China atrai Brasil e mais 44 países a banco nascido de costas para os EUA

A China deu, nesta terça-feira, mais um passo para materializar seu Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB, pela sigla em inglês), a primeira instituição financeira multilateral que não será dominada pelos Estados Unidos ou algum de seus aliados. Também na terça finalizou o prazo dado pela China e mais de 45 países solicitaram ser membros fundadores da instituição, apesar do rechaço explícito dos EUA. Entre as últimas economias que apresentaram sua candidatura estiveram a Suécia, Espanha, Taiwan — que não possui laços formais com a China continental — e Noruega, apesar das más relações com Pequim depois da concessão do prêmio Nobel a Liu Xiaobo. O Brasil também será membro fundador da instituição, conforme informou o Palácio do Planalto, em uma nota oficial divulgada no último dia 27 de março, na qual diz que o Governo brasileiro “tem todo o interesse de participar desta iniciativa”.

No próximo dia 15, será anunciado definitivamente quem são os demais membros fundadores da instituição, com sede em Pequim, dirigida por Jin Liqun e que a China espera que esteja em funcionamento no final do ano. Embora se saiba que contará com um capital inicial de pelo menos 50 bilhões de dólares subscritos (160 bilhões de reais) e 100 bilhões comprometidos, ainda falta concretizar numerosos detalhes sobre seu funcionamento. Não está claro se a China terá direito de veto e o Governo tampouco quer esclarecer isso. Seu vice-ministro de Finanças, Shi Yaobin assegurava na semana passada que “não é verdade que a China procurou ou renunciou a um direito de veto”.

Essa falta de dados é o que os EUA usam para justificar suas reservas sobre o futuro organismo, temendo que debilite organizações já existentes como o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD). Washington questiona se o AIIB terá padrões rigorosos de governança e de concessão de créditos. Os países que solicitaram o ingresso respondem que, por dentro, será mais fácil negociar normas que garantam uma gestão transparente e padrões estritos. No fundo, está a luta por poder entre as duas maiores economias do mundo, pois junto com o rechaço norte-americano a participar em um banco de desenvolvimento promovido pela China une-se a promoção do Acordo de Associação do Pacífico, que os EUA prevê assinar com outros 11 países daquela região com a importante ausência da China.

O secretário do Tesouro norte-americano, Jack Lew, se encontrava nesta terça-feira em Pequim, onde se reuniu, entre outros, com o primeiro-ministro Li Keqiang. Lew expressou a vontade de seu país de “colaborar com a China à medida que este país aprofunde suas reformas financeiras e se integre mais, assumindo maior responsabilidade no sistema financeiro global”. A China assegura que usará o exemplo das instituições já existentes para imitar suas boas práticas e evitar seus defeitos, como um excessivo burocratismo na hora de conceder créditos. Este fim de semana, o presidente chinês, Xi Jinping, reafirmava que o novo banco complementará o trabalho do Banco Mundial e do BAD. “Ser um grande país implica assumir uma maior responsabilidade na região, e não buscar um maior monopólio nos assuntos regionais ou globais”, dizia o mandatário.

Seguindo o exemplo norte-americano, países como Austrália e Coreia do Sul se negaram inicialmente a participar, mas no final solicitaram ingresso. Tudo mudou no dia 12 de março, quando o Reino Unido anunciou sua adesão, para surpresa inclusive de Pequim, que esperava isso uns dias mais tarde.

O cálculo de seu ministro de Economia, George Osborne, era simples: como membro fundador, seu país ganharia pontos para se tornar, como quer, o grande centro de operações financeiras em renminbis (ou yuans) – a moeda chinesa – na Europa. Depois do anúncio britânico, seguiram em cascata o resto das economias europeias, querendo manter uma boa sintonia com a segunda economia do mundo e abrir caminho à participação de suas empresas nos projetos financiados pelo banco. No final, o fraco setor de infraestruturas na Ásia conta com um enorme potencial.

Desde a chegada ao poder de Xi Jinping, a China desenvolveu uma política exterior muito mais enérgica e com este Banco conseguirá aumentar sua influência global. Além disso, ganha credibilidade e experiência no âmbito do investimento multilateral. Uma área onde ainda é um ator relativamente novo, apesar de já se ter transformado em um dos principais fornecedores mundiais de crédito: só seus empréstimos à América Latina e Caribe cresceram 70% em 2014, chegando aos 22 bilhões de dólares (70 bilhões de reais), segundo aChina-Latin America Finance Database. Suas experiências prévias, através do Banco Chinês de Desenvolvimento ou o Eximbank, nem sempre foram gratas. Com o novo banco, poderá aproveitar o conhecimento de outros países com maior tradição, ao mesmo tempo em que mantém as rédeas.

