‘O Brasil é vulnerável a ataques terroristas’, afirma embaixador de Israel, Reda Mansur

De acordo com diplomata, apesar de ainda não ter sido alvo do terror, o País já abriga milhares de pessoas ligadas a grupos extremistas, que financiam ações na Europa e no Oriente Médio

Diplomata israelense avalia que fatores como a falta de uma lei sobre terrorismo e monitoramento pouco efetivo nas fronteiras precisam ser revistos
Diplomata israelense avalia que fatores como a falta de uma lei sobre terrorismo e monitoramento pouco efetivo nas fronteiras precisam ser revistos

A pouco mais de um ano  para o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o embaixador de Israel, Reda Mansour, 50, faz um alerta aos brasileiros: o País é um dos vulneráveis a ataques terroristas nesta parte do continente. Em visita a Manaus, em novembro, ele demonstrou preocupação com a inexistência de um regulamento sobre o assunto — o Projeto de Lei Antiterrorismo (2016/2015) tramita no Congresso Nacional, em vias de aprovação do texto final — e ressaltou a necessidade de o Governo Federal investir mais em segurança.

“Lamentavelmente, não estamos vivendo em um mundo pacífico, onde um país democrático, liberal e muito rico pode existir sem nenhum tipo de defesa. E o Brasil também precisa de um nível alto de forças armadas (…). Por que ter forças armadas sem ter inimigos nas fronteiras? Porque é muito rico em recursos naturais”, diz. “O Brasil não tem uma lei sobre terrorismo. É algo que limita o trabalho das autoridades”, completa.

De acordo com diplomata, apesar de ainda não ter sido alvo do terror, o País já abriga milhares de pessoas ligadas a grupos extremistas, que financiam ações na Europa e no Oriente Médio. A Tríplice Fronteira — integrada por Brasil, Argentina e Paraguai —, inclusive, foi citada como a principal base desse trabalho a ser monitorada. Na opinião dele, que é PhD em História do Oriente Médio, por ser grande símbolo de união internacional, as Olimpíadas são ideais para o terrorismo alcançar notoriedade.

“Eles estão infiltrados em todo o mundo, inclusive, aqui, na América Latina. Estão chegando refugiados da Síria ao Brasil. Temos comunidades na tríplice fronteira [Brasil, Argentina e Paraguai], muito ligadas a grupos extremistas, como o Hezbollah. Até hoje, eles não usaram o Brasil como um lugar para ataques, mas para financiar essas atividades. Precisamos monitorar e estudar mais esse movimento para não sermos surpreendidos por algum ataque grande, nos próximos anos”, declara.

Na opinião dele, o governo brasileiro não está preparado para lidar com o terror nas Olimpíadas. “A Polícia Federal necessita de uma lei contra o terror (está no Congresso), monitorar sistemas de comunicação, pessoas de interesse, que tenham ligação com radicais. No momento, eles não podem fazer nada e o Brasil necessita dessa lei por causa dos Jogos Olímpicos de 2016. Terroristas buscam esse tipo de oportunidade para ganhar visibilidade nos meios de comunicação, ter atenção de milhões de pessoas”, enfatiza.

Esforço deve ser contínuo e sistemático

Segundo o sociólogo Alex Sander Regis, o perigo de vivenciarmos um ataque terrorista é iminente. “Para além do terrorismo em si, vivemos numa sociedade de risco, a incerteza e a insegurança social estão sempre a espreita no mundo contemporâneo. O terrorismo, por sua natureza difusa e não localizável apenas em um único lugar, sempre representa um grande risco; não existe inteligência federal e país imune a esse risco. Exemplos concretos do ocorrido nos Estados Unidos e França”, afirma o estudioso.

Para o sociólogo, o posicionamento da presidente Dilma Rousseff ao condenar os ataques terroristas, “foi um comportamento diplomático de um chefe de estado”, destaca, acrescentando que é preciso mais. “Deve existir um esforço sistemático e contínuo do Brasil e sua instituições competentes no sentido de diminuir a probabilidade do fenômeno terrorista, sempre com o cuidado de garantir e não violar facilmente as liberdades e direitos da população”, finaliza o estudioso.

Cautela com extremismo religioso

Com a vida dedicada à conversação pacífica entre árabes e judeus; e ao respeito intercultural, o israelense de origem drusa acredita que a democracia e o diálogo são essenciais para mediar conflitos, porém, quando se trata de extremismos político e religioso é preciso ter cautela. Reda Mansour espera que a América Latina não cometa a mesma falha do continente europeu: ignorar a movimentação de imigrantes suspeitos em contato constante com atividades nos países de origem.

