Je ne suis pas Charlie

Je ne suis pas Charlie

Em primeiro lugar, eu condeno os atentados do dia do 7 de janeiro. Apesar de muitas vezes xingar e esbravejar no meio de discussões, sou um cara pacífico. A última vez que me envolvi em uma briga foi aos 13 anos (e apanhei feito um bicho). Não acho que a violência seja a melhor solução para nada. Um dos meus lemas é a frase de John Donne: “A morte de cada homem diminui-me, pois faço parte da humanidade; eis porque nunca me pergunto por quem dobramos sinos: é por mim”. Não acho que nenhum dos cartunistas “mereceu” levar um tiro. Ninguém merece. A morte é a sentença final, não permite que o sujeito evolua, mude. Em momento nenhum, eu quis que os cartunistas da Charlie Hebdo morressem. Mas eu queria que eles evoluíssem, que mudassem.
Após o atentado, milhares de pessoas se levantaram no mundo todo para protestar contra os atentados. Eu também fiquei assustado, e comovido, com isso tudo. Na internet, surgiu o refrão para essas manifestações: Je Suis Charlie. E aí a coisa começou a me incomodar.
A Charlie Hebdo é uma revista importante na França, fundada em 1970 e identificada com a esquerda pós-68. Não vou falar de toda a trajetória do semanário. Basta dizer que é mais ou menos o que foi o nosso Pasquim. Isso lá na França. 90% do mundo (eu inclusive) só foi conhecer a Charlie Hebdo em 2006, e já de uma forma bastante negativa: a revista republicou as charges do jornal dinamarquês Jyllands-Posten (identificado como “Liberal-Conservador”, ou seja, a direita européia). E porque fez isso? Oficialmente, em nome da “Liberdade de Expressão”, mas tem mais…
O editor da revista na época era Philippe Val. O mesmo que escreveu um texto em 2000 chamando os palestinos (sim! O povo todo) de “não-civilizados” (o que gerou críticas da colega de revista Mona Chollet – críticas que foram resolvidas com a saída dela). Ele ficou no comando até 2009, quando foi substituído por Stéphane Charbonnier, conhecido só como Charb. Foi sob o comando dele que a revista intensificou suas charges relacionadas ao Islã – ainda mais após o atentado que a revista sofreu em 2011.
Uma pausa para o contexto. A França tem 6,2 milhões de muçulmanos. São, na maioria, imigrantes das ex-colônias francesas. Esses muçulmanos não estão inseridos igualmente na sociedade francesa. A grande maioria é pobre, legada à condição de “cidadão de segunda classe”. Após os atentados do World Trade Center, a situação piorou. Já ouvi de pessoas que saíram de um restaurante “com medo de atentado” só porque um árabe entrou. Lembro de ter lido uma pesquisa feita há alguns anos (desculpem, não consegui achar a fonte) em que 20 currículos iguais eram distribuídos por empresas francesas. Eles eram praticamente iguais. A única diferença era o nome dos candidatos. Dez eram de homens com sobrenomes franceses, ou outros dez eram de homens com sobrenomes árabes. O currículo do francês teve mais que o dobro de contatos positivos do que os do candidato árabe. Isso foi há alguns anos. Antes da Frente Nacional, partido de ultra-direita de Marine Le Pen, conquistar 24 cadeiras no parlamento europeu…
De volta à Charlie Hebdo: Ontém vi Ziraldo chamando os cartunistas mortos de “heróis”. O Diário do Centro do Mundo (DCM) os chamou de“gigantes do humor politicamente incorreto”. No Twitter, muitos chamaram de “mártires da liberdade de expressão”. Vou colocar na conta do momento, da emoção. As charges polêmicas do Charlie Hebdo são de péssimo gosto, mas isso não está em questão. O fato é que elas são perigosas, criminosas até, por dois motivos.
