A dura escolha do Japão

© AP Photo/ Kim Kyung-Hoon, Pool

As negociações entre os ministros das Finanças chinês e japonês serão realizadas pela primeira vez desde há três anos, segundo declarou na segunda-feira (7) o ministro japonês Taro Aso, em Tóquio, durante uma coletiva de imprensa.

As conversas devem decorrer na capital da China, Pequim, em junho de 2015. Um dos temas principais deverá ser a participação do Japão no Banco Asiático de em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), criado pela China.

Na semana passada o Japão declarou que não tem planos de se juntar ao AIIB. Entretanto, mais de 50 países já aderiram ao banco, inclusive vários aliados dos EUA – Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Coreia do Sul. Os norte-americanos não foram capazes de impedir a criação do banco e declararam mesmo a intenção de cooperar com o AIIB.

Portanto, Tóquio percebeu que pode ficar isolado após a criação da nova estrutura política e financeira. O Japão também pode recear que os EUA não sejam capazes de garantir a segurança do Japão numa altura em que o poder da China continua a aumentar.

Daí o aceno para a China e o interesse em participar no projeto chinês.

Um outro gesto significativo foi o “remorso profundo” do Japão em conexão com a agressão contra a China na Segunda Guerra Mundial que foi expresso em 7 de abril pela chancelaria japonesa. Tal formulação é usada pela primeira vez, nota o especialista Valery Kistanov, chefe do Centro de Estudos Japoneses do Instituto do Extremo Oriente russo:

Ele também declarou que no Japão aumenta a ansiedade pela política do premiê Shinzo Abe.

“Shinzo Abe é considerado um falcão na política externa – levando ao aumento do poder militar japonês e a uma maior utilização das forças de autodefesa no exterior.”

“Para minorar a ansiedade, o governo japonês ao que parece, tomou esta decisão – publicou pela primeira vez um livro branco da política externa onde mostrou arrependimento. Este foi um gesto forçado.”

O passo de publicar o livro branco foi dado na véspera do 70º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial. E isso não aconteceu por acaso, opina Aleksandr Larin, especialista do Centro de Estudo da China no Instituto do Extremo Oriente:
“Aparentemente, chegaram à conclusão de que agora é o momento certo para fazer algumas mudanças na sua posição. Um fator significativo foi a intensa pressão da China que, direta e  repetidamente  exigiu ao Japão que mudasse a sua posição e pedisse desculpas.”

Assim, parece que o “gelo” diplomático nas relações sino-japonesas, começa a derreter gradualmente. O início mostra-se reservado, bem como o aperto de mão entre Shinzo Abe e o presidente Xi Jinping, à margem do fórum da APEC, em novembro, em Pequim.

Na quarta-feira, 8 de abril, será realizada a visita de quatro dias ao Japão da delegação do parlamento chinês, chefiada pelo vice-presidente do Comitê Permanente da APN, Ji Bingxuan.

Fonte: Sputnik News Brasil

 

26 Comentários

  1. O Japão escolhe o certo quando busca equilibrar a politica com a China, pois sabe que é questão de tempo até os EUA não terem mais condições de atuar militarmente naquela região contra a China em favor de niguém, e pra evitar conflitos desnecessários faz-se vital um acordo e memorandos para afastar os erros do passado da oportunidade de criar novas relações, até porque ambos podem crescer muito um com o outro.

    • Sr.ARC
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      O Japão pode se juntar a Índia, este embora tem muitos acordos comerciais com a China, a Índia também não quer ficar totalmente ” escorado ” nas pernas do dragão, como é o caso da Rússia.
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      Japão e a Índia, de uma forma mais autônoma sem muito se submeter a Washington com ocorre com os países europeus, podem ser ótimos parceiros estratégico e de quebra, atrair alguns atores regionais que não se sente confiante com a China como o futuro FDP do planeta .. como é hoje os EUA.

      • ÍNDIA ASSINA ACORDO DE DEFESA COM O JAPÃO.
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        Nova Deli vai trocar dados de vigilância sobre o Oceano Índico com o Japão, que lhe fornecerá dados sobre vigilância do Mar do Sul da China. Os acordos foram assinados segunda-feira, 30 de março de 2015, em Tóquio, pelo ministro da Defesa indiano, Manohar Parrikar, com o seu homólogo japonês Gen Nakatani.
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        (*)fonte: [ voltairenet.org/article187235.html ]
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      • Helvécio nós também assinamos acordos de defesa ate com cucamonga.Isso não quer dizer nada na visão estrategica militar por tratar-se de normal intercambios entre nações.
        A India sim tem acordo militar de reciprocidade militar com a Russia ou seja declarar guerra a um esta declarando guerra ao outro.
        As pessoas confundem muitos as coisas acham que ate acordos economicos e industriais sejam pactos na esfera de defesa.

