Escalada na relação Moscou / Kiev – Rússia anuncia exercícios de guerra no Mar Negro

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, convocou seu conselho de segurança e a Marinha russa e anunciou exercícios de guerra no Mar Negro um dia depois de acusar a Ucrânia de tentar provocar um conflito por causa da Crimeia, região que Moscou anexou em 2014.

A postura beligerante aumentou os temores ucranianos de que a Rússia possa planejar uma intensificação nos combates de uma guerra entre Kiev e separatistas pró-Rússia do leste que arrefeceu graças a um processo de paz frágil.

Em uma de suas maiores demonstrações de retórica agressiva contra Kiev desde o auge da guerra dois anos atrás, Putin prometeu adotar contramedidas em retaliação à Ucrânia, que acusou de enviar sabotadores para a Crimeia para realizar atos terroristas.

A Ucrânia classificou as acusações de falsas e disse que elas parecem um pretexto para a Rússia acentuar as hostilidades. Tal escalada poderia ser usada por Putin para exigir termos melhores no processo de paz com a Ucrânia ou para atiçar paixões nacionalistas em casa antes das eleições parlamentares do mês que vem.

O líder russo reuniu o alto escalão dos militares e da inteligência nesta quinta-feira e analisou “conjunturas para medidas de segurança de contraterrorismo ao longo da fronteira terrestre, na costa e no espaço aéreo da Crimeia”, disse o Kremlin.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, disse ter ordenado que todas as unidades de seu país próximas da Crimeia e no leste da Ucrânia fiquem em máxima prontidão de combate. Ele estava tentando conversar urgentemente com Putin, com líderes da França e da Alemanha, com o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

Andrew Osborn

Foto: Petr USHANOV – Marinha da Federação da Rússia/Mar Negro

Edição/Imagem: Plano Brasil

Fonte: Reuters

OTAN pede que lados do conflito na Ucrânia retomem imediatamente as conversações

Um porta-voz da OTAN declarou nesta quinta-feira (11), com exclusividade à Spuntik, que a aliança está profundamente preocupada com a escalada da violência no leste da Ucrânia e espera de que os lados envolvidos retomem o diálogo na busca por uma solução pacífica do conflito.

“Estamos profundamente preocupados com a recente onda de violência no leste da Ucrânia e o crescente número de violações da trégua ao longo na linha de contato, realizadas, principalmente, por militantes apoiados pela Rússia” – declarou o representante da OTAN, que preferiu não se identificar.

Nas suas palavras, a aliança “exorta que todos os lados retornem à mesa de conversações para trabalhar sobre uma resolução pacífica do conflito na Ucrânia, por meios pacíficos e diplomáticos”.

“A plena implementação dos Acordos de Minsk é um fator chave” – destacou o porta-voz da OTAN.

Em abril de 2014, Kiev iniciou uma operação militar na províncias de Donetsk e Lugansk para reprimir os focos de insatisfação com golpe de Estado ocorrido em fevereiro do mesmo ano.

Segundo os últimos dados da ONU, o confronto no país já causou mais de 9.400 mortes e mais de 21.800 feridos.

Atualmente, está em vigor um acordo de cessar–fogo entre as partes em conflito, mas tanto Kiev quanto as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk relatam constantemente violações da trégua.

Foto: © Sputnik/ Mikhail Markiv

Fonte: Sputnik News

 

5 Comentários

  1. Esse é o problema de Poroshenko, achar que pode agir com respaldo do poder alheio, se garante numa aliança subjetiva, sem fundamentos sólidos, muitos menos legais segundo o ponto de vista global, logo, estão criando uma situação complexa com a Rússia, diria perigosa, pois se derem uma justificativa para Moscou, eles não exitarão em derrubar o poder vigente pela força, e isso os EUA apoiarão, pois dará a justificativa que precisam no congresso e na UE para elevar os gastos militares, resumindo: A Rússia retoma a influencia na Ucrania por meio de um governo alinhado e EUA consegue prerrogativas para fortalecer a OTAN, ambos ganham, e essa é apenas uma possibilidade.

  2. calma gente, é a Rússia, ela pode segundo os “especialistas” ideológicos !
    já se fosse os EUA, ae a conversa seria outra rsrs…

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