Made in Brazil : Engesa EE-4/12

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O jipe Engesa 4 – ou EE-12 na versão militar – foi criado pela Engesa, empresa paulistana que atuava na fabricação de materiais bélicos e que se consagrou como principal fornecedor de carros de combate para o exército brasileiro, produzindo blindados com rodas e esteiras. O EE-12 foi criado para ser um veículo versátil no uso fora-da-estrada, como veículo de apoio para operações rápidas. Desde o chassi tubular de desenho inovador (fabricado na FNV) até a carroceria metálica de linhas angulares e funcionais, equilibradas e simpáticas, o carro foi concebido para ser um instrumento de trabalho, valente e resistente, sem maiores preocupações com o conforto interno e nenhuma sofisticação. Segundo palavras textuais da revista 4×4 & Pickup, foi “um dos veículos mais fantásticos que já pudemos avaliar até hoje. (…) Estávamos no Galaxie do fora-de-estrada“. Com quatro barras oscilantes longitudinais e molas helicoidais de longo curso, a suspensão era seu ponto alto; aliada à tração nas quatro rodas, proporcionava incomparável condução fora de estrada, situação que se invertia no asfalto, onde era instável e lento; tinha freios a disco na frente, porém a direção era mecânica. Três motorizações foram anunciadas, quando do lançamento: Chevrolet 2,4 litros a gasolina ou álcool (85 e 88 cv) e VW Kombi diesel (1,6 l e 50 cv), versão que só viria a ser disponibilizada quatro anos depois. A caixa era de cinco velocidades, sem redução. Havia duas versões de acabamento: standard, com capota de lona, santantônio, para-brisa rebatível e rodas de disco pintadas; e luxo, com capota metálica, vidros deslizantes na frente, porta traseira de duas folhas horizontais, acabamentos plásticos nos para-lamas (mais largos, nesta versão), rodas largas cromadas e melhor acabamento interno. O carro, que tinha 500 kg de capacidade de carga (mais 250 kg rebocados), podia vencer rampas de 60% e atravessar vaus com até 60 cm de profundidade.  Engesa 4 teve ótima receptividade: a demanda superou a oferta, inicialmente limitada à faixa das 60 unidades mensais. Sendo o único produto da empresa com potencial significativo de vendas no mercado civil (em quantidade), a ele foi dedicada especial atenção, quer nas campanhas publicitárias, quer nas melhorias para ele preparadas ao longo dos anos. No final de 1986 o carro ganhou capota rígida em fibra de vidro (fabricada pela Envemo), em lugar da metálica, com grande área envidraçada e portas com vidros de acionamento por manivela. Um ano depois, o entre-eixos cresceu 20 cm (o modelo recebeu o sobrenome Fase II), tornando possível a abertura de espaço atrás do banco traseiro para alojar pequenas cargas. As portas laterais e a tampa traseira aumentaram de tamanho, foram eliminados ressaltos no piso e deslocada para trás a saída do cano de descarga, que era lateral. Os pontos de fixação dos limpadores de para-brisa passaram para a margem inferior do vidro; lanternas de direção laterais, volante acolchoado, painel com nova disposição dos instrumentos e (pouco eficiente) sistema de ventilação forçada foram outras novidades. Em novembro de 1988, no XV Salão do Automóvel, foi finalmente apresentada a versão diesel, não mais com motor VW, mas Perkins de quatro cilindros e 90 cv.

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14 Comentários

  1. Falando em Engesa,
    em março deste ano alguns jipeiros ficaram 5 dias atolados com seus jipes (incluindo pelo menos um Engesa…), em um charco isolado na Amazônia, tiveram inclusive auxílio do exército, que mandou um Black Hawk…
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    13/03/2015

    “Jeep Clube de Porto Velho vai resgatar jipeiros de Salvador”

    Uma equipe do Jeep Clube de Porto Velho partiu nesta madrugada para resgatar jipeiros de Salvador que estão há cinco dias atolados em uma região no sul do Amazonas entre os municípios de Humaitá e Lábrea.

