Impacto sobre economia, amplamente dependente da commodity, leva analistas a temerem falência iminente. Em vez de realizar reformas, governo busca se endividar ainda mais, recorrendo sobretudo à China.
A sorveteria venezuelana Coromoto está no Guinness, o livro dos recordes, por causa de seus 863 sabores, sendo visitada por turistas de todo mundo. Neste verão, porém, está vazia. Em plena alta temporada, a loja foi obrigada a permanecer fechada, devido à falta de leite – e de sorvete.
O exemplo da sorveteria, na cidade de Mérida, é apenas um de muitos. Ele mostra um problema contra o qual o povo da Venezuela tem lutado frequentemente. Seja papel higiênico, manteiga ou sabão, sempre há produtos faltando nas prateleiras dos supermercados.
A receita da Venezuela chega a depender 96% da venda de petróleo bruto. Com ela, o país financia as importações de quase todas as outras mercadorias. Mas o preço do petróleo está atualmente tão baixo quanto em maio de 2009. Um barril de petróleo do tipo Brent está custando 57,33 dólares, o barril venezuelano está até mesmo abaixo dos 50 dólares.
O impacto sobre a economia venezuelana, que é quase inteiramente dependente das exportações da commodity, é enorme. Analistas até mesmo falam em uma falência iminente.
“A situação nunca esteve tão ruim como agora”, alerta Nicholas Wenz, cientista político na Universidade de Rostock.
“Os EUA querem nos destruir”
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, culpa especialmente o “império americano” pela queda nos preços. Ele acusa os EUA de inundarem o mercado com petróleo barato, extraído com a técnica de fraturamento hidráulico fracking, fazendo cair os preços da matéria-prima.
“Eles planejaram uma guerra para destruir a Rússia e a Venezuela, para nos recolonizar, para destruir nossa independência e nossa revolução”, atacou o chefe de Estado, em seu discurso televisionado de Ano Novo.
Supermercado em Caracas: comércio exibe prateleiras vazias
Entretanto, ele não comentou que na Venezuela, graças aos subsídios do governo, os consumidores pagam apenas dois centavos por um litro de gasolina, e que a inflação de 64% é uma das mais altas do mundo, porque o país continua imprimindo dinheiro para pagar sua dívida externa.
“O discurso de Maduro é uma tentativa de criar inimigos políticos para justificar a crise econômica. É uma estratégia para se proteger das críticas”, opina o cientista político venezuelano Victor Mijares, professor da Universidade Simón Bolívar, em Caracas, e pesquisador visitante do Instituto Alemão de Estudos Globais e Regionais (Giga), em Hamburgo.
Crescente influência chinesa
Consequentemente, o presidente não busca a solução para a grave situação econômica no seu país, mas visita a China, um dos principais parceiros econômicos da Venezuela. “É uma viagem muito importante”, disse Maduro.
Já em dezembro de 2014, o seu ministro da Economia, Marcos Torres, esteve na “nação irmã”, como Maduro costuma chamar a China. E, agora, para poder pegar mais empréstimos, além dos 50 bilhões de dólares recebidos desde 2007, o presidente vai, ele mesmo, ao Extremo Oriente.
Especialistas acreditam que a China vai conceder novos créditos, apesar da situação de incerteza na Venezuela. As condições exatas e os valores, no entanto, são desconhecidos. No entanto, mais do que provável é que a já forte influência da China sobre a Venezuela continue crescendo.
“Este modo de agir lembra a estratégia da China na África, que é, com certeza, vantajosa para a China. A influência econômica se transformará mais tarde em influência política da China sobre a Venezuela”, aposta Mijares.
O dinheiro arrecadado daria a Maduro nova margem de manobra, na avaliação de Mijares. “Acredito que a Venezuela aposta num maior endividamento esperando, assim, poder também exportar mais petróleo para a China e menos para os Estados Unidos.” Atualmente, os EUA são o principal comprador do petróleo venezuelano.
