Exército da Venezuela recebe helicópteros Mi-35M2 e Mi-17V5 repotencializados

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Por Tito Lívio 

Mi-35M2 “Caribe”

O Exército Nacional da Venezuela recebeu, provisoriamente, quatro helicópteros de assalto e ataque Mil Mil-35M2 “Caribe” na designação local (“Hind” no código da OTAN) de um total de dez que estão sendo submetidos a trabalhos de manutenção geral na Rússia. Os trabalhos estão a cargo da Rostvertol, localizada na cidade de Rostov-on-Don no sul do país e subsidiária do conglomerado de asas rotativas Russian Helicopters, e mediante os mesmos se reestabeleceram as capacidades de manobrabilidade e combate.

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Como informou a página Infodefensa.com, a empresa estatal Venezolana de Exportación e Importación CA (Venxinca) contratou, por meio da corporação russa de comércio de material bélico a Rosoboronexport, o reparo e inspeção geral da frota de dez helicópteros Mi-35M2 do Comando de Aviação do Exército Venezuelano, os quais foram fabricados em 2006. Os trabalhos eram necessários porque, segundo indica seu manual de exportação, após de seis anos ou 1.000 horas de voo, devem entrar em sua primeira fase de manutenção geral. No início de 2014, os aparatos foram transportados para a Rússia, a bordo dos gigantescos aviões cargueiros Antonov An-124.

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Mi-17V5 “Panare” e a conexão bielo-russa

            Paralelamente, na Base Aérea Generalíssimo Francisco de Miranda, na capital Caracas, realizou no dia 4 de maio o ato de recepção oficial de treze helicópteros Mil Mi-17V5 dos quatro componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). Perto de concluir um processo de manutenção, revisão e extensão maior da vida útil de seus componentes principais.

Foto Ivan P. Nesbit/Airliners.Net
Foto Ivan P. Nesbit/Airliners.Net

Entre os componentes que se estenderam a vida útil se destacam os motores, transmissores principais, redutores das pás, amortecedores de vibração entre outros, segundo as indicações do fabricante contidas nos manuais de manutenção técnica.

Os trabalhos foram realizados pela equipe técnica venezuelana, com assistência da empresa estatal bielo-russa Belspetsvneshtechnika e a empresa Brio Internacional. O programa de recuperação da frota de Mi-17V5 abarca 22 helicópteros no total.

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Helicópteros Mi-17V5 durante os trabalhos de manutenção capital com a assistência técnica de equipes venezuelanas e bielo-russas (Foto: @EJB_CAV / FAV-Club)

O ato de recepção esteve encabeçado pelo general Vladimir Padrino López, ministro do Poder Popular para a Defesa, acompanhado pelos oficiais generais do Estado-Maior Superior da FANB e o general de brigada Luis Novo Costoya, comandante da Aviação do Exército, além de demais autoridades militares e civis.

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Centro de Manutenção de Helicópteros

O general Padrino López informou que na província de Portuguesa, na região centro-oeste do país, “está em processo de construção o maior centro de manutenção de helicópteros da América Latina, que prestará serviços a aeronaves venezuelanas e de países irmãos de nosso continente com uma equipe venezuelana altamente capacitada.”

Entre outros projetos, o ministro da Defesa anunciou os investimentos para a construção do Centro de Instrução Simulado de helicópteros de fabricação russa, na província de Yaracuy, no noroeste venezuelano. Este centro será responsável pelo treinamento de todos os pilotos da FANB.

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Nota do Editor: A tradicional “compra de prateleira”, prática comum na maioria dos países importadores e consumidores de produtos e serviços de defesa, traz consigo uma importante observação para reflexão: A dependência progressiva do usuário com o fornecedor. Isso implica que a decisão de aquisição de um determinado vetor militar, deve ser encarada muito mais do que uma relação puramente comercial, mas sim uma parceria estratégica, estreitando os laços entre os países, garantindo a continuidade do fluxo de peças sobressalentes e dos serviços de manutenção prestados, necessários para manter a plena operacionalidade desses equipamentos.

Entretanto, a falta de uma capacidade industrial e tecnológica para substituição desses equipamentos (ou pelo menos mecanismos de garantir a manutenção dos mesmos em solo nacional) ou a falta de acordos mais robustos para a garantia de offsets como a capacitação e formação de técnicos, ou a instalação de centros de manutenção ou simuladores no país cliente (mesmo que isso conceda um peso maior no orçamento), acaba intensificando a dependência externa ao fornecedor, onde a garantia do funcionamento desses vetores, e assim a projeção de autoridade e soberania do Estado nacional, por meio de suas Forças Armadas em seu espaço geográfico, fica condicionada a manutenção de relações carnais e estáveis com o fornecedor, que na maioria dos casos, se constitui como uma potência militar hegemônica.

Fonte: Infodefensa.com, FAV-Club, Agência de Notícias da Venezuela, com informações da assessoria de imprensa da Aviação Militar Bolivariana (AMB).

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