Texto: Edilson Pinto
A Marinha Russa pretende modernizar os caças navais Sukhoi Su-33. Segundo o Military Information, a primeira aeronave Su-33 submetida ao processo de modernização foi equipada com o sistema SVP-24 “Gefest” de guiamento armas até o alvo. A aeronave em questão teria sido avistada M. M. Gromov Flight Research Institute .
O Su-33 atualizado e equipado com o SVP-24 para direcionamento e emprego de munições não guiadas permitirá que o Su-33 possa empregar um arsenal de armas contra alvos terrestres com precisão cirúrgica em qualquer tempo e condições climáticas. De acordo o Defence Blog, os Su-33 remanescentes serão modernizados e incorporados para operação.
Sobre o Su 33
O Su-33 é uma aeronave de combate multi propósito, de decolagem convencional baseada em porta aviões (CTOL) fabricada pela Sukhoi em Komsomolsk-on-Amur, Rússia. A aeronave foi principalmente concebida e desenvolvido para atender aos requisitos da Marinha Soviética que com o fim da URSS, teve como destino a Marinha Russa.
O Su 33 fez seu voo inaugural em maio de 1985 e forma construídas 24 aeronaves as quais entram em serviço em 1994 embarcado no Porta aviões remanescente então renomeado Almirante Kuznetsov. Anteriormente designado Su-27K, o caça que de fato é uma variante naval embarcada do seu antecessor, o Su-27 recebeu o nome código OTAN Flanker-D.
Comparativamente ao Su-27, o Su-33 possui carenagem inferior e seções estruturais fortalecidas, asas dobráveis e alguns novos estabilizadores, desenhados para as necessárias compatibilidades em operações provenientes de porta-aviões. As asas são maiores que as das versões terrestres.
O Su-33 possui motores e trem de pouso dianteiro atualizados e estão equipados com sondas para de reabastecimento. Após o anúncio em 2009 de que os caças navais seriam substituídos pelos MIG29K surgiu o boato de que estas aeronaves seriam desativadas, porém os eventos recentes demonstram que tais afirmações podem não mais serem verdades.
Modernização
Em 2010, a Sukhoi desenvolveu uma versão atualizada do Su-33. Os testes de voo foram iniciados em outubro daquele ano. Segundo consta, a versão melhorada do Su-33 teria sido proposta para competir com uma potencial versão chinesa do Su-33, o J-15 atualmente em operação na PLAN.
As atualizações na aeronave incluíram os novos motores AL-31-F-M1 (132 kN) e maior capacidade de carregamento de armas. No entanto, naquela altura, não foram conduzidas as almejadas atualizações nos sistemas de radar e armamentos, devido a restrições de orçamentárias vigentes naquele momento.
Atualmente especula-se que entre os avanços nos sistemas de gerenciamento e controle de fogo da aeronave, outros sistemas poderão ser incorporados no âmbito do programa de revitalização, que pode incluir nova ECM e sistemas de radares Phased-Array, N011R, conhecido como Bars-R além de HUD de ângulo variável.
O N011R é um Sistema de Radar Híbrido cujo alcance de rastreio se situa entre 360 km com intervalo de pesquisa de 250 km. O radar pode acompanhar e envolver até 25 alvos aéreos e engajar simultaneamente os 12 alvos considerados prioritários.
O hemisfério para a frente é ± 90º em azimute e ± 55º em elevação. Estes alvos podem incluir de mísseis de cruzeiro até helicópteros imóveis pairando sobre a superfície. Segundo nota técnica da fabricante dos radares, um caça F-18 EF Super Hornet, pode ser detectado a uma distância de até 150 km. Como comparação, as variantes mais avançados do F-16 que incluem os modelos Block 52 e Block 60 teriam esta acuidade nas condições operacionais de detecção em um intervalo de 130- 160km. Deste modo, um Su-30Sm é capaz de engajar um F-15A à um alcance máximo de 360 km e funcionar como um ‘mimi-AWACS’ agindo como um posto de comando para outra aeronave.
nesse modo, as coordenadas dos alvos podem ser transferidas automaticamente para pelo menos 7 outras aeronaves. Esta funcionalidade foi vista pela primeira vez no MiG-31 Foxhound, que está equipado com o radar Zaslon. Porém, estas capacidades ampliariam as funções do Su-33 além outros fatores que as indicam como potenciais no programa de revitalização.