Mijares não vê em Caracas disposição para implementar as reformas profundas urgentemente necessárias. “O dinheiro provavelmente será a boia de salvação para que o governo Maduro possa permanecer no poder e continuar sua política quase da mesma forma como vem fazendo até agora.”
Novos protestos
A política de Maduro tem sido duramente criticada por especialistas. Luis Vicente Leon, presidente do renomado instituto de pesquisas venezuelano Dataánalisis, é um deles. “Evitar um problema, em vez de enfrentá-lo, torna a solução, que terá de ser aplicada de qualquer maneira, ainda mais cara”, escreveu o analista no Twitter, tendo recebido diversos comentários favoráveis de seus muitos seguidores.
Foi seu instituto que indicou que em dezembro apenas 24,5% dos venezuelanos apoiam seu presidente, o menor índice de aprovação de Maduro até agora. Apenas 1,9% dos entrevistados considera o desempenho do governo Maduro “muito bom”.
Com tal situação, o cientista político Wenz acredita que o risco de novos protestos sociais continua elevado. E ele não é o único a achar isso. Se o preço do petróleo não voltar a subir, muitos países produtores de petróleo certamente enfrentarão distúrbios, prevê o jornal britânico The Independent.
É o que venho dizendo há mais de 8 anos. Os caras estão destruindo a economia, os caras estão destruindo a economia, os caras estão destruindo a economia. Eu tenho amigos lá.
Aí os EUA forçam a queda de preço de Petróleo e eles logo acham um culpado por uma m. que eles estão fazendo há mais 12 anos, pelo menos.
O Brasil produz, ainda, a maior parte do petróleo que consome. E daí?
Os EUA também tem todo o direito de produzirem a quantidade que quizerem. E o que eles deixarem de comprar mundo a fora, vai criar um enorme excedente que derrubará o preço do barril. Se eles estão usando isso como arma comercial, paciência, eles não são obrigados a comprar fora se eles podem produzir localmente. Imagine se fosse o Brasil. Seria justo importar se a Petrobras pode produzir?
Como pode um país permitir que 96% de sua economia fique atrelada a um único produto por tantos anos? Cadê a riqueza do petróleo que deveria ter sido investida no desenvolvimento dos setores produtivos? E aí? A Cubanização da Venezuela não foi suficiente para desenvolver o país? Roubar das “elites”, dos “burgueses”, dos “reaças” e cobrar a “dívida social” para com os “pobres” e “desafortunados”, o “povo”, não ajudou em nada o povo venezuelano ( esse sim, sem aspas).
Culpem os EUA pela queda o preço do barril de petróleo, mas não venham com essa lorota de que eles são os culpados pela quebra da economia da Venezuela porque o barril vem caindo nos últimos 3 meses, já a Venezuela, nos últimos 12 anos, pelo menos.
Perfeito! Os governos “bolivarianos” são mais nocivos a seus próprios países que qualquer inimigo externo. Veja Venezuela, Bolívia e Argentina… literalmente falidos pela incompetência e corrupção de seus governantes.
E no final…. os chineses agradecem !! Daí estes verão o que é “colonialismo”.
O Brasil só não quebrou ainda porque tem uma economia e indústria diversificada.. senão já estaria no buraco igual aos seus vizinhos… pois aqui o que não falta é ministério (39 ao total) cheios de “competência” .. ajudando a cavar ….
Abraço,
Nao perderei tempo comentando , a censura so vai deixar passar as concideraçoes chulas dos irmaos de credo dos bolivarianos !
