Argentina quer tema do atentado de 1992 incluído nas negociações entre EUA e Irã

© AFP 2015/ JUAN MABROMATA

Argentina abre investigação sobre atentado de 1992 contra a embaixada de Israel.

A investigação do atentado contra a embaixada de Israel em Buenos Aires, perpetrado em 1992, “está aberta”, declarou na terça-feira o chefe do Gabinete do governo argentino, Aníbal Fernández.

Tal foi a sua resposta ao presidente do Supremo Tribunal da Argentina, Ricardo Lorenzetti, que, no seu discurso de abertura do ano judicial, tinha afirmado que o caso já teve uma sentença: em 1999, o juiz Esteban Canevari determinou que a explosão foi provocada por um carro bomba e o culpado foi o governo do Irã. O ataque foi realizado pelo movimento libanês Hezbollah. Imad Mugniyah, líder do Hezbollah naquela altura, foi indicado como o responsável.

“Eu discordo de que a causa seja julgada, porque para que seja assim, deve haver uma pessoa submetida a processo e condenada, e aqui não há ninguém”, disse Fernández, citado pela agência estatal argentina Télam.

Correspondência

No entanto, o chanceler argentino, Héctor Timerman, fez público, na terça-feira, o seu intercâmbio de cartas com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, e com o ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman.

Timerman tinha enviado, em 17 de fevereiro, uma carta a eles pedindo incluir a causa AMIA (assunto do atentado contra a Asociación Mutual Israelita Argentina em 1994) na agenda das negociações sobre o programa nuclear do Irã, país que é considerado culpado do ataque.

Em 26 de fevereiro, Lieberman respondeu-lhe confirmando a importância da causa AMIA. Não está claro, porém, se o Estado judeu disse algo a respeito das negociações iranianas, já que Israel não participa delas, mas, pelo contrário, critica a mesma iniciativa dos Estados Unidos de participar.
Atentados

O atentado contra a embaixada de Israel em Buenos Aires foi perpetrado em 17 de março de 1992, causando 29 mortos e 292 feridos. Dois anos depois, em 18 de julho de 1994, outra explosão atingiu o prédio da Asociación Mutual Israelita Argentina, também em Buenos Aires. Este é considerado até agora como o maior atentado na história da Argentina, com 85 mortos e 300 feridos.

A Justiça argentina acusou o governo do Irã de ter planejado e o movimento libanês Hezbollah de ter realizado os atentados.
As causas da embaixada e da AMIA ressurgiram no início do ano em curso, com a tentativa de dois fiscais federais argentinos, Alberto Nisman e depois Gerardo Pollicita, de acusar a presidente do país, Cristina Fernández de Kirchner, e outros membros do governo, de encobrimento dos terroristas e de impedimento da investigação.

Alberto Nisman foi encontrado morto na madrugada de 18 de janeiro no seu apartamento em Buenos Aires. A versão principal sugere que foi suicídio, mas peritos dizem que há indícios que descartam essa possibilidade. A morte de Nisman foi um dos eventos que mais impactaram a sociedade e a política da Argentina no que há de 2015, menos de 8 meses antes das eleições.

Fonte: Sputnik

 

6 Comentários

  1. (…) Timerman tinha enviado, em 17 de fevereiro, uma carta a eles pedindo incluir a causa AMIA (assunto do atentado contra a Asociación Mutual Israelita Argentina em 1994) na agenda das negociações sobre o programa nuclear do Irã, país que é considerado culpado do ataque. (…)
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    AHHH ! … quer dizer que o jaCUzinho se sente excluído das negociações é …e o quê ele iria fazer lá ? …rsrsr … iria mostrar os seus famosos gráficos com desenho de uma bomba como ilustração ? … Hahhaah
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    Da até para pensar se no atentado contra o promotor argentino, não tenha o dedo do mossad … um notório experta em assassinatos seletivos . 😉

  2. Isso mais desqualifica que enobrece o governo. Esse tipo de ação é puramente diversionista, já que sabe que não vai dar em nada, tem efeito apenas de propaganda. Esse tipo de atitude pueril de governos são surpreendentes.

    • Vindo do patético e decadente Kirchnerismo toda imbecilidade é possível Julio, ainda mais quando se trata de um regime que, como o chavismo, caminha para os seus estertores…

      • “A Rússia nos esmagaria na hipótese de um eventual confronto”

        Sir. Michael Graydon, ex-comandante sênior da Força Aérea Real do Reino Unido (RAF)

        😀

      • Pô minha cara, desse jeito vai ficar parecendo que eu prendo e você arrebenta, Rsrsrs e minha intenção não foi essa de desqualificar o governo como um todo mas apenas uma atitude que considerei infantil, mas isso não é privilegio Argentino, tambem o Bibi procedeu de uma forma bastante inapropriada contra seu principal parceiro e protetor, que certamente lhe trará conseqüências negativas, ainda que elas ganhem a conotação de restritas.

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