Na avalanche de solicitudes de ingresso só foi rechaçado, que se saiba, um pedido: o da Coreia do Norte. Pequim bloqueou o país por causa da negativa de fornecer seus dados econômicos.

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Escassa representação internacional

Os grandes países emergentes criticaram sua escassa representação nos organismos multilaterais, que mantêm o equilíbrio de poderes resultante da II Guerra Mundial.

Em 2010, o G20 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordaram em colocar em marcha uma reforma das instituições de governo global. O primeiro passo era uma mudança nas cotas do FMI para refletir o peso econômico dos países.

A reforma decidida aumentava o peso dos emergentes em apenas 2,8% embora isso colocaria a China no terceiro país com mais peso nos FMI. Agora ocupa o sexto lugar, depois de EUA, Japão, Alemanha, França e Reino Unido.

Para poder aplicar a reforma é necessário o apoio de 85% dos votos. Com os EUA dominando 16,75% do direito de voto, não vai ser feita nenhuma reforma sem sua aprovação. É, de fato, um direito de veto.

O Governo de Obama desde 2012 não consegue aprovar a reforma.

Macarena Vidal Liy

Fonte: El País

18 Comentários

  1. E fazemos muito bem em participar desta iniciativa!

    O Brasil precisa estar em todas as esferas pra poder ficar mais competitivo, e devemos também continuar com o Banco Mundial e FMI!

    O Banco dos BRICS acabará com o dolar como moeda de referencia global, e portanto precisamos fazer nossa parte nesse cenário!

    E esse banco de infraestrutura competirá com o Banco mundial, e então precisamos fazer nossa parte também!

    Valeu!

    • Sr. Francoorp
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      Pelo fato do Brasil literalmente fazer parte dos BRICS mesmo de uma forma bem acanhada, trouxe sobre o governo anterior e atua a fúria daqueles que sempre apostaram alto na hegemonia americana no mundo.
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      Uma elite que fez e faz fortuna vendendo a cultura americana neste pais, como é o caso das organizações da editora ABRIL que começou vendendo os gibis do avarento tio Patinha e até hoje faz uma massificação da cultura americana na sua mídia, sem falar das organizações GLOBO e da mídia JovemPam.
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      O governo americano preocupado com o movimento nacionalista na região anti-americana ( o bolivarianismo ) e nas relações da Rússia e da China no quintal dos americanos, o Brasil virou alvo da NSA, onde as informações de estado e o telefone do chefe supremo ( presidente da república) passaram a ser monitorado pelo governo americano e por incrível que lhe possa aparecer, teve apoio dessa gente que sempre ganharam com a submissão deste pais aos EUA.
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      BRASIL SEDIA OPERAÇÃO DE ESPIONAGEM AMERICANA DA NSA.
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      A Base faz parte do Programa Exploração de Redes de comunicação da NSA.
      Às vezes, é necessário perguntar se fatos surpreendentes são realmente tão surpreendentes.
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      (*)fonte: [ anovaordemmundial.com/2015/04/brasil-sedia-operacao-de-espionagem-americana.html ]
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      (…) De acordo com um relatório recente publicado pela RT.com, cujo foco principal é a recusa em permitir que a Alemanha faça parte dos Five Eyes (Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia), um grupo de cinco nações que espiam ativamente em nome do governo dos Estados Unidos, o Brasil é parte de uma rede de países que permite a existência de bases americanas cujo objetivo é ampliar o aparato de espionagem do governo do Presidente Barack Obama.
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      A rede de Bases de Espionagem da NSA está espalhada por todo o globo. O governo dos Estados Unidos e, mais especificamente, a NSA, negocia diferentes acordos com diferentes países e grupos de países separadamente e os coloca em três níveis segundo o a sua cooperação.(…)
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      (…) Locais como o de Brasília é o tipo de lugar em que a NSA cria cerca de 50.000 implantes em redes de computadores, como parte de suas operações de exploração de comunicações. “Essas operações são realizadas pela divisão altamente especializada e secreta da NSA chamada Tailored Operações Access (TAO)”, relata o site Electrospaces.net. (…)
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      Eu não tenho nenhuma dúvida que muita dessa mídia brasileira sejam uma de muitas base de informação e propagação de informação a serviço dos EUA no Brasil e na região.
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      O Brasil foram da influência americana é mau para os negócio dessa gente que ganha dinheiro se prostituindo para os americanos … um Brasil mais independente é péssimo para os negócio dessa elite cafeeira. 😉

