Cooperação Rússia/China: Que área é a mais promissora?

Ilyushin Il-76 “Candid”

Segundo as publicações da mídia chinesa, a produção em série dos aviões de transporte militar Y-20 pode começar ainda neste ano. Dos volumes da produção vai depender a capacidade da China de criar sua aviação estratégica de transporte militar, afirmou em uma entrevista à agência Sputnik o especialista na matéria militar Vasily Kashin.

De acordo com publicações de analistas militares chineses, o Exército de libertação popular (ELP) chinês pode requerer até 100 aviões pesados de transporte militar para garantir a mobilidade global de suas forças armadas, a evacuação dos seus cidadãos de regiões instáveis do mundo e outras tarefas relacionadas com a segurança. Além disso, serão necessárias de 50 a 60 aeronaves para produzir, na base deles, aviões de reabastecimento, aviões com sistema aéreo de alerta e controle e aeronaves de guerra eletrônica.

Até agora, a aeronave produzida em massa era o avião de transporte Y-8. Sua produção começou em 1981 e já foram montadas 169 unidades até 2010. A taxa média de produção era de cerca de 5-6 máquinas por ano. Em geral, o potencial de produção da indústria chinesa era pequeno.

A China está se preparando para lançar simultaneamente a produção de três novos modelos de aeronaves grandes. São os aviões de passageiros C919, Y-20 e o hidroavião Jiaolong. Ao mesmo tempo, está continuando a produção de aviões de transporte de tamanho médio Y-8/Y-9, assim como de bombardeiros de longo alcance H-6K.

A China está enfrentando a necessidade de aumentar drasticamente sua capacidade de produção de aeronaves grandes. É bem conhecido que a modernização da fábrica de aviação em Xi’an, com a perspectiva da produção de aeronaves Y-20, começou ainda em 2008. Mas a construção das instalações de produção e a compra de equipamentos é menos difícil do que a preparação de pessoal.

O aumento rápido do número de funcionários pode levar à diminuição da qualidade da formação deles e, como resultado, reduzir a qualidade do produto final. A construção de novos aviões, mesmo após a conclusão de todo o ciclo de ensaio, continuará crescendo lentamente. É possível que nos primeiros anos a taxa de produção dos aparelhos não supere as 2-4 unidades por ano. Isto significa que, mesmo com a aeronave pronta para produção em série, a China terá que importar aviões de transporte russos Il-76.

As necessidades do ELP em aeronaves de transporte podem crescer mais rápido do que a capacidade da produção da indústria chinesa. O exército chinês está aumentando sua participação em operações de paz da ONU e outras. A China construiu sua primeira base militar no estrangeiro no Djibuti e é provável que construa outras.

Assim, a aviação de transporte militar continua sendo uma área promissora na cooperação russo-chinesa.

Foto: © Sputnik/ Iliya Pitalev

Fonte: Sputnik News

6 Comentários

    • …………..a China escoa sua produção por mar e tem sérios problemas no seu relacionamento com países vizinhos…manter suas FFAAs.ativas e eficazes sem um transporte de tropas e armas quantitativo pode ser um êrro estratégico………

      • Os chineses podem ser taxados de tudo, menos alcunhados de burros, o grande trunfo chinês e a perseverança e a planificação de estratégias de longo prazo, diferentemente da metodologia ocidental que busca resultados quase que imediatos.

        A China esta diversificando suas rotas de abastecimento, basta ver a constante implementação da denominada Rota da Seda, que busca integrar o mercado do sudeste asiático com o mercado europeu, iniciativa de russos e chineses, mediante a expansão de corredores ferroviários, rodoviários e marítimos, criando uma integração euro-asiática.

        É evidente que os EUA e Japão não assistirão isso de forma passiva, e já articulam sua parceria Transpacífico, sendo que a disputa pela hegemonia no Mar da China, nada mais é do reflexo da guerra comercial instaurada.

        Países atualmente não brigam por ideologias, sejam estas de esquerda ou de direita, países hoje brigam pela hegemonia comercial, países disputam círculos de influência que garantam bons acordos comerciais, países brigam pelo controle de matérias primas básicas.

        Ficar neste discurso de comunismo, democracia, esquerda e direita, somente serve de pano de fundo para as reais intenções mercadológicas da disputa.

        é outra este discurso comunismo x democracia, só existe na visão estereotipada de alguns analistas políticos, posto que, Rússia e China, podem ter governos autoritários, centralização e planificação estatal, ausência de livre mercado, uma gigantesca interferência governamental, etc, mas estão longe de serem economias comunistas.

        Vale lembrar a máxima países ou nações não tem amigos ou parceiros, elas tem apenas interesses.

      • Comunismo é a justificativa que os tolos criam para denegrir os países que eles repudiam, pois se tem uma coisa que Rússia e China não são é comunista, são mais centralizados sim, mas isso devido a diversas questões, principalmente a intromissão dos países do eixo oposto, que como vivenciamos, intrometem-se de maneira costumeira em países que não vivem de acordo com suas diretrizes.
        Já tratando da questão China x Rússia, creio que as perspectivas são as melhores possíveis, os acordos que nascem são prova disso.

      • Se vocês permitirem, eu nem vejo ninguém sério falando em comunismo há anos. Acho que só é aqui no Brasil que as pessoas ainda discutem a volta do comunismo mundial com Rússia e China como protagonistas.

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