América Latina “vai ficar sozinha” se Trump estiver na Casa Branca

Tentar prever qual será a política externa em relação à América Latina do candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump é impossível, afirma Gunther Maihold, vice-diretor da Fundação Ciência e Política (SWP), segundo informa a Deutsche Welle.

“O que temos ouvido até o momento são exclamações, mas nenhuma abordagem”, diz o artigo. De acordo com Maihold, a América Latina “vai ficar sozinha”, dado que Trump se declarou contra os Tratados de Livre Comércio (TLC) e negou apoiar economicamente os países em crise ou em desenvolvimento. Assim, enquanto a UE está ocupada com o Brexit, a região latino-americana ficará sem amigos no palco mundial.

“A América Latina estará  em situação de orfandade internacional”, acredita Maihold.

De acordo com o analista, alguns países latino-americanos tentaram “recuperar o controle e soberania, mas o processo de globalização não é fácil de travar”. Não obstante, se destaca que a retórica de Trump é a da negação da globalização. “A pergunta é — qual é o custo que as populações destes países [da América Latina] estão dispostas a assumir na sua rejeição da globalização.”

Contudo, Christopher Sabatini, professor da Universidade americana de Columbia, citado pela mesma edição, assegura que Trump não pode levar adiante algumas de suas propostas, como a construção de um muro na fronteira com o México ou a deportação de mais de 11 milhões de pessoas sem documentos, pois isso seria vetado pelas instituições governamentais. No entanto, Trump pode provocar grandes danos.

“O primeiro dano é simbólico, pelos sinais que envia às potências estrangeiras. Não é preciso desmantelar a OTAN para enfraquecê-la, como quando ele diz que não é necessário defender os países Bálticos se forem invadidos pela Rússia. Isso já é um sinal poderoso à Rússia”, afirma Sabatini.

Por outro lado, vai ser difícil para Trump receber apoio dos líderes latino-americanos. “É absolutamente claro que ninguém apoiará a um governante nos Estados Unidos que não tem conhecimento ou visão. Isso poderia submetê-lo às influências de grupos de interesse e nepotismo”, afirma o analista alemão.

O caso do México, de acordo com os especialistas, é o mais difícil. “O México enfrentaria uma situação de maior pressão dos EUA para assumir um verdadeiro controle fronteiriço. Nos países da América Central haveria um reforço do controlo da fronteira sul do México. Também veríamos o fortalecimento do comando sul estadunidense em Miami para impor uma cooperação mais militarizada com estes países.”

Quanto a Cuba, Sabatini assegura que Trump tem uma visão mais empresarial do que ideológica em relação à ilha. “Receio que ele olhe para Cuba como uma grande oportunidade para construir seus hotéis e casinos, o que seria uma vergonha”, destaca o professor Sabatini.

A última questão é a Venezuela. “É difícil prever como ele se vai comportar com Venezuela, o único país da região com que os Estados Unidos têm divergências importante sem temas de segurança nacional. Poderá assumir uma linha dura ou simplesmente ignorar a situação”, afirma o analista político Javier Corrales, do Amherst College de Massachusetts, também citado pela edição Deutsche Welle.

O que está claro é que Trump, ao chegar ao poder, provocará uma mudança total nas relações da América Latina com o seu vizinho do norte.

Foto: © AFP 2016/ MOLLY RILEY

Titulo original: Qual será futuro da América Latina se Trump estiver no poder?

Fonte: Sputnik News

10 Comentários

  1. Más a América Latina …. para o governo americano … sempre foi tratada como o seu quintal onde tem grileiros ( os latinos) nesse seu quintal e para isso … o tio Sa-ã tem os vira-latas para cuidar do quintal para para ele .

  2. o cara nos chama/vê de animais mas um monte por aqui ainda o aplaudem/apoiam…chegamos no fundo do poço senhor Nelson Rodrigues…….. devem achar que por serem brancos, de classe media e imitarem esta gente que serão valorizados ou respeitados por eles algum dia……..coitados…. 😀

  3. Deixar grandes reservas de energia de facil acesso, sem nenhum homem bomba para criar caso, DUVIDO. A America Latina nunca esteve tão bem cotada no meio empresarial dos EUA, está tudo a venda ou estara em breve inclusive o tal gigantesco e competente [segundo seus apresentadores dominicais] canal de TV. Mas só que esse não interessa pois a internet esta ai e já engoliu quase tudo [botar dinheiro ali é como abrir uma locadora de fitas VHS], nesse caso vai sobrar para o governo bancar a familia “oceano”.
    Sds

  4. Então todo antiamericanista tem que começar AGORA a campanha para que TRUMP ganhe… não querem a AL sozinha e sem os americanos ajudando ???… então tai a grande chance… 🙂

    • Os chineses agradecem… já pensou, um continente inteirinho sem a presença dos EUA !?! nem dá para acreditar.

      • Se não houvesse a presença da US Navy por lá encorajando os países da região a não aceitarem o líder regional nato não haveria nem sequer escaramuças… os dilemas acerca das fronteiras marítimas seriam resolvidos entre os próprios membros da ASEAN… mas com a USN em cima botando pressão e ditando as “regras”, encorajando os países da região a seguirem o caminho belicista contra a China, colocando todos contra um e sinalizando que para qualquer efeito estarão protegidos sob seu guarda chuvas a tendencia é só piorar

        É a marinha dos EUA quem desestabiliza e trás ameaça de guerra no Pacífico… não a China.

    • HAHAHAHAH…tem gente que não tem noção ..HAHAHAH .. fala sem pensar .. como se todos antiamericanos,bolivariano,comunista,esquerdalha .. etc..etc .. em qualquer comentário em site estrangeiro ou não que se faça para as eleições americana e tenha alguma força lá nos EUA …até parece quem perdeu a chance aqui de ficar calado …. foi você “cidadão” tupíniquim .. HAHAHAHAH … na verdade os antiamericanos não ligam muito para quem ganhe nessa farsa eleitoral americana …. tanto faz se é o chico ou francisco ..HAHAHAH …como disse o camarada Khalil Gibran .. ” só quem inveja um falador é o mudo” … HAHAHAHAH ..

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