O primeiro é a intolerância. Na religião muçulmana, há um princípio que diz que o profeta Maomé não pode ser retratado, de forma alguma. (Isso gera situações interessantes, como o filme A Mensagem – Ar Risalah, de 1976 – que conta a história do profeta sem desrespeitar esse dogma – as soluções encontradas são geniais!). Esse é um preceito central da crença Islâmica, e desrespeitar isso desrespeita todos os muçulmanos. Fazendo um paralelo, é como se um pastor evangélico chutasse a estátua de Nossa Senhora para atacar os católicos. O Charlie Hebdo publicou a seguinte charge:
Qual é o objetivo disso? O próprio Charb falou: “É preciso que o Islã esteja tão banalizado quanto o catolicismo”. Ok, o catolicismo foi banalizado. Mas isso aconteceu de dentro pra fora. Não nos foi imposto externamente. Note que ele não está falando em atacar alguns indivíduos radicais, alguns pontos específicos da doutrina islâmica, ou o fanatismo religioso. O alvo é o Islã, por si só. Há décadas os culturalistas já falavam da tentativa de impor os valores ocidentais ao mundo todo. Atacar a cultura alheia sempre é um ato imperialista. Na época das primeiras publicações, diversas associações islâmicas se sentiram ofendidas e decidiram processar a revista. Os tribunais franceses – famosos há mais de um século pela xenofobia e intolerâmcia (ver Caso Dreyfus) – deram ganho de causa para a revista. Foi como um incentivo. E a Charlie Hebdo abraçou esse incentivo e intensificou as charges e textos contra o Islã.
Mas existe outro problema, ainda mais grave. A maneira como o jornal retratava os muçulmanos era sempre ofensiva. Os adeptos do Islã sempre estavam caracterizados por suas roupas típicas, e sempre portando armas ou fazendo alusões à violência (quantos trocadilhos com “matar” e “explodir”…). Alguns argumentam que o alvo era somente “os indivíduos radicais”, mas a partir do momento que somente esses indivíduos são mostrados, cria-se uma generalização. Nem sempre existe um signo claro que indique que aquele muçulmano é um desviante, já que na maioria dos casos é só o desviante que aparece. É como se fizéssemos no Brasil uma charge de um negro assaltante e disséssemos que ela não critica/estereotipa os negros, somente aqueles negros que assaltam…
E aí colocamos esse tipo de mensagem na sociedade francesa, com seus 10% de muçulmanos já marginalizados. O poeta satírico francês Jean de Santeul cunhou a frase: “Castigat ridendo mores” (costumes são corrigidos rindo-se deles). A piada tem esse poder. Se a piada é preconceituosa, ela transmite o preconceito. Se ela sempre retrata o árabe como terrorista, as pessoas começam a acreditar que todo árabe é terrorista. Se esse árabe terrorista dos quadrinhos se veste exatamente da mesma forma que seu vizinho muçulmano, a relação de identificação-projeção é criada mesmo que inconscientemente. Os quadrinhos, capas e textos da Charlie Hebdo promoviam a Islamofobia. Como toda população marginalizada, os muçulmanos franceses são alvo de ataques de grupos de extrema-direita. Esses ataques matam pessoas. Falar que “Com uma caneta eu não degolo ninguém”, como disse Charb, é hipócrita. Com uma caneta se prega o ódio que mata pessoas.
No artigo do Diário do Centro do Mundo, Paulo Nogueira diz: “Existem dois tipos de humor politicamente incorreto. Um é destemido, porque enfrenta perigos reais. O outro é covarde, porque pisa nos fracos. Os cartunistas do jornal francês Charlie Hebdo pertenciam ao primeiro grupo. Humoristas como Danilo Gentili e derivados estão no segundo.” Errado. Bater na população islâmica da França é covarde. É bater no mais fraco.
Uma das defesas comuns ao estilo do Charlie Hebdo é dizer que eles também criticavam católicos e judeus. Isso me lembra o já citado gênio do humor (sqn) Danilo Gentilli, que dizia ser alvo de racismo ao ser chamado de Palmito (por ser alto e branco). Isso é canalha. Em nossa sociedade, ser alto e branco não é visto como ofensa, pelo contrário. E – mesmo que isso fosse racismo – isso não daria direito a ele de ser racista com os outros. O fato do Charlie Hebdo desrespeitar outras religiões não é atenuante, é agravante. Se as outras religiões não reagiram a ofensa, isso é um problema delas. Ninguém é obrigado a ser ofendido calado.
