Planos do B-21 avançam em meio a polêmica

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ROBERTO GODOY

Novo bombardeiro de ataque a longa distância dos EUA está previsto para operar em 2025, mas projeto é criticado

Durante uma noite em 2025, o avião de US$ 606 milhões sairá de sua base subterrânea no Missouri, interior dos EUA, rumo ao outro lado do mundo armado com uma bomba de 14 toneladas – um monstro capaz de penetrar até 60 metros no alvo antes de detonar suas 2,1 toneladas de alto explosivo.

Feita para destruir objetivos fortificados, abaixo do solo, a arma estará na barriga do B-21, o novo bombardeiro de ataques a longas distâncias da aviação americana. Antes que essa cena vire realidade, o programa, formalizado há um mês pela Força Aérea (USAF), terá de superar poderosos obstáculos. O senador republicano John McCain, líder da Comissão de Assuntos da Defesa, ameaçou bloquear a operação se não puder fazer alterações nos termos da encomenda, para evitar o que ele considera “prática de sobrepreço”.

Além disso, em meio à corrida das eleições primárias pela indicação do sucessor de Barack Obama na Casa Branca, o senador sugeriu que o tema seja “de alguma forma” discutido com todos os pré-candidatos, de ambos os partidos.

Sucessor do B-2 Spirit, um dispendioso jato estratégico de US$ 2 bilhões cada, concebido nos anos 80 para ser o primeiro do mundo ‘invisível’ ao radar da defesa do inimigo – qualquer inimigo –, o B-21 está sendo criado pela Northrop Grumman, o mesmo grupo que projetou e construiu o modelo anterior há mais de 30 anos.

É uma máquina de guerra cara. Embora esteja sendo projetado de acordo com a determinação de redução de custos imposta pelo governo Obama a todos os empreendimentos do Pentágono, ainda assim não vai sair por menos de US$ 606 milhões a unidade. O voo inaugural está previsto para 2020 e a entrada em operação em 2025. O contrato inicial, incluindo a fase de desenvolvimento, vale US$ 21,4 bilhões. A Força Aérea planeja comprar de 90 a 100 aviões. Do Spirit, foram feitos só 21.

Na semana passada, uma imagem preliminar do jato militar foi apresentada pela secretária americana de Defesa para Aeronáutica, Deborah Lee James. Antes, a empresa havia mostrado a aeronave sob refletores, debaixo de uma cobertura de tecido fino que escondeu os detalhes.

Receita. Não há muitas informações a respeito das especificações e capacidades do jato. Assim como o B-2, ele é uma asa voadora de baixo perfil, com a cabine de comando embutida e desenho irregular.

O B-21 terá de preservar a possibilidade de receber ao menos 18 mil quilos de armamento. As novidades de maior peso serão, todavia, eletrônicas. Especialistas aeronáuticos ouvidos pelo Estado acreditam que poderá incorporar computadores “que permitam em algum momento seu uso sem piloto a bordo, como um super drone”.

O primeiro problema a ser superado é a extrema delicadeza do atual bombardeiro estratégico, o B-2, que precisa ser mantido em hangares climatizados para operar regularmente. O radar de bordo não funciona bem na chuva. O novo avião continuará sendo subsônico, com a velocidade máxima na faixa pouco acima de 1.000 km/hora.

A fuselagem será coberta por um revestimento tão secreto que ainda não tem nome – é a ‘pele silenciosa’, um apelido. A autonomia poderá chegar a 15 mil quilômetros. Isso quer dizer que os dois tripulantes poderão tomar o desjejum em casa, em uma base na região montanhosa do Colorado, decolar para um ataque no Oriente Médio ou na Ásia e, depois de um único reabastecimento em voo, retornar a tempo de se sentar à mesa de um novo café da manhã.

Fonte: Estadão

24 Comentários

  1. O maior risco e esse brinquedo ter uma vida útil curta, tecnologias de detecção avançarem e diminuírem a eficiência de sua furtividade, ai a coisa acaba ficando muito caro mesmo. Um exemplo disso é seu antecessor o B2 que se brincar sai da ativa antes que o B52 . Não sei se não é melhor desenvolver misseis/drones furtivos e lança-los de plataformas mais tradicionais e menos dispendiosas.
    Sds.

