Índia e EUA anunciam acordos bilaterais

Primeiro-ministro indiano Narendra Modi quebra protocolo e recebe Obama e a esposa Michelle logo após desembarque em Nova Déli

Quebra de protocolo

Em um encontro considerado simbólico, Barack Obama e Narendra Modi fizeram questão de mostrar afinidade e parceria neste primeiro dos três dias de visita do chefe de governo americano ao país asiático. Modi, que já teve visto negado para entrada nos Estados Unidos, quebrou o protocolo e recebeu o chefe de governo americano e a esposa Michelle com um abraço assim desembarcaram em Nova Déli.

A viagem de Obama será interrompida mais cedo do que a agenda prevista anteriormente pela Casa branca. Na terça-feira, o presidente embarca para a Arábia Saudita a fim de levar condolências ao país pelo falecimento do rei Abdullah, na sexta-feira última.

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Durante visita de Obama a Nova Déli, presidente americano e primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mostram sintonia e chegam a acordos nas áreas de cooperação nuclear civil e comércio.

Índia e Estados Unidos anunciaram neste domingo (25/01) um acordo de cooperação nuclear civil que vinha se arrastando por seis anos, além de progressos em acordos nas áreas de defesa e comércio. O presidente americano, Barack Obama, que chegou neste domingo a Nova Déli, ressaltou a jornalistas que os dois países reafirmaram uma nova declaração de amizade que deverá aproximar laços.

Os dois pontos de discórdia que se colocavam como obstáculos eram as rígidas leis de responsabilidade nuclear da Índia, que impediam empresas americanas de fazer negócios no país, e a insistência dos Estados Unidos em rastrear material físsil fornecido pela Índia.

Segundo o embaixador americano na Índia, Richard Verma, o governo indiano formará consórcios de seguros que irão ressarcir empresas americanas em caso de algum acidente. Em troca, os EUA retiraram a cláusula de rastreamento do acordo.

“Estou contente que seis anos após termos assinado o acordo bilateral, agora seguimos rumo a uma cooperação comercial consistente com nossas leis e obrigações legais internacionais”, afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Energia solar na Índia

Obama ofereceu ainda ajuda financeira à Índia na busca do país para alcançar uma ambiciosa meta de energia solar e pediu o apoio de Modi nas negociações sobre o clima durante encontro da ONU que ocorrerá em Paris, em dezembro deste ano.

Terceiro maior emissor de gases do efeito estufa no mundo, a Índia tem se mostrado bastante resistente em firmar compromissos frente a metas de emissão sob a justificativa de que elas podem inibir o crescimento econômico do país, essencial para tirar milhões de indianos da pobreza. Modi afirma que o país optou por expandir sua capacidade de produzir energia renovável e reduzir a dependência de fontes poluentes.

“Apoiamos a ambiciosa meta por energia solar da Índia e permanecemos dispostos a acelerar esta expansão com financiamentos adicionais”, afirmou Obama durante uma entrevista coletiva ao lado de Modi em Nova Déli.

A Índia pretende investir 100 bilhões de dólares nos próximos sete anos no intuito de impulsionar em até 33 vezes a capacidade de energia solar do país, chegando a 100 mil megawatts.

O Banco de Importação e Exportação dos EUA, agência oficial de créditos do governo americano, oferecerá financiamento de projetos em energia solar no valor de 1 bilhão de dólares a empresas que queiram importar equipamento dos Estados Unidos.

Comentário konner: 

Os EUA consideram a Índia como um mercado vasto e com potencial para contrabalançar a influência da China na Ásia, mas frequentemente são frustrados com a lentidão de reformas econômicas e desinteresse de se aliar a Washington em assuntos internacionais.

Obama será o primeiro presidente norte-americano a participar da parada do Dia da República da Índia, um show anual de poderio militar associado ao anti-americanismo da Guerra Fria.

