É pouco provável que os Estados Unidos reduzam a sua presença militar na Europa, ela é o instrumento mais eficaz para controlar o continente, para além da África do Norte, do Oriente Médio e da Ásia Central.
Além disso, as rotas de comércio no Atlântico permitem um fluxo de $4 bilhões (R$13 bilhões) anualmente, disse à Rádio Sputnik o analista político Andrei Koshkin.
“A configuração geopolítica leva os Estados Unidos a se manterem na Europa como em nenhuma outra parte do mundo”, disse ele.
“Esta presença permite a Washington controlar a África do Norte, o Médio Oriente e a Ásia Central, para além das rotas comerciais através do Atlântico que por si mesmas geram mais de $4 bilhões [R$13 bilhões] por ano.”
Para os EUA, a única maneira de controlar os aliados europeus é estar presente na região, acrescentou o analista. O fato de Washington assegurar a maior parte do orçamento militar da OTAN não é suficiente.
“A presença física nos países e exercícios militares conjuntos são um mecanismo eficiente que obrigar a Europa a obedecer aos EUA”, disse ele.
Koshkin também comentou a presença de Washington na Ásia. Ele ressaltou que, mesmo quando os EUA diminuíram a sua presença militar em algum lugar do mundo, tais cortes não afetaram as capacidades do Pentágono na região do Pacífico.
“Os Estados Unidos querem expandir a OTAN para esta região porque isto oferece ao bloco novas capacidades”, disse ele.
O analista vê isso como uma estratégia de longo prazo de Washington, que não será afetada pelas eleições presidenciais de Novembro.
“É pouco provável que alguma coisa vá mudar quando o próximo presidente dos EUA chegar ao poder. Esta estratégia será expandida e incluirá as necessárias novas instalações militares, fluxos financeiros e novos acordos. Isso vai ajudar a expandir a OTAN para o Pacífico, porque a ascensão da Rússia e da China é uma questão de grande preocupação para os EUA”, disse ele.
Edição/Imagem: Plano Brasil
Fonte: Sputnik News
A região da Europa tem três aspectos principais que a torna importante para os EUA em termos geopolíticos.
O primeiro aspecto é o Ártico ou o Alto Norte. O Ártico abrange o território (terra e mar) de oito países, seis deles estão na Europa, incluindo a Rússia.
A região do Ártico está se tornando mais popular a cada ano na política global, e não só porque tem vastos depósitos de recursos como gás natural e petróleo.
Escassamente povoadas e com o derretimento do gelo do Ártico, vai se tornar uma importante rota de transporte, estima-se que usando a rota de navegação pelo Ártico, poderá encurtar muito o caminho por exemplo, de Hamburgo para Xangai.
Este será um enorme impulso para todas as companhias marítimas em todo o mundo, e as chances do Ártico para ação de piratas é bastante baixa.
Para os EUA o melhor caminho ou o mais fácil, para contestar esta região, é exatamente, — estando na Europa.
Os países do Norte têm uma boa infraestrutura e experiência na região do Ártico, e sua proximidade com a Rússia pode ser útil se um conflito ocorre.
O próximo aspecto é o acesso da Europa ao Médio Oriente através dos Bálcãs.
Embora os Bálcãs sejam relativamente estáveis, com conflitos “congelados”, a maioria dos países está na OTAN e, claro, a Turquia como o aliado mais importante nesta parte da Europa, pode fornecer todo o apoio necessário e acessibilidade para o Oriente Médio.
A região do Cáucaso e os dois estreitos, Bósforo e Dardanelos, também podem ser adicionados aqui como pontos geopolíticos em que os EUA têm um grande interesse.
O terceiro aspecto é a África e o Norte do Mediterrâneo.
Países do Sul da Europa fornecem recursos de infraestrutura e de projeção de poder naval substancial sobre o Mar Mediterrâneo.
Também estes países fornecem um ponto de acesso e base para o Norte da África, isso pode ser observado durante os primeiros anos da Primavera Árabe e a guerra civil na Líbia.
Todos estes aspectos combinados tornam a região europeia crucial para os EUA, especialmente se o objetivo é — conter Rússia.
- Retirado do Artigo: Military Analysis – US Military presence in Europe (22/ 02/ 2016)
Igor Pejic / Edwin Watson / Rachel Pista
Edição/Imagem: Plano Brasil
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