Petraeus: O Estado Islâmico não é o nosso maior problema no Iraque

O general David H. Petraeus, que comandou as tropas no Iraque durante as operações de 2007-2008, esteve de volta naquele país na semana passada pela primeira vez em mais de três anos. Ele foi participar do Fórum anual Sulaimani, uma reunião de líderes iraquianos, pensadores e acadêmicos, na Universidade Americana do Iraque – Sulaimani na região do Curdistão norte do Iraque.

Em seu ainda mais abrangente comentário sobre a mais recente crise no Iraque e na Síria, ele respondeu a perguntas de Liz Sly, oferecendo insights sobre as falhas, status e as perspectivas da guerra contra o Estado Islâmico, também conhecido como ISIS, que ele se refere por seu acrônimo em árabe, Daesh.

Milícias xiitas e Irã agora representam uma ameaça regional maior do que o Estado Islâmico

O Estado Islâmico já está “em um caminho para a derrota”, pelo menos no Iraque, graças ao esforço internacional, regional e do Iraque contra eles. A maior ameaça agora vem das milícias xiitas assumindo antigos territórios do Estado islâmico, com o apoio iraniano.

“A ameaça mais importante para a estabilidade a longo prazo do Iraque e para o equilíbrio regional mais amplo não é o Estado Islâmico, são as milícias xiitas, apoiados por muitos – e alguns guiadas pelo -. Iran”.

“O atual regime iraniano não é nosso aliado no Oriente Médio. Afinal, é parte do problema, não a solução. Quanto mais os iranianos predominarem na região, mais eles inflamarão o radicalismo sunita e assim abastecerão o surgimento de grupos como o Estado islâmico “.

2. Você não pode encontrar uma solução para o Estado Islâmico sem autorização das forças sunitas locais capazes

Não será suficiente as unidades xiitas do exército ou milícias do Iraque conquistarem território. As forças sunitas capazes não serão considerados “como libertadores, nem vencedores” terão que ser identificados antes das batalhas serem lançadas. E isso vai exigir ampla reconciliação política entre o governo dominado pelos xiitas do Iraque e sunitas do país.

“A questão de fundo é que a derrota do Daesh não requer apenas martelar-los no campo de batalha, mas ao mesmo tempo, reavivar a reconciliação política com os sunitas. Os sunitas do Iraque têm de ser trazidos de volta ao redil. Eles precisam se sentir como se eles tivessem uma participação no sucesso do Iraque, ao invés de uma participação em seu fracasso. “

Há relatos de atrocidades cometidas pelas milícias xiitas contra os sunitas nas áreas conquistadas, isto se constitui na melhor esperança para a sobrevivência do Daesh, empurrando sunitas para sentirem mais uma vez a necessidade de rejeitar as forças iraquianas em suas áreas.”

Qual é a sensação de estar de volta no Iraque depois de quatro anos de distante?

O Iraque é um país que eu vim a conhecer bem e o lugar onde passei alguns dos anos mais consequentes da minha vida. Assim tem sido um pouco de uma experiência emocional, voltar aqui depois da minha última visita, em dezembro de 2011 como diretor da CIA. Fiquei muito grato pela oportunidade de voltar e rever velhos amigos e companheiros do passado.

Dito isto, é impossível retornar ao Iraque, sem um sentimento de oportunidades perdidas. Estes incluem os erros que, nós cometemos por aqui aqui, e também os erros que os próprios iraquianos fizeram. Isso inclui o desperdício de muito do que nós e nossa coalizão e parceiros iraquianos pagaram a um custo tão pesado para alcançar, o fracasso contínuo de líderes políticos do Iraque para resolver disputas políticas de longa data e para a exploração dessas falhas por extremistas em ambos os lados das divisões sectárias e étnicas.

Dito isto, a minha sensação é de que a situação no Iraque hoje é, para repetir uma frase que eu usei na véspera da escalada dos conflitos, difícil, mas não impossível. Eu acredito que um resultado razoável aqui ainda é possível, embora seja necessário que todos nós – os iraquianos, os americanos, líderes da região e líderes dos países da coalizão – trabalhemos juntos para alcançá-lo.

Você supervisionou as vitórias em 2007-08. Como isso faz você se sentir ao ver o que está acontecendo hoje, com ISIS tomando mais o Iraque do seu antecessor, AQI [al-Qaeda no Iraque]?

O que aconteceu no Iraque é uma tragédia – para o povo iraquiano, para a região e para o mundo inteiro. É trágico acima de tudo, porque não tem que ser desta maneira. O progresso suado foi sustentado por mais de três anos. O que aconteceu depois disso, a partir de finais de 2011, surgiu como resultado de erros e equívocos cujas consequências eram previsíveis. E há muita culpa nisso tudo.

