EUA-Cuba: Brasil tem ‘ganho político’, mas benefício econômico ‘ainda é incerto’

Dilma Rousseff (à esq.) e Raul Castro no porto de Mariel (Foto: Agência Brasil)
Governo brasileiro apostou em investimentos em Cuba à espera do fim de embargo

A reaproximação entre Cuba e Estados Unidos representa um ganho diplomático para o governo brasileiro, na opinião de analistas ouvidos pela BBC Brasil, mas seus frutos econômicos gozam de menos consenso.

Estudiosos em comércio e relações internacionais afirmam que o início do diálogo entre os dois inimigos históricos é uma “vitória política” para Brasília, que sempre pressionou por uma reaproximação.

Por outro lado, os analistas divergem sobre como um eventual, porém ainda distante, fim do embargo à ilha comunista (que só pode ser decretado pelo Congresso americano) poderia beneficiar o governo brasileiro, fiador do maior investimento privado já feito naquele país – o porto de Mariel.

Leia mais: No que consiste o plano para a reaproximação entre EUA e Cuba

Para Geraldo Zahran, professor da PUC-SP e autor de Tradição Liberal e Política Externa nos Estados Unidos, o governo brasileiro sempre militou por uma distensão das relações entre Washington e Havana e deve apresentar a retomada de relações como uma vitória política.

“Em certa medida esses avanços também ajudam a criar condições para uma reaproximação do Brasil com os EUA”, afirma Zahran, lembrando que o vice-presidente Joe Biden deve fazer uma visita ao Brasil na semana que vem.

Na avaliação de Rubens Barbosa, embaixador do Brasil em Washington entre 1999 e 2004, o reestabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países foi um “ganho político para todos”.

“Havia uma ansiedade política para que Cuba voltasse a integrar a comunidade latino-americana. Tanto é que vários países, incluindo o Brasil, já vinham pressionando para que a ilha participasse da próxima Cúpula das Américas em maio no Panamá, a despeito, até então, da oposição da Casa Branca”, diz Barbosa.

Oliver Stuenkel, professor-adjunto de Relações Internacionais da FGV-SP, observa que “o embargo marcou de maneira profunda não só a relação bilateral entre os dois países, como influenciou as tentativas de se estabelecer alianças regionais no continente”.

“O reestabelecimento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos é uma mudança histórica e de grande importância para as dinâmicas políticas nas Américas.”

Já Christopher Garman, diretor de Mercados Emergentes e América Latina do Eurasia Group, é cético sobre o impacto da distensão com Cuba nas relações dos Estados Unidos com o resto da América Latina. “Acho que esse tema sempre foi superdimensionado”, diz.

Aposta estratégica

Porto de Mariel (Foto: AFP)
Brasil financiou modernização de porto cubano com dinheiro do BNDES

Se os ganhos políticos, para o Brasil, da reaproximação entre Estados Unidos e Cuba são evidentes, os frutos econômicos ainda continuam sendo uma espécie de aposta, indicaram os analistas.

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Nos últimos anos, Brasil e Cuba estreitaram laços fortalecidos por uma natural sintonia ideológica entre os governos. Como resultado, o intercâmbio comercial entre os dois países cresceu quase sete vezes, passando de US$ 92 milhões em 2003 para US$ 625 milhões em 2013. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior parceiro comercial de Cuba, após a China e a Venezuela.

O ápice das relações entre os dois países veio com a construção do porto de Mariel, obra tocada em grande parte pela brasileira Odebrecht a um custo de US$ 975 bilhões e financiada com dinheiro do BNDES.

O terminal ocupa uma área de 400 quilômetros quadrados que abriga a “zona de desenvolvimento especial” de Cuba, uma zona franca e industrial para a qual o governo pretende atrair indústrias estrangeiras por meio de incentivos.

Ali vigora um sistema diferente do resto da ilha, onde empresas têm poucas restrições para contratar, contam com isenção de impostos e não são obrigadas a se associar a companhias estatais.

Por causa da origem dos recursos de financiamento, o terminal portuário foi alvo de críticas de opositores da presidente Dilma Rousseff, que criticaram a realização da obra em Cuba, segundo eles, motivada pelo alinhamento ideológico entre os dois países.

O governo argumenta que o investimento gerou emprego e renda no Brasil, beneficiando mais de 400 empresas fornecedoras de equipamentos.