    • muttley,

      Uma aeronave como o B-2 somente poderia ser localizada a distância significativa por radares de baixa frequência ( UHF, VHF ), que normalmente trabalha em ondas métricas. Daí que a precisão deles é baixa. Existe a necessidade de se contar com radares de frequência maior em ondas centimétricas para se ter precisão e engajar. E é contra esses tipos que o stealth se sobressai, tornando-o muito mais difícil de ser localizado por um radar DT ou de um caça, que normalmente trabalham nessa faixa…

      Seja como for, o B-2 não se aproximará para lançar sua carga… Ele a lançará a centenas de quilômetros do alvo, longe do alcance de qualquer SAM.

      Já tipos como o B-52, embora possam lançar cargas a mesma distância que o B-2, são muito mais fáceis de serem localizados, o que aumenta as chances de uma interceptação.

      • RR, grato pela reposta e concordo com ela.
        Questiono em uma situação quente entre Rússia e EUA o primeiro sinal de que esse “brinquedo” esteja se aproximando vai desencadear um ataque preventivo por parte dos Russos, a tentativa de interceptação ficaria em segundo plano. Em uma situação não tão quente, os EUA não levariam essa aeronave (o stress gerado por uma aeronave com tais características é muito alto) para as “proximidades” ela poderia desencadear uma guerra total não desejada, qualquer “fantasma” que apareça na tela do radar pode ser interpretado como uma ameaça que não pode ser contida.
        Para mim “achar” que um B2 ou seu futuro substituto está vindo e não poder intercepta-lo ou ter certeza que um B52 ou B1 está vindo e não ter certeza que não vou poder intercepta-lo significa apenas uma coisa, inicie um contra ataque o mais rápido possível e mande o Mundo para a idade da pedra.
        Não vejo um bom custo beneficio em uma aeronave assim, ela não me garante um ataque sem retaliação.
        Sds

      • muttley,

        Aí é que está…

        Quem terá coragem de lançar primeiro…? Saber que os B-2 estão no ar é uma coisa. Lançar um ataque preventivo baseado nisso já é outra bem diferente; principalmente considerando a retaliação que certamente virá… Também não creio que seja fácil saber quantos estarão no ar ou mesmo se tudo não passa de um exercício… E essas são algumas das incertezas que o B-2 visa causar; isto é, uma dúvida que retarde ou desoriente a ação do adversário.

        Armas nucleares são armas de ultima instância. E assim o é porque simplesmente é inviável neutralizar todas as armas… Logo, duas potencias nucleares utilizando-as a contento significa invariavelmente um suicídio… Num improvável conflito desse nível, tenha a certeza de que haverá todo o “cuidado” em utiliza-las, haja visto o medo de retaliação. Ninguém vai responder, por exemplo, uma arma nuclear tática com um ICBM na capital do adversário…

        Ao contrário, interceptar esses bombardeiros antes que cheguem ao ponto de lançamento de suas armas sempre será prioridade. De fato, assim que inteligência notifica que o B-2 deixou suas bases, todo um aparato ( caças e AWACS ) decola visando os pontos previstos para interceptar. Não pra menos os russos fazem um esforço descomunal para manter o Mig-31. É a única coisa que eles tem que é rápida o bastante para garantir uma interceptação rápida.

        O B-2 não se limita a um ataque nuclear estratégico. Pode ser utilizado para lançar armas de precisão capazes de destruir centros nervosos do adversário. Aliás, já foi usado assim no Kosovo e, mais recentemente, na Líbia… E mais importante: pode faze-lo partindo direto dos EUA, sem necessidade de escalas. Pode atacar qualquer parte importante do globo em menos de 24 horas. Isso, combinado a furtividade, gera uma capacidade única…

        Vale salientar que as defesas aéreas estão cada vez mais acessíveis e mais inteligentes. Países medianos podem montar uma defesa complexa e difícil de ser batida. Mísseis SAM hoje são capazes de utilizar até mesmo sinal emitido pelo próprio ECM do alvo para “trackea-lo”, o que obriga a existência de meios para garantir a discrição de uma aeronave, o que implica em RCS baixo, discrição eletrônica ( baixa emissão de ondas ) e térmica ( baixa assinatura IR ). E com caças é mesmo. Tipos de geração 4.5 podem efetivamente comprometer o uso de um bombardeiro convencional, de grande RCS, a depender da situação.

    • Olha amigo, o B-2 não é um exemplo de “brinquedo ter uma vida útil curta, tecnologias de detecção avançarem e diminuírem a eficiência de sua furtividade”.