“Mas isso é motivo para matarem os caras!?”. Não. Claro que não. Ninguém em sã consciência apoia os atentados. Os três atiradores representam o que há de pior na humanidade: gente incapaz de dialogar. Mas é fato que o atentado poderia ter sido evitado. Bastava que a justiça francesa tivesse punido a Charlie Hebdo no primeiro excesso. Traçasse uma linha dizendo: “Desse ponto vocês não devem passar”.
“Mas isso é censura”, alguém argumentará. E eu direi, sim, é censura. Um dos significados da palavra “Censura” é repreender. A censura já existe. Quando se decide que você não pode sair simplesmente inventando histórias caluniosas sobre outra pessoa, isso é censura. Quando se diz que determinados discursos fomentam o ódio e por isso devem ser evitados – como o racismo ou a homofobia – isso é censura. Ou mesmo situações mais banais: quando dizem que você não pode usar determinado personagem porque ele é propriedade de outra pessoa, isso também é censura. Nem toda censura é ruim.
Por coincidência, um dos assuntos mais comentados do dia 6 de janeiro – véspera dos atentados – foi a declaração do comediante Renato Aragão à revista Playboy. Ao falar das piadas preconceituosas dos anos 70 e 80, Didi disse: “Mas, naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais, elas não se ofendiam.”. Errado. Muitos se ofendiam. Eles só não tinham meios de manifestar o descontentamento. Naquela época, tão cheia de censuras absurdas, essa seria uma censura positiva. Se alguém tivesse dado esse toque nOs Trapalhões lá atrás, talvez não teríamos a minha geração achando normal fazer piada com negros e gays. Perderíamos algumas risadas? Talvez (duvido, os caras não precisavam disso para serem engraçados). Mas se esse fosse o preço para se ter uma sociedade menos racista e homofóbica, eu escolheria sem dó. Renato Aragão parece ter entendido isso.
Deixo claro que não estou defendendo a censura prévia, sempre burra. Não estou dizendo que deveria ter uma lista de palavras/situações que deveriam ser banidas do humor. Estou dizendo que cada caso deveria ser julgado. Excessos devem ser punidos. Não é “Não fale”. É “Fale, mas aguente as consequências”. E é melhor que as consequências venham na forma de processos judiciais do que de balas de fuzis.
Voltando à França, hoje temos um país de luto. Porém, alguns urubus são mais espertos do que outros, e já começamos a ver no que o atentado vai dar. Em discurso, Marine Le Pen declarou: “a nação foi atacada, a nossa cultura, o nosso modo de vida. Foi a eles que a guerra foi declarada” (grifo meu). Essa fala mostra exatamente as raízes da islamofobia. Para os setores nacionalistas franceses (de direita, centro ou esquerda), é inadmissível que 10% da população do país não tenha interesse em seguir “o modo de vida francês”. Essa colônia, que não se mistura, que não abandona sua identidade, é extremamente incômoda. Contra isso, todo tipo de medida é tomada. Desde leis que proíbem imigrantes de expressar sua religião até… charges ridicularizando o estilo de vida dos muçulmanos! Muitos chargistas do mundo todo desenharam armas feitas com canetas para homenagear as vítimas. De longe, a homenagem parece válida. Quando chegam as notícias de que locais de culto islâmico na França foram atacados – um deles com granadas! – nessa madrugada, a coisa perde um pouco a beleza. É a resposta ao discurso de Le Pen, que pedia para a França declarar “guerra ao fundamentalismo” (mas que nos ouvidos dos xenófobos ecoa como “guerra aos muçulmanos” – e ela sabe disso).

