O diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Trezza, defende mudanças legislativas que auxiliem o trabalho dos agentes de segurança e de inteligência do país. “Há muito tempo defendemos e pleiteamos uma legislação que garanta, ao pessoal de inteligência, a preservação de sua identidade”, afirmou.
“Por exemplo, em decorrência da Operação Satiagraha [deflagrada pela Polícia Federal] agentes operacionais foram chamados para depor na CPI [Comissão Parlamentar de Inquérito] e acabaram por se expor. O mesmo ocorreu com um cidadão infiltrado [pela Abin] no crime organizado do Polígono da Maconha. Eles apareceram na televisão e, por isso, correm risco de vida. É fundamental que se preserve a identidade de nosso pessoal”, disse o diretor em entrevista exclusiva à Agência Brasil.
Responsável por produzir, de forma sigilosa, conhecimentos que subsidiem decisões da Presidência da República, a Abin tem se deparado com algumas dificuldades. Segundo Trezza, parte delas decorre da falta de uma tipificação do crime de terrorismo que inclua também atos preparatórios para esses atos. Ele também pede mais facilidades para escuta ambiental e interceptação de comunicações.
“Fizemos um comparativo entre vários países. Em algumas legislações há o chamado ‘excludente de ilicitude’. Ele permite que infiltrados da inteligência participem de ações não permitidas pela legislação. Sendo assim, caso participem, por exemplo, de movimentos como assaltos a bancos eles não serão punidos. Vale ressaltar que isso só pode ser feito quando em benefício do Estado, da sociedade e da inteligência”, destacou Trezza.
Outra sugestão do diretor é a disponibilização, para a Abin, de bens apreendidos de traficantes e contraventores. “Esses bens já são colocados à disposição de órgãos de polícia, que atuam na repressão. Por que não oferecê-los também para a Inteligência, que trabalha antes da repressão?”, questiona o diretor.
No âmbito da aquisição de equipamentos, Trezza sugere a isenção fiscal para algumas compras estratégicas da agência. “Hoje em dia a tecnologia é extremamente veloz, e a obsolescência é um processo muito rápido. Isso não custa barato e é fundamental para a atividade de inteligência. Poderíamos ter isenção fiscal para adquirir equipamentos, mas não temos. É o Estado cobrando do próprio Estado, porque eu recebo o orçamento e pago imposto sobre aquilo. Essa isenção fiscal ampliaria e tornaria mais barata a aquisição de bens voltados para a nossa atividade-fim”, disse.
As licitações também podem representar problemas para a atividade de inteligência, uma vez que tornam públicas informações que deveriam ser sigilosas. Para evitar situações como essa, ele sugere a criação de um “processo diferenciado” e à parte das demais licitações governamentais. “Isso para nossas atividades-fins, de forma justificada e com parecer jurídico”, completou.
“Se eu for comprar um sistema de segurança para a Abin e tiver de publicar um edital, no dia em que ele for divulgado eu perco a segurança. Se eu tiver de comprar um software ou um hardware, é a mesma situação: há pessoas que vão saber. Quando construímos um centro de inteligência para os Jogos Pan-Americanos de 2007, tivemos de licitar a construção. O cara que se interessa pela licitação tem de saber qual é planta, qual é a metragem, o que vai funcionar em cada área. Isso tudo vai para a licitação.”
Ele também defende a realização anual de concurso público para o recrutamento de agentes. No entanto, avalia ser arriscado limitar a atividade a essa forma de ingresso. “O único serviço de inteligência do mundo que faz recrutamento de servidores por concurso público é a Abin. Por isso, eu digo que o Brasil fez a alegria dos serviços de espionagem estrangeiros. O sonho de qualquer serviço [de espionagem], inclusive de países amigos, é colocar alguém dentro do serviço brasileiro. Com o concurso público, eles recrutam alguém academicamente bem preparado”, argumentou o diretor.
Para minimizar esse risco, a Abin faz uma investigação minuciosa sobre o histórico de vida dos aprovados em concurso, antes e durante o estágio probatório. “Não é que eu queira abolir o concurso. O que precisamos é que essa não seja a única forma de ingresso. Se eu precisar, por exemplo, de um especialista em energia nuclear, eu certamente não vou precisar dele a vida toda. Portanto não preciso de concurso para ter esse especialista. Eu poderia contratá-lo temporariamente e, depois, dispensá-lo.”
Segundo Trezza, outra possibilidade de ingresso na Abin seria, a partir dos demais concursos públicos feitos no país, identificar e assinalar os perfis que interessam à inteligência. Ele também considera importante, para o melhor desempenho da atividade de inteligência no país, a valorização de seus profissionais. “Até hoje, das atividades típicas de Estado que são essenciais, a única que não está prevista na Constituição Brasileira é a de inteligência. Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Defesa já são assim consideradas. No entanto, a inteligência não é. Precisamos, de fato, inserir na Constituição um capítulo que disponha sobre isso”, ressaltou.