Inaugurado em janeiro deste ano, o porto de Mariel é operado por uma empresa de Cingapura. A Odebrecht agora “trabalha na ampliação do aeroporto Jose Martí, em Havana, e desenvolve um programa de melhorias e incremento da produção agrícola e industrial no setor sucroalcooleiro”, informou a empresa em nota enviada à BBC Brasil.

Leia mais: Normalização das relações no curto prazo é improvável

De grande profundidade, o terminal pode receber navios gigantes, capacidade que poucos portos da região têm, inclusive na costa americana. Além disso, vem sendo modernizado no mesmo momento em que são realizadas obras de ampliação do canal do Panamá, que passará a receber navios que transportam até o triplo da carga dos navios atuais.

“A região é estratégica, já que boa parte do comércio da Ásia para a costa leste dos EUA passa pelo canal do Panamá”, disse à BBC Brasil Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos Internacionais da Unesp.

“Do ponto de vista estratégico, o investimento foi feito de olho no potencial da região. A ideia é que empresas brasileiras possam se estabelecer na zona de livre comércio ao redor do porto e de lá exportem diretamente aos Estados Unidos e a outros países da América Central”, afirmou.

“Cuba criou muitas facilidades para a instalação de empresas nesse local. O Brasil chegou primeiro e pode se beneficiar disso”, completou.

Que benefício?

Porto de Mariel (Foto: BBC Brasil)
Críticos não enxergam vantagens em financiamento do porto de Mariel

Porém, diferentemente das nações vizinhas, Cuba não pode aproveitar as oportunidades comerciais devido à proibição de Washington, que já dura mais de cinco décadas.

Na opinião de Ayerbe, o Brasil considerou o investimento no porto como uma aposta na suspensão do embargo.

Para Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique e vice-presidente emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) o Brasil não colhe “nenhuma vantagem em financiar o porto de Mariel”.

“O porto não vai servir para nada. Nosso comércio para os Estados Unidos nunca precisou passar por ali e o local não é um entreposto comercial”, afirmou.

Lampreia lembra que o mercado interno cubano ainda é pouco atrativo para empresas brasileiras.

“O poder aquisitivo do cubano ainda é muito baixo e nada indica que isso vai mudar rapidamente. Além disso, o tamanho desse mercado é irrisório se comparado ao de outros países”, acrescenta.

Para Roberto Abdenur, embaixador do Brasil em Washington entre 2004 e 2006, as empresas brasileiras instaladas na zona franca cubana poderiam se beneficiar da “mão de obra barata e capacitada” do país.

Ele pondera, no entanto, que, “com um eventual fim do embargo”, o terminal portuário “vai ser muito mais útil para os Estados Unidos do que para o Brasil”.

“Em curto prazo, não vejo benefício para o Brasil. Cuba tem o potencial para se tornar o que os ex-países do bloco soviético se tornaram. Nesse contexto, por que privilegiar o Brasil em detrimento dos investimentos de outros países?”, questiona Abdenur.

Para Zahran, da PUC-SP, no entanto, a distensão pode ajudar a impulsionar a economia cubana, o que beneficiaria o Brasil e em especial as empresas brasileiras que nos últimos anos começaram a fincar o pé na ilha.

Garman, da Eurasia Group, concorda: “É claro que no caso de um eventual fim do embargo poderia haver uma diminuição da posição do Brasil como parceiro comercial de Cuba, mas seria pouca coisa. Por outro lado o bolo da economia cubana também iria crescer – então seria de se esperar uma fatia maior para os brasileiros que já estão apostando na ilha”.

Fonte: BBC Brasil

46 Comentários

  1. Ver esse tema abordado no blog é algo que me provoca risos, por que imediatamente me tras ao pensamento a sensação de ”
    Déjà vu” que os muitos tupinyankes começarão a sentir. Vai doer muito em seus corações a perda de chão para seus dircursos recheados de hipocrisia e o sentimento de orfandade. Rsrsrsrs

    • É a ilha prisão meu caro Julio, cobiçada e desejada pelos americanus feio bobo!! 😀

