Alemanha apoia criação de exército europeu

Para o governo alemão, uma cooperação militar mais profunda entre os países-membros da UE é necessária, mas um projeto de longo prazo. Proposta foi lançada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, manifestou ser a favor da criação de um exército europeu, mas salientou que isso é um projeto de longo prazo. Para Merkel, é necessário haver um “cooperação militar mais profunda na Europa”, segundo afirmou uma porta-voz do governo alemão nesta segunda-feira (09/03).

A criação de um exército da União Europeia (UE) foi sugerida neste domingo pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em entrevista ao jornal alemão Welt am Sonntag. Ele considerou que um exército contribuiria para reforçar uma política externa e de segurança comuns perante países como a Rússia.

“Não sem tem um exército europeu para logo colocá-lo em ação, mas um exército comum dos europeus serviria para demonstrar à Rússia que nós levamos a sério a defesa dos valores da União Europeia”, afirmou Juncker numa entrevista.

De acordo com o presidente da Comissão, o exército contribuiria para o desenho de “uma política externa e de segurança comum e para dar resposta de forma conjunta às responsabilidades da Europa no mundo”, mas sem representar uma concorrência à Otan.

Também nesta segunda-feira, o ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, declarou simpatia pela ideia como uma meta de longo prazo, assim como a ministra alemã de Defesa, Ursula von der Leyen, afirmara no domingo.

“Diante dos novos riscos e ameaças à ordem pacífica europeia, precisamos agora, como primeiro passo, de um rápido ajuste e atualização das estratégias conjuntas de segurança”, afirmou Steinmeier.

A ideia de se criar uma força militar conjunta não é nova, mas nunca foi levada adiante principalmente devido à forte oposição de alguns países-membros da UE, como o Reino Unido. No entanto, a proposta pode ganhar nova força agora, devido aos conflitos no leste da Ucrânia entre tropas do governo e rebeldes separatistas, que, segundo os países ocidentais, são apoiados pela Rússia.

MSB/dpa/afp

Fonte: DW.DE

Reino Unido ataca UE por sugerir criação de exército europeu antirrússia

No domingo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, argumentou que a União Europeia deveria estabelecer seu próprio exército para combater a Rússia. A proposta gerou respostas fortes, e uma delas veio da Grã-Bretanha.

“Nossa posição é cristalina. Defesa é uma responsabilidade nacional — não da UE — e não há hipótese desta posição mudar nem de um exército europeu”, afirmou um porta-voz do governo britânico.
Um dia antes, Juncker alegou que “um exército comum aos europeus mostraria à  Rússia que o continente fala sério na defesa dos valores da União Europeia”.

Ex-primeiro-ministro de Luxemburgo, Juncker defende há algum tempo a criação de um exército europeu. Ele alega que a presença de uma força militar conjunta tornaria mais fácil estabelecer a noção de política externa e fortalecer o nacionalismo pan-europeu.

“A imagem da Europa sofreu enormemente e, em termos de política externa, parece que não somos levados a sério”, disse.

Parte desse problema está na própria figura do presidente da Comissão. Juncker foi acusado recentemente de fornecer um paraíso fiscal para várias empresas em Luxemburgo. Outro escândalo, em 2013, forçou sua saída do governo de Luxemburgo. A controvérsia da época era sobre sua suposta falha na prevenção de atividades ilegais por certas agências de segurança.

Mesmo à parte dos problemas de imagem de Juncker, o governo do Reino Unido sempre respondeu reticentemente à União Europeia, e a crise econômica da Grécia só tornou a relação mais frágil.

“Um exército europeu seria uma tragédia para a UE”, disse Mike Hookam, porta-voz para assuntos militares do Partido da Independência do Reino Unido”, ao jornal “Guardian”. “Vimos a bagunça que a UE fez com a economia da zona do Euro, então como podemos sequer pensar em confiar neles para defesa da ilha?”

Vários outros oficiais britânicos deram respostas igualmente hostis à proposta de Juncker. A oposição aponta para a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que já protege os interesses europeus, e para o fato de que uma força militar europeia iria apenas interferir nos exércitos já existentes.