    Os jipeiros foram localizados por militares da 17ª Brigada de Infantaria de Selva que sobrevoaram a região em um helicóptero Blac Hawk e conseguiram pousar no local, retirando três pessoas que precisavam de apoio médico. Os militares tentaram o resgate terrestre mas os caminhões do exército não conseguiram vencer os atoleiros.

    O Jeep Clube de Porto Velho foi acionado pela grande experiência de seus membros nesta região, onde o solo é encharcado e mais parece uma areia movediça. Há um mês aconteceu exatamente o mesmo problema. Jipeiros de Foz do Iguaçu ficaram atolados. Um deles andou por horas até chegar a estrada principal e conseguir uma carona até Humaitá, onde pediu ajuda. O Jeep Clube de Porto Velho levou três dias para retirar todos do atoleiro.

    A equipe que seguiu nesta madrugada é liderada pelo presidente do Jeep Clube, Antônio Ferreira, o “Toninho”. Ele tem alertado aos jipeiros de outros estados que não entrem nesta região da Amazônia sem consultar antes os jipeiros locais. “Aqui não adiantar ter máquinas preparadas se não houver técnica. O solo engana e só quem conhece a região sabe como lidar com as adversidades”.

    Jessé Oliveira, diretor técnico do Jeep Clube e que também integra a equipe de resgate, cita a fotografia aérea feita pelos militares para ilustrar o exemplo. “Pela foto parece que não há atoleiros, mas os jipes estão todos presos no solo argiloso e mesmo com pneus especiais e tração nas 4 rodas não conseguem se mover”.

    Alexandre Badra

    Outras matérias sobre:

    http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2015/03/exercito-de-porto-velho-resgata-de-helicoptero-jipeiros-atolados-na-mata.html

    http://g1.globo.com/ro/rondonia/jornal-de-rondonia/videos/t/edicoes/v/exercito-de-ro-encerra-o-resgate-de-jipeiros-que-ficaram-atolados-em-mata/4037130/

    • Um guincho eletrico com 20metros de cabo com10mm de espessura ,um snorquel improvisado de pvc , 2 pranchas de aço tipo esteira e suportes pedaleiras trazeiros , assim eh equipado o MILLE WAY 2013 , utilizado para andanças em parques nacionais ,pescarias e passeios pela Estrada real , indo de Diamantina a Parati , lugares maravilhosos e um carrinho do saco roxo , o pemba faz 17 km por litro , pouco conforto e muita confiança , ta na hora destes jipeiros caviar começarem a trilhar no estilo Guimaraes Rosa !

  2. Será que o exercito não possui os códigos fontes da Engesa?
    Já li em vários artigos sobre as qualidade do Osório em especial o seu “Chassis” (me perdoem a ignorância) e o sistema de suspensão, tive a grata satisfação de ver o Osório em Pirassununga – SP e o capitão que nos levou a uma visita, disse que o “bixão” ainda impões respeito sobre os Leopard Belga ali utilizados.
    Puxa se o exercito possuísse esses códigos, daria até para fazer um estudo de modernização do projeto e quem sabe fabricar algumas centenas aqui no Brasil.

    Abraços

    • O chassi do Osório é uma derivação do chassi do leopard 1, que agente fez tecnologia reversa. O material usado foi o míssil roland , da França. O chassi de míssil era do leopard…. a ideia era era copiar também o míssil, mas até hoje não conseguiram. O projeto ainda continua. Todo o projeto do Osório está de posse do Exército, o problema é que muito componentes deste blindado são importados. Alias, essa dependência estrangeria do Osório foi uma das causas de seu insucesso.

  3. A questão caro Atirador 33, não está em ter ou não os códigos fonte do Osório (Pois códigos fonte, só servem para termos acesso a computadores de bordo, como no caso das aeronaves), mas recaí em o EB ter ou não os desenhos técnicos, plantas, protótipos etc..
    Para fazermos uma Engenharia Reversa no mesmo, e conseguirmos fabricar mais unidades.
    E isso tudo, sei que possuímos, mesmo os computadores de missão do Osório, não serviriam, pois seriam modernizados.
    Então a maior questão, recaí na vontade política e militar de nos tornarmos independentes nessa área, e resolverem investir dinheiro nesse projeto que deverá ser em sua maior parte (Ao menos nos sistemas estratégicos e críticos) nacional.
    E após concluído, deverá ter uma encomenda mínima inicial de pelo menos 200 unidades.
    Mas preferem montar Leo,s no Sul do país, numa fabrica do construtor estrangeiro, com a falsa promessa de “TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIAS”.
    Como se algum empresário ou empresa estrangeira, fomentace seu concorrente!
    Só no Brasil mesmo.

