nosso espécime.
Desconheço os gigantes descritos, os mesmos que também desconhecem a humanidade terrestre. Se existe algo circunstancial em nossa vidas é a busca constante pela civilidade, além de toda liberdade e igualdade que possa ser compreendida. O mundo de hoje é igual o passado, a grande diferença é toda a tecnologia, ou seja, toda a filosofia desenvolvida pela racionalidade humana, entretanto, nada tem o menor importância diante o fim do mundo. Isso também é abstrato e completamente impossível em possibilidades. Qual seu valor quando o valor real é a própria vida? É preciso ir além do infinito para alcançar o finito?
Impossível é viver sem questionar esse fim, o mesmo fim que faz a vida terminar e depois disso? Quem viver verá! As gerações comprovam que somos iguais aos tempos passados, somos os mesmos, aquilo igual e repetitivo durante milênios de sobrevivência humana nesse planeta, somos os mesmos de sempre, aquela grande interrogação sobre quem somos e, devido ao início de tudo, aquilo que não conseguimos lembrar, ou seja, a humanidade desconhece a própria origem e somos todos assim, pessoas sem memórias. Quero dizer que a humanidade é algo sem história ou que tem uma única consciência quanto sobreviver neste mundo.
Tenho uma pergunta apenas, o que é para você a civilidade? Posso dizer que seja uma maneira racional em comum a todos nós. Essa é a única lei do universo inteiro e o resto é especulação… Será que não?