Submarinos da Rússia avançam silenciosamente no Pacífico

Submarino nuclear estratégico Borey – 955 / Classificação OTAN – SSBN classe Borei

Nova geração de veículos mais sorrateiros, rápidos e mortais está prestes a entrar em serviço.

A intensidade das operações de submarinos russos no oceano Pacífico é a maior em décadas, segundo o relatório “O reequilíbrio asiático da Rússia”, do Instituto Lowy de Política Internacional, na Austrália. Além disso, pela primeira desde a Guerra Fria, a frota russa dispõe de submarinos mais silenciosos e com armas mais poderosas.

De acordo com o estudo australiano, a guinada da Rússia em relação à Ásia provocou uma renovação em grande escala da Frota do Pacífico do país, que durante a próxima década atingirá seu maior número em termos de recursos navais.

“Foram incorporados a esta nova frota submarinos de mísseis balísticos e caças, o que dará um grande impulso às aspirações de projeção do potencial de Moscou na região”, lê-se no documento do Instituto Lowy.

Segundo o analista militar russo Dmítri Gorenburg, a frota do Pacífico poderá se tornar “a maior frota da Rússia durante a próxima década devido à crescente importância geopolítica da região e à concentração de poderes navais nessa área”.

Borey – 955

Troca de foco

Durante a Guerra Fria, a Marinha soviética era conhecida por suas armas poderosas, como o submarino da classe Typhoon.

Com um deslocamento de 48 mil toneladas, era quase tão grande quanto um porta-aviões e ofuscava o maior submarino da Marinha norte-americana com uma margem de 20 mil toneladas. Além disso, podia lançar 200 ogivas nucleares contra cidades e instalações militares do inimigo em um único bombardeio.

Agora, no entanto, a prioridade é expandir a frota, especialmente com submarinos da classe Borei. Embora tenha metade do tamanho do Typhoon, o Borei é um grande avanço em relação à escola soviética de construção de submarinos.

A classe Borei representa a nova geração de submarinos russos extremamente silenciosos. É mais barato e exige menos membros da tripulação, sem perder em potencial de ataque: é capaz de lançar entre 16 e 20 mísseis nucleares com até oito ogivas reorientadas de forma independente.

“A expectativa da Rússia é substituir seus submarinos da Guerra Fria com um total de 12 submarinos de mísseis balísticos Borei”, afirma Gorenburg.

Borey – 955

Potencial e proteção

O aumento de tamanho, poder de fogo e alcance dos submarinos russos está em sintonia com as novas tecnologias desenvolvidas na Rússia. Durante a Guerra Fria, a Marinha dos EUA ostentava submarinos muito mais silenciosos que o governo soviético nunca se preocupou em refutar. No entanto, com a abertura da Rússia, o poderia militar foi descobrindo as verdadeiras capacidades de seus submarinos.

Em declaração recente à CNN, o almirante Mark Ferguson, comandante das Forças Navais dos EUA na Europa, admitiu que Moscou está criando novos submarinos mais difíceis de controlar e detectar pela Marinha dos Estados Unidos.

“Eles são mais silenciosos, mais bem armados e têm alcance maior”, disse Ferguson. “Vemos que os russos têm sistemas de armas mais avançados, sistemas de mísseis que podem atingir regiões distantes, e também vemos que sua habilidade de operação está melhorando à medida que se afastam de suas águas”, completou.

Uma reportagem do veículo militar norte-americano “Strategy Page”, publicada em fevereiro de 2015, relata que, no início de 2014, os especialistas em detecção de submarinos da Marinha dos EUA ficaram assustados quando um navio russo de reconhecimento eletrônico da classe Vichnia foi avistado várias vezes a partir da costa leste da Flórida, próximo a diversas bases de forças aéreas navais e submarinas.

O Vichnia avistado da Flórida estava acompanhado por um rebocador. Ambos os navios utilizavam portos cubanos para se reabastecer.