  4. O Guará é uma excelente Viatura, com grandes aplicações nas forças, que seja no EB ou Fuzileiros Navais, é um produto montado sobre o chassis Unimog de grande resistência e comprovada Eficiência, pelo que sei os Alemães não querem vender este produto para Avibras por concorrer com os mesmo na produção de veículos com aplicações semelhantes. Tai um produto que valha, quebrando lacunas diversas no campo operacional.

  5. Guará o Hummer Brasuca

    FICHA TÉCNICA:
    Fabricante: Avibrás Aeroespacial
    Designação: AV-VB4 RE GUARÁ
    Comprimento: 5,5m
    Largura: 2,3m
    Altura: 2,2m
    Entre-eixos: 3,25m
    Motor: Diesel intercooler Mercedes-Benz OM 904 LA, 4 cilindros, em linha, 177cv
    Transmissão: Comando eletrônico
    Eixos: Rígidos, tipo portal
    Suspensão: Molas helicoidais progressivas com amortecedores e barras estabilizadoras, quadro de chassis flexível
    Direção: Servo assistida hidráulicamente
    Sistema elétrico: 24 volts DC, 100A, duas baterias 110Ah
    Sistema de iluminação: Civil e militar padrão NATO
    Velocidade máxima: 97km/h
    Velocidade de comboio: 2,3km/h
    Autonomia: 600km
    Rampa máxima: 60%
    Rampa lateral máxima: 30%
    Obstáculo vertical: 0,50m
    Vão livre: 0,42m
    Passagem de vau: 1,2m
    Raio de giro: 9,5m

    • Realmente um bom exemplar , deveria ser dado a ele a atençao merecedora ,mais exemplares e um programa de aprimoramento , uma força terrestre que se prese ,tem a obrigaçao de manter meios nacionais em suas fileiras ,o Guara deve ser um deles , somado aos Guaranis , Astros e aos futuras MBTs nacionais , seria interessante uma reformulaçao do Ozorio ou Tamoio para serem MBTs e ressucitar o Charrua para os infantes da amazonia ,deixando o Guarani apenas como veiculo sobre rodas !

  6. O Guará infelizmente é outro exemplo da política de defesa burra e míope que o Brasil está adotando, e re afirma o meu ponto de vista.
    Sabe se que por desinteresse completo das FAA,s, especialmente EB, o projeto do veículo foi abandonado, obrigando a Avibrás a montar veículos Renout Sherpa aqui no Brasil, renomeando os de Tupi.
    Talvez assim obtivesse olhares apaixonados de nossos militares.
    Ora bolas, se o problema é o chassis do unimog, e pela negação da WV em cede ló, fassamos engenharia reversa no que temos aqui, e desenvolvemos o nosso.
    Satisfazendo algumas curiosidades, a empresa Agrale fabrica seus próprios chassis, inclusive fabrica o chassis do blindado nacional 4×4 Gladiador do grupo imbra filtro.
    E você está coberto de razão caro Terópode, temos que evoluir os produtos da extinta Engesa, pois os mesmos ainda tem grande valia no Teatro de Operações mundial, bastando apenas uma “Evolução de Projetos” , coisa desconhecida por aqui.
    Ai voltamos ao meu depoimento anterior, basta para isso coragem política e militar para apostar no que é realmente nacional ( E NÃO MONTADO AQUI).
    Mas sabemos da grande inclinação de nossos militares e políticos em adquirir coisas do exterior.
    Acho que isso advém do doce canto das serei$$$$ gringas, e não do canto desagradável de nossa Iara (MÃE D’ÁGUA OU IEMANJÁ).
    Ou talvez, pode ser nossa política de defesa e industrial caduca, míope, esquizofrênica e burra.

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