      • falou tudo como é…

        o modelo de vida ocidental é o modelo europeu pós colonialismo e segunda guerra mundial, com estado forte e prestador de serviços, e não o americano que começou recentemente, um modelo baseado só no “ter” e não no “ser”!

        Valeu!

  2. é o unipolarismo/hegemonia estadunidense indo para o espaço… ninguém mais pode detê-los senhores…

  3. Unipolaridade estadunidense: fontes de estabilidade e declínio

    Poder estadunidense é diferente de outros estados história hegemônica, porque não é baseado apenas em recursos econômicos ou militares, mas tem um poder acima de tudo linguística político, científico, cultural e.
    Como você equilibra este soft power? Nenhuma ordem política até agora era imutável e também o declínio americano.

    Existem várias fontes de solidez deste sistema:

    1. O poder que se manifesta em: guarda de segurança (após a Segunda Guerra Mundial terminou os acordos militares que conseguiram limitar a soberania do japonês e alemão) superioridade tecnológica (através da posse de dissuasão nuclear substituir com a possibilidade um contrapeso) e domínio de mercado (o dólar teve muito tempo o papel de moeda transnacional e reserva);

    2. sua posição geográfica particular (que é a única grande potência que não fazem fronteira com o caso). Então, quando ela foi tirada em rivalidades europeias, fê-lo apenas como um balanceador no mar, sem o perigo de dominação. É por isso que muitos governos temiam sim o abandono e têm consistentemente cortejou os EUA. Diz-se, na verdade, que é um “império convite”) e o momento histórico de sua ascensão (entrou tarde na cena do mundo, depois da era colonial e uma imperial, e é por isso que os seus interesses não foram baseadas em . controle territorial, mas na promoção de formas mais idealistas de organização das relações entre as grandes potências As declarações de princípio sobre a liberdade na verdade oculta interesses e acesso abertura para o resto do mundo);

    3. a maneira em que a democracia e as instituições têm permitido que ele apareça menos ameaçadora;

    4. Compatibilidade com a modernização de seus princípios (o acordo estreita entre o modelo proposto por eles e as necessidades funcionais da modernização, aumentar seu poder. Por exemplo industrialismo tende a formar uma sociedade de trabalhadores altamente qualificados, isso tende a foster comunidade diferenciada políticas, educar e sistemas refratários coercivas) e os princípios de sua política distinta, como a identidade multicultural e nacionalismo cívico (identidade de grupo formados a partir compromisso comum para as crenças políticas da nação. Isto envolveu quatro tipos de implicações: incentiva a projeção externa dos princípios internos de organização política abertos; é a cola com outros Estados ocidentais que partes; reforça uma política externa internacionalista e multilateral deu uma extraordinária capacidade de absorver imigrantes para os EUA em um sistema político estável).

    Mas há algumas forças que poderiam levar ao declínio de os EUA:

    1. as preocupações dos Estados menores contra a sua segurança crescendo e, neste contexto, os realistas descrever a lógica do retorno ao equilíbrio. Tais movimentos não seria feito com o objectivo directo de contrabalançar os EUA, mas criaria um esfriamento das relações. Há três opções possíveis: uma contra-coligação da China e da Rússia, mesmo se eles são antagonistas em muitas áreas, são os únicos, além de ser poderoso e equipado com armas nucleares, já sem vínculos formais com a defesa dos Estados Unidos e que não tenham abraçado totalmente capitalismo e democracia; uma partida de os EUA para a Europa e Japão, o que poderia revelar-se uma crescente impaciência diante das tendências e dominação unilateral da América; um retorno da Alemanha e do Japão, II e III a maior economia do mundo, onde talvez o fato de que os EUA vão continuar a manter, após 50 anos contingentes militares está a criar alguma dificuldade (as grandes potências pode ir para baixo, mas nunca desistir de seu status) ;

