“Vamos fazer do Brexit um sucesso”, afirma futura premiê britânica

Theresa May se declara “honrada e orgulhosa” por suceder Cameron e promete respeitar resultado do referendo sobre a permanência na União Europeia. Oposição pede novas eleições.

Theresa May, que vai se tornar primeira-ministra do Reino Unido nesta quarta-feira (13/07), foi declarada formalmente nova líder do Partido Conservador britânico nesta segunda, em Londres. Em ambos os cargos, a atual ministra do Interior sucede David Cameron, que anunciara sua renúncia após o resultado do Brexit.

Em rápido discurso do lado de fora do Parlamento, ao lado de dezenas de deputados, May afirmou estar “honrada e orgulhosa” por ter sido escolhida para a sucessão de Cameron. Apesar de ter apoiado a campanha pela permanência do Reino Unido na União Europeia (UE), May reiterou que vai respeitar o resultado do referendo.

“Brexit significa Brexit. E nós faremos dele um sucesso”, garantiu May, acrescentando que sua campanha interna foi baseada na necessidade de negociar o melhor acordo para o Reino Unido na saída da UE e de forjar um novo papel para o país no mundo.

“Precisamos de uma nova visão de futuro, sólida e positiva. Uma visão para um país que funcione não só para poucos privilegiados, mas para todos, porque vamos dar ao povo um maior controle sobre suas vidas”, afirmou a futura premiê britânica, em referência aos problemas de divisões sociais, econômicas e políticas expostas pelo referendo, no mês passado.

A próxima primeira-ministra britânica – que será a primeira mulher a ocupar o cargo desde Margaret Thatcher – dedicou ainda um agradecimento especial a Andrea Leadsom, que se retirou da disputa após sofrer pressões nos últimos dias por ter alegado que o fato de ser mãe lhe dava vantagens para conduzir o país.

Cameron antecipa saída

Mais cedo, Cameron anunciara que a sua sucessora no cargo será empossada já nesta quarta-feira. “Teremos uma nova primeira-ministra neste edifício atrás de mim na quarta-feira à noite”, disse aos jornalistas à porta da sua residência oficial em Downing Street, em Londres.

O líder conservador acrescentou que participará da sua última sessão de perguntas e respostas no Parlamento nesta quarta-feira, antes de abdicar do cargo perante a rainha Elizabeth 2ª.

O atual primeiro-ministro anunciara sua renúncia logo após o voto favorável à saída da União Europeia no referendo sobre o Brexit, mas disse que ficaria à frente do governo até ser eleito o seu sucessor, o que estava previsto para setembro.

May, de 59 anos, tornou-se nesta segunda-feira a única candidata restante à sucessão de Cameron na liderança do Partido Conservador e do governo britânico, depois de a sua principal adversária, Leadsom, ter abandonado a corrida.

Prestes a ser oficializada como premiê do Reino Unido, Theresa May já posou frente à residência oficial em Downing Street.

Oposição pede eleições

Os partidos opositores do Reino Unido, liderados pelos trabalhistas, pediram nesta segunda-feira que sejam realizadas eleições gerais antecipadas diante da iminente oficialização da conservadora May como líder do governo britânico.

O porta-voz do Partido Trabalhista, Jon Trickett, disse que, em vista da instabilidade gerada pelo voto favorável ao Brexit no referendo de 23 de junho, o país precisa de um chefe de governo eleito democraticamente.

Trickett acrescentou que colocará o Partido Trabalhista em estado de alerta para a possibilidade de novas eleições e pediu união em torno do líder partidário, Jeremy Corbyn, formalmente desafiado pela deputada Angela Eagle.

O líder do Partido Liberal-Democrata, Tim Farron, também declarou que devem ser convocadas eleições após “a coroação” de May. “Os tories (como são conhecidos os conservadores britânicos) não têm mandato. O Reino Unido merece algo melhor do que isso”, afirmou.