Por isso tudo, apesar de lamentar e repudiar o ato bárbaro de ontem, eu não sou Charlie. No twitter, um movimento – muito menor do que o #JeSuisCharlie – começa a surgir. Ele fala do policial, muçulmano, que morreu defendendo a “liberdade de expressão” para os cartunistas do Charlie Hebdo ofenderem-no. Ele representa a enorme maioria da comunidade islâmica, que mesmo sofrendo ataques dos cartunistas franceses, mesmo sofrendo o ódio diário dos xenófobos e islamófobos, repudiaram o ataque. Je ne suis pas Charlie. Je suis Ahmed.

Fonte: Em tom de Mimimi

34 Comentários

  1. Esse chamado ao pensamento é inquestionavel. Ao autor meus agradecimentos. Muitas vezes ficamos focados num ponto, na consequencia, coisa de homens comuns, que esqueçemos de olhar o todo. A causa. Mais uma vez obrigado por ajudar-me a expandir meu inconsciente. Sds.

    • Certas coisas no dos outros é colírio. Vi uma charge do tal cartunista, que para mim, já adianto, não é o bicho. Na charge, aparece dois islâmicos se beijando de boca e ainda salivando. Convenhamos, mal gosto a toda prova. Inconveniência e desrespeito total. Alguns dirão, ah isso não tem nada de mais, pois é, é porque não é no seu, então você acha que é colírio. Os islâmicos têm sua cultura e devemos ter um mínimo de respeito.
      Eu explico, imagina eu fazer a mesma charge de um adulto de pau duro e beijando uma criança de digamos dez anos? Você gostaria? Pois é, aqui seria condenado, pedofilia, coisa e tal. Mas porque aqui seria condenado? Censurado? Seria devido a nossa cultura? Respeitar valores faz parte das relações humanas. Não acho que com a morte destes cartunistas seja resolvido o problema, porém com ambos exageros, acredito que foi posta na mesa as condições para reflexão e “Eu não sou Charlie”.

      • Mais uma correção,
        embora o texto deste post tenha sido originalmente publicado no blog de Leonardo Boff, o mesmo na verdade é de autoria do Pe.Antonio Piber…

        Segue a nota de esclarecimento de Boff:

        ————————————————-
        Eu não sou Charlie, je ne suis pas Charlie: Pe. Antonio Piber
        ————————————————-
        10/01/2015

        Houve um esquecimento de minha parte: não citei o nome do artigo publicado abaixo: Pe.Antonio Piber, material que recebi via internet (quatremains). Peço desculpas aos leitores/as.

    • Caro E.M Pinto.

      No nosso país temos milhões de pessoas sofrendo racismo, passando necessidades, sendo exploradaras, abusadas, excluídas, violentadas, humilhadas e desrespeitadas, será que isso justifica a nossa violência?

      Sds.

      • São muitos fatores, no meu ponto de vista, a violência nunca é justificável. No meu ver, a impunidade e o discurso do ódio implantando uma luta de classes por interesses sórdidos são mais responsáveis por esta violência que aumenta contrariamente ao esperado, já que a justificativa era a pobreza, mas a pobreza também é dita estar reduzindo.

      • A questão aqui, não é justificar a violência, mas, entender o motivo da violência…, => espero ter ajudado a você a entender o texto.
        .
        Saudações,
        .
        konner

      • Eu entendi o que o texto quis dizer e confesso que desviei um pouco o foco.

        Quando falei em “justificar a violência” estava pensando naqueles comentários lamentáveis e infelizes sobre a satisfação de alguns em assistir um “otário” inocente e ferido, pedindo clemência ser assassinado.

        Usando as palavras do colega E.M.Pinto, achei aquilo um dos maiores exemplos de bestialidade e covardia humanas que já vi.
        Só na internet, onde as pessoas contam com o anonimato, elas tem coragem de dizer um absurdo desses.

        Eu, pessoalmente, não fiquei feliz nem com a morte do Bin Laden, Saddan Russein ou qualquer outra pessoa, por mais criminosa que ela tenha sido.

        Algumas pessoas são tão intolerantes, xenofóbias e racistas quanto os radicais republicanos, nazistas e fanáticos religiosos que eles mesmos criticam. Não melhores em nada.

        Uma charge pode realmente ser ofensiva e um desrespeito ( eu concordo ), mas a mesma liberdade que permite as charges também permitem que radicais façam comentários despresíveis como alguns que nós vimos ontem.

        Achei incrível que apenas um ou dois participantes tenham demonstrado indignação com essa manifestação de covardia e desrespeito pela vida humana.

        Sei que aqueles comentários não tem nada a ver com a opinião dos moderadores e editores desse blog.

        Respeitosamente.
        Saudações.

      • “Deagol
        10 de janeiro de 2015 at 11:55 ”

        a intolerância não está na religião e sim naqueles que a usam para seu bel prazer… as inquisições foram exemplo clássico disto… enquanto existir luta por poder usarão a religião como bode expiatório para justificar suas ações escusas de terceiras intenções……ignorância e fanatismo não é monopólio das religiões….. o século XX foi o mais violento da história e mais de 200 milhões de pessoas foram mortas por ideologias atéias…

    • LIBERDADE DE EXPRESSÃO QUE FAZ SÁTIRA DE OUTRAS RELIGIÕES, DE CULTURAS, RAÇAS E DE PESSOAS, ISSO É LIBERDADE?….vc escritor diz : é o direito de zombar….e depois quer falar de ética e respeito e chamar os outros que teem uma crença de fundamentalista… parece ser vc o fundamentalista que quer desrespeitar impondo seu ateismo na vida dos outros…..