      • “””A India sim tem acordo militar de reciprocidade militar com a Russia ou seja declarar guerra a um esta declarando guerra ao outro.””””

        Que bobagem, acordo de reciprocidade militar não tem nada a ver com aliança militar.

        Se é por isso a Índia tem vários acordos com Israel. E se alguém declarar guerra a israel estará declarando guerra ìndia?

        Não tem nada a ver acordos e alianças.
        Achar que a Índia vai enfrentar a OTAN para ajudar a Rússia, por enquanto, é muita fantasia.

        Como é que chegam a essas conclusões?

        Se fosse assim a Índia não gastava bilhões com equipamento ocidental.

      • Cadelinha viralata Yanke que se sente poodle Britanica a India tem sim pacto de reciprocidade militar com a Russia pois quando o firmaram os dois se cagavam de medo da China.
        O que tu entendes destes assuntos seu bundão ? Nada ! Apenas aparece para vomitar tua cadelice.

      • Uma boa opção, e é fato que o Japão está fortalecendo seus laços com a Índia, mas precisa rever sua postura em relação a Russia, principalmente no assunto sanções ( até porque a industria japonesa prospera muito no territorio eslavo) principalmente porque a Russia é o grande interlocutor da Asia, e pode ajudar no equilibrio das relações entre Japão e China. Há quem duvide, mas a China tem diferenças serias com a India, nem por isso deixa de ter boas relações coexistenciais com os indianos, e isso o Japão tbm pode desfrutar, quanto ao pedido de desculpa acho natural, a China foi massacrada pelo Japão, o povo chinês tem mágoas quanto a isso, e acho mais facil pedir desculpas pelo estrago causado aos sinos do que se sujeitar aos interesses daqueles que um dia tiveram a coragem de explodir um bomba nuclear neles, matando milhares, traumatizando outros milhares, e sequelando toda uma geração, e isso…depois da guerra estar vencida, só por demonstração de poder. Por esse e por outros motivos acho que o Japão pode e deve desfrutar da prosperidade do crescimento chinês. Sds

    • ARC,

      Não penso que os japoneses irão querer “trocar de cadeira” acreditando em um futuro poderio chinês. Até porque, o crescimento militar chinês pode ter consequências diversas… E o crescente poderio chinês não vai significar uma diminuição do poderio americano. Muito pelo contrário. Os americanos tenderão a deslocar cada vez mais recursos para aquela região, visando manter a vantagem sobre os chineses…

      O que acredito que o Japão fará será tentar se equilibrar entre os dois poderes. Eles, os japoneses, sabem perfeitamente estão em uma posição crítica, entre a China e os EUA.

      Logo, o Japão sempre buscará a maior autonomia possível em relação aos americanos, mas isso será ao mesmo tempo em que se mantém sob o escudo da USN. Em suma, acredito que os japoneses buscarão a neutralidade, mas ao mesmo tempo tentarão manter o seu status quo em relação aos outros países da Ásia.

      E digo “status quo” porque para o Japão está tudo muito bom do jeito que está… Fazem suas próprias escaramuças, sob a proteção oferecida pelos americanos ao mesmo tempo em que buscam manter relações seguras com outros países da região.

      • Caro _RR_ foi esse o ponto que abordei, o Japão aos poucos deixará de estar submisso a influencia direta dos EUA, será prejudicial deixar que os EUA montem mais bases e aumentem o poder das mesmas na região asiáticae principalmente em seu territorio, e tanto é verdade que os japoneses já não querem mais bases norte americanas em seu territorio, logo, o caminho do Japão é equilibrar-se nas relações com os sinos, e manter boas relações com os EUA, mas principalmente continuar sua caminhada de reerguimento de suas forças e independencia.
        Outro ponto importante é a industria chinesa, que poucos sabem, mas tem boas relações com a japonesa, a exemplo disso é a poderosa fabricante de trens chinesa que a poucos meses vendeu trens para o RJ, e esses trens apesar de serem chineses utilizam componentes da Toshiba, criando assim vinculos comerciais, e esse é um exemplo de que podem existir boas (de respeito) relações comerciais e geopoliticas entre ambos. Sds

  2. E bota dificil nisso. Mas deve ser ainda mais para a China ter que engolir de forma pragmatica um Japão que odeiam, depois de tantas humilhações que o japão lhes impos, e muitas atrocidades também, contra o Chineses, num passado nem tão passado assim. Isso demonstra a personalidade dos Chineses na sua busca por representatividade mundial. Esse é um lado que não nos acostumamos a olhar, tão limitada é a nossa visão imposta pelo ocidente yanke, que coloca niveis de simpatia de acordo com a proximidade e interesses que eles dedicam a certos países, ignorando o histórico das relações entre países. O Japão mesmo, daqui a pouco pode se tornar vilão, asiaticos que são, de acordo com os interesses do ocidente yanke de acordo publicidade romanceada para fabricar herois.

