26 Março de 1979: Egito e Israel assinam o Acordo de Camp David

Anwar Al Sadat, Carter e Menachem Begin selaram o acordo histórico

No dia 26 março de 1979, em cerimônia na Casa Branca, é assinado o primeiro acordo de paz entre um país árabe e Israel. O documento é um dos mais importantes marcos no processo de paz no Oriente Médio.

O acordo entrou para a história como a Paz de Camp David, em referência à residência de verão dos presidentes dos Estados Unidos. As negociações de novembro de 1978 duraram doze dias e removeram os últimos obstáculos à assinatura do documento.

Para o então presidente do Egito, Anwar Al Sadat, a paz com Israel teve significado histórico, quase divino. “Aqueles entre nós que se sentem unidos nesta visão não podem negar a dimensão sagrada de nossa missão. O povo egípcio, com sua compreensão histórica e herança única, entendeu desde o início o valor e o significado deste empreendimento ousado”, declarou.

Preparativos

Um ano e meio antes, em contatos secretos, Sadat começara a preparar a paz com os israelenses. Tanto o Egito quanto Israel consideravam-se vencedores da Guerra do Yom Kippur (o Dia do Perdão, na religião judaica), que durara 19 dias, em outubro de 1973. Esse sentimento possibilitava negociações em pé de igualdade entre os dois países.

Em Israel, Menachem Begin vencera surpreendentemente as eleições. Dele não se esperava uma adesão ao processo de paz, já que, como líder nacionalista, sempre sonhara com um grande Estado de Israel.

Talvez Sadat tenha tomado a iniciativa justamente por causa da piora das chances de paz. O líder egípcio declarou no parlamento que iria “até o fim do mundo, até mesmo ao Knesset (Parlamento israelense)”, em busca da solução pacífica para o conflito no Oriente Médio.

Seu discurso foi aplaudido por deputados e visitantes, entre eles o líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Yasser Arafat, mas para a maioria não passava de mera retórica.

Israel corresponde

Pressionado, Begin acabou convidando Sadat para uma visita de surpresa a Jerusalém, em novembro de 1977, num gesto que abriu definitivamente o caminho para o acordo de paz.

Após esse primeiro contato, sucederam-se negociações aparentemente fáceis sobre a retirada das tropas israelenses da península do Sinai e a criação de uma autonomia para os territórios palestinos.

Os acordos de paz egípcio-israelenses foram negociados em 1978 e completados no ano seguinte em Camp David, com mediação decisiva do então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.

Árabes isolam Egito

Perplexo, o mundo árabe rompeu relações com o Egito e transferiu a sede da Liga Árabe para a Tunísia. A OLP rejeitou a ideia de autonomia que, 15 anos mais tarde, aceitaria em Oslo, como primeiro passo rumo à almejada independência.

Sadat sequer chegou a ver completada a retirada das tropas israelenses do Sinai. Em outubro de 1981, foi assassinado por fundamentalistas muçulmanos, que o acusavam de “haver traído o mundo árabe com o acordo de paz”.

Mesmo sob resistência interna da direita, Israel devolveu o Sinai aos egípcios em 1982 e os dois estados estabeleceram relações diplomáticas. O destino da Faixa de Gaza ficou indefinido, à espera de uma solução para a questão palestina.

Acordo rende Nobel

A paz entre Egito e Israel foi avaliada internacionalmente como sinal de tanta esperança que os signatários do acordo de 26 de março de 1979 receberam o Prêmio Nobel da Paz.

Um acordo histórico de devolução dos territórios palestinos só seria assinado entre a OLP e Israel em setembro de 1993. O conflito na região, porém, prossegue, apesar das inúmeras tentativas de mediação de paz no Oriente Médio.

Fonte: DW.DE

10 Comentários

  1. (…)26 Março de 1979: Egito e Israel assinam o Acordo de Camp David (…)
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    E o simbolo sexual dos sionistas eunucos, Benjamin Netanyahu ; o BIBI ….detonou com os seus tratores sobre as casas dos palestinos para dá espaço para os chalés de veraneios para os coitadinhos, indefesos e perseguidos israelitas. 😉

    • E enquanto isso o Pastel de vento continua tendo “sonhos molhados” com “uzsiúnista ladrãu di terra”, para desespero da sua mãe, que diariamente precisa encarar o tanque e elevar os lençóis encharcados de xixi….pobre senhora!

      E agora mais um estímulo para os “sonhos molhados”do Pastel de Vento..rs!

      Golda Meir
      Diplomat, Prime Minister (1898–1978)

      Golda Meir was best known as the fourth Prime Minister of Israel and the world’s third woman to hold the title.

