O que acontecerá no Irã após a revogação das sanções

O sucesso das negociações sobre o programa nuclear iraniano, sem sombra de dúvida, influenciará seriamente a economia nacional, regional e internacional. E já é possível traçar previsões sobre quem será o maior beneficiado disso, consideram os especialistas entrevistados pela agência Sputnik Persian.

Na opinião de Sajad Taieri, analista político do portal iraniano iranianpolicy.net, os maiores beneficiados, além do Irã, serão os países da União Europeia (UE) e, possivelmente, do Sudeste Asiático, por poderem ganhar acesso à uma fonte alternativa de recursos energéticos e um novo grande mercado.

“No caso da revogação das sanções, a economia iraniana se abrirá para além dos seus parceiros tradicionais do Oriente Médio e da Europa. Ficará disponível para cooperar com os países do Sudeste Asiático, ampliará os laços comerciais com a China. Além disso, o que é claro, em primeiro lugar poderemos ver um considerável aumento nas exportações do petróleo iraniano”, disse o especialista.

Segundo a agência de notícias oficial iraniana, IRIB, Irã possui mais de 20 milhões de barris de petróleo bruto armazenados em navios-petroleiros, prontos para zarpar dos portos do país. Alguns analistas pontuam: assim que as sanções contra Teerã forem retiradas, após acordo sobre o programa nuclear, esse petróleo será imediatamente encaminhado para os clientes. Além disso, Irã aluga grandes depósitos especializados em armazenar petróleo na China, nos quais há um volume desconhecido desse mineral.

Enquanto isso, o preço do barril segue despencando, à espera do acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano, cujas negociações acontecem esta semana na Suíça. No entanto, os especialistas iranianos, em sua maioria, consideram que a revogação das sanções deve influenciar de modo patente a economia da República Islâmica, mas não a da região como um todo. E economia do entorno está sendo determinada por outros fatores, dos quais depende o valor do barril, disse o cientista político e membro da editoria do Centro iraniano de pesquisas para Eurásia, Reza Hojat-Shamami.
“Irã vive sob sanções internacionais desde 1979. Os acontecimentos dos últimos anos, entretanto, afetaram de modo radical a conjuntura interna e de toda a região. Um dos principais fatores seria a dependência da economia do país do andamento das negociações sobre o programa nuclear iraniano. A experiência demonstrou que, se chegarmos a um acordo desejado por todas as partes do processo de negociação, a economia do Irã, a curto prazo, sofrerá mudanças positivas. Já a longo prazo, podemos esperar a queda nos preços dos produtos no mercado interno. A revogação das sanções poderá colaborar com o reestabelecimento de muitos segmentos mais afetados pelo embargo, como o setor energético, bem como com projetos desenvolvidos em parceria com outros países. Quanto ao preço do petróleo, eu entendo que neste caso há muitos outros fatores determinantes a atuar no momento. Um deles seria a situação no Oriente Próximo, como as rebeliões no Iêmen, que podem se expandir para toda a região e alterar o preço do petróleo. Afinal, muitos países produtores de petróleo estão situados aqui. Por isso, em geral, se as partes chegarem a um acordo e as sanções contra o Irã forem revogadas, a longo prazo isso não refletirá em alterações do preço no mercado do petróleo”, concluiu Hojad-Shamami.

Visando a revogação das sanções, Irã também avalia as opções para exportação do seu gás natural. Ainda em setembro do ano passado, em Nova York, nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, o presidente do Irã, Hassan Rohani, ofereceu ao seu colega austríaco, Heinz Fischer, uma “fonte estável de gás”, considerando crises no fornecimento do recurso em função das tensões entre Rússia e Ucrânia. Segundo a autoridade iraniana, seu país estaria pronto para organizar uma rota de fornecimento de gás natural para Europa através da Áustria.

Apesar do gás natural não ter sido prioridade no Irã nos últimos anos, segundo os especialistas o potencial de crescimento do setor no país é expressivo. Até 2020 a produção deve crescer até o volume de 215 bilhões de metros cúbicos anuais, o que abrirá possibilidade de exportar cerca de 35 bilhões de metros cúbicos por ano. Essas contas são de conhecimento de Bruxelas, que há muito busca uma alternativa ao gás russo, que garante um terço das necessidades da UE pelo recurso (163 bilhões de metros cúbicos em 2013).
Segundo especialistas, entretanto, levaria no mínimo 8 anos para organizar grandes volumes de fornecimento de gás do Irã para a Europa. Quanto ao transporte de petróleo, a situação é bem mais simples. Porém, tudo depende da decisão política.