Fonte: The Washington post

12 Comentários

  1. ,..Real/ o ISIL/DAESH ñ e o grd culpado por td essa mlerda, e sim os páises q destruíram td a infraestrutura, mutilou milhões, estuprou milhares de mulheres,torturou milhares de Irakianos..esse cara tá certo: ele e outros – a ele são os culpados e já deviam estarem presos em HAIA/TPI por violar a soberania de um país a revelia da ONU…crime,violou leis internacionais…Trágico.Sds. 😉

    • Essa é a verdade meu caro. E tudo por que? para se adonarem do patrimônio Iraquiano, principalmente o Petróleo, mas não somente. Esses, hoje, grandes bucaneiros internacionais adoram se camuflarem como vitimas e apontarem culpados nas diversas crises que criam. Sds.

      • Algo mais que petroleo estava em jogo. O crime de Sadan Hussein foi aceitar o Euro como moeda alternative para pagar petroleo iraquiano exportado. Isto e ameacar a posicao do dolar como moeda reserva internacional, que nao tendo lastro em ouro, depende de que o preco internacional do petroleo seja fixado em dolar.O petrodollar, hoje praticamente morto.

      • Meu caro, esse ingrediente, que esqueci de mencionar, foi mencionado por mim muitas vezes e te parabenizo por relembrar-me e trazê-lo de volta. É um ingrediente da mais alta importância, inclusive pelo despertar que provocou em muitos paises dos chamados não alinhados ao ocidente yanke. Sds.

    • Senhores Argus,Brasileiro,JOJO.
      .

      Os EUA tem o privilégio de ter um rank de inimigos, o maior do mundo por sinal; onde neste rank ele pode dividir em grupos, que são muitos por sinal; conforme o grau de perigo para eles, grande por sinal.
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      ********************************
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      BILIONÁRIO GEORGE SOROS CONFESSA TER FINANCIADO A CRISE NA UCRÂNIA.
      .
      “O bilionário, investidor e ativista George Soros tem uma pegada gigante na Ucrânia”, escreveu o jornalista William F. Jasper. Tal como noutras das suas operações semelhantes em dezenas de outros países, ele tem, ao longo das duas últimas décadas, literalmente despejado dezenas de milhões de dólares para organizações não-governamentais (ONGs) da Ucrânia, aparentemente para ajudá-los a transformar o seu país num outro mais “aberto” e numa “sociedade democrática”.
      .
      (*)fonte:[ noticia-final.blogspot.com.br/2015/03/bilionario-george-soros-confessa-ter.html ]
      .
      .
      (…) Soros acabou por admitir o seu envolvimento na Ucrânia durante uma entrevista a Fareed Zakaria na CNN. “Em primeiro lugar a Ucrânia!” iniciava assim Zakaria a entrevista. “Uma das coisas que muitas pessoas credíveis comentam sobre si foi que durante as revoluções de 1989 financiou uma série de atividades dissidentes, grupos da sociedade civil na Europa Oriental e na Polónia, na República Checa. Você está a fazer coisas semelhantes na Ucrânia?”, perguntou Zakaria a George Soros. “Bem, eu criei uma fundação na Ucrânia antes da Ucrânia se tornar independente da Rússia, a fundação tem funcionando desde então e agora desempenhou um papel importante nos acontecimentos”, confirmou Soros. (…)

  2. ,..Cadeia p td os lideres q invadiram o Irak violando leis da ONU e p ontem….TPI nreles bandidos…p ontem. Obs> o juis federal iankss autorizou a fotos de 200 torturados nas prisoões ianks no IRAK e afeganistão , são, + de 20000…o paladinos da justiça…o diavo mudou de nome..Sds. 😉

    • E vc entende muito de geopolítica:

      “O Egito não comprará os Rafales, é apenas uma ameaça para que os EUA suspendam o embargo militar/financeiro.”

      Sabe tuto!!

      😀

  3. Petraus tem razão, o problema ali chama-se Turquia e Arábia saudita, mais propriamente dito, os seus sonhos e ambições.
    porém o Irã e o avanço dosXiitas também são um problema para todos naquela região, Acontece que os xiitas estão tomando terreno e ocupando territórios milenarmente ocupados por Cristão, Sunitas, Druzios etc…
    O Estado islâmico foi criado para derrotá-los mas está sendo engolido e fazendo um grande favor para os xiitas.

  4. Suposta espionagem de Israel deixa ainda mais tensa relação entre Obama e Netanyahu
    AFPAFP – 1 hora 0 minutos atrás

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    (16 mar) O secretário de Estado americano, John Kerry (e), e o chanceler iraniano, Mohammad Zarif, negociam na Suíça

    AFP/Pool/AFP – (16 mar) O secretário de Estado americano, John Kerry (e), e o chanceler iraniano, Mohammad Zarif, negociam na Suíça

    As já tensas relações entre Benjamin Netanyahu e a Casa Branca podem ficar ainda mais complicadas, depois que a imprensa americana informou que Israel espionou as negociações das grandes potências com o Irã sobre o programa nuclear iraniano.