      Papai Noel veio mais cedo este ano! hahahahahaha

    • KKKKKKK,como eh dificil admitir que o minha AMADA naçao iria utilizar estah carta que estava na manga kkkkkkk , EU NAO DEVIA ,mas vou-lhes premiar com minhas santas e superiores informaçoes e conclusoes : Cuba foi mantida como uma ilha prisao porque isso seria utilizado como uma vitrine , foi utilizada como um exemplo de coisa que nao funciona ,ficou evidente que o sistema escolhido iria penalizar o povo , assim o resto dos latrinos normais evitaram se cubanizar , junto a isto ,a propria existencia do cancer no caribe foi utilizado como justificativa para o IMPERIO explorar e influenciar todos os latinos (venderam armas pra caralh.), exercitaram o espirito da boa açao ,aceitando uma horda de cubanos famintos ,,,,,e agora em pleno seculo 21 ,depois de cometerem erros bajulando menbros da opep e se envolvendo com taradoes , a AMERICA percebeu que os latinos ja nao temem mais o cumunismo ,isso porque o espirito do consumismo ja dominou tudo e todos ,inclusive os cumunas brasileiros que adoram os estabelecimentos bancarios da suiça e troquinhos de estatais,kkkkkk , percebendo a indiferença politica latina ,eles resolveram dar esta cartada ,assim esvaziam os discursos mecanicos e se aproximam daquela que eh sua ilha por direito conquistado com o sangue yanke , alem de agradar aos AMERICANOSlatinos , o brasil teve uma participaçao importante nisto , a midia fala em intervençao de papa e canada ,mas foi a postura do brasil que favorecel isto , resta saber o motivo da participaçao secreta brasileira , dilma seria agente da CIA , ou os petralhas foram, vitimas de uma chantagem IMENSA $ Uma verdade nao deve ser ignorada , os ganhos brasileiros ,politicos e economicos serao minimos , o politico nao poderah ser explorado (sabe lah o motivo),o economico serah minimo , uma vez quem vai reestruturar cuba sao os chineses e americanos diretamente e atraves da china !

      • Lagartão Yanke, se isso for o que você considera fazer contra ponto, fique a vontade, vou afrouxar sua camisa de força na parte das mãos. Mas não pense que vai ficar soltinho, por que você solto é um perigo para nós, brasileiros. Mas quero dizer a você que começo a entender seus motivos, neste blog saiu uma matéria sobre a história de Hitler, depois dela comecei a ter mais compreensão sobre as motivações para alguns trevosos serem o que são. Rsrsrsrs.

  2. Uma reaproximação que reduz a possibilidade de os estadunidenses verem uma base de mísseis russa instalada na ilha, em resposta ao cerco à Rússia promovido pelos mesmos estadunidenses via OTAN.

  3. Como o próprio texto diz, ganho econômico é incerto.

    Mesmo que o ganho econômico fosse certo, ou de grande potencial, isso ainda não justificaria a forma como foi feito o investimento no porto de Mariel. O BNDES ignorou suas próprias regas de financiamento, inclusive aceitando garantias em pesos cubanos.

    Gerar empregos no Brasil? Que tal investir no próprio Brasil que, mesmo na penúria, ainda é um local muito mais seguro e rentável para se investir? Porque fazer os acordos sob sigilo?

    Espero que a aproximação sirva para a aceleração da derrocada do regime autoritário cubano. Concordo com a linha de que o embargo serve de munição ideológica para os Castro. Importante ressaltar que o embargo afeta transações que envolvam os EUA, entretanto o mundo atual (bem diferente do de 1962) é vasto e global em suas relações – Cuba não se desenvolveu muito mais por seu regime anti-democrático, atrasado e ideológico do que pelo embargo em si.

    Sds

    • “…isso ainda não justificaria a forma como foi feito o investimento no porto de Mariel. O BNDES ignorou suas próprias regas de financiamento, inclusive aceitando garantias em pesos cubanos.”
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      Não é verdade, você está dizendo bobagens…

      Os empréstimos do BNDES são garantido pela receita do porto ou seja, do próprio empreendimento…Uma fórmula amplamente utilizada pelo mercado financeiro no financiamento de empreendimentos.

      E o porto de Mariel será gerido profissionalmente pela “autoridade portuária de Singapura”, cujo porto é um dos mais bem administrados do mundo, mais uma garantia firme ao empréstimo do BNDES.