A candidata à liderança do Partido Verde, a deputada Caroline Lucas, ressaltou, por sua vez, que “está mais claro do que nunca” que são necessárias novas eleições.

Embora os conservadores tenham vencido as eleições gerais de maio de 2015 por maioria absoluta, os partidos da oposição consideram que a mudança de primeiro-ministro após o voto favorável ao Brexit deve ser referendada nas urnas.

PV/lusa/efe/ap/ap/dpa

Fonte: DW

6 Comentários

  1. Mais um dama no poder .. esse mundo a cada dia está trocando a alça pela saia … esse milênio será das mulheres .. as divas estão ganhando espaço e mostrando a sua capacidade .. #queridasóécomvocê .

  2. O Brexit é uma incógnita até para especialistas, que não arriscaram grandes previsões sobre o real “porque” do apoio governamental a este passo dado pelos britânicos, bem como a estratégia por detrás dessa saída do Reino Unido, mas estranhamente é possível perceber alguns pontos importantes sobre o tema.
    O primeiro ponto e mais importante pra mim, é o apoio subliminar dos líderes europeus a esta saída do Reino Unido, que provado com as próprias palavras do presidente francês Hollande:” A Inglaterra deve manter sua posição de saída”, ou ainda a de outros líderes como o líder da UE que disse ser “necessário acelerar o processo para a saída de Londres do bloco”, sob a justificativa de diminuir os danos por nebulosidade no mercado de ações (quando os investidores evitam investir devido a incertezas de uma forma geral), mas se levarmos em conta que havia uma frente formada para anular a votação, e realizar um novo referendo capaz de mudar a decisão (pois parte da população que é favorável ao Brexit não votou) perceberemos que a forma como esses líderes opinaram sobre o assunto demonstra que eles queriam e querem (apesar de demonstrarem subliminarmente) a saída do Reino Unido da UE…mas por quê?
    Simples, é sabido que esse passo dado por Londres provavelmente será dado por outros países do bloco, que já demonstram insatisfação com as políticas da UE, além de alinhamento com políticas externas destrutivas, como a permissão entrada de imigrantes obrigatória que tem gerado um caos, as sanções na Rússia que estão gerando desemprego, desaceleração econômica, e outros mil motivos.
    Todos esses motivos só revelam que os países da UE (os prejudicados) estão alinhados para neutralizar o TTIP, para seguirem um caminho soberano, independente, que neutralize os prejuízos até agora adquiridos pela UE, e o Brexit é o início, senão o passo mais importante, mas onde isso vai parar é que é obscuro, pois nem Rússia nem EUA deram declarações abertas sobre o assunto, preferindo observar.

  3. sabe, posso estar errado, mas acho q o Reino Unido fez um mau a si mesmo.

    mas sabe oq é interessante, eles TENTAM mudar as coisas, não ficam parados reclamando da vida, como nós latinos americanos fazemos, ficamos décadas pra conseguir fechar um acordo entre mercosul e união européia, e não fecha.

    se eles se arrependerem no futuro, talvez eles voltem, ou entra em outra aliança de mercado.

    o Brasil não tenta nada de diferente, sempre fica batendo com a cabeça no mesmo lugar.

    ps: se Mulher resolvesse tudo, a Dilma e Cristina K. nesses anos q tiveram seriam exemplos mundo afora de crescimento econômico, administração, desigualdade social, vejam os numeros das duas, é broxante !!

    Não q não exista mulheres capazes, existe sim, como tbm há homens, oq existe é pessoas manipuladoras, vendendo a ideia q classe X, Y é melhor q as outras, fazendo de tudo uma CAUSA e luta de classes.

    Oq manda é o CARÁTER, e não oq está no meio das pernas !

  4. É quê aqui no Brasil a politica é vista de forma diferente,no sentido de se perpetuar no poder para roubar.Vejo na Europa um desapego ao poder e aqui no Brasil em vez de estarmos pensando em tentar, melhorar o pensamento é como vou livrar aquele ministro da lava-jato? Como vou roubar mais? E por aí vai…

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