  2. O discurso de liberdade não precisa ser apoiado na banalização da crença alheia, ou no preconceito étnico, pois para o religioso, suas deidades são motivos de admiração, respeito e honra, logo, quando banalizadas ou atacadas, o indivíduo tende ao ódio, pois suas mais estimadas crenças foram desrespeitadas. Se eu dissesse para um católico que Maria é uma filha da *%$# seria como xingar a própria mãe do individuo, igualmente é, quando ocorre a desfiguração e o desrespeito da imagem de Maomé.Surgem então algumas questões simples…por que propor essas sátiras levianas? por que atacar a crença de um semelhante se esta não causa mau ou dano a sociedade? que expressão de liberdade há em criar conflitos entre grupos? simples…puro desrespeito e preconceito, seja de cunho político,ideológico, ou qualquer outra motivação, e qualquer que tenha sido a real intenção, o tal jornal pagou caro, sabendo do preço, por mais triste que seja, os tais chargistas sabiam que no Islã existe o extremismo, e os tais dariam o troco por tamanho desrespeito, e infelizmente chegamos no ponto que chegamos.

  3. Discordo quase que totalmente deste texto. Oui Je suis Charlie, bien sur mon amie! Charlie Hebdo representa a contra revolução do politicamente correto pobre e estúpido da sociedade atual. Nada como House falar Foraman que ele como negro poderia ir ao escritório de outro médico e pegar o monitor da sala porque ele teria experiência no roubo… Nem por isso a produtora do seriado foi implodida, ou mesmo as piadas de Beavis e ButtHead ou dos Simpsons ou de South Park fazendo gozação com os judeus e negros. Que se dane o politicamente correto. Charlie Hebdo fazia piadas ácidas com todos sem distinção. A sociedade ocidental está sendo atacada sim. Quando uma menina não pode praticar educação física sem uma burca, isso é um ataque sim a sociedade ocidental. Se este povo que se diz pacífico e seus clérigos que se dizem tolerantes desejam colocar o discurso em prática que separem o joio do trigo dentro de suas aldeias. Exitem pobres e segregados em todas as sociedades. Na minha cidade quem limpa o escritório e banheiros é uma menina loira de olhos claros, e por vezes vc irá encontrar um loiro clarinho de olhos claros empurrando um carrinho de lixo no inverno chuvoso e frio da cidade. Nem por isso essa gente é lembrada. Se vc deseja morar em uma cidade respeite seus custumos e cultura e não tente mudá-la ou volte para seu habitat, sua terra onde se praticam os mesmos valores. O mesmo podemos pensar em mulheres usando biquinis na Arabia Saudita ou dirigindo carros. Ninguém deseja transformar a sociedade desta gente. Respeitem a liberdade de expressão e pronto, e respeite a liberdade do próximo. Se eu desejo fazer piada com negros e judeus, ou se alguém deseja fazer piadas com meu nariz ou orelha que problema existe nisso? Texto pobre querendo ser mais real que o rei. Sim devemos lutar pela liberdade de expressão mesmo que para alguns seja de péssimo gosto como de Charlie Hebdo.

    • O que é “liberdade de expressão” e quem tem direito a ela? Aquela garota que se manifestou contra o goleiro Aranha tinha esse direito? e o bispo evangélico que ofendeu a imagem de uma santa não usou sua liberdade de expressão? e o bullying não é uma liberdade de expressão?…

      Liberdade de expressão é fazer chacota, atacar e desrespeitar a fé das pessoas?!…. Liberdade de expressão permite afrontar a liberdade de crença?..Não se pode confundir liberdade com libertinagem…. ofender a crença de outras nações é crime!….

      Liberdade de expressão não é menosprezar a crença, cultura ou os costumes dos outros…A liberdade de expressão não pressupõe o direito a ofensa….. Temos a obrigação de respeitar a opinião do outro assim como respeitar as religiões….. Fala-se muito em direito mas esquece-se dos deveres…. Se nós queremos respeito devemos primeiro respeitar o outro…..