CCB 175 “Viktor Leonov” – Projeto 864B. Classificação OTAN / Classe Vishnya – atracado no porto de Havana – Foto: AFP/East News

Perspectivas futuras

Atualmente planeja-se desenvolver uma classe de submarinos nucleares multifunção, com o objetivo de construir uma versão mais barata e de menor tamanho da classe Iasen. Este seria um submarino de ataque com menos armamento quando comparado aos veículos da classe Virginia norte-americanos.

A Marinha russa espera começar a construção desses submarinos ainda em 2016, e a previsão é que sejam fabricadas entre 16 e 18 unidades.

Embora a Marinha dos EUA disponha de um estoque de 53 submarinos, este número cairá para 41 unidades no final da década de 2020 devido a cortes no orçamento.

 

 

RAKESH KRISHNAN SIMHA

Edição-Imagem: Plano Brasil

Fonte: Gazeta Russa

9 Comentários

  1. A dissuasão estratégica está garantida por enquanto com os Delta IV e os 3 Borei já entregues e mais um em vias de ser incorporado… o problema maior dos russos são os submarinos nucleares de ataque… a classe Yasen tem se mostrado bastante cara e difícil de ser construída, tanto que depois de mais de 1 década apenas o Severodvinsk esteja operacional e o Kazan previsto para ser entregue ano que vem, talvez daí a aposta da Rússia em construir uma sub-classe do Yasen, mais barata e que possa ser incorporada em número suficiente e em tempo hábil para substituir os já cansados Antey, Akula e alguns Victor 3 ainda operantes… principalmente nas frotas no Norte e do Pacífico que operam em mares abertos… Já no Báltico e no Mar Negro os Varshavyanca 636 dão conta do recado.

    • Desperdício de dinheiro e gordos alvos para mísseis e torpedos são aqueles gigantescos porta-aviões americanos, que só conseguem ameaçar país de terceiro mundo.

      Afundar aquele caríssimo elefante branco e de quebra abater quase 100 aviões, que não terão onde pousar depois, é um golaço lindo que um dia quero ver com meus próprios olhos, quando estourar a guerra.

      KKKK

      • Porta aviões tem as mesmas defesas em camadas das bases russas que vocês acham impenetráveis. Ainda vivem cercados por sistemas ASW e outros submarinos de última geração.

        Qualquer submarino que acelere acima dos 30 km/h para seguir um porta-aviões faz barulho podendo ser detectado e afundado. Se aproximar a distância de torpedo pode ser muito bem suicídio paras os Subs russos e chineses.

        Quantos aos mísseis, eles tem defesas tão boas quanto qualquer base russa inclusive a alta capacidade de ECM e ECCM, e ao contrário do que muitos pensam, mísseis supersônicos podem sim ser interceptados pelos Superhornet com AMRAAMs, AEGIs com SM-6 e ESSM, SeaRAM e phalanx. Por fim, se tudo der errado, ainda sobra a capacidade de guerra eletrônica dos navios que os chineses e russos pouco conhecem.

        E ainda tem avantagem de mudar de lugar a quase 50 km por hora se necessário.

      • Como voce desconhece o funcionamento uma força tarefa eu vou resumir: Um porta aviões (as vezes chamado aqui no Brasil de navio aeródromo) não esta nunca só, tem submarinos, tem navios escolta, tem aviões de aviso aéreo antecipado e outras coisinhas mais que o colega Deagol teve a paciência e gentileza de lhe explicar em maiores detalhes mas acho que acabou dando um nó nessa sua cabecinha.
        Portanto meu caro Professor, sinto lhe informar que os vermes da terra hão de lhe comer os seus olhinhos embaçados ideologicamente antes que possa ver o tal do golaço lindo que voce tanto gostaria de ver 🙂

      • Só o SM-6 já ficaria entre os mais modernos S-300 e o S-400 russo e ainda com capacidade além do horizonte se vetorado pelos Hawkeyes.

        Já os últimos ESSM poderia ser comparado superficialmente com as versões mais avançadas do BUK-M2 em alcance e porque em breve também terá o próprio radar ativo.

      • Eu acho que ele quis dizer em um termo mais amplo, de conceito, ou seja, indepedente das defesas, não é legal por todos os ovos numa unica sacola.
        Amanha pode vir o desenv de um novo missil tão rapido quanto as atuais defesas, por ex.

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