      B-2 é um exemplo de máquina considerada tão avançada que se tornou desnecessária visto que a Rússia na época não era mais considerada ameaça.

  2. E recomeça a megalomania pentagoniana…
    Os EUA não aprendem, estão passando apertos e reajustes por conta do F-35 e agora mais essa? já está mais do que claro que este projeto visa arrancar dinheiro os cofres publicos, e que alguns políticos devem estar tirando alguma grana juntos a militares, pois é insustentável que se invista num novo projeto em cima da problemática do JSF.

    • Arc meu amigo, perca suas esperanças: “usamericanus” NUNCA aprendem, e JAMAIS aprenderão… Fazem isso já pra mais de 70 anos…

      Sabe porque?

      Porque isso além de manter a máquina de guerra deles como a mais avançada e poderosa do Planeta Terra, dando-lhes a absoluta supremacia militar global, gira sua economia, cria milhões de empregos, mantém milhares de empresas funcionando, gera riqueza, gera tecnologia de uso dual, que novamente gera mais empregos, royalties, exportações, licenças, patentes, etc., num círculo virtuoso infinito.

      Foi exatamente assim com CADA UMA das aeronaves sempre revolucionárias projetadas pelo e/ou para o governo da América. Desde o P-47 e P-51 que o Tio Sam estoura orçamentos.

      E funciona.

      PS: E já foi pior: na Guerra Fria de cada três projetos (todos estourados) dois iam pra lata do lixo.

      • Concordaria com vc se houvesse capital de giro pra isso, mas custos exorbitantes não geram retorno caro Vader, sinto lhe informar, mas todo projeto precisa ter sua fonte marjorada, e esse dinheiro vai sair do contribuinte para o bolso das grandes corporações. Não disse que os EUA não tem que investir num novo bombardeiro, poderiam inclusive investir numa atualização do B-1 e B-2, mas gastos como o JSF não serão possíveis dentro de 20 anos, e não adianta dizer que vai vender muito, pois os custos de P&D precisam ser rateados sobre as unidades vendidas, e até cobrir os exoebitantes 560 bilhões dólares demorará muito, com isso os EUA precisam repensar projetos megalomaniacos, do contrário vão mergulhar em dividas, alias, ja devem 150% do proprio PIB, mais do que nós mesmos. Lembrando que batalhões estão passando aperto por conta dos cortes desse ano, demonstrando que a situação financeira não é das melhores.

      • Tic Tac Tic Tac. Tá ouvindo esse barulho, Vader? é o relógio…

        Questão de tempo para que o dólar, verdadeiro Esquema Ponzi, cair. Chega da farra de imprimir verdinhas para financiar bomba atômica e esses projetos caríssimos e absurdos. Nada salvará seu amadíssimo Império.

        A única saída que vejo é uma Guerra Mundial, contra Rússia e China. Só que mesmo que o seu amado EUA vença essa Guerra – o que existe só 50% de chances de ocorrer – estarão tão debilitados que não serão sequer Potência, que dirá Superpotência.

        Eu sei que veremos a queda do Império ainda na nossa geração, Vader.

        Aguarde e verás!

        Logo logo o dólar será um monte de papel velho, bom para fazer fogueira e se aquecer…

        Tic Tac Tic Tac….

      • “”A única saída que vejo é uma Guerra Mundial, contra Rússia e China.
        “”

        Então está vendo errado…

        De onde você tirou que a China vai participar de uma guerra ao lado da Rússia????

        De onde tirou 50% de chance dos EUA vencerem???

        De onde saiu a ideia de que a Rússia tem relevância econômica para quebrar o dólar???

        Botem uma coisa na cabeça: Problemas militares com a Rússia e China são coisas completamente diferentes em lugares diferentes.

        É engraçado vocês querendo levar a Rússia de carona no sucesso chinês…

      • É mesmo professor “tomahok”? Então explica como a Rússia vai fazer isso com a economia em franca retração pela baixa do preço do petróleo e a economia chinesa com crescimento declinante ano a ano?

        Ah! aproveita e fala dos Panama papers onde os sócios de Putin na bandidagem no Estado russo foram flagrados escondendo 2 bilhões de dólares por baixo, e todo o politburo do PC chinês, inclusive parentes e aderentes, flagrados escondendo dinheiro.

        Quer dizer são esses dois estados com problemas e extremamente corruptos que vão ditar a nova ordem mundial? Onde? No mundo de Nárnia?