      LIBERDADE DE EXPRESSÃO é o direito de todo e qualquer indivíduo de manifestar seu pensamento, opinião, atividade intelectual, artística, científica e de comunicação sem censura….A liberdade de expressão passa PELO RESPEITO AO PRÓXIMO E ÀS SUAS ESCOLHAS….. O limite dessa liberdade vai até o ponto onde começa o direito do outro de igual forma ou maneira… ou seja….. a sua liberdade de expressão termina onde começa a liberdade do semelhante……

      se vc quer respeito porque então não respeita?…..

  4. No dia 8 de janeiro de 2015 at 11:07 eu fiz um comentário concordando com o BobSap abordando a mesma coisa, comentário esse que reproduzo abaixo !
    http://www.planobrazil.com/ataque-terrorista-em-paris-charlie-hebdo-um-historico-de-provocacoes-ao-fundamentalismo-islamico/

    É claro que os assassinatos nunca se justificam, mas entendo seu raciocínio e tenho notado que o humor verdadeiro acabou, qualquer um hoje se acha um humorista,porém o humor hoje é ofensivo,vulgar e as vezes até xenófobo ,pois ataca muitas vezes os menos favorecidos !

    Esses cartunistas,faziam chacotas realmente ofensivas, eu mesmo vi uma e certamente os senhores também viram, em que a Santíssima Trindade é retratada de uma forma tão ofensiva que não há como um cristão não se sinta ofendido !

    Quero também levantar a questão que torna crime negar o holocausto em alguns países, isso também é um crime contra a liberdade de expressão, então como fica ?

  5. Por favor, os que estiverem dispostos a dissertar sobre LIBERDADE DE EXPRESSÃO neste fato, não deixem de fazê-lo também sob a égide da ÉTICA e da MORAL.
    .
    A final, não se pode discutir liberdade de expressão, sem discutir ÉTICA e MORAL.
    .
    Saudações,
    .
    konner

  6. Texto irretocável!

    Parabéns ao PB por postá-lo!

    E destaque para: “Ele fala do policial, muçulmano, que morreu defendendo a “liberdade de expressão” para os cartunistas do Charlie Hebdo ofenderem-no. Ele representa a enorme maioria da comunidade islâmica, que mesmo sofrendo ataques dos cartunistas franceses, mesmo sofrendo o ódio diário dos xenófobos e islamófobos, repudiaram o ataque”

    Sds.

  7. Li ontem um comentario do Ilya, criticando o Plano Brasil republicar materia que ja saiu e foi comentada em outro site. Eu ja li esse comentario antes. Se fosse traducao de um artigo publicado no exterior eu entendo. Mas republicacao de artigos comentados em outros sites brasileiros, para mim e perda de tempo e dar publicidade gratis para competidores. Desculpa-me a franqueza, e meus respeitos.

  8. Mas que lixo de texto!Então 90% da sociedade francesa ,que são cristãos ,são obrigados a aceitarem a imposição islâmica de 10%.

  9. olha tive que ler esse texto maçante ate o final ,para dar uma opinião correta sobre o que esse cara escreveu
    se fosse a família dele aposto que ele não escreveria assim mas vamos la
    o autor tenta fazer uma defesa dos islâmicos de toda forma
    primeiramente eles não atacaram somente a revistinha eles atacaram a frança um pais católico foi isso que eles fizeram
    segundo os caras vao agora falar que os cartunistas eram ateus ,é mesmo ??? e a irma dos caras a mae o avo os irmãos sera que eram ateus também ???? logico que não
    com toda certeza eles esses que morreram foram em batizados em casamentos e quando eram crianças acompanhavam a mae na igreja

    eles atacaram a fe crista não foi a revista eles atacaram a frança não foi o supermercado judeu
    pois tudo isso esta em um pais chamado frança de maioria católica eles atacaram a religião com a desculpa de desenhos !!! a vai catar coquinho

    aqui se faz aqui se paga !! quem com ferro fere com ferro sera ferido queimaram o filme do islã de vez na europa .

    e sobre o cara do texto a defesa dele é fraca os caras pela lei da frança estavam no direito deles se os islâmicos quisessem reivindicar alguma coisa poderiam fazer pela justiça e

    não me venha com esse papinho furado que so tem islâmico pobre tem uma par de islâmico cheio da moeda ,mas não divide com seus irmãos de religião

    quando a umas semanas atrás na frança um islâmico rico atropelou um grupo de franceses pobre
    sabe o que aconteceu a TV falou que foi um surto psicótico .

    abafaram a cena do louco !!! ai fizeram novamente atropelaram outras pessoas depois foram fuzilar uns cartunistas de uma revistinha pior que a veja !!! digase de passagem

    mas fizeram isso em um pais soberano de religião diferente da que eles praticam ,os islâmicos estão sim afrontando a outra religião e não adianta esquerda nem direita tentar fazer a defezinha pior do que a de advogado de porta de cadeia que o mundo já girou ,
    quem é é quem não é cabela voa !!!!