    • Pouco se fala sobre isto no “Ocidente”,
      más durante a “Segunda Guerra Sino-Japonesa”, travada de 1937 a 1945, conflito que se inseriu na segunda Guerra Mundial…A China, com 3,8 milhões soldados mortos + 16,2 milhões de civís mortos, foi depois da URSS, o país com maior número de mortes na II Guerra Mundial.

      Juntos, a URSS com 25,5 milhões e a China com 20 milhões, totalizaram cerca de 76% do total das mortes atribuídas ao conflito mundial.

      Dos 59,6 milhões de mortos da Segunda Guerra, 45,5 milhões eram soviéticos e chineses…

      • A questão, meu caro Alvez, é que para a cultura do ocidente yanke, certas vidas são desprezadas, são inferiores. Reconheçer perdas então, nem pensar, então, esquece. Vida, reconhecidas para o ocidente yanke, são as dos que tomam parte aceitando as estratégias deles. Portando As deles e as daqueles que se prestam a serví-los, mas ainda assim, esses terão um reconhecimento de segunda classe, os do bem saem só de seu grupo.

  3. O Japão é um país perigoso, passou uma imagem de vítima para o mundo após as bombas nucleares, mas manteve seu imperador Hiroito incólume gozando de grande prestígio embora fosse um dos maiores assassinos já existentes !

    A China sofreu muito nas mãos japonesas e de outras potências europeias e EUA, mas se preparou vez seu dever e agora não esta disposta a ser vítima de ninguém novamente !

    Agora o Japão esta numa sinuca de bico,Shinzo Abe sabe disso e tenta escapar
    das amarras dos EUA, tentando mudar a constituição pacifista( imposta pelo EUA )e mostrar o verdadeiro Japão !

    A retratação japonesa perante a China, deve ter feito muitos japoneses pensarem no Harakiri !

    • Caro Cesar, até existe as diferenças entre eles, mas diante da culturs de honra, o lider poder trabalhar no reconhecimento da população diante do massaque impetrado ao sinos, nada de humilhação, somente pedido de desculpas pelo erro passado. Sds

      • O Japão diz,fala muito em honra e coisa e tal,mas oque vimos na Segunda Guerra não foi nada que se assemelhe a honra,mas sim um fanatismo a ponto de considerarem o imperador um deus !

        Para se ter honra antes se deve conhecer a piedade,coisa que os japoneses não tiveram com os chineses, e digo mais o pedido de desculpas só veio porque hoje a China é poderosa,se os sinos fossem aqueles infelizes esfarrapados que eram, o Japão jamais pediria desculpas, Hong Kong também seria território britânico nos dias de hoje, os japoneses precisam pedir desculpas também aos coreanos entre outros povos que foram suas vítimas !

        O Japão não esta arrependido esta é defendendo seus interesses !

      • Perfeito Cesar. Se tem uma coisa que eu não aprecio é a condução para induzir a forma de como querem que interpretemos a historia. Camuflam a verdade muitas vezes, para criar apoios a antagonismos ao bel prazer das estrategias e interesses escusos. Por isso a cultura é boa, já que com ela aprendemos a investigar por conta propria a história desenvolvendo senso critico, dificultando manipulações. Sds.

  4. “Entretanto, mais de 50 países já aderiram ao banco, inclusive vários aliados dos EUA – Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Coreia do Sul.”

    Iiih, viraram putinhas dos Chineses tambéms? 😀 😀 😀

  5. claro, o plano da criação do banco dos BRICS, é da china é totalmente apoiada pelo o esqueda do obama, é por alguns magnatas de WALL STREET,
    ou alguem aqui viu aqui, os EUA reclamando ?

  6. De milenar civilização que jamais havia perdido uma única guerra e que tocava o terror por todo sudeste Asiático depois de tomar duas nukes por dentro da lata este inteligente povo transformou-se em cadelinha viralata a lamber os ovos de seu destruidor.
    Bostéricos parem de supunhetarem e curiricarem misturando fatos e suposições a área militar de defesa.
    A hora que a China ou a Rússia der um pau bem dado no Japão ele vai abanar o rabinho e se urinar todinho pro lado do arregassador.
    Aceitou ser escravisado como é escravisado pelos EUA e nenhuma nação do sudeste Asiático gosta ou confia neles.

    • Não é bem assim meu amigo Maluquinho,mas digamos que seja verdade essa afirmação 1000000000000000000000 de vezes ser escravo dos E.U.A na condição do Japão que ser aliado da China na condição da Córeia do Norte,o PCC trata seu povo como escravos, imagine com outros povos.

      • Pow meu caro os caras jogam bombas atomicas em voce te escravizam como tributo de guerra e voce ainda acharia melhor ser escravo deles do que de outro kkkkk

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