Forças especiais do Peru e dos EUA fortalecem laços com exercício combinado

O Grupo de Forças Especiais da Força Aérea do Peru e seus colegas da Força Aérea dos EUA simularam uma operação de resgate de reféns em 5 de novembro no Peru. [Foto: Força Aérea do Peru]
O Grupo de Forças Especiais da Força Aérea do Peru e seus colegas da Força Aérea dos EUA simularam uma operação de resgate de reféns em 5 de novembro no Peru. [Foto: Força Aérea do Peru]

Por Holger Alava

O Grupo de Forças Especiais da Força Aérea do Peru (FAP) e seus pares da Força Aérea dos EUA (USAF) participaram de uma operação de treinamento combinada na Escola de Comandos (Grupo Aéreo Número 2) na localidade de Vítor, em Arequipa. Em 5 de novembro, os dois esquadrões realizaram três demonstrações com espetaculares manobras para jornalistas locais e da capital.

As Forças Aéreas executaram uma gama de treinamentos militares, incluindo exercícios de ajuda humanitária, evacuações, resgates simulados de pessoal ferido, transporte aéreo simulado para reabastecer suprimentos e exercícios de combate.

“Este exercício combinado nos beneficiou muito com a troca de experiências”, disse o Coronel Julio César Tizón Basurto, diretor da Escola de Comandos da FAP, a Diálogo. “ Eles [USAF] também aprenderam conosco, por exemplo com nossa experiência na frente interna contra o terrorismo e o narcotráfico e com a maneira em que resgatamos pessoas durante desastres naturais e acidentes de avião.”

Grande parte do treinamento concentrou-se na preparação do Peru para potenciais desastres naturais causados pelo fenômeno El Niño, que já provocou chuvas torrenciais e inundações. O exercício foi coordenado pelo Grupo de Assistência e Assessoria Militar em Lima e o Comando Sul de Operações Especiais dos EUA.

“Este exercício combinado deve melhorar a capacidade da Força Aérea do Peru de responder às potenciais inundações de El Niño”, explica o Primeiro Tenente do Exército Kevin Bowman, Oficial de Ligação de Operações Especiais dos EUA. “Especificamente, as técnicas de reabastecimento por meio de paraquedas praticadas durante esse exercício devem beneficiar a população peruana caso a Força Aérea seja chamada a agir. Além disso, a revisão das técnicas de resgate ar-terra também foi indispensável e ajudará muito caso El Niño atinja o país.”

Embora grande parte do treinamento conjunto tenha focado em exercícios de ajuda humanitária para preparar os militares a prestar assistência a civis em situações de desastre natural, a FAP e a USAF também conduziram treinamentos táticos, como operações aéreas de queda livre, técnicas de patrulhamento em terra na selva e práticas de tiro em batalha. A unidade de Operações Especiais do Peru também simulou uma situação de sequestro em que os soldados liberaram reféns mantidos dentro de um ônibus por terroristas – um tipo de resgate que integra a formação das Forças Especiais.

“Quando uma delegação internacional vem nos visitar, nos esforçamos para que sintam o impacto de nossa colaboração militar”, diz o Cel Tizón Basurto. “Temos a capacidade de responder a ameaças terroristas e a sequestros de veículos.”

A primeira etapa do exercício envolveu uma demonstração tática, em que os militares empregaram a modalidade “fast-rope” [descida rápida por corda]. Depois, os militares simularam uma evacuação médica e uma missão de resgate de pessoal ferido usando o método <italic>Special Purpose Insertion/Extraction<italic> (SPIE), em que soldados descem por corda de um helicóptero em uma área que não permite o pouso. As tropas praticaram também simulações de lançamento de cargas de reabastecimento e concluíram o exercício com um resgate tático a partir de uma torre multiuso.

Fortalecimento da cooperação

“Esses exercícios são fundamentais porque permitem que ambos os países e suas forças militares fortaleçam vínculos e desenvolvam relações pessoais valiosas que devem durar muito mais que o exercício em si”, diz o 1º Ten Bowman. “O benefício para a USAF vem através da melhora no manejo do idioma espanhol e da oportunidade de se exercitar no processo de mobilização, que por sua vez facilita um melhor entendimento cultural de nossos colegas peruanos.”

Durante as manobras, as forças peruanas executaram resgates ar-terra usando helicópteros militares, que serão “uma ferramenta essencial na resposta a emergências desencadeadas pelo iminente fenômeno El Niño”, diz o General da FAP Juan Velásquez. “O pessoal qualificado disponível para essas tarefas é produto do treinamento e do trabalho duro.”

O programa de treinamento beneficiou os militares dos dois países e aprofundou os laços de cooperação. “Ambas as forças adquiriram maior entendimento sobre os hábitos e práticas profisisonais, pessoais e culturais de cada lado”, diz o 1º Ten Bowman. “Esse nível de entendimento só pode ser alcançado através desse tipo de interação, cooperação e colaboração face-a-face entre membros dos dois países.”

Fonte: Dialogo Americas

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