Além disso, a proposta vem em um momento em que o governo britânico vem tentando reduzir seus gastos com as forças armadas. Um relatório publicado pelo Instituto dos Serviços Unidos Reais citou que cerca de 30 mil funcionários militares podem ser dispensados até o fim da década.

Enquanto o Reino Unido mostra-se radicalmente contra, a Alemanha tem uma postura diferente. A ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, divulgou um comunicado dizendo que “nosso futuro, como europeus, um dia será um exército europeu”.

Fonte: Sputnik

Oposição na Alemanha vê proposta de criar exército europeu como ideia hostil à Rússia

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, declarou a um jornal alemão no último domingo (8) que a União Europeia precisa de seu próprio exército para enfrentar a Rússia e outras ameaças, bem como para restaurar a posição da política externa do bloco no mundo. No entanto, a oposição na Alemanha vem criticando a proposta.

“A proposta de Juncker é definitivamente voltada contra a Rússia… Em vez de uma força armada única e de uma política de acumulação de armas, a União Europeia precisa de uma política externa pacífica e de desarmamento”, segundo disse a porta-voz do Partido de Esquerda (Die Linke), Christine Buchholz, em entrevista ao diário Der Tagesspiegel.

Da mesma forma, a líder da facção parlamentar dos Verdes, Katrin Göring-Eckardt, também criticou as tentativas de colocar questões de segurança à frente das prioridades de política externa.

Apesar das advertências, entretanto, a ideia de criar uma força armada própria à União Europeia foi bem recebida pela ministra da Defesa alemã, Ursula von der Leyen, bem como pelo ministro das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier.

Fonte: Sputnik

 

8 Comentários

  1. Londres NUNCA irá aceitar isso. Abrir mão de defesa nacional é o mesmo que abrir mão de sua soberania. Devemos concordar que, gostando deles ou não, os ingleses não brincam com sua soberania.

    • Salve Guga,
      .
      Londres pode até está falando por si também, mas, ela é a voz dos interesses de Washington neste assunto e, acredite…, os EUA não tem o menor interesse na formação deste exército, seria de fato o fim da OTAN.
      .
      Saudações,
      .
      Konner

    • mas é claro que o reino do opio unido jamais aceitaria isso…uma coisa destas deixaria todos de lá com as barbas de molho de medo, temor e pavor dos ursinhos carinhosos… 😉

      • É um piadista mesmo.

        O Ursino é uma grande potência estratégica, talvez a maior, mas em capacidade convencional está longe de ser o que vocês pensam.

        Se não invadiram a Ucrânia acho que não vão invadir a Europa tão cedo.

        Uma coisa é atacar os ucranianos mal treinados, desmoralizados e com equipamentos soviéticos, outra será atacar a OTAN.

        Os fãs (que não se dão nem o trabalho de abrir a wikipedia e muito menos refletir antes de escrever) falam muito, mas a realidade é outra coisa.

    • E com o exército russo tendo apenas 300.000 soldados na ativa nem precisa criar exército europeu.

      Para invadir a Europa a Rússia precisaria convocar mais 2 ou 3 milhões de reservistas e com certeza não poderia suatentá-los e nem teria capacidade de logística para seu deslocamento.

      O problema é que as forças russas tem apenas 20% do efetivo dos tempos da guerra fria, um décimo dos tanques em serviços e um quarto na reserva mas ainda não modernizados. Sem contar outros equipamentos necessários.

  2. “Reino Unido ataca UE por sugerir criação de exército europeu antirrússia”

    “A Rússia nos esmagaria na hipótese de um eventual confronto”

    Sir. Michael Graydon, ex-comandante sênior da Força Aérea Real do Reino Unido (RAF)

    😀

    Que feio hem OTANzinha!! Não deu conta da Ursinha e agora vão ter que criar um outro exército…. rsrs.

  3. Exercito Europeu, ou seja, um exercito não-americano. Isso ta me cheirando a uma OTAN obsoleta, e uma Europa militarmente mais indepedente.

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