“Conversa com Erdogan foi produtiva” – Vladímir Pútin

Os líderes se encontraram pela primeira vez desde abate de avião russo. Confira os três principais pontos abordados durante encontro realizado nesta terça-feira (9).

A reunião com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, no Kremlin, nesta terça-feira (9), foi considerada “construtiva” e “importante” pelo líder russo Vladímir Pútin. O encontro representa mais um passo para a retomada de relações entre os países.

“Tivemos uma conversa substancial e, gostaria de salientar, construtiva sobre todo o espectro das relações bilaterais e da agenda internacional”, disse Pútin, em entrevista coletiva depois da reunião.

Segundo o presidente russo, as negociações delinearam ações e etapas para restaurar as relações entre os dois países. “A tarefa prioritária é atingir o nível pré-crise de cooperação bilateral”, acrescentou Pútin.

O comércio entre os países sofreu uma queda de 43% só nos cinco primeiros meses de 2016. “Para consertar a situação, vamos nos concentrar em esforços para incentivar investimentos mútuos e fluxos comerciais”, disse o presidente.

Síria e terrorismo

A procura de meios democráticos para realizar transformações na Síria foi um dos pontos centrais da reunião no Kremlin. “Acreditamos que transformações democráticas só podem ser alcançadas por meios democráticos”, disse Pútin.

O presidente russo expressou esperança de que os dois Estados consigam coordenar suas abordagens em relação à Síria, pois “têm o objetivo comum de resolver a crise”. “Há um entendimento comum de que o combate ao terrorismo é o elemento mais importante do nosso trabalho conjunto, vamos discutir isso em mais detalhes”, enfatizou Pútin.

Laços econômicos

Os primeiros passos, que não requerem coordenação prolongada, serão tomados em breve para restaurar o comércio, bem como os laços econômicos, científico e tecnológico, entre os países, segundo os líderes.

“Decidimos elaborar um programa de médio prazo, para o comércio, e uma cooperação econômica, tecnológica e cultural eficaz entre 2016 e 2019”, disse Pútin.

“Queremos restaurar as relações de modo pleno? Sim, nós queremos e vamos fazer isso”, destacou o chefe de Estado russo. “A Rússia pretende gradualmente levantar as restrições sobre empresas turcas”, completou.

Projeto Turkish Stream

Ainda segundo Pútin, a implantação do gasoduto Turkish Stream para fornecimento à Turquia já é dada como certa e deve começar em breve.

“Vimos o Turkish Stream desde o início como uma oportunidade de ampliar nossa cooperação no setor do gás com a Turquia e a Europa, e não como uma alternativa para o South [Stream]. Um dos segmentos é exclusivamente para os consumidores na Turquia, (…) e sua implementação pode começar num futuro próximo”, disse.

Erdogan também destacou que a Turquia está pronta para apoiar o fornecimento de gás natural russo à Europa através do Turkish Stream.

PÁVEL RÍTSAR

Com material da agência de notícias TASS

Foto: Sergey Guneev / RIA “Novosti”

Edição/Imagem: Plano Brasil

Fonte: Gazeta Russa

5 Comentários

  1. Os mais novos irmãos de sangue. Os dois têm muitas experiências a trocar em matéria de como se manter no poder ad infinitum através do “voto”.

  2. Não se preocupem, americanófilos. A OTAN perdeu a Turquia mas em compensação, recuperaram a Argentina, com o Macri – de forma justa, tenho que reconhecer, porque o fez com eleições – e o Brasil, com o o Temer – mas esse por meio de um golpe de estado.

    Será que Brasil e Argentina compensam a perda da Turquia?

  3. Pois é, cantei vitória cedo demais. O psicopata, déspota, assassino, pérfido e traidor do Erdogan continuará com suas políticas criminosas na Síria. Apenas está usando, ou tentando usar, a Rússia para chantagear o Ocidente.

    Em todo caso, com o enorme expurgo que ele está promovendo, a Turquia será uma adversária fraca demais para ser inimiga da Rússia. Ou seja, se a Rússia não ganhou tudo o que eu imaginei que ganharia, ao menos alguma coisa ganhou com essa disputa entre Turquia e Estados Unidos. Pode continuar com suas bombas atômicas apontadas para a Rússia, como sempre teve mesmo. A Rússia vai saber se defender da OTAN, com ou sem Turquia.

Comentários não permitidos.