  10. Discordo do autor. O islã tem uma característica (não sou especialista em cultura islâmica é só minha opinião pautada pelas informações que chegam a mim pela imprensa) que o torna propício ao surgimento de radicais. Não sei se é algum dogma que pode ser ambiguamente interpretado ou alguma fala do profeta deles.

    O fato é que, a exceção de Israel, os judeus (por exemplo) são sempre uma minoria. Esta é uma realidade dos últimos dois mil anos! São alvos de piadas, preconceitos e são quase sempre considerados cidadãos de segunda classe. Quantos atentados terroristas foram perpetrados por judeus neste período? (Não vale citar o governo de Israel como autor, aí a discussão é outra…)

    E mesmo sendo minoria, todos nós já ouvimos falar de Albert Einstein, Espinoza, Woody Allen, Silvio Santos… a lista é longa.

    A crítica é para o radicalismo, porém, a questão muçulmana é muito mais profunda do que criticar atentados realizados em nome de Alá. Por que isso acontece com a população islâmica? Alguém pode me ajudar com a resposta?

  11. Então Barata Obama vai botar sua carinha na multidão hipocrita xenofobica que chama de liberdade atacar e ridicularizae crenças e costumes dos outros ?
    Vai nada é um medroso.
    No Rio disse que discurasria na Cinelandia para 2 milhões de pessoas protegido por forte aparato militar,policial e vidro a prova de balas.Mas na hora H entrou correndo para o teatro e discursou para uma plateia de artistas da Globo e convidados escolhidos a deo que urravam istericamente a cada palavra pronunciada.
    E se na grande manifestação da liberdade onde hipocritas de todos os tipos vão botarem suas caras falsas buscando se beneficiarem acontecer BUUUUUMMMMM

  12. Sou um fã do cartunismo francês, mas daquele feito com qualidade, representado pelo afamado Les Humanoïdes Assocés, que editava a seminal Metal Hurlant, que o mundo conheceria na forma da sua irmã siamesa de além Atlântico, Heavy Metal. Nomes como Jean Giraud (Moebius), Bernard Farkas e Phillipe Druillet…
    Através desta publicação artistas ganharam reconhecimento, caso do próprio Moebius, Como de Richard Corben, Alain Voss (brasileiro), Simon Bisley, Milo Manara, Paolo Eleuteri Serpieri, Berni Wrightson, Jano…

    Por isso, em vista do monumento erigido em nome do cartum, na forma da Metal Hulant, ainda que se tratasse de quadrinhos, do que de cartuns políticos, não compraz aderir ao lugar comum no tocante à defesa do Charlie Hebdo. Pois, como bem demonstrou o autor, não passava de uma publicação que se apoiava no ataque incessante para sobreviver. Uma publicação marginal, extremista e sinceramente… Desprovida de graça.

    Para terminar, quero dizer, que não sou crente, ao contrário, descrente. Todavia, por não crer, ou por outros motivos existentes em minha formação, não tenho o apego religioso de ter que atacar e desqualificar o outro por ser crente. Nisto, estou próximo de Nietzsche, que considerava os crentes como se crianças fossem… Qual é o adulto que se importa com as crianças? Bah! Que deixem-nas brincando no parquinho….

    • Ja pensou uma charge da Michele Obama sendo papada de palitinhos ao molho Shoyu por 3 raquiticos e magrélos amarelos que lindinho né viva a liberdade de expressão.

  13. A intolerancia não esta apenas no radicalismo fundamentaklista mas em sociedades e governos tambem.
    O que a Europa pratica contra Arabes,Ciganos e Africanos é o que ? Parece que agora é pratica da liberdade discriminar,segregar,desreipeitar póvos,suas crenças e costumes.
    Todo aquele que compactua com tais coisas não passa de um xenofobo intolerante e segregacional a condição mais baixa e imunda de um ser humano.

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