USAF planeja o “Super Warthog”, o Substituto do A-10

A 10E.M.Pinto

A USAF pretende iniciar o quanto antes os trabalhos e definição de uma nova plataforma para substituição do lendário A-10 Wartog. O plano prevê uma aeronave capaz de prover suporte aéreo às tropas terrestres para as próximas décadas. O DOD já trabalha para a definição dos aviônicos, requisitos, engenharia, armas, blindagens e sistemas necessários para esta nova aeronave aguardando apenas a autorização para formalizar os requisitos.

A-10
Os conflitos recentes na luta contra o ISIS, destacaram a importância e a capacidade única do A-10 em prover o Suporte Aéreo Aproximado, garantindo-lhe a permanência por alguns anos mais.

Após o Pentágono anunciar que o  A-10 não será retirado do serviço pelo menos até 2022, a Força Aérea e funcionários do Departamento da Defesa estão agora na esperança de manter a aeronave por mais tempo, uma vez que a luta contra o ISIS exige uma  aeronave com a capacidade do A-10. Altos oficiais da USAF defendem a sua permanência uma vez que o Wartog é único na capacidade  de  transportar e entregar um amplo arsenal de bombas  guiadas a laser e de precisão que junto com o seu poderoso canhão, o tornam o pesadelo dos insurgentes.

Os planos anteriores para se aposentar a frota de A-10s eram puramente pautados no orçamento.  Entretanto, a tarefa de substituir o Wartog não é tão simples assim, embora alguns altos oficiais da USAF acreditem que o mais moderno caça multi-função da USAF, o F-35A, seja capaz de cobrir esta função por possuir sensores e um canhão de 25 mm, além da exímia capacidade de manobra. O F-35 é segundo alguns analistas a melhor escolha.

A-29
Testado em combate no Afeganistão o A-29 é segundo o Pentágono uma das opções para a aeronave sucessora do A-10 no Suporte Aéreo Aproximado.

Porém ao mesmo tempo, custo é algo que a USAF não pode deixar de se preocupar, uma vez que também há um consenso de que o A-10 proporciona um conjunto extremamente único de  capacidades no campo de batalha que associados ao seu relativo baixo custo, os tem conservado no serviço ao longo das últimas décadas.

O poder de fogo, juntamente do seu canhão de 30 mm, blindagem de Titânio  e redundância de sistemas tornaram-no  uma plataforma valiosa para a função de suporte aéreo aproximado. O A-10 tem um papel único e valioso na USAF pois é capaz de atuar nos mais variados cenários de combate que incluem contra-insurgência, apoio tropas no terreno, tudo isso em estreita proximidade o que provê proteção e apoio à infantaria para uma guerra desde a grande escala até conflitos assimétricos.

De olho na concorrência que deve ser aberta para a substituição do A-10 o T-100 que concorre ao Programa T-X também apresenta-se como uma opção caso a escolha da USAF se concentre em uma aeronave já existente e que será adaptada para esta função.
De olho na concorrência que deve ser aberta para a substituição do A-10 o T-100 que concorre ao Programa T-X também apresenta-se como uma opção caso a escolha da USAF se concentre em uma aeronave já existente e que será adaptada para esta função.

Oficiais da Força Aérea disseram relataram nesta quarta feira que a abordagem atual do “Super Wartog” (o substituto do A-10) envolve um esforço galgado e, três opções:

  • A Força Aérea pode considerar simplesmente atualizar a frota existente de A-10 de forma substancial, a fim de estender sua vida útil.
  • A USAF pode Adquirir uma aeronave existente off-the-shelf e adaptá-la para esta função
  • Ou simplesmente desenvolver uma nova plataforma de apoio aéreo aproximado do zero.

Obviamente as  questões orçamentárias serão levadas em consideração e portanto  a última opção apesar de possuir o apoio por exemplo ao F-35 parece ser a menos exequível por hora, e amenos que o cenário orçamental se altere, s duas outras opções parecem ser as mais prováveis.

Nesse contexto, várias plataformas da indústria, já se apresentam para esta importante tarefa, pode-se destacar  T-100 da Raytheon e a aeronave A-29 Embraer EMB Super Tucano, que segundo o próprio DOD estão entre as opções a serem encarados como aeronaves que poderiam potencialmente ser configuradas para esta destacada função.

