Defesa & Geopolítica

Kerry exige que regime pare de sobrevoar zonas de conflito na Síria

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Kerry discursou após um pronunciamento do ministro do Exterior russo, Serguei Lavrov. Nele, o representante de Moscou pediu que os envolvidos não se deixassem levar por reações emocionais e exigiu uma investigação independente para indicar os responsáveis pelo ataque ao comboio

Lavrov ressaltou ainda que todos os envolvidos precisam tomar passos simultâneos para o fim da guerra síria e acusou os opositores do regime de usar a trégua no confronto para se reagruparem.

“Se concordamos com uma abordagem abrangente, multifacetada e integrada, as chances de um cessar das hostilidades sobreviver e ter sucesso serão melhores”, disse Lavrov.

O ataque ao comboio humanitário na segunda-feira atingiu 18 caminhões que levavam alimentos e medicamentos para 78 mil civis na cidade de Urum al-Kubra. O incidente deixou cerca de 20 mortos.

Dois dias após o ataque a um comboio de ajuda humanitária na Síria, o secretário de Estado americano, John Kerry, exigiu nesta quarta-feira (21/09) que a Rússia e o regime sírio parem imediatamente de sobrevoar zonas de conflito no país em guerra, numa tentativa de restabelecer o cessar-fogo.

“Para restaurar a credibilidade no processo [de paz], devemos avançar para tentar imediatamente deixar em terra todos os aviões que sobrevoam essas áreas-chave para diminuir as tensões e dar uma chance para a livre circulação da ajuda humanitária”, disse Kerry, em discurso no Conselho de Segurança da ONU.

O secretário ressaltou que ainda há esperanças de uma retomada do cessar-fogo e de negociações de paz, mas deixou claro que os Estados Unidos consideram que isso só pode acontecer após os aviões do presidente Bashar al-Assad pararem de bombardear regiões habitadas por civis.

Kerry criticou as diversas versões de Moscou sobre o recente bombardeio aos caminhões das Nações Unidas e do Crescente Vermelho. O diplomata destacou que uma testemunha relatou ter visto aviões militares no céu no momento do ataque ao comboio. Em nota, a Rússia afirmou que os caminhões pegaram fogo.

O secretário pediu que os governos russo e sírio admitam o ataque, assim como os EUA fizeram no último fim de semana, após a coalizão internacional liderada pelo país ter bombardeado tropas de Bashar al-Assad – supostamente por engano, ao tentar atingir alvos do “Estado Islâmico” (EI). O incidente acirrou as tensões entre Washington e Moscou, aliado do regime sírio.

O chefe da diplomacia americana avaliou que o ataque ao comboio de ajuda humanitária foi um golpe duro nos esforços de paz na Síria e colocou em dúvida se as obrigações negociadas por EUA e Rússia em Genebra serão colocadas em prática, referindo-se ao acordo de cessar-fogo que entrou em vigor na semana passada. A trégua foi declarada encerrada pelo Exército sírio nesta segunda-feira, antes do ataque ao comboio.

“O futuro da Síria está por um fio e peço a este Conselho que não desista, que apoie os passos estipulados pelos EUA e pela Rússia em Genebra”, concluiu.

Apesar das acusações americanas, a Rússia, assim como Assad, negam a autoria do bombardeio. Moscou afirmou ainda que um drone americano estava sobrevoando a região no momento do ataque e teria deixado o local meia hora depois do incidente.

CN/rtr/efe/lusa/afp

Foto: Caminhões levando medicamentos e alimentos ficaram destruídos em ataque.

Edição: Plano Brasil

Fonte: DW

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