Ao início da Grande Guerra, a Marinha Imperial Russa havia dado início ao lançamento e comissionamento de uma nova classe de destroieres (br – contratorpedeiros), denominada Classe Orfey, para operação na frota do Báltico. Entre 1914 e 1917, quatorze destas belonaves foram lançadas e comissionadas, servindo durante o conflito. Com o advento da Revolução Vermelha de 1917, estas embarcações passaram para o comando daquela que se transformaria na Marinha Soviética. Como de praxe, estas embarcações foram rebatizadas após a revolução e as remanescentes serviram durante a Segunda Guerra Mundial.
![](http://www.planobrazil.com/wp-content/uploads/2015/06/Letun.jpg)
Entretanto uma destas embarcações acabaria por se tornar conhecida por empregar um armamento de calibre nunca antes utilizado destroieres de qualquer nacionalidade. No ano de 1934, a Marinha soviética montou na popa do destroier “Engels” (ex Desna), o protótipo de um canhão naval “sem recuo”, de calibre 305 milímetros (12 polegadas). Vale salientar que este calibre de armamento serviu por anos, como armamento principal de encouraçados (vide os encouraçados tipo Dreadnought do início do Século XX, como o Minas Geraes e São Paulo – Marinha do Brasil).
![DD-Engels-1934](http://www.planobrazil.com/wp-content/uploads/2015/06/DD-Engels-1934.jpg)
A arma fora criada pelo famoso engenheiro russo Leonid Vasilyevich Kurchewski, que desenvolveu diversos projetos de defesa para a Rússia e foi o criador de muitas soluções inovadoras, além de defender o uso de canhões sem recuo em tanques e aeronaves.
Muitas informações a respeito deste desenvolvimento não são conhecidas, mas sabe-se que os desenvolvimentos se estenderam por 2 ou 3 anos e provavelmente não foram muito satisfatórios, pois ainda antes da Segunda Guerra Mundial o projeto foi abandonado e a popa do navio, onde estava instalado o canhão, recebeu armamentos de calibre tradicional (o armamento principal da belonave era originalmente de 102 milímetros/ 4 polegadas). Ao que tudo indica, a arma foi desmantelada. Leonid Vasilyevich Kurchewski havia “sobrevivido” ao Grande Expurgo” do início da década de 1930 e havia recebido auxílio direto do Marechal de Campo Mikhail Nikolayevich Tukhachevsky (considerado por Stalin, um obstáculo dentro do Exército Vermelho, para obtenção do poder absoluto) para desenvolver seus equipamentos. Todavia em 1937, acabaria sendo condenado a morte, por desenvolver com o auxilio de Tukhachevsky, sistemas defeituosos de armas, foi fuzilado entre 1937 e 1939.
Já o destino do destroier Engels não foi mais nobre, em 24 de agosto de 1941, chocou-se com uma mina e afundou no Golfo da Finlândia, entre as ilhas Vaindlo e Keri.
Fonte: Deadlybirds
,..Lembrei-me dos canhões dos Canhões de Navarone….Sds, 😉