 

16 Comentários

  1. Os A-10 devem ser extensivamente modernizados para poderem operar além de 2022 e assim ganhar tempo para poder ser desenvolvido o seu substituto. O T-100 e o A-29 não se prestam a substitutos do Warthog. Contudo, pode ser interessante para a USAF operar um mix de A-29/A-10 e seu eventual substituto, com o avião da EMBRAER fazendo missões mais simples a um custo menor.

  2. Ué… mas o substituto do A-10 não era para ser o super cabuloso F-35 ??? O CAS não é mais como antigamente, a doutrina mudou e o uso extensivo de armas inteligentes mudou as diretrizes para os jatos de ataque que não precisam mais ser blindados e subsônicos, basta que tenham um bom POD designador e armas guiadas

    • Amigo Topol, o F-35 não tem “Brrrr”……..

      Ademais, por muitas vezes se faz necessário voar baixo para varrer uma área com canhão, e para isso o A-10 é o melhor.

      • Na verdade o F-35 tem um Brrrr sim, mas é fraquinho e com apenas 150 “r”… eles vão fazer um novo avião só por causa do Brrrrr ??? mas e as armas inteligentes ?

        O cenário é o seguinte, em um conflito onde se faça necessário realizar um ataque em área com resistencia vinda do solo a doutrina da USAF não mais permite a exposição da aeronave ao fogo inimigo que havia em outrora, a tecnologia evoluiu muito e basta qualquer um dos meios a disposição para realizar ataques com precisão… ou seja, o Air Suport não é mais Close, quem da o “close” é o casulo Sniper e não a mira do avião… para isso deverão ser empregados, como disse acima, armas stand-off, lançadas por diversas plataformas como o F-16, os F-15E, e até o B-1B, ou o B-2, por que não, dependendo da situação…

        Já em um cenário em que não haja resistencia, por exemplo como a maioria dos ataques que vem sendo realizados na Síria e no Iraque, e os que foram realizados no afeganistão, pode ser usado qualquer coisa desde MQ-9, Bronco até mais recentemente Super Tucano que haverá êxito da mesma forma…

        Não acho que seja válido assim como acho que não será levada adiante essa idéia de fazer um novo avião substituto do A-10 só por causa do BRRRRR se já tem um substituto fodidão de milhões de dólares para ganhar esses contrato$$$… seria suicídio, lobby comendo lobby.

      • Armas inteligentes são consideravelmente mais caras. A vantagem do BRRRRR é que custa menos, o próprio som tem um efeito psicológico devastador sobre o inimigo e soa como alento para Marines, Rangers, SFOD ou qualquer outra tropa aliada em solo.

      • Não mesmo Topol !!! Se fosse assim o F-16 teria dado conta do recado, oque não ocorreu, embora a performance do “Falcon” seja extraordinária de um modo geral, colocar o ST na arena de combate do A-10 seria suicídio, vai precisar de muita “blindagem”, lembrando que enquanto houver a Intaria o CAS ha de existir, independente da tecnologia empregada …

        Abraço.

      • Mauricio ressaltei em meu comentario diferentes tipos de situação onde o emprego de cada aeronave é mais adequado… o F-16 não deu conta do recado naquele tempo onde ocorreu a elaboração de projeto para o A-10, agora as coisas são diferentes… close air suport pode vir até em forma de um míssil de cruzeiro disparado por um submarino submerso a 2000 km.

        os engenheiros de guerra do pentágono, da USAF e da Lockheed sabem disso e por essa razão propuseram o F-35 no lugar do A-10… esse negócio de voar em ângulo de ataque metralhando o solo é bonito na foto mas acabou… se o conflito acontecer em uma área que permita isso aposto que seriam usados os meios mais baratos possíveis e não um novo super avião de ataque,

      • Topol, o CAS não se resume as “rajadas”, este é apenas mais um recurso, senão o ultimo a ser utilisado, justamente contra alvos de menor valor, oque vale salientar são as caracteristicas das aeronaves destinadas a este fim, assim como o armamento empregado, também não acredito em mais um “SUPER AVIÃO” para esta finalidade, porém se você observar as lições aprendidas nas guerras do Golfo, verá que nenhuma das opções apresentadas até o momento reflete a realidade e as características de combate enfrentadas no “TEATRO CAS”.

        Abraço, “SENTA A PUA” !!!