    2. os EUA vão começar a fazer escolhas para reduzir o seu papel no mundo, porque os custos incorridos no curto prazo para criar a ordem do mundo não são imagináveis ​​para suportar a longo prazo de qualquer maneira e, provavelmente, mais cedo ou mais tarde o povo americano não apoiá-lo mais porque sem a Guerra Fria, o público não reconhecer plenamente esse papel não compreender a sua importância (que é por isso que você criou o inimigo islâmico);

    3. um colapso econômico global, comercial ou financeiro. Desde a desregulamentação dos mercados e sua interligação ameaça tornar a crise mais grave, você pode imaginar uma nova Depressão com um retorno até mesmo formas de protecionismo que levaria a Europa e Ásia Oriental para afastar os EUA e prosseguir a sua visão de uma integração económica regional . Os mercados se tornaria mais político e as três principais regiões industriais iria competir pela supremacia econômica;

    4. o ataque não deve necessariamente vir de outros estados, mas também pelo terrorismo internacional que tem muitos mais incentivos e muito menos restrições. E ‘pouco provável, no entanto, que representa uma ameaça para a estrutura de poder, a longo prazo, porque, mesmo que matar milhares de pessoas não derrubar governos e não conquistar territórios. As consequências serão menos direta e irá fortalecer ou enfraquecer a unipolaridade, dependendo ou não criar diferenças entre os aliados.

    Fonte: http://www.tesionline.it

    http://www.tesionline.it/v2/appunto-sub.jsp?p=4&id=395

  4. O BRASIL precisa se modernizar,em todos os sentidos, daí a importância de fazer parte de uma organização desse porte, os EUA já presentem o perigo,mas perderão não participando !

    • Infelizmente caro Stadeu, houve toda essa corrupção que tirou da Petrobras muito, mas muito dinheiro, seja por desvios como tbm pela perda de investimentos, queda no preço do petróleo e por aí vai, e com isso projetos cruciais para o progresso da Petrobas ficaram travados, o próprio Comperj teve que parar, e para continuar estas empreitadas, fomos obrigados a pegar um empréstimo, graças a Deus que os chineses se disponibilizaram para tal ajuda, pois na situação que a Petrobras estava ngm emprestaria, e graças a este empréstimo, o Comperj e outros projetos devem voltar a funcionar em julho. Sds

  5. Verdade seja dita, nosso país precisa do investimento chinês, principalmente em infra estrutura, pois infelizmente não temos cash neste momento para manter e aumentar investimentos em portos, aeroportos, tecnologia e afins, e fazendo parte de Banco, poderemos desfrutar de acesso a grandes reservas por mensalidades viáveis, o que permitirá não gastar reservas federais para tais empreendimentos.

  6. A política dos EUA de tentar isolar os chineses no estabelecimento de seu banco e encorajar os aliados dos EUA para não aderir, falhou.

    Na tentativa de isolar o AIIB, o EUA tornou-se isolado em si…

    O AIIB teve várias grandes adesões nas semanas passadas, quando o Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Turquia e Coréia do Sul, anunciaram seus planos de adesão, além de Índia e outros já a bordo.

    Esta onda de aliados dos Estados Unidos que reunem-se para juntar-se a instituição financeira liderada pela China, demonstra para os diplomatas estadunidenses, que vêm trabalhando nos últimos meses para desencorajar seus aliados de se juntarem ao AIIB, os limites da influência de Washington sobre os seus aliados, pelo menos em questões financeiras envolvendo um jogador de peso como a China.

    • Realmente parece que os USA estão se isolando e a China atraindo mais investidores e países interessados!

      No bolso cada um sabe o que aperta e corre pra onde tem mais vantagens!

      Valeu!

  7. ,..Francoorp: E fazemos muito bem em participar desta iniciativa!

    O Brasil precisa estar em todas as esferas pra poder ficar mais competitivo, e devemos também continuar com o Banco Mundial e FMI!

    O Banco dos BRICS acabará com o dolar como moeda de referencia global, e portanto precisamos fazer nossa parte nesse cenário!

    E esse banco de infraestrutura competirá com o Banco mundial, e então precisamos fazer nossa parte também!

    Valeu!
    Responder :===== Grana é poder o poder p ser mantido tem de ter grana..Sds. 😉

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