O país passa necessidade enquanto o maduro tá cada vez mais gordo, em contrapartida chaves emagreceu até os ossos .. 24,5 % de apoio ao governo é alavanca para um golpe, melhor que essa porcentagem só aqui 50% +1 elegeu a presidanta… e se preparem para uma onda de demissões e subida de impostos, se preparem.
estão a anos falando que a Venezuela vai cair que vai quebrar ,
como o lula falou ninguém quebra o brasil , é muito forte nem Fernando Henrique quando fez o apagão e vendeu ate o que não tinha para tentar ser um cabloco inglês não conseguiu quebrar o BRASILZAO
a Venezuela também é forte ,mas diferente do brasil que teve um fantoche vassalo a lapidar nosso patrimônio , a Venezuela tem uma potencia tentando destruí-la ,fazendo motins usando a internet para inflamar o povo mas sem muitos resultados desejados
a Venezuela em resposta ira se afastar dos estados unidos ,e com isso hoje ate os estados unidos tenta se aproximar de cuba , pois esta cada vez mais persona não grata entre as nações latinas .
os estados unidos queimaram o filme deles próprios perante as nações latinas . vai ser difícil depois recuperar
A Venezuela é forte?
Eu até simpatizo com esses governos de esquerda que se preocupam em melhorar a distribuição de renda e ajudar os pobres, mas na economia eles são bem fracos.
Rússia e Venezuela foram elertados para diversificar a economia e não ser tão dependentes do petróleo, porém não fizeram nada e agora reclamam como fossem vítimas. Bem coisa de ditadores que precisam de “inimigos” para fazer o povo esquecer dos próprios erros.
Ainda bem que o Brasil não é assim, pelo menos nosso governo admite nossas fraquezas.
É Deagol, como eu disse, “culpem os EUA pela queda do preço do barril de petróleo, mas não venham com essa lorota de que eles são os culpados pela quebra da economia da Venezuela porque o barril vem caindo nos últimos 3 meses, já a Venezuela, nos últimos 12 anos, pelo menos”.
Se o FHC tivesse vendido a PTbras sera que ela estaria nessa situação hj? endividada e sendo roubada? rsrsrs
Caro Nickless… se for reparar bem FHC não privatizou nada…. os maiores acionistas das empresas privatizadas são justamente os fundos de pensão da PB, BB e CEF… ele só viabilizou a sobrevivência destas empresas com um controle “indireto” do estado. A própria PB tem 49% de ações em bolsa mas serve de bengala para o governo fazer de tudo, inclusive propaganda e o mais importante, que é investir na própria, fica em segundo plano.
No final (minha opinião) o problema não é privatização e sim JUSTIÇA.. roubou deveria ser = cadeia ! Trabalhos forçados… mas na Pizzaria chamada Banânia quem rouba ainda escolhe o sabor da pizza….
Abraço,
Eu realmente queria entender esse mundo em que os esquerdopatas vivem, mundo onde tudo é bom, tudo esta certo….
Eu nunca havia pesquisado sobre a Venezuela e o Maduro, por isso sempre dei 50% de credibilade aos críticos e 50% aos esquerdistas defensores, mas agora parece que que o barco está fundando mesmo.
Às vezes leio os blogs de esquerda para equilibrar minhas opiniões, só que, quase sempre, eles estão errados.
Mesmo assim: Sorte ao povo russo e venezuelano.Um dias as coisas melhoram.
Deagol, esquerdistas não aprendem, são adestrados…rs!
o país(Venezuela) ja ta ferrado agora entao….
sds a todos
Eu me pergunto se a extração de petroleo de xisto é mais cara que existe ate quando os EUA conseguirão manter esta pressão e pelo que vejo a Russia que é o priscipal alvo dos EUA não estam muito preocupados.
correto luiz ,essa situação não ira se sustentar , os preços abaixaram ,mas para quem ???? no mundo todo o preço da bomba não diminuiu ???
cade essa desvalorização do petróleo o óleo foi para 25 o mais baratinho dentro de posto de gasolina
os preços irão subir e isso pode ser ate a mais do que de costume pois quem perdeu na baixa depois vai querer se recuperar
e depois que isso acontecer vai vir uns carinhas como sempre dizer que ninguém acerta nada ,mas na verdade ele acham que eles é todo mundo rsrs.
Que o preço do petróleo vai voltar a subir um dia e as crises vão passar é uma coisa óbvia.
Não precisa de conhecimento nenhum para chegar a essa conclusão.