Por isso, em linhas gerais e a curto prazo, Irã ainda não poderia ser avaliado como uma fonte de recursos energéticos segura e alternativa à Rússia. Já a médio prazo, tudo dependerá da situação no mundo, no Oriente Próximo, no Oriente Médio e no próprio Irã. O balanço de forças políticas no país refletirá, de modo necessário, a política interna e externa de Teerã.

Por isso, as notícias frequentes sobre as possibilidade de exportação do petróleo e do gás iraniano para Europa podem ser avaliadas como mais um episódio de um fino e complexo jogo político entre diversos atores internacionais. Os americanos querem impedir a aproximação entre Rússia e Irã. União Europeia sonha com a diversificação das fontes de recursos energéticos. Já o Irã busca a revogação das sanções nas melhores condições possíveis.

Fonte: Sputnik News Brasil

5 Comentários

  1. Prevejo um novo polo de poder no OM, e isso é otimo para o equilibrio naquela região, e claro, países como Russia e China ganharão muito com isso, vendas de armamento, infra estrutura e tecnologia.

    • Com certeza, o mundo dará mais um passo, decisivo, rumo ao multilateralismo.
      Um Irã forte dara muito mais estabilidade a região, e não o contrario, como os donos da verdade costumam apregoar. O irã sempre foi um país de pessoas moderadas. A utilidade religiosa para motivar seus cidadãos contra um imperio opressor, a seu tempo, dominado por uma nação estrangeira, é só mais um ingrediente, desses que usam mundo afora muitas vezes a favor do opressor, as vezes contra, no chamado tabuleiro geopolitico. Como já foi no passado a ferramenta do comunismo, para efeitos de propaganda marginalizadora. Na verdade os povos honrados lutam apenas por independencia, soberania e por suas cidadanias. Poucos são os que de livre e espontanea vontade se deitam com seus violadores e tornam isso uma cultura. Um Irã forte certamentevai dificultar a vida de um ISIS, por exemplo e certamente combatera outros grupos facinoras que são chocados mundo afora, por aguias e galinhas gordas de petroleo.

  2. ,..Real/, será melhor p td no OM, assim os judeuss baixam a bola, os Palestinos possível/ ganhem um pouco + de visibili// dentro do mundo Árabe como deveria ser, ajuda em sua causa , ñ necessária/ armada + eles podem ser armados … Quem viver verá. Sds. 🙂

  3. Será que o Obama está pisando no rasto da morte ? … muitos que contrariaram o sistema satânico da máfia mundial levou ferro; veja só o que aconteceu com o JFK.
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    O SENADOR McCAIN DIZ QUE ISRAEL DEVE SER UM VAMPIRO PARA IMPEDIR O ACORDO NUCLEAR DO IRÃ .
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    Todos os lados estão dizendo que eles estão a fazer progressos, o que significa um acordo bem-sucedido que iria levantar as sanções internacionais contra o Irã e restringi-los de obter armas nucleares é uma possibilidade real.
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    Mas não diga ao senador do Arizona o republicano John McCain que levou para o plenário do Senado em sugerir que Israel ” seja ousado ” e resista a qualquer tipo de acordo.
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    Não fazê-lo, disse McCain, pode significar que eles não sobrevivam aos quase dois anos que restam na presidência Obama.
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    (*)fonte: [ noticia-final.blogspot.com.br/2015/04/o-senador-mccain-diz-que-israel-deve.html ]
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    (…) “Os israelenses terão de traçar o seu próprio caminho de resistência. No acordo nuclear iraniano, eles podem ter que ser truculentos . Vamos torcer para que seus meros blefes de advertências não forem. Israel sobreviveu seus primeiros 19 anos sem patrocínio significativo dos EUA. Por enquanto, tudo o que tem a fazer é passar o próximo dia 22, é certo que por muito tempo, meses “, disse McCain (…)
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    Parece que a lavanderia do Jacó ganhou um advogado ferrenho no corrupto congresso americano, os honorário que os o cartel da lavanderia de Jacó para ao Che Guevara dos sionistas deve ser alto …rsrsrsr
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    O anão Israel e o Che Guevara as avessas da extrema direita ( John McCain ) sempre tiveram atuando juntos e de mão dadas, que ajudando o Estado Islâmico ( EI ), na Ucrânia ajudando os nazi sionistas ou em qualquer lugar onde se possa fazer golpe de estado para instalar ali uma ditadura pro anglo-saxônica ( sionismo )..

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