      E ao contrário do que você diz, os EMPRÉSTIMOS do BNDES GERARAM EMPREGOS E DEMANDA NO BRASIL SIM:

      “É importante ressaltar que US$ 800 milhões foram gastos integralmente no Brasil para financiar exportação de bens e serviços brasileiros para construção do porto e, como consequência disso, gerando algo em torno de 156 mil empregos diretos, indiretos e induzidos, quando se analisa que a partir de cada US$ 100 milhões de bens e serviços exportados do Brasil, por empresas brasileiras, geram-se algo em torno de 19,2 mil empregos diretos, indiretos e induzidos”

      (Mauro Hueb, diretor-superintendente em Cuba da Odebrecht, empresa brasileira responsável pelas obras)

      Tendo em vista estes dados e a garantia da receita do porto dada ao empréstimo do BNDES, pode-se dizer que o negócio JÁ DEU bons resultados para o Brasil! Agora, o que vier no futuro, serão lucros extras…

  4. o titulo fala assim sera que vai ter lucro

    mas esses coxinhas é logico que tem lucro você empresta com juros ,o mundo inteiro faz assim mas a2qui tem uns pelegos que já acostumaram a viver de joelhos

    então vamos pensar não investimos apenas porque os estados unidos algum dia vai desembargar cuba

    investimos porque vamos trazer nossos parceiros para o brics

    entenderam os estados unidos desembargando cuba melhora e facilita ,mas nosso pensamento nunca foi esse pensamos no brasil e na américa latina

    estados unidos estão fazendo isso pois eles na verdade é que ficaram isolados na américa latina e o Obama confirmou isso

    pediria ao plano brasil uma matéria traduzindo os dois discursos tanto do cubano quanto do americano
    ai sim entenderíamos as revindicaçoes dos dois lados

  5. É melhor aguardar os próximos acontecimentos,esta muito cedo para se tirar conclusões, isso é apenas a retomada oficial da relação entre essas nações !

    Mas uma coisa eu concordo tão logo caia o embargo,as empresas doa EUA tomarão de assalto o mercado cubano,o BRASIL vai ter muito pouco a oferecer diante do poderio dos EUA, espero que o BNDES tenha feito um bom contrato com os cubanos,pois esse porto de Mariel não nos servirá de nada !

  6. Calcular este benefício econômico será uma manobra difícil por enquanto, a menos que a conta seja feita ao estilo Pasadena.
    Talvez leve décadas para o Brasil recuperar o dinheiro que foi desviado para Cuba, e se o governo pensa e obter lucros com exportações para a ilha paradisíaca, ele não é o único, tenho certeza que a China já está preparando os navios, assim como o Tio Sam, Europa e Rússia. Sem falar na Venezuela que precisa urgentemente de um salva-vidas. Ou seja, será muita briga por um mercado medíocre. E no hipotético senário de Cuba tratar o Brasil como fornecedor preferencial, o país conta com pouco mais de 11 milhões de habitantes, ou seja, seria o equivalente a exportar produtos para o município de São Paulo, com um porém, o poder de aquisição do cubano é quase o de um congolês, ou perto disso. Não há dinheiro do bolso, já o estadão controla tudo.
    Mas essa mudança é um bom sinal de que a ditadura por lá já está com os dias contados.

  7. Agora, uma coisa me chama atenção e quase me passou despercebido. Essa capciosa colocação do Brasil como beneficiario politico, na verdade o ganho politico é do governo, ainda que seus adversários e simpatizantes dele sofismem ou tergiverssem ou ainda globalizem para não lhes dar o devido credito. E isso é outra situação de eras engraçada de assistir.

  8. Tão logo o regime atual deixe o governo cubano,Cuba passará a ser novamente governada pelos mesmos que foram expulsos pela Revolução, ou seja os hoje chamados ”cubanos de Miami”!

  9. É preciso ter em mente o seguinte: o porto é cubano!

    Tendo isso em mente podemos pensar em quem ganha com a nova abertura:

    1. Cuba – mesmo que o embargo continue (e ainda vai levar tempo, porque EUA não é uma ditadura igual Cuba onde o Obama decide o que ele quiser – depende da aprovação do congresso, majoritariamente republicano, para efetivamente acabar/reduzir o embargo) pode ser considerado uma “vitória” politica que abre precedentes para novas negociações;

    2. EUA – mesmo que o embargo continue, investidores já podem vislumbrar ao horizonte mais um local para investir e fazer negócios (no que eles são muito bons aliás);

    3. Cingapura: através da PSA International que foi contratada pelo governo cubano para administrar o porto (acho que os Castro não confiam muito nas capacidades administrativas brasileiras… quem pode culpá-los não?);

    Ou seja, o Brasil a principio não lucra nada com isso… na melhor das hipóteses aumenta a probabilidade de Cuba pagar devidamente o financiamento que contraiu (ou seja, não nos dar calote). Na pior das hipóteses o porto vira um grande elefante branco sem uso, Cuba não aumenta suas exportações e nos dá um calote fenomenal.