    O jornal Wall Street Journal destaca na edição desta terça-feira, com base no relato de um alto funcionário do governo americano, que Israel roubou segredos dos Estados Unidos.

    O presidente da Câmara de Representantes americana, o republicano John Boehner, declarou nesta terça-feira que desconhece tais informações.

    “Francamente, estou um pouco chocado, porque nenhuma informação em foi revelada”, declarou Boehner.

    Israel teria transmitido os dados sigilosos a congressistas americanos contrários às negociações para que utilizassem as informações contra os esforços diplomáticos da Casa Branca e do Departamento de Estado, afirma o WSJ.

    Israel se apressou a negar a informação do jornal americano, que chamou de “contrária à verdade”.

    “Uma coisa é que Estados Unidos e Israel se espionem mutuamente. Mas outra coisa é Israel roubar segredos dos Estados Unidos e os compartilhar com congressistas americanos para sabotar a diplomacia americana”, afirma o Wall Street Journal, que cita um alto funcionário de Washington.

    “Esta informação não é correta. Obviamente Israel tem que defender seus interesses em termos de segurança e temos nossos próprios serviços de inteligência. Mas nós não espionamos os Estados Unidos”, disse o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.

    “Recebemos nossas informações de outras fontes, não dos Estados Unidos. As instruções são claras há décadas: não espionamos os Estados Unidos, direta ou indiretamente”, completou.

    “Há participantes suficientes nestas negociações, incluindo os iranianos”, insistiu o chanceler, dando a entender que os vazamentos podem ter outra origem.

    As atividades do governo israelense contra as negociações sobre o programa nuclear iraniano, incluindo o discurso excepcional de Netanyahu no Congresso americano em 3 de março, a convite da oposição republicana, irritaram a Casa Branca.

    “O caráter público de mútua hostilidade entre Obama e Netanyahu representa o ponto mais baixo da relação”, afirma Jonathan Rynhold, autor de um livro sobre as relações entre Estados Unidos e Israel.

    “Acredito que nunca aconteceram críticas pessoais tão violentas em público”, disse Rynhold à AFP.

    A administração americana questionou inclusive a credibilidade de Netanyahu.

    “As palavras importam. Se você diz algo diferente depois de dois dias, em que devemos acreditar?”, questionou na segunda-feira o Departamento de Estado.

    “Não lemos seu pensamento”, completou.

    A campanha eleitoral de Netanyahu irritou por vários motivos o governo americano.

    Na disputa para a reeleição, Netanyahu prometeu que não existiria um Estado palestino, que Jerusalém nunca seria a capital de um Estado palestino, que prosseguiria com a colonização e mencionou o perito de uma grande votação dos árabes israelenses.

    Depois da vitória nas urnas, Netanyahu tentou suavizar o discurso sobre a criação de um Estado palestino. Na segunda-feira, disse que lamentava ter afetado a sensibilidade dos árabes israelenses.

    O secretário-geral da Casa Branca, Denis McDonough, pediu a Israel o fim da “ocupação que dura quase 50 anos”, recordando que Washington é favorável à solução de dois Estados, um israelense e o outro palestino.

    Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, criticou as declarações de Netanyahu sobre o voto dos árabes israelenses, dando a entender que o primeiro-ministro prejudicava a democracia israelense.

    As declarações depois da eleição de Netanyahu não tranquilizaram Washington e o governo americano afirmou que era obrigado a reavaliar o apoio histórico que concede a Israel na ONU.

    Alguns analistas suspeitam que Casa Branca aproveita as circunstâncias para pressionar Netanyahu, envolvido na formação do novo governo.

    Outros consideram que a polêmica com Israel distrai a opinião publica das negociações com o Irã.

    “As declarações de Obama mostram claramente o dano diplomático e o dano que sofre a imagem de Israel no Ocidente”, destacou o jornal Haaretz, crítico notório de Netanyahu.

    Mas para Israel Hayom, favorável a Netanyahu, a Casa Branca “superou todos os limites”.

    “Netanyahu pediu desculpas. O que desejam mais?”, questiona o jornal.

    Obama queria um governo de esquerda, mas os eleitores decidiram outra coisa e os americanos devem “respeitar o eleitor israelense”, afirma o Israel Hayom.
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    C aliado assim quem precisa de inimigos?!?! Mt bom, bebendo do msm veneno q nó, BRASUCAS..tome…,Sds. 🙁

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