Alguns destes sistemas já são componentes presentes nas aeronaves SU 30SM dos quais a Marinha Russa está recebendo atualmente em vários lotes. Segundo as fontes consultadas pelo PB, esta medida poderia melhorar a eficácia logística uma vez que, a Marinha estaria dotada de um caça mais moderno e atualizado, tendo um caça naval embarcado que compartilharia inúmeros itens comuns ao caça que substitui basicamente toda a frota da aviação da Marinha Russa lotada em terra.
Outras medidas também poderão ser tomadas em relação a modernização do sistema de empuxo vetorial além da abertura do arsenal de armas disponível ao Su-33, que segundo a fonte consultada poderá ser semelhante ao do Su- 30SM porém com a adição de um moderno míssil de ataque naval de longo alcance.
Batismo de fogo?
Segundo informações os caças Su-33 devem retornar ao serviço no porta aviões Almirante Kuznetsov e num futuro breve estas aeronaves dividirão o convés do navio com os novos MIG 29 K.
Julga-se que os caças da Sukhoi cobrirão especialmente a função de caça de defesa aérea, abrindo possibilidade de operações para os caças MIG. Alguns autores arriscam dizer que o Kuznetsov deve operar em uma capacidade antes nunca alcançada nem mesmo no auge da URSS.
Algumas fontes acreditam que a ala aérea pode vir a ser composta por 12 Caças Su-33 e 20 caças MIG-29K, além e aeronaves 04 Kamov Ka-27LD32 (AEW) e até 18 helicópteros Kamov Ka-27PL (ASW) e 02 Ka-27PS (SAR). Embora a capacidade máxima de transporte de aeronaves seja referida como 41 aeronaves, o volume ideal para operações embarcadas seria algo entre 30-36 o que indica uma significativa redução da componente rotativa especialmente das aeronaves ASW.
Recentemente o Almirante Kuznetsov tem sido flagrado operando aeronaves Ka-52k e Mig 29K, alguns autores atestam que é esperada a estreia do navio dotado de novos caças e aeronaves de asa rotativa de ataque no conflito Sírio, as imagens obtidas do navio demonstram a presença das aeronaves operando a partir do convés do navio no mês de agosto de 2016.
Especula-se que o caça poderá servir de aeronave de escoltas para os grupos de ataque que por ventura venham a operar a partir do Porta Aviões Russo em apoio as operações contra o estado Islâmico.
Sobre o Gefest
Em inúmeros vídeos dos bombardeios russos na síria promovidos pelos caça bombardeiros SU-24, SU-34 e Tu-22M3, são flagrados o lançamento de bombas “burras” contra os alvos, entretanto, o índice de acerto destas armas tem sido referido pela mídia ocidental como uma “surpresa”, uma vez que não são empregadas as armas ditas de “precisão.”
Segundo o que informa a nota, o responsável por isso seria o sistema de gerenciamento e guiamento de armas “Gefest” SVP-24, um sistema avançado de acompanhamento dos alvos que fornece a aeronave a melhor opção para o disparo e que proporciona aumentar a precisão das armas de queda livre, ditas “Burras” em armas de precisão semelhante à das bombas inteligentes.
O SVP-24 já é confirmado como parte integrante dos sistemas de armas dos SU-24, Su-25, Tu-22M3 e dos helicópteros Ka-52. Em outras palavras, ele pode ser implantado em praticamente qualquer aeronave de asa rotativa ou fixa.
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