“Precisamos começar a pensar mais sobre segurança. Todos os países europeus (e até o Brasil) diminuíram o poder militar. Entende-se que a Segunda Guerra Mundial terminou e os Estados Unidos estão dando segurança à Europa. Por isso, muitos destinam apenas 1% do recurso governamental para a segurança. Isso é muito perigoso. Podemos ter épocas de paz e diminuir um pouco nossas forças armadas, mas sem elas não teremos estabilidade por muito tempo. Alguns vizinhos deles vão começar a ver maneiras de controlar esses territórios”, afirma.

No caso do Brasil, a forte migração que marcou a trajetória do País é outro componente a ser considerado. Com migrantes de diversas partes do mundo, a pluralidade étnica e também de ideais é uma característica que não pode ser ignorada. *Contribuiu: Saadya Jezine

Três perguntas para Reda Mansur – Embaixador de Israel 

1. Qual foi o erro dos líderes europeus?

Líderes religiosos extremos do mundo árabe fugiram para a Europa e a democracia europeia ofereceu a possibilidade de serem aceitos como refugiados. Em Londres e Paris, por exemplo, eles usaram a Internet e os canais por satélite para falar com seu povo e plantar ideias ainda mais extremas, enquanto viviam na Europa. E os europeus não fizeram nada. Pensaram: ‘Tem liberdade, tem democracia; Não há problema, não podemos interferir’.

2. Podemos dizer que eles “baixaram a guarda”?

A Europa consegue viver em paz desde a Segunda Guerra Mundial, porque a maioria dos países árabes está sob controle de ditaduras muito fortes. Esses governos extremistas facilitaram essa situação e os europeus puderam viver em um mundo avançado, rico e livre. Isso, ao lado de um ‘bairro’ muito pobre e extremista. Mas, agora, os governos estão caindo, não têm mais controle.

3. Como o Brasil pode combater essa ameaça?

O Brasil precisa mudar a cultura de segurança nacional, criar mais acordos de cooperação com outros países, compartilhar informações com redes internacionais de polícia e segurança pública e passar informações sobre as atividades desses grupos aqui na América Latina. O Brasil é um dos países mais importantes do mundo, precisa fazer parte dessa rede internacional que luta contra o terrorismo em todo o mundo.

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Sérgio Fonte – Secretário de Estado da Segurança

“Precisamos  da legislação e de um olhar mais atento  para este tema, visto que todos os países do mundo são vítimas diretas e indiretas desse tipo de atividade criminosa. No entanto, ainda não existem elementos que permitam nos colocar como alvos em potencial de ataques terroristas,  mesmo considerando um evento de porte mundial como as Olimpíadas. Acredito, porém, que devemos nos preparar para todos os cenários, pois este foi o compromisso que assumimos quando pedimos para sediar os Jogos Olímpicos. Temos ciência das nossas responsabilidades com o povo do Amazonas e nossos convidados (atletas e turistas). Por isso, o sistema de segurança vai empregar todos os seus recursos para assegurar a proteção de todos. O alerta em questão é mais um elemento que não deve ser ignorado, mas sozinho não deve alterar o que já estamos planejando”.

Fonte: A Critica 

13 Comentários

    • Tinham é que enfiar rojões na traseira dos esquerdalhas petralhas e manda-los para a lua… acho que é por isso que eles não gostam de festa junina… 🙂

  1. O BRASIL é vulnerável a tudo de ruim essa é a verdade,epidemias,catástrofes, crime organizado, violações de direitos humanos, e um monte de mazelas mais, recentemente (2006) o PCC saiu as ruas de São Paulo matando policiais e cidadãos e o governo ficou assistindo ao espetáculo mórbido quase que inerte, demonstrando mais uma vez a ”tradicional ” imcopetência de nossos governante,que só se mostram ágeis na hora de extorquir o cidadão !

  2. O perigo da imigração e quando o imigrante toma o pais de destino por segunda casa e mantem laços sentimentais como pais de origem caso de muitos aqui no Brasil.
    Mas o terrorismo Mundial é alimentado por geopolíticas criminosas que a ABIN tem que ficar de Olho vivo.

  3. O ataque já começou, há muito tempo, nas escolas, universidades, sindicatos, associações de bairros, associações de moradores. Mas, o Brasil está acordando.
    Um dia nós todos nos livraremos desse terrorismo e passaremos a nos preocupar só com problemas de país grande.

  4. ESTÃO AVISAAADDDOOOSS….

    “Gabriel
    20 de novembro de 2015 at 15:39

    Deixe as pessoas e os direitos delas em paz , seu agente comunista !

