Apesar dos resultados em Minsk, navios classe Mistral continua suspenso

O chanceler francês Laurent Fabius disse nesta quinta-feira, 12, que a entrega dos porta-helicópteros da classe Mistral à Rússia continua suspensa, apesar do sucesso das negociações realizadas ontem e hoje em Minsk sobre a crise ucraniana.

“Como nós podemos, nas atuais condições, cumprir um contrato fechado há vários anos? Nesse momento, o contrato continua suspenso”, disse Fabius em declaração à TV francesa iTele, acrescentando que, por outro lado, também não vê sentido na possibilidade de impor novas sanções contra a Rússia.

Em junho de 2011, a empresa russa Rosoboronexport e a francesa DCNS assinaram um acordo de 1,2 bilhão de euros para o fornecimento de dois porta-helicópteros da classe Mistral à Rússia. O primeiro deles, o “Vladivostok”, deveria ter sido entregue a Moscou em meados de novembro, mas, acusando a Rússia de contribuir para o desenvolvimento da crise na vizinha Ucrânia, as autoridades francesas decidiram suspender a negociação por tempo indeterminado.

No início deste mês, em entrevista à agência Interfax, o presidente do Comitê de Defesa da Duma de Estado (câmara baixa do Parlamento russo), Vladimir Komoyedov, disse que a Rússia não deveria esperar mais a entrega dos navios encomendados à França, e sim exigir a devolução do dinheiro gasto e uma indenização pelo descumprimento do acordo.

Fonte: Sputnik

O não cumprimento do contrato dos Mistral custará a Paris € 5 milhões por mês

O não cumprimento das condições do contrato para a entrega de dois porta-helicópteros tipo Mistral, encomendados pela Rússia, vai custar à França € 5 milhões por mês, de acordo com o jornal francês L’Opinion, que cita as fontes próprias.

Segundo o jornal, este valor só cobrirá as despesas de proteção e manutenção dos navios, mas não inclui a indenização que a França deve pagar à Rússia caso não cumpra o contrato.

“No momento, muito poucas pessoas sabem sobre os valores da indenização. Fontes familiarizadas com a situação falam sobre o montante de 500 milhões a € 5 bilhões”, explica o artigo.

O autor, Jean-Dominique Merchet, também nota que este valor depende em muito da posição russa. Por exemplo, a parte russa pode pedir uma indenização pela estadia dos marinheiros russos em Saint-Nazaire.

Os marinheiros que fizeram um curso de treinamento a bordo dos porta-helicópteros Mistral (encomendados pela Rússia à França) deixaram o porto de Saint-Nazaire nos finais de dezembro de 2014.

L’Opinion acrescenta que, caso a parte francesa recuse entregar definitivamente os navios Mistral à parte russa, a França deverá também devolver  € 890 milhões a Moscou.

Segundo o jornal, o contrato dos Mistral pode ser rescindido a partir de 16 de maio. Neste caso, a Rússia poderá exigir uma compensação por meio de tribunal de arbitragem. Outro cenário é a renovação do contrato após 16 de maio.

A companhia russa de exportação e importação de armamentos Rosoboronexport assinou com a companhia francesa DCNS um contrato para a construção de dois navios deste tipo em junho de 2011. As partes posteriores dos porta-helicópteros foram construídas no estaleiro russo Baltiysky (que faz parte da Corporação Unida de Construção Naval) em São Petersburgo. O acoplamento com as partes anteriores e as obras de acabamento foram efetuadas no estaleiro da companhia STX France, em Saint-Nazaire.

O primeiro navio de desembarque Vladivostok a França deveria ter sido entregado em14 novembro de 2014. O segundo navio deverá ser entregado até o final de 2015.

Mais cedo o presidente francês, François Hollande, disse que decidiu suspender a entrega do primeiro dos navios (Vladivostok) por causa da situação na Ucrânia. Por sua vez, a Rússia declarou que está à espera do navio ou da restituição do dinheiro.

