A tentativa de golpe militar na Turquia não deixa a Aliança Atlântica outra opção senão excluir o país da organização escreveu um analista britânico.
Segundo o artigo de Con Coughlin do jornal famoso britânico The Telegraph, a Turquia, desde o momento em que aderiu à aliança militar em 1952, foi vista como um país importante na proteção da Europa de ameaças externas. A proximidade do país a locais de graves conflitos no Iraque e Síria atuais de novo sublinhou a importância deste país-membro da aliança, especialmente no fundo da ameaça do grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terroristas no Brasil).
Além disso, a posição geográfica importante se tornou a razão para instalação no território turco da base aérea Incirlik que armazena armas nucleares táticas da OTAN.
Ao mesmo tempo, Washington abertamente fala sobre a possibilidade de expulsar Turquia da aliança o que mostra, segundo o autor, toda a seriedade e o grau ao qual as relações entre as partes deterioraram desde os acontecimentos da noite para 16 de julho.
O golpe de Estado, organizado e efetuado por um grupo de militares descontentes, fracassou. Mas muito em breve o presidente turco Recep Tayyip Erdogan iria aplicar outro golpe nos oponentes. A “limpeza” já afetou milhares de militares, agentes policiais, juristas, funcionários da esfera da educação. Tudo isso ainda atingiu os EUA: Washington foi acusado de apoiar rebeldes e Ancara desligou eletricidade na base aérea Incirlik.
Então, a questão é bastante simples: será que OTAN expulsará um membro problemático, mas realmente importante?
O jornal lembra que a situação atual já não é primeira em que a instabilidade política em Ancara força a aliança militar a reconsiderar as relações com o país. Assim, em 1960 na Turquia ficou pendurada o premiê Adnan Menderes o que alarmou muito a Aliança Atlântica.
Todavia, a aliança sempre compreendeu, segundo o analista, que a expulsão da Turquia a faria aproximar Rússia ou dos países do Oriente Médio, por isso sempre deixou passar as suas falhas políticas.
A falta de popularidade do líder turco também não ajuda a situação: muitos políticos europeus lhe responsabilizam pela crise migratória do verão passado (inverno no hemisfério sul) e suspeitam a ligação dele com terroristas na Síria.
Para concluir, ele tira a conclusão de que, se Erdogan não mudar a sua política, ele não conseguirá manter a Turquia na OTAN. Caso contrário, a aliança deveria recusar o seu aliado.
Foto: © flickr.com/ U.S. Department of Defense
Fonte: Sputnik News
Parece que a Russia conseguiu o que queria,de alguma forma,só resta saber o que fará com isso.
OTAN Vs Turquia; Russos Vs Turcos .. seja como for … os curdos se beneficiam
Convem lembrar que a importancia dela quando a OTAN foi criada era uma, hoje a coisa esta bem diferente. Não existe mais Pacto de Varsovia nem URSS, hoje o contexto é outro [lei-se China]. A Russia não tem mais o mesmo peso apesar de ser ainda forte.
Não duvidem que tal ameaça se cumpra, os Turcos nunca foram bem quistos na Europa [talvez uma memoria do auge do imperio Otomano], não sei se a propria OTAN dura muito caso a UE depois da saida da Grã Bretanha consiga se reformular.
Sds
Para a Rússia, aquele velho ditado é muito válido.
“O inimigo de meus inimigos…”
Caça abatido! que caça?
Não! Nossos amigos Turcos são parceiros………..
Muy amigo!!!
Erdogan é um presidente que não se curva a chantagens, ele sabe da importância estratégica e geopolítica da Turquia para as grandes potências.
A Turquia tem se mostrado cada vez mais instável e discordante com seus aliados mais poderosos, além de não seguir as mesmas linhas de interesse e ação da OTAN e da coalização anti-ISIS na Síria por ter interesses geopolíticos ligeiramente desviantes. O envolvimento da Turquia na Síria é limitado pela preocupação do Erdogan com os insurgentes curdos, aliados dos EUA na luta contra o EI, algo que Erdogan já criticou abertamente.
Isso é um risco, mas impressiona-me o MEDO e a FROUXIDÃO de Washington para com a Turquia. Se ninguém pressionar duramente Erdogan, ele não vai seguir as orientações da OTAN nem de Washington. Se fosse o presidente dos EUA de 10 anos atrás, duvido que isso estaria acontecendo.