    MENTIRA! “Chame os do que você é , acuse-os do que você faz!” Vladimir Lenin

    Não vou deixar você levar o povo no bico não seu comunolarápio.”

    https://www.youtube.com/watch?v=khWTFU5i8Cg

    “Gabriel
    4 de dezembro de 2015 at 18:47

    A Abin não monitora coisa nenhuma!
    Os caras não tem nem 300 agentes,toda a organização além de ter números ridículos está cheia de comissionados do partidão….a fonte de informações da ABIN é o google e fazem show de MPB no estacionamento da Agência para os “servidores”

    Paulo C
    4 de dezembro de 2015 at 20:34

    Atenção SAMU, um maluco, ou toxicômano, falando em explodir as Olimpiadas

    S-88
    6 de dezembro de 2015 at 17:41

    Se prepara que você vai ter de arrumar emprego. A mamata do Pão com mortadela tá acabando”

    https://www.youtube.com/watch?v=UKgYl2Jwkh4

    • “S-88
      6 de dezembro de 2015 at 17:41

      Se prepara que você vai ter de arrumar emprego. A mamata do Pão com mortadela tá acabando”

      agora o Mc lanche feliz e o Kapozinho esta farto para as olavetes né zé ruela… 😉

  5. alias, cadê os Pantsirs que iriam adquirir para cobrir/proteger os eventos das olimpíadas?!….pelo visto foi tudo conversa fiada mesmo…balela….

    • O que vc esperava do seu partido falastrão, caro esquerdalha ???… cumprir com o que prometeu ???… rsrsrsrssrsrsssss… ah coitado !!!… 🙂

  6. Muita gente aqui esta confundindo militância politica com terrorismo citado pelo embaixador, ESTÃO MUTO ERRADOS, nós nunca fomos alvos e nem tivemos que lidar com nada parecido do que temos que lidar ano que vem, já tivemos terrorismo politico, mas o terrorismo que nos coloca em foco ano que vem não temos experiência algum, o terrorismo de suicidas que estão dispostos a tudo para atingir seus alvos, uma copa do mundo como evento não chega nem perto da visibilidade e da representação politica deu ma olimpíada,

    Outro erro e achar que o alvo e o Brasil, muito errado, O ALVO E O MUNDO TODO QUE ESTARÁ REPRESENTADO AQUI EM SUAS DELEGAÇÕES E IMPRENSA, Portanto esqueçam a retorica de “aaain somos sipaticões, todo mundo gosta do Brasil, Terroristas não d]ão a minima para esta merda, não sei se repararam mas eles não estão muito preocupados em “fazer amigos” o sucesso deles e a barbárie.

    lembem-se de Munique

  7. Muita gente aqui esta confundindo militância politica com terrorismo citado pelo embaixador, ESTÃO MUTO ERRADOS, nós nunca fomos alvos e nem tivemos que lidar com nada parecido do que temos que lidar ano que vem, já tivemos terrorismo politico, mas o terrorismo que nos coloca em foco ano que vem não temos experiência algum, o terrorismo de suicidas que estão dispostos a tudo para atingir seus alvos, uma copa do mundo como evento não chega nem perto da visibilidade e da representação politica deu ma olimpíada,

    Outro erro e achar que o alvo e o Brasil, muito errado, O ALVO E O MUNDO TODO QUE ESTARÁ REPRESENTADO AQUI EM SUAS DELEGAÇÕES E IMPRENSA, Portanto esqueçam a retorica de “aaain somos sipaticões, todo mundo gosta do Brasil, Terroristas não d]ão a minima para esta merda, não sei se repararam mas eles não estão muito preocupados em “fazer amigos” o sucesso deles e a barbárie.

    lembem-se de Munique

  8. REDA MANSUR : O Brasil precisa mudar a cultura de segurança nacional, criar mais acordos de cooperação com outros países, compartilhar informações com redes internacionais de polícia e segurança pública e passar informações sobre as atividades desses grupos aqui na América Latina. O Brasil é um dos países mais importantes do mundo, PRECISA FAZER PARTE DESSA REDE INTERNACIONAL QUE LUTA CONTRA O TERRORISMO EM TODO O MUNDO.

    —————————————————————————————————————————-Segundo a afirmação deste JUDEU nós temos de compactuarmos com os unilateralismos e intolerancias deles.
    O pais dele tambem esta por traz da criação e manutenção do Estado Islamico e de outros grupos radicais de terroristas que tentam desestabilizarem paises e governos considerados pela ortodoxia deles como hostis.

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