Vladimir Putin – Rússia e Abdel Fattah al-Sisi do Egito
O foco nas conversações dos líderes dos dois países foi a cooperação econômica, incluindo a eventual criação de uma zona de livre comércio entre o Egito e a CEEA, o desenvolvimento da cooperação técnico-militar e no setor da energia.
O tema principal das negociações foi a colaboração econômica. O presidente Putin fez lembrar que a exportação de trigo russo para o Egito duplicou em 2014.
A cooperação na área da energia também está em desenvolvimento, um sexto da exploração de petróleo no Egito é realizado pela companhia russa Lukoil.
Vladimir Putin comentou a declaração de al-Sisi sobre a construção da primeira usina nuclear egípcia, Dabaa. Ele declarou que a Rússia vai construir este equipamento, bem como criar a indústria nuclear no Egito, o que quer dizer desenvolver a ciência, proporcionar o treinamento de pessoal, etc.
A Rússia também planeja começar a cooperação com o Egito na área espacial, em particular iniciar o uso conjunto do sistema de navegação Glonass.
Rússia e Egito estão lado a lado no confronto com o terrorismo, declarou o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi:
“A luta contra o terrorismo deve ser realizada de todos os lados, inclusive /abrangendo/ a esfera ideológica e socioeconômica”, disse Abdel Fattah al-Sisi.
O Egito estabeleceu uma zona de livre comércio com a União Econômica da Eurásia, que inclui a Rússia, a Armênia, a Bielorrússia e o Cazaquistão.
Os dois países também concordaram em criar uma zona industrial russa perto do Canal de Suez, declarou presidente do Egito:
“Chegamos a um acordo para estabelecer uma zona de livre comércio entre o Egipto e a União Econômica da Eurásia”, disse o presidente al-Sisi.
Putin vai auxiliar Egito a construir primeira usina nuclear
Cairo e Moscou já mantêm acordo de energia atômica desde 2001. Também é cogitada a intensificação da cooperação militar e do combate ao terrorismo. Putin aproveita visita para atacar o Ocidente.
O Egito pretende construir sua primeira usina nuclear com apoio da Rússia. Como anunciou nesta terça-feira (10/02) o chefe de Estado Abdel Fattah al-Sisi, uma declaração de intenção nesse sentido foi assinada durante a visita ao Cairo do presidente russo, Vladimir Putin. Os dois países já mantêm desde 2001 um acordo de cooperação para utilização pacífica da energia atômica.
A nova unidade, a ser construída na região de Dabaa, no norte do país, será ultramoderna, com quatro blocos de reatores e uma capacidade de 1.200 megawatts. Serguei Kiriyenko, diretor-geral da agência federal russa de energia atômica Rosatom, confirmou que seu país concederá créditos para o projeto.
Signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o Egito desenvolve seu programa atômico civil desde os anos 1970. No início da década seguinte, Dabaa já era cogitada como possível local da primeira usina nuclear egípcia. No entanto após a catástrofe nuclear de Tchernobil, em 1986, os planos foram congelados.
Interesses militares e estocada no Ocidente
Durante a entrevista conjunta à imprensa, no palácio presidencial, Sisi igualmente anunciou a intenção de intensificar a cooperação militar bilateral. Não foi mencionado se esta incluiria o fornecimento de armamentos. Observadores partem do princípio que não será o caso. Os dois Estados também planejam colaborar no combate ao terrorismo.
Presente de peso simbólico: uma kalashnikov
Durante o encontro, Putin entregou a seu Sisi, que é general e já foi chefe do serviço secreto egípcio, um fuzil kalashnikov como presente de peso simbólico. O governo no Cairo demonstra grande interesse no equipamento bélico russo, incluindo sistemas de defesa antiaérea e mísseis antitanques.
Nas últimas décadas, o Egito era parceiro próximo dos Estados Unidos. Mas após a derrubada do presidente fundamentalista islâmico Mohammed Morsi, em 2013, pelos militares, Washington reduziu sua ajuda militar ao país, até então de 1,3 bilhão de dólares anuais. A partir daí, Cairo tem buscado a aproximação com Moscou. Depois da visita de Sisi à cidade russa de Sochi no verão de 2014, este é o segundo encontro dos dois chefes de Estado.
O chefe do Kremlin também aproveitou a ocasião para, a partir do norte da África, enviar mensagens ao Ocidente, que vem isolando crescentemente a Rússia devido a sua política para a Ucrânia.
Numa entrevista ao jornal Al-Ahram, na segunda-feira, ele criticou o procedimento da aliança antiterrorismo liderada pelos EUA no Oriente Médio. Somente devido a “uma grosseira e irresponsável intervenção de fora”, a situação no Iraque e na Síria teria atingido o atual estado, afirmou Putin.
AV/afp/dpa
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