      Synopsis

      Golda Meir was an Israeli politician born on May 3, 1898 in Kiev, Russia. She and her family immigrated to Milwaukee, Wisconsin, where she became an active Zionist. From the 1940’s through the 60s, Meir worked for the Israeli government in various roles including as its minister to Moscow. In 1969, party factions appointed her as the country’s fourth Prime Minister, thereby also becoming the world’s third woman with that title. She died in Jerusalem on December 8, 1978.

      http://www.biography.com/people/golda-meir-9404859

      • E aí? Já conseguiu comprador para a obra do Bibiltre? E por acaso, já sabe quando que Israel bombardeará as instalações nucleares Iranianas?

      • E você? Já foi se inscrever no PRONATEC conforme a Tia Dilminha mandou ou vai continuar choramingando porque mora mal, anda de ônibus e ganha pouco Carolzita surtada?

        E nunca se esqueça: “Os canhões são fixos porque são fixados”…..rs!

    • Complô de Israel contra os Estados Unidos (Wall Street Journal)
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      COMPLÔ DE ISRAEL CONTRA OS ESTADOS UNIDOS ( WALL STREET JOURNAL )
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      Segundo o Wall Street Journal, Israel tem espiado as negociações dos EUA com o Irão, quer sejam as 5 + 1, quer as reuniões bilaterais, e, usou essa informação para atacar o presidente Obama e sabotar o acordo.
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      O jornal confirma que Israel comunicou uma parte destas informações a parlamentares da oposição no Congresso.
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      (*)fonte: [ voltairenet.org/article187153.html ]
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      (…) O diário sublinha que Israel colocou microfones nas salas de conferência e recolheu as confidências de vários diplomatas antes de manipular os parlamentares. A operação teria sido conduzida sob a responsabilidade de Ron Dermer, o principal conselheiro de Netanyahu e actual embaixador em Washington (…)
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      O anão fazendo uma cama de gato para cima do ttio Satã … hahahah..é bem natural e apropriado … uma cama de gato para a estatura de um anão … hahahah

      • Alguém tem de consertar as besteiras que Obama comete Pastel, e a tarefa cabe aos sionistas e aos republicanos, em especial os do Tea Party….rs!

      • rsrs ,deixa o isruela putenfia dormir no barulho vao tomar um sacode

        estados unidos esta fazendo a mesma coisa que roma fez na terra prometida

        no final eles lavam as mãos !!!!

  2. Senhor Obama, ainda está em tempo de reconstruir o Oriente Médio
    Numa carta aberta ao presidente dos Estados Unidos, uma liderança palestina exorta os Estados Unidos a intensificar os esforços de paz após a reeleição israelense de Benjamin Netanyahu. A carta foi publica originalmente no jornal britânico The Independent no domingo de 22 de março de 2015 sob o título de “Mr. Obama, there is still time to remake the Middle East”.

    Obama e Netanyahu

    Caro Senhor Presidente,

    A América é uma sociedade fascinante. É uma nação de nações: o mundo em miniatura. Cada continente, cada cultura e civilização está representada dentro de suas fileiras.

    Em nosso mundo unipolar, o não alinhamento não é mais a opção política dos países do Terceiro Mundo que temiam uma colisão ou conluio das duas superpotências rivais. Em contrapartida, isso é que deve caracterizar a política externa americana. Porque se os EUA se alinham com um protagonista beligerante num conflito regional, isso não só aliena e antagoniza desnecessariamente todos os demais países na área, mas também ofende e marginaliza um componente doméstico de seu próprio tecido nacional e social.

    Uma recente pesquisa mostrou que 66 por cento dos americanos queriam neutralidade dos EUA no conflito israelense-palestino.

    Sr. Presidente,

    No circuito de palestras nos Estados Unidos, fui muitas vezes interpelado sobre os meus sentimentos relativos à sua candidatura à Casa Branca. Minha resposta habitual era: “Como um diplomata estrangeiro, devo me abster de opinar sobre assuntos internos americanos, mas minha esposa acredita que Barak Obama está reavivando o idealismo americano e é o único candidato capaz de conciliar a América consigo mesma e com o mundo”.

    Depois de vários começos promissores de sua parte, especialmente o discurso no Cairo acerca da abertura de um novo capítulo nas relações americano-árabes e americano-muçulmanas, é de conhecimento público que Netanyahu disse ao seu círculo mais próximo, à véspera de uma de suas visitas aos EUA: “Sou mais forte do que esse homem em Washington, DC”. Em seus reiterados confrontos de vontades, Netanyahu inegavelmente vem levando a melhor. Comentaristas escreveram que ele deu um tiro no próprio pé, mas, até agora, isso não parece tê-lo afetado.

    Na semana passada, as eleições israelenses para o Parlamento foram reveladoras. Pública e categoricamente, Netanyahu rejeitou não só um estado palestino, mas eleitores palestinos. Para ele, somos uma ameaça tanto como nação quanto como indivíduos.

