O Brasil acaba de obter os primeiros 100 gramas de didímio metálico, um dos elementos principais na fabricação de superimãs, peças-chave nas turbinas eólicas e carros elétricos e necessários em dispositivos eletrônicos. A conquista vem de um projeto firmado recentemente pela Unidade EMBRAPII IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM).
De acordo com o pesquisador do Centro de Tecnologia em Metalurgia e Materiais (CTMM) da Unidade EMBRAPII IPT e coordenador do projeto, João Batista Ferreira Neto, a conquista deve ser comemorada. “A obtenção do didímio mostra que é possível, em um futuro breve, a sua produção em escala industrial, contribuição definitiva para completar a cadeia dos ímãs de alto desempenho. A ideia é que o Brasil tenha domínio tecnológico de toda a cadeia produtiva dos ímãs permanentes, desde a extração mineral das terras raras até a fabricação dos ímãs”, afirma.
A CBMM, parceira no projeto, possui um grande diferencial competitivo para a produção do didímio. A empresa é líder mundial na exportação de nióbio, metal que é extraído de sua reserva mineral situada em Araxá (MG), que possui também alto teor de terras raras. A CBMM desenvolveu uma planta-piloto de concentração (separação) das terras raras e deu sequência ao trabalho em uma planta laboratorial, na qual está conseguindo separar os óxidos dos principais metais de terras raras contidos em seu minério, dentre eles o óxido de didímio.
O elo que faltava para dar andamento à produção dos superímãs era justamente a redução do óxido de didímio em metal, gerando o didímio metálico, escopo do convênio da CBMM com a Unidade EMBRAPII. O didímio foi obtido a partir de um trabalho de desenvolvimento de reatores e de processos de redução, que estão sendo investigados no projeto.
Segundo dados do Departamento Nacional de Produção Mineral, o Brasil é detentor da segunda maior reserva de terras raras do mundo. No entanto, o país ainda não explora comercialmente os elementos, mercado dominado pela China. “O projeto da CBMM é estratégico, pois abre portas para o país garantir internamente e também exportar um produto fundamental para indústrias de elevado conteúdo tecnológico e que têm demandas crescentes”, destaca Ferreira Neto. Com duração de dois anos e previsão de término em junho de 2016, o projeto caminha agora para testes de rotas e processos, otimização de parâmetros de operação e controle do nível de pureza do didímio.
Tem muita gente boa tentando avançar no BRASIL, que pode tomar boa parte do mercado chinês nessa área se diminuir os custos de produção, impostos principalmente