OTAN simula guerra contra a Rússia em exercícios militares

General Valery Gerasimov – © Sputnik/ Evgeny Biyatov

Durante seus exercícios militares, a OTAN está cada vez mais frequentemente simulando a guerra com um inimigo condicional entendido como sendo a Rússia em vez de praticar atividades antiterroristas, segundo afirmou o comandante das Forças Armadas Russas, General Valery Gerasimov, nesta quinta-feira (16).

Falando na IV Conferência Internacional de Segurança de Moscou, o general informou que o número de exercícios da Aliança ocidental quase duplicou em 2014.

“Enquanto que nos anos anteriores as questões de resolução de crise e combate ao terrorismo eram centrais nas manobras, hoje a prioridade é a ação militar contra um inimigo simulado, que poderia ser facilmente subentendido como sendo a Federação Russa”, disse ele.

Segundo o oficial, a OTAN acusa a Rússia de ter uma política externa agressiva para justificar a sua própria existência e expansão.

“Acusar a Rússia de [ter] uma política agressiva no espaço pós-soviético e [fomentar] a ideia sobre a necessidade de sua contenção [da Rússia] tornaram-se a força motriz da OTAN”, afirmou o comandante, acrescentando que a Aliança tem usado extensivamente a crise na Ucrânia para agitar suas próprias atividades.

Ainda segundo Gerasimov, a implantação de um sistema norte-americano de defesa antimísseis na Europa é mais um passo dado pelos EUA e seus aliados para tentar alcançar a supremacia global e destruir o atual sistema de segurança internacional. Tratar-se-ia de “mais uma ameaça militar significativa para a Federação Russa” e de “um problema crescente na manutenção da estabilidade estratégica no mundo”, segundo ele.

Sobre a crise no país vizinho, o comandante russo disse “que há uma guerra civil acontecendo na Ucrânia, onde as vítimas chegam a milhares de pessoas”, e afirmou que “é difícil prever como tudo isso vai terminar”. De acordo com ele, a Rússia não sabe “que tipo de ordens as novas autoridades ucranianas estão recebendo dos ‘curadores’ ocidentais, nem aonde a agressão de Kiev pode ser dirigida no futuro”. Porém, o general também observou que esta indefinição não exclui uma ameaça militar contra a Rússia.
Mais precisamente, o oficial disse que os mísseis de cruzeiro carregados pelos navios de guerra norte-americanos ameaçam todo o território europeu da Rússia, e falou particularmente a respeito dos sistemas de lançamento vertical MK 41, capazes de empregar mísseis de cruzeiro.

“A implantação de sistemas antimísseis é uma violação por parte dos EUA de um dos mais importantes acordos que garantam o equilíbrio estratégico na Europa – o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário”

Ao mesmo tempo, Gerasimov informou que a Rússia está expandindo o potencial de suas bases militares na Abkházia, na Armênia, no Quirguistão e em outros países próximos a fim de manter a estabilidade nessas regiões.

“No âmbito de acordos de longo prazo com Abkházia, Armênia, Quirguistão, Tadjiquistão e Ossétia do Sul, o potencial das bases militares russas localizadas em seus territórios está sendo ampliado. Elas [as bases russas] são o principal garante da segurança e da estabilidade estratégica nessas regiões”, disse o comandante das Forças Armadas Russas.

Além disso, ele afirmou que as armas nucleares estratégicas do país ainda são suficientemente capazes de dissuadir ataques de outros Estados e falou sobre a modernização do arsenal nuclear russo, que inclui a renovação de bombardeiros estratégicos e da frota de submarinos.

Por fim, o General Gerasimov observou que a defesa aeroespacial da Rússia continua melhorando e destacou o lançamento de um grupo autossuficiente de forças na Crimeia para proteger a “integridade e inviolabilidade do seu território”.

“Os desafios de segurança atuais do nosso país não são deixados sem respostas adequadas. As medidas tomadas a este respeito permitem garantir a proteção dos interesses russos”, concluiu.

A IV Conferência Internacional de Segurança de Moscou acontece em meio à deterioração das relações entre a Rússia e a OTAN, causada pelas acusações ocidentais sobre o suposto papel de Moscou na crise interna da Ucrânia, bem como pelo reforço da presença militar da Aliança na Europa Oriental.