    O lado palestino e árabe tem sido o que denomino de “irracionalmente racional” em sua busca por um acordo negociado. Eles não ameaçam mais a existência de Israel, apenas questionam sua expansão. Hoje, todavia, não se pode deixar de concluir que aquilo que é democraticamente aceitável para um lado, é totalmente inaceitável para o outro. E talvez resida nisso a maior falha no processo de paz como foi coreografado até agora. Coisas demais foram deixadas para os beligerantes locais resolver.

    O lado palestino negociou à mercê de um equilíbrio desconfortável de forças, pois o processo permaneceu refém das políticas domésticas israelenses. Israel era constantemente inclinado a ditar o limite do possível e do aceitável. A opinião pública israelense queria um resultado diplomático que refletisse a intransigência israelense, o alinhamento americano com Israel, o declínio russo, a abdicação europeia, a impotência árabe e o que eles esperavam que fosse a resignação palestina.

    Os últimos 24 anos de pacificação teórica não foram anos de retiradas territoriais israelenses, mas anos nos quais testemunhamos a expansão da ocupação por meio do crescimento dos assentamentos ilegais. O impasse diplomático hoje não é devido a uma rejeição árabe da existência de Israel, mas precisamente da rejeição por parte de Israel da sua própria aceitação pelos árabes. Especificamente, Israel persiste em sua recusa a renunciar à aquisição territorial feita em 1967.

    Sr. Presidente, ante as decepções acumuladas nos últimos seis anos, permita-me partilhar com o senhor três observações as quais, acredito, podem ser úteis no planejamento do caminho futuro:

    Primeiro, o senhor não parece ter se dado conta da mudança verificada no centro de gravidade dentro da comunidade judaica americana. Ela percebe cada vez mais as políticas e as práticas israelenses como uma fonte de constrangimento para uma comunidade de americanos que se acostumaram a ser a vanguarda dos direitos humanos e civis. Relegada, devido a sua ligação com Israel, a defender o indefensável, essa comunidade sente muito desconforto com as escolhas feitas por Israel e consideraria bem-vinda uma abordagem mais assertiva por parte dos EUA.

    Em segundo, ao contrário do seu irritante antecessor, um unilateralista impenitente, o senhor é autêntica e genuinamente um multilateralista. Mesmo assim, o senhor tem feito um uso insuficiente de seus parceiros europeus e internacionais para se contrapor às pressões domésticas. A Europa é ainda um ator em busca de um papel. Nós, no Oriente Médio, temos um papel à procura de um ator. É interesse de todos se afastar da impotência autoinfligida dos atores externos.

    Terceiro – e até agora, Sr. Presidente – o senhor não demonstrou coragem para corresponder à audácia dos cidadãos americanos que ousaram, contra todas as probabilidades e preconceitos, votar no senhor para o cargo. Não apenas uma, mas duas vezes. Sucessivas administrações americanas têm dito que um estado palestino está no interesse nacional americano; que a América está comprometida com a existência de Israel, mas não com sua expansão; que o problema irresoluto palestino é prejudicial aos interesses dos EUA e é um agente importante de recrutamento para movimentos extremistas. Netanyahu teimosamente quer projetar a imagem de um conluio americano-israelense para manter os EUA em curso de colisão com o mundo árabe-islâmico.

    Sr. Presidente, suspeito que o senhor ficará surpreso com o massivo apoio que lhe será dado, tanto interna, quanto internacionalmente, se o senhor vincular a ajuda dos EUA a Israel ao aconselhamento americano. Resumindo: se o senhor quiser reconciliar o poder americano com os princípios americanos. Responder ao clamor palestino por liberdade, ou seja, fim da ocupação e servidão, é crucial para a credibilidade, respeitabilidade e – ouso dizer – amabilidade dos EUA.

    Com um simples telefonema, em 1956, o presidente Eisenhower conseguiu que David Ben Gurion se retirasse do Sinai ocupado – e durante um ano de campanha presidencial. Comparado a Ben Gurion, Netanyahu parece um cordeiro.

    Temos ainda mais dois anos. Se a vontade internacional tiver primazia sobre o capricho nacional israelense, um território que foi ocupado em seis dias, em 1967, pode também ser evacuado em seis dias, de forma que os israelenses possam descansar no sétimo, e nós poderemos finalmente nos lançar na fascinante jornada da construção do estado e da recuperação econômica.

    Poderemos realmente testemunhar um outro momento Eisenhower? Sim, Sr. Presidente, acredito que poderemos.

    Respeitosamente,

    Afif Emile Safieh.

    Afif Emile Safieh é Embaixador Palestino Itinerante para Missões Especiais e antigo chefe da missão diplomática palestina em Londres, Washington e Moscou.

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    Mar 2015 ==== Espero q esse sr. veja o perigo q representa p o planeta essa divisão no OM mundo árabe…Sds. 😀

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