Tom Vanden Brook, USA TODAY.
O Exército dos EUA planeja cortar 40 mil soldados de suas fileiras ao longo dos próximos dois anos, uma redução que vai afetar praticamente todos os seus postos nacionais e estrangeiros, o serviço afirmou em um documento obtido pela USA TODAY.
O potencial corte tropa vem enquanto a administração de Obama está ponderando seus próximos movimentos contra o grupo militante Estado Islâmico no Iraque e na Síria. O presidente Obama disse segunda-feira que ele e os líderes militares não haviam discutido o envio de tropas adicionais ao Iraque para lutar contra o Estado islâmico. Há cerca de 3.500 soldados no Iraque.
“Isso não vai ser rápido – esta é uma campanha de longo prazo”, disse Obama no Pentágono após a reunião da cúpula militar, na sequência de reveses que levaram os críticos a pedirem por uma resposta mais robusta dos EUA contra o Estado islâmico.
Um adicional de 17.000 funcionários civis do Exército seriam demitidos no âmbito do plano que as autoridades pretendem anunciar esta semana. Segundo o plano, o Exército teria 450 mil soldados até 30 de setembro de 2017, o fim do exercício orçamentário de 2017. A redução de tropas e civis se dá em razão das restrições orçamentárias, diz o documento.
O orçamento do Pentágono, divulgado em fevereiro, previu que a redução para 450.000 ocorreria até 30 de setembro de 2018.
Alguns dos cortes eram esperados. Durante o auge dos combates no Iraque e no Afeganistão, o Exército aumentou seu efetivo para cerca de 570 mil soldados visando garantir que os desdobramentos poderiam ser limitados a um ano. Depois da maioria dos soldados retornar para casa vindos dessas guerras, o Exército planejou a se reduzir.
O Exército assim deverá cair para 450 mil soldados, disse Michael O’Hanlon, analista militar do Instituto Brookings.
“Cortando mais me faria muito nervoso”, disse ele.
O Exército recusou comentar sobre as reduções propostas em suas forças.
Se os cortes orçamentários automáticos conhecidos como sequestration, marcados para começar em Outubro, ocorrerem, o Exército teria que cortar outros 30.000 soldados de acordo com o documento. Nesse nível, o Exército não seria capaz de cumprir os seus desdobramentos atuais e atender às demandas por tropas em outras regiões.
Entre as alterações propostas, as brigadas em Fort Benning, na Geórgia, e Base Conjunta de Elmendorf-Richardson no Alasca vão ser reduzidas de unidades de cerca de 4.000 soldados para batalhões de força-tarefa de 1.050 soldados.
A redução de forças do Exército no Alasca “não faz sentido estratégico”, disse o senador Dan Sullivan, um membro republicano do Comitê de Serviços Armados do Alasca. A ênfase da Casa Branca sobre deslocar meios militares para a região da Ásia-Pacífico e as preocupações sobre a agressão russa no Ártico exigem forças fortes no Alasca.
“Uma pessoa que vai ficar muito satisfeito com isso é Vladimir Putin”, disse Sullivan.
O Exército global vai exigir mais de 450.000 soldados, porque o número de desafios nacionais de segurança ao redor do mundo “aumentou dramaticamente” nos últimos anos.
Em 2013, o Exército mantia em documentos orçamentários que indo abaixo de 450.000 soldados poderia impedi-lo de prevalescer em uma guerra.
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