Fonte: DW.DE

Obama reduz agenda na Índia para prestar condolências na Arábia Saudita

Corpo de rei Abdullah foi enterrado na sexta-feira

Presidente dos EUA viajará a Riad e se encontrará com o novo rei saudita, Salman bin Abdulaziz al-Saud. Maior exportador de petróleo do mundo, país árabe é importante aliado americano na instável região do Oriente Médio.

Líderes e representantes de governos de diversos países do mundo encontram-se na Arábia Saudita neste sábado (24/01) para prestar condolências pela morte do rei Abdullah, falecido nesta sexta-feira aos 90 anos. Vítima de uma pneumonia, Abdullah comandava de fato o país, maior exportador de petróleo do mundo, há quase vinte anos.

Apesar das profundas tensões e rivalidades entre o Irã e a Arábia Saudita, o ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Zarif, esteve entre os primeiros a desembarcar em Riad neste sábado, onde foi recebido pelo governador da capital saudita, o príncipe Turki. Principais forças xiita e sunita no Oriente Médio, respectivamente, Irã e Arábia Saudita vêm tendo relações conturbadas nos últimos anos, principalmente devido ao diferente posicionamento frente à guerra civil na Síria.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encurtará a viagem à Índia e chegará em Riad na terça-feira. Segundo a Casa Branca, Obama deixará fora da agenda uma visita ao Taj Majal para viajar à Arábia Saudita, influente aliado americano na instável região do Oriente Médio. O último encontro do presidente dos EUA com Abdullah em território saudita havia sido em março do ano passado.

O novo rei Salman Salman bin Abdulaziz al-Saud, que assumiu o comando do país árabe após a morte do meio-irmão, também deve receber nos próximos dias o príncipe Naruhito, do Japão; o rei da Espanha, Felipe 6º; o rei da Holanda, Willem-Alexander; e o príncipe Charles, do Reino Unido; entre outras autoridades internacionais.

A pedido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, o ex-presidente Christian Wulff viajará ao país árabe para apresentar as condolências de Berlim. Merkel acaba de voltar bastante gripada de Davos, onde participou do Fórum Econômico Mundial. O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, encontra-se em viagem pelo norte da África. A ideia de enviar Wulff teria partido da própria chanceler federal. O ex-presidente cunhou em 2010, quando ainda estava no cargo, em visita à Turquia, a frase: “O Islã também é parte da Alemanha”.

Devido aos ataques que mataram dezenas de pessoas na cidade de Mariupol, no leste da Ucrânia, o presidente Petro Poroshenko interrompeu a viagem à Arábia Saudita para voltar a Kiev e coordenar uma reação ao ataque, segundo o governo. O bombardeio em Mariupol ocorre no momento em que separatistas pró-russos anunciam uma ofensiva na região.

Funeral simples

Um dia antes, na sexta-feira, o funeral do rei Abdullah havia reunido diversos líderes estrangeiros na mesquita Imam Turki, em Riad. Diante do corpo do rei, um clérigo realizou orações, na presença dos membros da família real, incluindo o novo rei, Salman bin Abdulaziz al-Saud, e vários convidados internacionais. Entre os presentes estavam o rei Abdallah 2º, da Jordânia, o vice-primeiro-ministro do Omã, Fahd bin Mahmud al-Said; o primeiro-ministro e o presidente egípcios, Ibrahim Mehleb e Abdel Fatah al-Sisi; o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif.

De acordo com as tradições muçulmanas, o corpo do rei Abdullah foi vestido de branco e envolto com um pano simples. O rei foi enterrado numa cova anônima, da mesma forma que seu antecessor, o rei Fahd, que faleceu em 2005. Também não foi decretado um período de luto oficial na Arábia Saudita.

MSB/ap/afp/rtr

Fonte: DW.DE

3 Comentários

  1. Engraçado, quando olho essa parceria, sei por que me vem a cabeça aquela tragédia de bophal quando toneladas de.produtos quimicos produzidos pela americana Union Carbide matou centenas de Indus. Causando muita comoção local e pouca responsabilização internacional para as vitimas terceiro mundistas.

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