Editor: Lílian Beraldo
Fonte: EBC
Pede a CPI para assistir HOMELAND
Agência Brasileira de Inteligência é de extrema importância para o pais.
Aqui vai um exemplo.
http://www.agronoticiasmt.com.br/noticias/governo-brasileiro-se-arma-contra-o-agroterrorismo.html
Todas estas mudanças citadas no texto são necessárias, porque do jeito que está não dá… É um absurdo querer total transparência pública em setores como segurança nacional e serviços de inteligência.
Esta na hora de dar função a Abin.
Vamos trabalhar aí.
Se a ABIN trabalhar não vai sobrar um PETRALHA solto no Brasil… isso é FATO…
Os fatos aqui revelados servem, dentre outras coisas, para nos dar uma pequena e significativa amostra do porquê não podemos cobrar tanta eficiência de um órgão de tão relevante importância no cenário do GF.
É preciso tomarmos conhecimento desses fatos para entendermos melhor a quantidade de óbices que se opõem ao efetivo e profícuo trabalho desses profissionais. É imprescindível que os membros do Congresso Nacional, conheçam e disponham dessas informações e que uma comissão seja criada para analisar, avaliar, julgar e apresentar um relatório prospectivo quanto a adoção de medidas que se destinem a solucionar todos esses e outros problemas que forem detectados .
Cobrar é fácil!, mas é fundamental para o país que a ABIN disponha dos mínimos meios, de recursos financeiros, tecnológicos e legais necessários para o exercício pleno de suas atribuições.
Muito boas sugestões para fazer da ABIN algo que preste para alguma coisa, pois hoje em dia sua atuação é completamente irrelevante para o país, ou muda as coisas para funcionar ou acaba com esse cabide de empregos e gastos desnecessários. Só não pode dar excesso de liberdade para os cabeças senão acaba como outra Polícia Federal que só tem competência para investigar um partido e o resto não interessa, vide casos de helicópteros com meia tonelada de cocaína sem dono, jatinhos de políticos sem dono, e por aí vai.
Totalmente certo nenhum agente ou infiltrado e tambem participantes desta agencia deve ser de conhecimento publico e nem de governantes suas identidades devem ser preservadas ao maximo e total imunidade tambem para os delatores pois com as leis que beneficião somente os criminosos eles só seram pegos se o proprio criminoso confesar.
Essa lei já deveria existir há ao menos uma década
mas o PT não tem minimo interesse na segurança do Brasil …iria complicar a vida dos cumpanheiros das FARCs….
FATO…
É justamento o comportamento dos trouxinhas que atrasa a defesa da nação, primeiro porque vendem até a mãe para “se dar bem na vida”, de que dirá os interesses estratégicos da nação (evidentemente também existem traidores a quilo entre falsos esquerdistas).
Quantos agentes da Abin seriam confiáveis? Pesa sobre parte dos órgãos de informações e, atualmente, até sobre parte da PF, MP e Judiciário a suspeita de atuar partidariamente, como agentes do golpe paraguaio.
Esse é o mal da ESQUERDOPATIA… aconteça o que acontecer eles não mudam o mantra de que sempre estão do lado certo, apesar de, NA PRÁTICA, estarem mais sujos que puleiro de pato… ABRA O OLHO CUMPANHEIRO… me mostre UM, um ÚNICO cumpanheiro seus que não tenha o rabo sujo e eu me abstenho de entronchar vcs… vc não se dá conta que existe um projeto de poder esquerdopata que não contempla uma democracia e sim uma DITADURA SOCIALISTA !!!???… mas acho que vc torce por isso, né, EMPADINHA recheada com ódio a liberdade do indivíduo… tudo pelo estado leviatã comandado pelos cumpanheiros, né MAV ???…
Nos EUA, um político que expôs a identidade de uma agente da CIA foi preso. Aqui, só falta dar o endereço dos agentes de segurança, mostra-se rosto de elementos de Operações Especiais e tudo mais. É uma completa irresponsabilidade.
Complementando. órgãos como a ABIN deveriam ser elementos de geração de conhecimento e de informações para o alto escalão governamental, para definir políticas e se precaver de ameaças internas e externas. Não são mais órgãos de repressão.
Vivemos na Era do Conhecimento.
Concordo plenamente com o diretor e sou a favor de AUTONOMIA TOTAL da ABIN sem a necessidade de passar por filtro de gabinete para escolher o que é relevante e o que não é relevante de ser levado ao conhecimento da Presidencia da Republica .
E nada do concurso da ABIN sair, e devido aos cortes “concursais” para 2016 não deve sair tão cedo.