Fonte: Sputnik News Brasil

17 Comentários

  1. Isso é ridículo mesmo!

    Se a Rússia fizer exercícios de guerra simulando os EUA como inimigo, a gente vai escutar um monte de mimimi de Washington, e a necessidade de colocar mísseis na Europa oriental.

    Os EUA são os reis do bullying internacional, mas quando alguém faz algo contra eles, ficam sensibilizados, tadinhos!

  2. “”Durante seus exercícios militares, a OTAN está cada vez mais frequentemente simulando a guerra com um inimigo condicional entendido como sendo a Rússia em vez de praticar atividades antiterroristas”””

    Como são burros, deveriam estar simulando guerras contra a Suíça e o Uruguai.

    • São burros mesmo! Os países da OTAN além de tomarem preju nos negócios com a Rússia, estão gastando dinheiro com treinamentos em vão, afinal, a OTAN não tem condições de aniquilar a Rússia.

      • “lure araujo
        16 de abril de 2015 at 19:11

        condições a OTAN tem, sim, é muitas,
        o problema é que o confronto exterminaria a raça humana.”

        Tanto a Rússia quanto a China são verdadeiros players globais hoje…a Rússia é simplesmente a segunda maior potencia bélica do planeta…e o segundo maior comerciante de armas do mundo…qualquer ato de agressão direta dos eua a este pais significara instantaneamente guerra total/nuclear… significara aniquilação mutua assegurada imediata..e eles deixaram isso bem claro no conflito da síria quando ameaçaram sua base lá…….armas convencionais como caça istelfi e aégif só servem para países desdentados…só servem para chutar cachorro morto..pois no principio de qualquer conflito entre estes países só o que se vera será o satã descendo dos céus e mandando para o espaço tudo o que os eua lutaram séculos para conquistar…..e a Rússia?!..ela não terá muito a perder do ponto de vista econômico e hegemônico se comparado ao outro lado…rs……..

        numa guerra total entre eua e rússia quem tem mais a perder?!….os eua detentor da hegemonia global econômica, financeira, comercial, industrial, tecnológica, científica, etc ou a Rússia!?…pais combalido que tenta se reerguer e se reestruturar depois de um colapso completo?!…..é óbvio que em ambos os lados haverá brutais perdas de vidas humanas…e que tudo ficara arrasado….mas do ponto de vista econômico e hegemônico os eua terá tudo a perder…os eua teria mais a perder do ponto de vista hegemônico…seria o mais prejudicado no final por ser a maior potencia global seja politicamente, financeiramente, economicamente, comercialmente, industrialmente ou belicamente….sua hegemonia global nestas áreas viraria junto com a Rússia pó…regra da natureza…predador só entra em combate que não lhe prejudique sua capacidade de predar no dia seguinte…

        ademais……esta gostando do blog amiguinho?!…..esta gostando daqui?!…seja bem vindo novo amiguinho….vamos nos divertir muito aqui….vamos nos divertir de montããããooooo…..hihihihihi…. 😀

        https://www.youtube.com/watch?v=d3N3BaaVXq0

        lá lá lá lá….lá lá lá lá lá lá lá lááááá…. 😀

        heheheheeee… 😀

      • olha como o Delúbio esta feliz senhor lure araujo…o senhor esta Feliz?…. 😀

        o tio Delúbio esta/ficou feliz com a sua estreia aqui senhor lure araujo…. 😀

  3. A OTAN avança sobre a fronteira da Rússia, mas é a Rússia que realiza “uma política externa agressiva”…

    Os EUA enviam aviões de espionagem para sobrevoar o enclave de Kaliningrado, o avião é interceptado, mas o até é tido como uma “inexplicável agressão russa”, isto sendo a Rússia uma nação báltica, enquanto os EUA estão do outro lado do Atlântico…

    Realmente, os EUA são santos, não são provocadores e a OTAN é uma instituição de ajuda contra a fome e a miséria.
    Amém.

    • Meu caro Ylya, pra muitos aqui, não importam que suas razões sejam justificadas, se você estiver contra a “verdade” que eles aprenderam a defender.
      É por isso que o Brasil é isso, um país que foi invadido primeiro por dentro. Tem tudo, menos brasileiros, por que poucos entendem o que vem a ser dignidade.

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