Três inovações no armamento russo para o século 21

Sukhoi Su-50

Figura constante em grande parte dos principais conflitos mundiais, a Rússia se consolidou como uma tradicional e confiável fabricante de armas. Não é surpresa, portanto, que três dos futuros sistemas de armamento mais avançados serão provavelmente associados à indústria de defesa russa da primeira metade do século 21.

No ar: PAK FA

Os trabalhos para criar o novo caça PAK FA, da Sukhôi, começaram em 2002. Em fevereiro do ano passado, o primeiro exemplar foi entregue ao Exército para realização de testes.

Esse modelo apresenta diferenças fundamentais em relação a seu antecessor. Embora entre na classe dos pesados, o seu peso é significativamente menor devido à utilização de materiais compósitos, que correspondem a 25% do peso da aeronave vazia e ocupam uma área de superfície de 70% da anterior.

O motor do novo PAK FA permite-lhe atingir velocidade supersônica sem necessidade de entrar no modo de pós-combustão, e a aviônica com sistema de radar Belka, equipado com AESA (radar de varredura eletrônica ativa), possibilita controlar simultaneamente quatro alvos na superfície, 30 alvos aéreos e abrir fogo contra oito deles.

A aeronave é invisível aos radares inimigos graças a materiais de absorção de ondas de rádio e à cobertura de sua estrutura. Até mesmo a ejeção desta aeronave é de nova geração. O seu software analisa em modo automático a velocidade do aparelho, a altitude de voo, ângulo de inclinação, rotação, velocidade angular, altura e peso do piloto. Só na primeira fase, a Rússia pretende comprar 60 modelos, que serão integrados ao Exército em 2016.

Em terra: Armata

Imagem meramente ilustrativa (não foi apresentado ainda)

A experiência de combates na Tchetchênia mostrou que os tanques soviéticos, ideais para exércitos de massa, transmitem muito menos confiança em conflitos locais. Devido a seu design, a tripulação do tanque T-72/90 não fica separada das munições e, em caso de explosão, não há chance de sobrevivência. Tudo isso foi levado em conta na concepção de um novo veículo blindado.

O T-14 Armata, que será apresentado no próximo desfile do Dia da Vitória, em 9 de maio, deve incorporar toda a experiência russa na construção de tanques. O Armata ainda se mantém classificado como “segredo de Estado” e, por isso, pouco se sabe sobre as suas características de desempenho.

No entanto, de acordo com informações vazadas para a imprensa, o novo tanque será equipado com um canhão de 125 milímetros (com opção para colocar um de 152 milímetros), a torre não será tripulada, a metralhadora poderá ser recarregada remotamente, e a tripulação ficará enfileirada dentro uma cápsula blindada, separada do compartimento que leva as munições.

Além disso, o Armata vai ter o seu próprio sistema de radar, o que lhe permitirá rastrear até 40 alvos dinâmicos e 25 aerodinâmicos, além de controlar o território em um raio de 100 km. Acredita-se que as tropas receberão mais de trinta tanques T-14 ainda este ano.

Na água: Submarino nuclear Borei

Por ser menos vulnerável, o componente marítimo da tríade nuclear é capaz de garantir um ataque nuclear não só de retaliação, como também de supressão das forças de ataque à Rússia. Mas a inclusão dos novos submarinos estratégicos à Marinha está significativamente atrasada. A principal causa foi a recusa do míssil Bark, de 100 toneladas de combustível sólido, com base no qual estavam sendo desenvolvidos os submarinos do projeto 955 Borei.

Como a Marinha necessitava urgentemente de novos modelo,  foi decidido em 1998 criar rapidamente e, o mais importante, a baixo custo, o Bulava marítimo com base nos mísseis Topol M. Nos seus primeiros testes, o Bulava se deparou com muitas dificuldades, que foram resolvidas aos longo dos últimos anos.

Os submarinos do projeto 955 Borei são capazes de lançar um ataque com o Bulava submerso debaixo do gelo do Ártico, onde não existem navios na superfície, o que dificulta a detecção de objetos marítimos não só pelos satélites, mas também por outras embarcações, com consequente dificuldade em interceptar mísseis na fase inicial do voo. Além disso, esse submarino é menos barulhento que seus antecessores e aprendeu a lançar mísseis em movimento para fora da água.