  3. Vou ser massacrado pelos atlanticistas, mas parece que o Tio Sam acordou do sonho do F-35 e percebeu que a águia prometida pela LM não passa de um pombo, e que este vetor não terá a capacidade de substituir em todos os cenários possíveis os F15, F-16, F-18, A-10, etc.

    Primeiro foi a ideia de dar um up grade nos F-15 e F16, depois a intenção de se reabrir a fabricação do Raptors com uma versão devidamente modernizada e agora tem-se a intenção de se criar uma nova versão do A-10, algo estranho esta acontecendo ao sul do Alasca.

    E teve gente que criticou a intenção dos russos de dar uma repaginada nos SU-25 de forma a possibilitar que eles voem até 2030.

    • Acho a reabertura da produção do Raptor não foi pedido da USAF. Na verdade, pelo que li, a força aérea não queria mais F-22 por causa dos custos de manutenção.

    • Rprosa,

      Uma coisa não está necessariamente relacionada a outra…

      O F-35 irá substituir sim o F-16 e parte dos F-15. Primeiro porque eles não tem escolha… A frota da USAF é geriátrica. Não vai muito mais que uma década. E a própria USAF, segundo comunicado divulgado pela mesma, já desistiu de comprar novos F-15 e F-16. Ou seja, os upgrades da atual frota visam apenas cobrir atrasos. O máximo que acredito que podem fazer é o que os Marines estão fazendo, ao reativar aeronaves F-18C estocadas.

      Já a reabertura da linha do Raptor ( se é que vai ser mesmo reaberta ), isso sempre se apresentou como possibilidade. Tanto que a LM, até onde se sabe, conservou o ferramental essencial para reabrir a linha. Em uma situação “normal”, já teriam destruído tudo…

      De fato, o F-22 é o caça de superioridade da USAF para o início do século XXI, mas foi derrubado pelo final da guerra fria… Afinal de contas, como justificar ao contribuinte americano um caça de centenas de milhões de dólares quando o maior inimigo usa AKs e RPGs…?

    • Não se trata de criticar por ser ou não “atlanticista” mas sim pelo fato de que para a missão CAS o A-10 é único. Por falar em F-35 o mesmo se exibiu muito bem no RIAT em Fairfort e no Salão de Farnborought.

      Aliás, cada vez mais os críticos do F-35 vão queimando a própria língua…rs!

      Quanto à reabertura da linha do F-22, não tem absolutamente nada a ver com o F-35, salvo se você for crédulo o suficiente para ler os falaciosos russos e acreditar naquele monte de bobagem. O real propósito disso é recompor a linha de frente de caças da USAF visto a necessidade de substituir os F-15. Simples assim.

  4. Pessoal…

    O F-35 pode fazer o mesmo que o Warthog… A questão é a que custo ele faz…

    Outra: gastar tempo e tecnologia em desenvolver uma aeronave stealth para aproxima-la ao nível do solo e ao alcance de armas de cano que podem tritura-lo não tem sentido. Ele perde sua razão de ser, que é justamente atacar incógnito…

    Apenas haveria lógica se se desenvolvesse a tecnologia das armas guiadas ao ponto de permitir a um F-35 realizar um ataque ao custo de um Warthog, o que não é praticável por enquanto…

    Mas isso não quer dizer que o próprio A-10 não possa ser substituído… E aqui eu concordo com o Topol…

    Foguetes guiados, de precisão ( dotados de kits ), logo podem se tornar tão baratos quanto uma rajada de 30mm de munição HEI ( ou algo muito perto disso ). É a miniaturização/evolução dessa tecnologia que dita isso, com sistemas cada vez mais avançados e passíveis de serem produzidos em massa; e assim muito mais baratos. Já existem, aliás, iniciativas consideravelmente interessantes, como o APKWS da própria USAF… E trazem consideráveis vantagens, posto poderem ser utilizados de uma distância e altitude maiores, e melhor utilizáveis quando se quer evitar danos colaterais.

    A seguir, o próprio Warthog vem se tornando uma aeronave cara de voar… Vale dizer que sua produção já foi encerrada a muito, e a assistência começa a cobrar seu preço.

    Logo, torna-se evidentemente uma questão de custo/benefício. E ele pende para uma aeronave subsônica, como o Yak-130, ou mesmo algum desenvolvimento do F/A-50…

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