Coreia do Sul e EUA iniciam diálogo oficial sobre escudo antimísseis

A Coreia do Sul e os Estados Unidos da América iniciaram hoje as conversações sobre a instalação do “escudo antimísseis” norte-americano THAAD no país asiático, um projeto que gerou forte rejeição da Coreia do Norte e da China.

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MUNDO PROJETO05:54 – 04/03/16POR LUSA

As negociações foram formalmente abertas depois de as duas partes apresentarem em Seul um novo grupo de trabalho conjunto, disse à Efe um porta-voz do Ministério de Defesa em Seul.

O grupo de trabalho, liderado pelo tenente general sul-coreano Jang Kyung-soo e o norte-americano Robert Hedelund, celebra hoje a primeira reunião no ministério para abordar a futura instalação do escudo antimísseis norte-americano.

O órgão conjunto vai dedicar-se a debater uma série de assuntos como a eficácia militar do THAAD, os locais mais adequados para a sua instalação, o calendário de execução do projeto, a divisão de custos e o impacto sobre a segurança e o meio ambiente, entre outros, indicou o porta-voz da Defesa.

Seul e Washington anunciaram em fevereiro que começariam a negociar a instalação no território sul-coreano do escudo antimísseis como resposta ao teste nuclear e lançamento de um foguete espacial — considerado um teste de mísseis — da Coreia do Norte.

O projeto THAAD, um sistema desenhado para intercetar mísseis na fase de voo terminal, gerou protestos tanto por parte da Coreia do Norte, que o considerou uma ameaça direta à sua segurança, como da China e, em menor medida, da Rússia.

Pequim declarou em diversas ocasiões a sua oposição à instalação do sistema, considerando que os seus radares podem captar informação militar confidencial chinesa, enquanto Moscovo defende que o sistema permite inspecionar o espaço aéreo de algumas regiões do seu extremo oriental.

O início das conversações oficiais acontece num momento de particular tensão, depois de a Coreia do Norte ter lançado, na quinta-feira, vários mísseis de curto alcance para o mar e hoje ter ameaçado com um ataque nuclear preventivo, após receber novas sanções do Conselho de Segurança da ONU.

Acredita-se que o escudo poderia ser instalado perto da localidade de Pyeongtaek, a 70 quilómetros de Seul e onde se concentram importantes instalações militares norte-americanas.

Fonte: Notícias do Minuto

 

16 Comentários

  1. a realidade dos fatos é que este escudo visa minar/cercar a China PRC e não a Coreia do Norte…assim como esquematizam na Ucrânia contra os Russos..existe uma guerra velada hoje para impedir a expansão e consolidação dos Brics..pois estes emergentes tomam/disputam áreas de influencia e mercados desta gente..ameaçam sua hegemonia….

    • Mas parece que os brics e seus asseclas fazem por onde darem desculpas para que o outro lado se consolide… porque o gorducho começou com essa história de lançar mísseis e explodir bombas logo agora ???… parece até combinado, não ???…

  2. A Asia caminha a passos largos para ser nesse seculo 21 algo pior do que foi a Europa durante a guerra fria, a militarização da região, que já não é(era) pequena, só esta crescendo. A Europa durante a guerra fria era um cenário equilibrado com cada peça obedecendo “regras”, na Asia a coisa parece estar mais bagunçada, com uma China cada vez mais robusta, uma Coreia do Norte controlada por piá, somado uma duzia de países que se odeiam mutuamente, mais EUA jogando panos quentes em seus aliados(que obviamente se odeiam também caso da Coreia do Sul e Japão), e pondo fogo quando pode em seus não aliados.
    Sds

  3. Alguém poderia me explicar porque da escolha do THAAD e não do MIM-104 Patriot, um sistema já totalmente implantado e confiável?

    • Tenho a impressão de que o THAAD é mais moderno e avançado. Ademais, a Coréia do Sul já possui diversas baterias de Patriot, adquiridas de segunda mão da Alemanha.

    • Conan,

      O THAAD foi implantado no final da década passada. Hoje, já se encontra ‘full’ operacional… Em desempenho, pode se dizer que é mais ou menos um equivalente ao que os russos terão com o S-500…

      Esse sistema americano é plenamente capaz de cobrir as faixas dos MRBMs, que é o que os coreanos do norte poderiam atirar contra os coreanos do sul em primeira instância, podendo oferecer cobertura integral ao espaço aéreo dos principais centros…

      O Patriot, por outro lado, cobre a faixa dos mísseis balísticos de curto alcance. É basicamente um sistema de TO, protegendo contra mísseis de desempenho similar ao Skud ( ou até mesmo Iskander ), e não propriamente para a defesa estratégica…

      Acredito que com o THAAD posicionado próximo a Seul, haveria a plena possibilidade de abater qualquer coisa lançada pra baixo de Pyongyang ainda em território do norte…

      • Pessoal, obrigado pelas explicações, esse tipo de sistema realmente não é minha especialidade. Sou do tempo que os Nike Hércules eram o que havia de melhor no mercado 🙂

  4. Isso é pouco. Os EUA deveriam considerar seriamente reinstalar os silos de armas nucleares balísticas na península coreana, assegurando desta forma a obliteração da Coréia-Lixo em caso de ataque.

    Ou a China-Comunista e a Rússia-Czarista mantêm seu cachorrinho na coleira (já que aparentemente se negam a quaisquer esforços para derrubá-lo) ou deverão arcar com as consequências de sua inação.

    Enfim, é um avanço. Mas cabe mais.

    • Vader,

      Nem precisa tanto…

      Mísseis balísticos de TO, como o ATACMS ( EUA ) ou o XuanWu-2 ( CS ), podem ter baterias posicionadas no través de Seul e garantir acertos 150km adentro da fronteira com o norte. Se dotados de cargas nucleares táticas, bloqueiam os principais eixos de avanço… No mais, basta eles terem ciência de que há sempre algum SSN como ‘Tomies’ lançados por TT naquelas águas ( ou deveriam ter… ).

      E vale lembrar: os coreanos do sul podem montar uma ogiva nuclear suja na hora que bem entenderem… Aliás, só a pressão dos EUA mesmo é que impede a “nuclearização” total da região…

      • RR, sei que os EUA possuem em seu arsenal armas mais que capazes de destruir a Coréia-Lixo. Mas a presença de armas nucleares na Coréia do Sul passaria uma mensagem política clara não ao cachorrinho norte-coreano, mas sim a seus mestres russos e chineses (mais estes últimos).

        Só um adendo/correção: na minha concepção “bomba-suja” não é arma nuclear, na medida em que não gera reação em cadeia a partir de uma fissão.

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