FAB PÉ DE POEIRA: Infantaria da Aeronautica um relato sobre a evolução histórica da nossa Tropa de Infantaria.

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Autor:  Brig. de Inf. Aer. RR – Nielson Campos de Souza

O dia 11 de dezembro de 1941 marcou o início das atividades da Tropa de Infantaria na Aeronáutica, através do Decreto-Lei Nº 3.930, que criou as seis primeiras Companhias de Infantaria de Guarda (Cia IG), sediando-as nas Bases Aéreas de Belém, Fortaleza, Natal, Recife, Salvador e Galeão.

Estrategicamente as Cia IG recém-criadas foram dispostas ao longo do litoral Norte e Nordeste, coincidindo com importantes centros de defesa aérea do nosso País.  Essas Companhias eram compostas de 3 (três) pelotões de fuzileiros e 1 (um) pelotão de metralhadoras, e empregavam o seguinte armamento: Fuzil 1908, modelo brasileiro, calibre 7 mm; Metralhadora leve Hotchkiss M 1922, calibre 7 mm; e Pistola 38, para oficiais. Após a Segunda  Grande Guerra, apareceram as carabinas M1 e M1-A1 e as submetralhadoras Thompson.

Seus primeiros comandantes eram capitães aviadores, e os demais militares que as integraram eram oriundos do Exército Brasileiro.

O Quadro de Oficiais de Infantaria de Guarda somente foi criado em 1942, por intermédio do Decreto-Lei nº 4.754, de 29 de setembro de  1942, que definiu que o quadro seria composto de 30 (trinta) segundos tenentes e 15 (quinze) primeiros tenentes, da reserva, convocados, já em serviço ativo na Aeronáutica, e de suboficiais e sargentos aprovados em concurso. Não sendo suficiente o número de candidatos assim selecionados, poderia o Ministro da Aeronáutica, em entendimento com o Ministro da Guerra, aproveitar também segundos tenentes da 1ª classe da Reserva da 1ª linha do Exército e, mediante concurso, sub-tenentes e sargentos dessa mesma Força que possuíssem o curso de comandante de pelotão e tivessem ótima conduta.

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Assim, nascia a Infantaria de Guarda, trazendo, desde seus primórdios, a marca da guerra, com a missão básica de prover a guarda e a vigilância das nossas Bases Aéreas.  O decorrer do tempo, outrossim, gerou uma natural expansão no conjunto de suas atribuições.

A partir da sua criação, o Ministério da Aeronáutica experimentou um acelerado crescimento, com ampliação das Bases Aéreas em todo o Brasil, com o surgimento de novas Unidades de Aviação e com a aquisição de inúmeros aviões de combate.

Concomitantemente ao crescimento do Ministério da Aeronáutica e ao aperfeiçoamento das atividades desenvolvidas pela FAB, novas frações de tropa de infantaria foram sendo criadas e ativadas, para atender às necessidades de segurança nas nascentes Organizações Militares (OM) do Ministério.

Destarte, seguiu a Infantaria de Guarda, ao longo dos anos,  absorvendo cada vez mais novas atribuições, o que veio ampliar substancialmente seu campo de atuação dentro da Força.

Desta forma, os oficiais desse quadro, além de comandantes de unidades e de subunidades de tropa, passaram, também, a chefiar Seções de Contra-Incêndio, Bandas de Música, Seções de Material Bélico, Seções de Instrução Militar, Seções Mobilizadoras e Juntas de Alistamento Militar.

Passaram, ainda, a ter importante participação na instrução militar dos alunos das escolas de formação do nosso Ministério; no planejamento e na execução do cerimonial militar; no enquadramento disciplinar da tropa; na organização, orientação e controle dos serviços de guarda e vigilância e na formulação dos planos de segurança das OM.

O final da década de 1970 encerra o que pode ser chamado de Primeiro Ciclo Evolutivo da Infantaria da Aeronáutica, já que, a partir do ano de 1980, uma série de medidas que visavam a sanar  suas deficiências foram adotadas, conforme destacaremos a seguir:

                Lei Nº 6.769, de 19 MAR 1980 – deu nova denominação ao QOIG, que passou a se chamar Quadro de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica (QOINF);

                Decreto Nº 85.324, de 05 NOV 1980 – dispõe sobre os Quadros de Oficiais da Ativa da Aeronáutica e sobre o acesso do QOINF ao posto de Coronel;

                Aviso Nº R-01/GM3, de 10 MAR 1983 – dispõe sobre a realização do Curso de Formação de Oficiais de Infantaria da Aeronáutica na Academia da Força Aérea.