        Mas o melhor mesmo é que a casa está cainda para esses dois paísea agora. Nem precisa de “tic-tac”

      • Eles acham que a China vai defender Rússia.

        Nem na Ucrânia os chineses apoiaram politicamente, muito pelo contrário até.

      • Uma vai defender a outra. Essa é a realidade, Deagol. Quer você aceite ou não, é assim que é. Quer mentir para si mesmo? quer ouvir o que vc quer ouvir e não a realidade?. Ok.

        O Ocidente é o supra-sumo da tecnologia, imbatível militarmente, economicamente perfeito, os EUA e a Europa não são imperialistas, são bons, ajudam os povos subdesenvolvidos e lutam pela democracia.

        Pronto. Está feliz agora? parabéns.

        Só que a realidade logo logo será evidente.

      • Caro “Tomahok” (sic), o maior problema dos debatedores de política e defesa em geral é confundir o que gostariam que ocorresse com o que realmente ocorre.

        Alguns o fazem de boa-fé, iludidos com alguma doutrina esquerdizante que causa microcefalia.

        A maioria no entanto o faz de má-fé mesmo.

        Isso que você faz não é análise: é propaganda. E nem o mais ingênuo dos leitores cai nessa conversinha furada.

        De maneira que você aqui só faz pregar para seus próprios acólitos.

        Na boa, mas quando eu era moleque, lá em meados dos anos 80, já ouvia essas porcarias tipo “o dólar vai explodir”, “os EUA irão falir”, “o petróleo vai acabar”, “o russo vai dominar o mundo” e “no futuro todo mundo vai ser chinês”.

        De lá pra cá o dólar está mais forte e atrativo do que nunca, os EUA continuam a ser a única potência global dominante, as reservas petrolíferas mundiais nunca foram tão altas, a URSS quebrou (e a Rússia do Putin vai pelo mesmo caminho), e a taxa de natalidade chinesa é pífia.

        O “destino-manifesto” das doutrinas marxistas não existe: é uma falácia.

        E eu tô velho demais pra acreditar em boitatá. saci-pererê, Iara a mãe d´àgua e na mula-sem-cabeça-que-solta-fogo-pelas-ventas…

  3. O grande problema neste caso é o risco de se desenvolver uma tecnologia alternativa que possa tornar um avião convencional invisível aos radares, mesmo que remota esta possibilidade existe e pior; não é do interesse de qualquer industria desenvolver isto; porque ai os caças e bombardeiros atuais ficariam no mesmo patamar que os modelos de 5ª geração ou até superiores.
    E as industrias querem fazer modelos novos com um lucro bem maior.
    Só o futuro nos dirá se tudo isto é um grande fiasco (o maior da industria bélica dos EUA neste caso) ou se é uma tecnologia inovadora como promete.

  4. O B-21 e o F-35 foram os melhores projetos de todos os tempos, porque foram os projetos que mais beneficaram os….russos e chineses…..

    kkkkkkk

    Longa vida à eles!

    • Beneficiaram a Rússia e China como?

      Não sei porque competição armamentista beneficiaria um país em recessão como a Rússia. Explica aí onde a Rússia foi beneficiada para a gente entender melhor.

      Mas o B-2 beneficiou sim a Rússia pois ajudou a quebrar a união soviética e retirou os russos do atraso e da ditadura corrupta.

      Nisso você está certo…

    • Só falta o cara dizer que a tecnologia da Lada e melhor que a do Corvette por que um lada era 5 vezes mais barato.

      Abre a janela da sua casa e conte quantos produtos da tecnologia russa conseguiram competir e chegar até nós???

      80% das críticas pejorativas à Rússia que se vê na internet se devem justamente a comentários sem noção como esses que você faz.

      • Então tá professor “tomahok”, por acaso o Lada tem:

        – Motor de 659 CV
        – Freios Brembo
        – Câmbio automático de 8 marchas

        Nem conto o resto para não humilhar a carroça russa

      • Abro a janela da minha casa e posso contar que quase todos os produtos que são utilizados por todos são “Made in China”.

        O seu Ocidente decadente já era.

      • É mesmo professor “Tomahok”? Então conta para a gente sobre o estrondoso sucesso dos jatos comerciais chineses no mercado internacional, assim como de quantos prêmios Nobels eles ganharam em comparação com os países ocidentais.

    • É mesmo? Então conta para a gente do natimorto PAK DA, do T-50 que sequer consegue reduzir o RCS e do J-31 “fumacinha”…rs!

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