Pé de cão, o preço caiu sim, mas não no Brasil, onde nunca cai. Mas até a Petrobras está estudando baixar o preço. Mas não porque o preço do petróleo caiu, o que seria óbvio e justo, mas porque outras distribuidoras estão se mexendo para importar gasolina mais barata e revendê-la no mercado brasileiro. A Petrobras quer somente evitar a concorrência. Legal né? Essa diretoria é show. Trabalha mesmo para nosso bem.
Bom, eu não pesquisei por aí, mas ouvi de amigos que o preço da gasoline em Portugal é o mais baixo dos últimos 4 anos. Onde eu moro eu gastava o equivalente a 32 dólares para encher o tanque de meu carro, ontem paguei o equivalente a 18 dólares. Já no Brasil a história se repete.
Quer dizer que o preço caiu em pelo menos dois países, mas acredito que tenha caído em muito mais.
Luiz, uma correção. Essa extração de gás do xisto não é a mais cara. Ela é bem mais barata que a produção da Bacia de Campos, por exemplo. Isso porque não precisa de toda a estrutura que é uma plataforma offshore, seus custos, etc. O único adcional nesta extração é o serviço de fraturamento hidráulico, que não é nenhuma novidade e é feito em muitos poços em terra e no mar para estimular a produção.
luiz,
O processo de extração é economicamente viavel até onde o preço do hidrocarboneto se mantem competitivo. E o investimento em massa na planta de produção do xisto aumentou consideravelmente a oferta, tornando o produto atrativo para ser negociado ao nível dos hidrocarbonetos obtidos por métodos comuns.
Olhando apenas para onde o nariz aponta , o custo da exploraçao das reservas de xisto no momento eh superior a extraçao de petroleo , porem se olharmos girando a cabeça como um OTUS ssp , teremos uma visao real daa vatagens desta extraçao , a mais importante e fundamental para a politica externa americana eh a independencia do oleo arabe , assim os EUA podem assumir posturas ideologicas sem sofrer influencia dos beduinos e ISSO NAO TEM PREÇO QUE PAGUE !
A matéria é cercada de mentiras do começo ao fim. Todos sabem que a extrema direita tentou um golpe na Venezuela e que algumas regiões a oposição chegou as vias de fato, assassinando motoqueiros (todos chavistas), explodindo comércios favoráveis ao governo, organizando boicotes de fornecimento, etc. Incrível que não seja possível ler absolutamente nenhuma matéria mostrando os programas do governo Venezuelano que beneficia seu povo, que a dezessete eleições seguidas mantém o governo com folgada maioria nos parlamentos.
Walfredo, não nos esqueçamos que antes de ser eleito democraticamente, o Chaves tentou um golpe por força militar para roubar o poder. Também não nos esqueçamos do professor assassinados pelos “opromidos” quando expôs sua opnião anti-Chaves. Ou, também, dos estudandes fuzilados no ônibus, e por aí vai.
Os venezuelanos, chamados pelo governo de golpistas, eram os venezuelanos pensantes que sabiam para onde os ditadores estavam levando a Venezuela. Se eles eram da direita ou esquerda, não importa, o importante é que eles sabiam que o governo estava tomando o caminho errado. Prova que eles estavam certos está aí, para quem quiser ver.
“Um governo eleito democraticamente não significa intocável quando ele usa a democracia para impor uma ditadura”.
Quanto ao seu argumento, há décadas o PC também mantém a maioria, na verdade 100%, do congresso Norte Coreano. E seu líder foi reelieto com 100% dos votos. 100% mesmo, não houve abstenção, brancos ou nulos.
Os programs sociais da Venezuela são tão infrutíferos que ela chegou onde está, como todos vem falando há anos.
A Venezuela tentou fazer basicamente o que foi feito em Cuba e já deveriam saber que não daria certo.
Eu sempre disse aqui que torcia para que os projetos de Chaves dessem logo resultado antes das eleições no Brasil. Infelizmente não deu. Mas acredito que daqui para frente a presidanta vai tomar mais cuidado.