Fonte: Sputnik

 

12 Comentários

  1. Sinceramente, as vezes olho com a ótica da razão estrategiva sobre esse assunto, mas quando me coloco no lugar dos russos, me vejo com o forte desejo de ver esse acordo sendo quebrado e a Russia ganhando uma bela quantia por isso, e ainda melhor, comprando de outro fornecedor, só pra fazer o Hollande ficar pior do que já está na França.

    • ARC,

      A questão é que não da tempo… Outras embarcações levariam anos pra serem construídas… E os russos precisam urgentemente de navios anfíbios…

      • Engano seu, caro RR.
        Os russos não possuem necessidade premente destes navios, tanto, que a aquisição dos mesmos recebeu fortes críticas.
        Foram, antes de tudo, fruto de um acordo político, que Hollande, fraco, é incapaz de manter.

        Por isso, pelo que vejo, o destino do contrato é o rompimento, com a França tendo que arcar com as multas.

      • Os russos deveriam isto sim é rejeitar definitivamente o negócio. Cachorro que morde quem o alimenta a mando de um senhor qualquer deve padecer de fome ou saciar sua fome com quem lhe ordena.

      • Creio que não, Ilya…

        No que diz respeito a navios anfíbios, o melhor que os russos possuem hoje no inventário de sua Marinha se constitui nas variações da classe Ropucha, todos navios lançados até 1991, e que não são melhores que os NDCC brasileiros ( muito pelo contrário… ). E, muito provavelmente, a maioria dos remanescentes devem dar baixa até o fim dessa década.

        E a Russia, se deseja mesmo manter interesses a nível global, precisa mostrar bandeira e projeção de força convencional, algo que os Ropucha fazem de forma muito limitada, insuficiente para uma marinha que tem esse tipo de necessidades. Em verdade, nesse quesito, os russos estão distantes até das grandes marinhas européias.

        Evidentemente, não se constitui em algo absolutamente essencial, mas é sim bastante necessário…

  2. Como eu queria que a Russia desse um basta nesa situação e exigisse da França o que lhe é de direito pelo não cumprimento de contrato.
    A nação se apequena ao aceitar ser marionete de interesses escusos de um imperialismo decadente. Pela história francesa seu povo não merece um chefe de estado com essa mediocridade.

  3. Quanto mais essa novela se arrasta .. mais levo fé q esses navios possam vir a cair no ”colo” da MB …. duvido mt q os russos vão aceitar de bom grado esse navios

  4. Hollande nao e trouxa, ele leu a mensagem: A operacao Gladio/bandeira falsa, o massacre terrorista de Paris e compreendeu que deve tomar cuidado. Tio Sam zangado pode ser perigoso. O ataque terrorista de Paris, foi uma operacao dos servicos secretos da OTAN/CIA para fazer Hollande se dar conta que ele um um governo fantoche de um pais vassal que nao ppode ter uma politica externa independente de Washington. Politica independente como reconhecer o Estado da Palestina, nao cumprir as sancoes contra Russia nao e permitido pelos EUA. Hollande fez declaracoes nesse sentido e pronto. Um ato terrorista em Paris. Continua desobedecendo Washington, o proximo ataque pode ser ainda pior.Ele deve se lembrar que a CIA tentou matar De Gauule emataram Aldo Moro. Dao os russos vao ter que esperar por esses navios.

  5. SEM DEIXAR DE ESQUECER QUE ALEM DAS MULTAS OS FRACESES SÓ PODERAM VENDER ESTES NAVIOS COM PERMIÇÃO RUSSA E PARA CLIENTES DO AGRADO TAMBEM RUSSO QUEM SABE NÃO ESTA AI OUTRA COMPRA DE OPORTUNIDADE PARA O BRASIL MAS LEMBRANDO DE QUE OS CHINESES ESTAM A FRENTE DE NÓS NA PREFERENCIA RUSSA.

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