No total, o programa prevê o lançamento de oito submarinos desse tipo, dos quais mais três já estão sendo construindo: o Kniaz Vladímir, o Kniaz Oleg e o Kniaz Suvorov. Talvez alguns deles venham a ser construídos a partir do projeto atualizado Borei A.

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Fonte: Gazeta Russa

 

14 Comentários

  1. Numa dessas feiras de aeronáutica na qual os países também expõem sua aeronaves militares um piloto estadunidense estava criticando um caça russo de última geração….. Não sabia ele que estava sendo observado pelo piloto Russo que simplesmente o convidou para fazer um combate simulado….. Quem disse que ele aceitou?.. até hoje o melhor fuzil tático já construido é o Kalashnikov… 😉

    • Ah, máquina troll você esperava que o piloto americano fosse mostrar o F-22 aos russos para eles analisarem os sinais de radar e a RCS do caça?
      Você acha que o piloto decide alguma coisa sozinho?
      Também é meio estranho que os russos fossem usar um protótipo ainda não testado completamente em um combate simulado.

      Sobre o AK-47 ser o melhor fuzil isso bem questionável, pode ser o mais resistente e mais fácil de manter, mas está longe de ser o mais fácil para acertar tiros.

      O M-16A2 e a maioria dos fuzis ocidentais tem projéteis mais rápidos e com trajetórias mais retas e portanto muito mais precisos.

      O Ak-47 é mais fácil de usar, mas é mais difícil de acertar os alvos, principalmente à longas distâncias. Ele é ótimo na selva onde os combates acontecem à curtas distâncias ou em combates urbanos próximos.

    • Queria saber em qual feira de aeronáutica o PAK-FA foi exposto ao lado de caças americanos.
      Até pode ter acontecido em alguma, mas não sei.

      Mesmo assim, é estranho que o piloto de uma aeronave que ainda é protótipo, nem iniciou os testes operacionais e não tem pilotos treinados para combate tenha a liberdade de desafiar o adversário para um duelo.

  2. Realmente muito genioso esse submarino, visto que só os navios quebra-gelo trafegam pelo ártico, e que faz vizinhança com quase todos os inimigos potenciais da Rússia.

    • Caro Araujo.

      Não sei se lhe entendi bem.

      Mas a capacidade de navegar embaixo das camadas de gelo do Ártico e abrir espaços para disparar mísseis é comum a quase todos os subarinos.

      O ruído do atrito do gelo ajuda a encobrir o som dos submarinos

  3. A Russia aprimora sua tecnologia militar por que sabe ela que é daí que tem partido a maioria dos desenvolvimentos tecnologicos que recaem nos avanços comerciais de seus adversários. Faz acertado investimento enquanto qualifica suas FAs, que retem o melhor de suas inovações.

  4. OBAMA disse que vai pressionar Rússia economicamente, porem descartou opção militar.
    Acho que esses três itens acima já respondem um pouco o motivo..

  5. “além de controlar o território em um raio de 100 km”

    Essa informação é incorreta ou é um raio 10km ou são 100km² ou qualquer outra coisa, pois impossível detectar um alvo no solo a 100km para qualquer tanque.

    • Tbm pensei nisso, que raio de radar é esse meu rsrs, apesar que, comp tudo nesse carro de combate ainda é um mistério, pode ser que haja tecnologia integrada de radar, com informações distribuidas por um centro de controle, só assim há viabilidade para este número mas mesmo assim, ainda é questionavel. Saudações.

      • Bem pensado, caro ARC.
        É bem provável que um tanque transmita seus dados para os outros, se não me engano isso já existe no ocidente.
        Com um radar deve funcionar melhor ainda.

        Sds.

    • Acho mais provável que seja mesmo um raio de 10Km, o que já está bom pra KCT! Embora seja muito difícil atualmente, em meio urbano, encontrar uma área de extensão de 10Km “livre”.

      Isso non Ecxiste!

      Mas ainda assim, o bicho exige respeito. Se tiver um bom sistema FLIR localiza até rato no esgoto. Quem é que vai se arriscar a botar a cara!??

      • Concordo.

        Deve funcionar melhor em planícies e desertos. Em ambientes, como o Europeu, com iregularidades no terreno, árvores e construções a capacidade deve ser menor principalmente se o inimigo criar táticas para se aproveitar disso.

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