Itália, Alemanha e França discutem UE pós-Brexit

O porta-aviões italiano Garibaldi será o local do encontro.

Merkel, Renzi e Hollande escolhem um porta-aviões italiano, ancorado num local simbólico, como local da reunião que vai discutir destino do bloco europeu após a saída do Reino Unido.

Os líderes de Itália, Alemanha e França, as três principais economias da zona do euro, se reúnem nesta segunda-feira (22/08) para discutir o futuro da União Europeia (UE), após a decisão dos britânicos de, em referendo realizado em junho, apoiar o chamado Brexit – a saída do Reino Unido do bloco.

A escolha pelo arquipélago de Ventotene como local da reunião entre Angela Merkel, Matteo Renzi e François Hollande é carregada de simbolismo.

O local abrigava a prisão onde, em 1941, os esquerdistas italianos Altiero Spinelli e Ernesto Rossi elaboraram o chamado Manifesto Ventotene, que clamava por uma Europa onde os países se unissem em Estados federativos, como meio de evitar guerras no futuro.

O manifesto, escrito em papéis de cigarro, foi contrabandeado para o continente pela ativista antifascista alemã Ursula Hirschmannn, que o repassou à resistência italiana. Agora, 75 anos mais tarde, os três líderes europeus discutirão o futuro do federalismo alemão a bordo do porta-aviões Garibaldi, ancorado próximo à antiga prisão, hoje desativada.

O arquipélago de Ventotene abrigava prisão famosa por manifesto pró-Europa escrito por ativistas presos

A agenda do encontro deverá incluir temas como o reforço orçamentário proposto pela Comissão Europeia para lidar com a crise dos refugiados, os ataques a civis realizados por indivíduos aparentemente desequilibrados, além da saída do Reino Unido do bloco europeu.

Também a estagnação da economia italiana – a quarta maior economia do bloco – deverá ser debatida, após a dívida pública do país atingir nova alta recorde.

O governo italiano propõe um acordo de defesa europeu, nos moldes de Schengen, para lidar com ameaça terrorista, com a criação de uma força multinacional sob um comando unificado, destinada a agir em missões específicas. A França já se manifestou favoravelmente à idéia, enquanto a Alemanha se opõe ao financiamento através da transferência de títulos europeus – os chamados eurobonds –, o que aumentaria as dívidas do bloco.

A França deverá pressionar pelo chamado Plano de Juncker – nome do presidente da Comissão Europeia – que visa dobrar o nível de financiamento para as áreas de infraestrutura, educação e pesquisa.

RC/afp/dpa

Edição/Imagem: Plano Brasil

Fonte: DW

 

2 Comentários

  1. Tenho certeza que o Reino Unido fez a coisa certa. A UE é um saco sem fundo. Um paraíso para burocratas e aproveitadores. It is known.

  2. O nucleo da UE, Alemanha e França, já estão movimentado as peças no tabuleiro para desespero de Ingleses e dos EUA. Se Eles AGUENTAREM O TRANCO vão se tornar uma força politica com densidade para impor seus interesses na Eurasia. E não duvidem de uma Russia mais “amena” com esse possivel novo imperio romano do ocidente pois Eles tem interesses que se sobrepõe [a nova rota da seda].
    Hoje anos apos a queda da URSS a OTAN parece estar se tornando apenas um instrumento de ocupação, não atende os interesses Europeus por um motivo simples, ela atende interesses dos EUA. A UE é incompativel com as aventuras da Plutocracia dos EUA, basta ver a onde estão indo parar os refugiados do Oriente Médio e Norte da Africa.

    Sds

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