Em março de 1983, foram criados  Batalhões de Guarda e Segurança (BGS), em 42 Organizações do MAER; e os Batalhões de Polícia de Aeronáutica (BPA), nos QG dos Comandos Aéreos Regionais.

                Portaria R-531/GM3, de 26 SET 1984 –  Extinguiu os BGS e BPA e criou Batalhões de Infantaria da Aeronáutica (BINFA), unidades de múltiplo emprego, que incluíam subunidades de Infantaria da Aeronáutica, de Polícia da Aeronáutica e de Contra-Incêndio.  Estas unidades enquadravam, também, as Bandas de Música e Marciais, Seções Mobilizadoras e de Instrução Militar.

                Em 1984, é formada, pela AFA, a primeira turma de Aspirantes-a-Oficiais de Infantaria da Aeronáutica, composta de 42 novos infantes.  No mesmo ano, foram promovidos os primeiros oficiais ao posto de Coronel do QOINF.

                Portaria R-006/GM3, de 05 JAN 1990 – aprova uma nova IOF/BINFA, acrescentando ao Setor Operativo destes Batalhões uma Companhia de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (CAAAD), com a finalidade de executar a autodefesa antiaérea das instalações de interesse da Aeronáutica.

Em 1994, o Ministério da Aeronáutica adquiriu um lote de 20 mísseis portáteis superfície-ar IGLA 9K38, de fabricação russa, para equipar um núcleo precursor de Artilharia Antiaérea de Autodefesa.

No ano de 1995, por determinação do EMAER, em coordenação com o COMGAR, o BINFA da Base Aérea de Canoas foi designado para receber e empregar o material antiaéreo recentemente adquirido, sendo ativada a . 1ª CAAAD.

                A 1ª CAAAD operou, desde o início das suas atividades, o míssil portátil IGLA 9K38 de baixa altura.  Atualmente, ela está equipada com uma versão mais moderna deste armamento, o míssil portátil IGLA-S 9M342.

Essas e uma série de medidas mais recentes adotadas pelo Comando da Aeronáutica marcaram uma transição para um novo patamar na atuação da Infantaria, conferindo inéditas dimensões às suas atividades, que culminaram com a criação do posto de oficial general.

                Em cumprimento ao disposto no PCA 11-47, de 14 de fevereiro de 2008, Plano Estratégico Militar da Aeronáutica (PEMAER), no ano de 2010, foi ativada, no BINFAE-Manaus, a 2ª CAAAD, também equipada com o míssil portátil IGLA-S 9M342 de baixa altura.

Corroborando com o disposto na Estratégia Nacional de Defesa, aprovada pelo Decreto Nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008, o COMAER planeja implantar, gradualmente, a médio prazo, nos BINFAE das Bases Aéreas de maior interesse estratégico, outras CAAAD, estando prevista para a Base Aérea de Anápolis a implantação de um Sistema Antiaéreo de Média altura.

No futuro, essas CAAAD ativadas serão enquadradas por Grupos (GAAAD) que por sua vez estarão subordinados a uma Brigada (BAAAD) comandada por Brigadeiro de Infantaria.

Desde fevereiro de 2011, um Pelotão de Infantaria da Aeronáutica participa, ao lado de militares do Exército e da Marinha, do contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH).

Fonte: Interativas Reservaer

Fotos :Redutos dos Carcarás 

Nota Plano Brasil:

  • Em 2012, a Companhia de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (CAAAD) virou GAAAD (Grupo de Artilharia Antiaérea de Autodefesa) ao ser transformada em Unidade, momento de criação dos Primeiro e Segundo Grupos, localizados respectivamente em Canoas (RS) e Manaus (AM). No entanto, em 2014, os antigos Grupos de Artilharia Antiaérea de Autodefesa (GAAAD)  foram designados como Grupos de Defesa Antiaérea (GDAAE). “A mudança da denominação coloca os Grupos de Defesa Antiaérea e o Núcleo de Brigada em conformidade com a regulamentação estabelecida pela Força Aérea. Em 2009, foi ativado o 3º GDAAE com sede em Anápolis – GO. Atualmente os GDAAE estão subordinados ao Núcleo de Brigada de Defesa Antiaérea (NuBDAAE).
  • O Primeiro Pelotão de Infantaria de Aeronáutica chegou ao Haiti em Fevereiro de 2011 e cerca de 250 militares de oito pelotões da FAB passaram pela Minustah até Julho de 2015 quando a FAB encerrou sua Participação na Missão do Haiti.