Rússia e Argentina: Parceria estratégica agora é global

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinaram uma série de acordos bilaterais nesta quinta-feira, 23, durante a visita oficial da líder argentina a Moscou.

Em declaração conjunta após a reunião entre os chefes de Estado, os dois países determinaram o estabelecimento de uma parceria estratégica global russo-argentina. Anteriormente, o assessor presidencial russo Yuri Ushakov disse que o documento leva as relações entre os dois países a um novo nível.

Os acordos bilaterais entre as partes estabelecem uma cooperação bilateral nas áreas comercial e técnico-militares, investimento, energia, cultura, turismo, entre outros. Além disso, Putin e Kirchner abordaram questões-chave da política internacional, incluindo a situação na Ucrânia, a cooperação no âmbito do G20 e das Nações Unidas, bem como questões de cooperação bilateral no energia e setor econômico.

Destacam-se também os acordos sobre a construção de uma usina nuclear da empresa russa Rosatom na Argentina; um memorando de cooperação entre a petroleira russa Gazprom e a companhia nacional de petróleo da Argentina; o programa de cooperação no domínio da cultura e da arte entre os ministérios da cultura da Rússia e da Argentina no períodos 2016- 2018, entre outros documentos nas áreas da agricultura, defesa, meio-ambiente, comunicações e cooperação comercial.

A presidente do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina, Lucrecia Cardoso, disse acreditar que esta visita tem um grande potencial para a integração das culturas dos dois países. Segundo ela, “em primeiro lugar, esta visita está relacionada com o 130º aniversário do estabelecimento das relações culturais entre a Rússia e Argentina. E isso diz muito”.

“Pretendemos reforçar a nossa cooperação em áreas existentes. Em maio está agendado um encontro no Festival de Cannes, e em junho no festival de Moscou também será exibido o cinema argentino. Nossos países têm muito em comum. E após a assinatura de novos acordos relações entre os dois países será reforçada ainda mais”, destacou a presidente do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina. 

O professor de Relações Internacionais da ESPM-Sul e ex-diretor do BRICS Policy Center, Fabiano Mielniczuk, disse em entrevista à agência Sputnik Brasil que a visita da Presidente Kirchner e a busca de alianças com a Rússia têm a intenção de irritar os EUA e o Reino Unido, até porque o encontro tem também uma conotação militar. Segundo ele, “está sendo negociada, da parte do Governo argentino, a compra de caças Su-24 produzidos pela Rússia, e isso ameaça bastante a posição do controle das Ilhas Malvinas, ou Ilhas Falkland, como as chamam os britânicos”.

Da parte do Governo russo, Fabiano Mielniczuk acredita que exista o interesse em reforçar a parceria com países maiores da América Latina, como a Argentina. “As maiores parcerias com a Rússia eram com países de porte menor, como a própria Cuba, a Nicarágua e a Venezuela. Agora, além do bloco BRICS e de uma grande parceria com o Brasil em várias áreas, há a possibilidade de aproximação com um país como a Argentina, criando um fortalecimento da presença russa na região.”

Fonte: Sputnik News Brasil

Rússia está disposta a dar acesso à Argentina de suas últimas tecnologias nucleares

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Rússia está pronta para fornecer acesso à Argentinda de suas mais recentes tecnologias no campo nuclear.

O anúncio foi feito após reunião com a presidente argentina, Cristina Kirchner, que se encontra em Moscou em visita ofical. As partes assinaram uma série de documentos de cooperação bilateral em comércio, energia, investimento e áreas técnico-militares, entre outros.

Após a reunião bilataral entre os líderes, Putin afirmou que “a Rússia está pronta para garantir à Argentina o acesso às mais recentes tecnologias nucleares do país”, destacando que a integração entre Rússia e Argentina favorece o governo argentino.

De acordo com o presidente russo, a participação da empresa russa Rosatom na construção de usina nuclear na Argentina permitirá que este o sul-americano tenha acesso às mais recentes tecnologias da Rússia no domínio da energia nuclear.
Entre os diversos acordos assinados entre as partes, a empresa Rosatom e o Ministério do Planejamento da Argentina assinaram um memorando de entendimento sobre cooperação na construção de uma usina nuclear na Argentina.

