© AP Photo/ Andy Wong
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, não poupou críticas à proposta de lei antiterrorismo chinesa – apesar de as novas regras serem baseadas principalmente nas regulamentações americanas e, mais diretamente, no precedente aberto pelo aparato de espionagem da Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês).
“Ainda teremos de encontrar maneiras de garantir que, se um grupo afiliado à Al-Qaeda estiver operando na Grã-Bretanha ou nos Estados Unidos, podemos tentar prevenir uma tragédia de verdade”, disse Obama em uma coletiva na ocasião. “Acho que todas empresas querer ver isso também. Elas são patriotas e têm famílias que querem ver protegidas.”
Passaram-se apenas seis semanas desde estes dois discursos diferentes de Obama. Se, por um lado, Obama considera a vigilância digital como ferramenta essencial do patriotismo e vital para lutar contra o terrorismo doméstico e estrangeiro, o mesmo não acontece quando é a China que adota a mesma postura.
Coincidentemente, a segurança nacional é também o argumento usado pelo governo chinês. Ao colocar em vigor a lei antiterrorismo, Pequim se justifica citando o perigo da presença de extremistas religiosos na região de Xinjiang.
Obama afirma que as empresas de tecnologia não estão dispostas a dar tamanho acesso ao governo chinês, mas os documentos revelados por Edward Snowden mostram que a Microsoft dava acesso direto a mensagens criptografadas à NSA. No ano passado, inclusive, tanto o FBI quanto a NSA alertaram empresas de internet contra o uso de criptografias que as agências da lei não conseguissem decodificar.
Como a China é uma das maiores economias em crescimento, seu mercado pode ser atrativo demais para que as empresas de tecnologia ignorem. Especialmente se o “novo” negócio tem regras que elas já são forçadas a seguir há anos.
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