Marinha dos EUA desdobra maior número de porta-aviões desde de 2012

carrier_group_02

Por Christopher P. Cavas

Tradução e Adaptação: Luiz Medeiros

WASHINGTON – Pela primeira vez em quase quatro anos, a Marinha dos EUA tem quatro grupos de batalha nucleados em navios aeródromos (porta-aviões) desdobrados em serviço ao mesmo tempo. Mais dois porta-aviões estão realizando operações locais, perfazendo assim seis dos dez navios aerodrómos ativos da frota em operação – uma percentagem anormalmente elevada. E outro navio está se preparando para partir.

A partida do Ronald Reagen no dia 04 de Junho de Yokosuka, Japão, juntamente com o destacamento em 01 de Junho do grupo do Dwight D. Eisenhower na Costa Leste dos EUA, dobrou o número de grupos desdobrados. O Harry S. Truman está no leste do Mediterrâneo na condução de combates contra alvos do ISIS na Síria e no Iraque, e o grupo do John C. Stennis está em operações continuadas no Mar do Sul da China.

Mais perto do lar, o Carl Vinson e George Washington estão cruzando ao largo das costas Oeste e Leste, respectivamente, passando por qualificações e formações.

Um sétimo porta-aviões, o George H. W. Bush baseado em Norfolk, é aguardado para estar à caminho para operações de treinamento em Junho, se preparando para ser destacado ainda este ano.

A última vez que quatro grupos de batalha foram desdobrados simultaneamente foi durante um período de nove semanas entre final de Agosto de 2012 até início de Novembro de 2012, disse um porta-voz da Marinha. Não ficou claro, porém, quando foi a última ocasião em que seis ou mais navios estaviram em operação simultânea.

Os movimentos não são em resposta a uma crise específica. “Tem tudo sido trabalhado por meses como parte do programa de Gestão de Força Global”, disse um oficial da Marinha, referindo-se a um plano conjunto do Pentágono que orienta grandes desdobramentos de forças militares dos Estados Unidos.

O nível de atividade de porta-aviões é notável por duas razões. Destacamentos foram visivelmente cortados a partir do final de 2012 e início de 2013 como resposta para as restrições de gastos causados por cortes no orçamento estipulado de acordo com as regras do “sequestration”. Os serviços ainda estão sofrendo para estabelecer fundos operacionais – apenas no mês passado, a Marinha informou ao Congresso que há um déficit de 848 milhões de US$ em contas de prontidão para toda a frota, dos quais 91 milhões de US$ foram diretamente atribuídos para extender o destacamento do Truman operarando no Mediterrâneo por mais 30 dias adicionais.

Mas apesar dos custos, poucas exibições militares carregam mais simbolismo do que desdobramento de Navio Aeródromo. Oficiais da Marinha comentam desde o ano passado que os porta-aviões poderiam passar mais tempo na região da Sexta Frota no Mediterrâneo, em vez de simplesmente passarem à caminho de áreas operacionais da Quinta Frota no Comando Central – um esforço para combater o crescimento das operações russas no meio leste na costa da Síria. O Truman, depois de deixar Norfolk em Novembro, passou a maior parte de seu destacamento no Golfo Pérsico e no Mar Arábico, mas passou pelo Canal de Suez em 2 de Junho para entrar no Mediterrâneo.

No Pacífico, o Stennis tem operado exclusivamente no oeste do Pacífico desde o início de seu desdobramento em meados de Janeiro, uma mudança distinta das turnês recentes do Westpac, que geralmente observou os porta-aviões passando mais tempo em operação no Oceano Índico / Mar Arábico / região do Golfo Pérsico. Mas o Stennis gastou muito mais tempo no Mar do Sul da China, re-estabelecendo uma presença contínua como contrapeso ao crescimento extensivo da China por lá.

Stennis e suas escoltas geralmente não têm desafiado diretamente reivindicações territoriais chinesas ao redor de ilhas artificiais construídas no Mar do Sul da China, mesmo que a presença dos navios de guerra envie uma mensagem clara de interesse.

“Estamos tentando não sermos muito provocativos”, reconheceu um oficial da Marinha dos EUA. “Mas estamos trabalhando para nos acostumarmos à operar muito próximos de uma Marinha concorrente próxima. Foi uma experiência de aprendizagem importante para nós para nos acostumarmos com a operação em um ambiente competitivo. A última vez que fizemos isso foi na década de 1990.”

“Aprendemos muito – o que você pode fazer e o que não pode fazer neste ambiente – e vai para os fatores de planejamento. Todo o grupo de batalha – navio aeródromo, ala aérea e navios escolta – fizeram tudo muito bem. E por todas as anedotas os chineses têm feito bem também. As comunicações foram profissionais. Tem sido uma experiência de aprendizado para ambas as marinhas”.

Ambas as operações duplas de porta-aviões irão fornecer oportunidades para fotos de primeira linha para os EUA mostrarem o tipo de poder naval que ainda podem exercer em face dos fortalecimentos militares chineses e russos.

Em cada teatro, espera-se que os navios aeródromos dobrarem e operarem juntos. O Stennis e Reagan provavelmente devem navegar pelo Mar do Sul da China juntos por um tempo, antes que o Stennis zarpe para o Hawaii e os exercícios do Círculo do Pacífico (RIMPAC) que estarão em curso no início de Julho.

Similarmente, Eisenhower e Truman devem provavelmente navegar juntos, pelo menos por um tempo, antes que o Truman vá para a base de Norfolk e o Ike siga para região do Golfo Pérsico.

Dos navios restantes restantes, o Nimitz está em revisão em Bremerton, Washington; o Theodore Roosevelt está em menor grau de prontidão, em San Diego, tendo retornado de desdobramento em Novembro; e o Abraham Lincoln está no estaleiro Newport News, Virginia, em estágios avançados de uma revisão reabastecimento de 3 anos.

Outro porta-aviões, o Gerald R. Ford, está sendo completado em Newport News. Quando este se juntar à frota ainda este ano, a força de navios aeródromos será restaurada ao seu nível mandatório de 11 navios.

Fonte: DefenseNews