O professor de Relações Internacionais da ESPM-Sul e ex-diretor do BRICS Policy Center, Fabiano Mielniczuk, em entrevista à agência Sputnik Brasil, afirmou que “a política externa russa desde o final dos anos 90 e ao longo de todo o ano 2000 foi de buscar fomentar a multipolaridade no mundo“.
Para o especialista, os russos sempre aguardaram a oportunidade de fazer negócios com grandes parceiros regionais localizados em outros hemisférios, “inclusive aqui no nosso hemisfério, que seria visto como uma espécie de quintal dos Estados Unidos, numa mentalidade bem de Guerra Fria”.

Já para o comentarista da televisão nacional da Argentina, Tico Rodríguez Paz, “Rússia e Argentina chegaram a um novo nível de cooperação estratégica. Cristina Fernandez de Kirchner foi muito calorosamente recebida na Rússia. Da mesma maneira Vladimir Putin foi recebido na Argentina“. “Esta é mais uma confirmação do alto nível de compreensão mútua entre os nossos dois países. A visita à Rússia, é claro, aproximou os dois países“, completou.

Fonte: Sputnik News Brasil

 

 

9 Comentários

  1. Primeiro a China , agora Rússia, vish… daqui uns dias a Kirshner muda a cor da bandeira para branco e vermelho… Em troca de que a China e a Rússia irão ajudar a Argentina??? Eles estão quebrados, tudo que tem a oferecer são comodities agrícolas ou outra coisa que China e Rússia desejam, liberdade para implantação de bases aérea e navais em território argentino, isso daria a eles muito mais influencia nesta região digamos menos vigiada e ocupada pela OTAN e pelo titio, e de quebra a Argentina pode se valer desse belo reforço para pressionar a Inglaterra a se retirar das ilhas Malvinas, e ainda adquirir a preços e condições favoráveis novos caças e mísseis anti aéreos e anti navio…

    • igualzinho ao que estão fazendo com a petrobras, a china estar doando caminhões de dinheiro para empresa, acho que metade das ações já pertence aos chinas,
      mas como vc disse, em troca de que os chineses estão no ajudando ?
      tecnicamente a petrobras já foi privatizada pela china…

    • Sr.Topol
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      Pois é … é o que dá na guerra fria entre os russos e os americanos , os ianques procuraram e encontraram …rsrsr…..realmente,apostar na Argentina é mais uma questão estratégica do que puramente econômica para a Rússia e para a China.
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      Os russos ou Chinese são capazes de botar uma base na Argentina e bagar pela estadia dela … puro jogo estratégico … os britânicos é que se cuide .. ( ponto ) … 😉

  2. ,..Torço p q efetiva/ dê certo esses acordos c os Russos, pq vai levar n “ortoridades” a reverem sua mentali// qto ao Urso. E quem sabe, compre alguns “brinkedos” mortais dos mesmos…E aceite a cooperação técnica dos mesmos p lançarmos o n amarrado VLS..Quem viver verá. Sds. 😉

  3. Os papéis foram assinados,agora resta saber se tudo ira se concretizar, espero que essa estratégica global, não torne um fiasco como foi a patética “relação carnal“ de Menem com os EUA !

  4. Ao olhar para o meu Brasil vara a mil vejo uma putinha capaxa por propina que deixa passar ao largo aos boas oportunidades.
    Ao olharmos os avanços Chineses e Indianos em tecnologias,aeroespacial,militar e atomica em 20 anos estavam mais atrazados do que nós inclusive industrialmente.Hoje ate o Paquistão tem industria industrias mais aquecidas e forças armadas mais equipadas do que nós.
    Primeiro vimos a Venezuela aproximar-se dos Russos embora apenas reforçando-se,agora vemos a Argentina buscando reforçar-se e querendo tornar-se desenvolvida tecnologicamente e industrialmente.
    Nos restara apenas a opção subjugada a titulo de equilibrio regional geopolitico de promoverem o Brasil de quintal a garagem Yanke.

  5. Natural despolarização e equilíbrio do poder mundial, alguém ganha, alguém perde, por pura inteligência ou falta dela dependendo do ponto de vistae também por ele todos merecem ser parabenizados, EUA e grã bretranha de um lado e rússia e China do outro.

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