    Por fim, há de se pensar se o embargo realmente cair: de quem acham que Cuba compraria? EUA (com uma logística naturalmente mais barata devido à proximidade com a ilha, além de terem toda infraestrutura de transporte milênios à frente da nossa em eficiência e cobertura) ou do Brasil (à milhares de quilômetros de distância, além de péssima logística que encarece o produto final)?

    Quem acham que poderá ofertar os melhores preços e condições aos cubanos?

    Não se enganem achando que vai comprar dos “companheiros” tupiniquins só por ideologia… os Castro são ideologistas quando lhes convém… quando for vantajoso se tornarão economicamente pragmáticos…

    Sds!

    • Mangano, vamos combinar que isso que você diz são apenas suas elucubrações e podemestar contaminadas pelas suas afinidades ideologicas, portanto, seguindo uma lógica mais racional, já percebida por muitos, a probabilidade maior é de que aconteça justamente o contrario. Diferente do que você demonstra, eu tenho fé no meu Brasil, eu tenho fé nas politicas de estado deste governo que tem se provado, apesar de tantos oposicionistas, que no fim parecem se opor ao país, acertadas.
      Sorte? Não existe sorte nesse negócio e blá, blá, blá, e coisa de maus perdedores.

  10. Cuba, com este porto de Mariel está começando a adotar o modelo chinês de “um país dois sistemas”, este porto será uma espécie de zona franca dentro de Cuba, estará inserido dentro de um modelo de economia capitalista :
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    “O Porto de Mariel é importante para aumentar a inserção caribenha do Brasil. Evidentemente o Brasil tem uma inserção maior no nosso entorno regional, que é a América do Sul.

    O Brasil tem historicamente uma inserção menor na América Central e também no Caribe.

    Provavelmente, com a vinda de empresas brasileiras para se instalarem no Porto de Mariel, que é um porto que oferece uma série de vantagens fiscais, mais ou menos como o modelo das zonas de processamento de exportação (ZPE) no Brasil, com sistema de drawback, sem limite de remessas para múltiplos de dividendos, haverá uma maior presença comercial do Brasil, não só em Cuba, mas em toda a região. Essa que é a importância para o Brasil do Porto de Mariel”
    (Cesário Melantonio Neto, embaixador brasileiro em Cuba)
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    Aliás, atualmente, mais de 300 empresas brasileiras já atuam em Cuba. Enquanto a coxinhagem fica deitando falação infantil/ideológica, os empreendedores e capitalistas brasileiros vão a luta…

    • Os laços econômicos entre Brasil e Cuba já existem e já são fortes (Estamos apenas atrás de China e Venezuela como parceiros comerciais).

      Aproveitar mais oportunidades não demandava nenhum porto de nossa parte. Nada contra financiar o porto em Cuba, mas que fossem obedecidas as próprias garantias exigidas pelo BNDES e que foram flexibilizadas e que não fosse feito de forma sigilosa (afinal de contas é o meu, o seu, o nosso dinheiro que está financiando).

      Volto a dizer. O porto beneficia unicamente Cuba e Cingapura (que irá administrá-lo). Seria o mesmo que emprestarem uma grana aqui do tio Mangano pra comprar um van e depois usar sua van para vender cachorro quente: “Nossa! Agora que ele está vendendo cachorro quente o Mangano vai se dar bem! Que bola dentro!!!”. Pergunta: Bola dentro porque cara-pálida? A van é sua, o cachorro-quente é seu, a freguesia é sua! Eu só emprestei a grana e espero ver meu dinheiro de volta!

      • Sua analogia está errada,

        dentro dos moldes do financiamento do BNDES ao porto cubano, seria mais exato dizer que:
        “emprestarem uma grana aqui do tio Mangano, PRA COMPRAR UMA VAN QUE O PRÓPRIO TIO MANGANO FABRICA…

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        “É importante ressaltar que (do financiamento do BNDES) US$ 800 milhões foram gastos integralmente no Brasil para financiar exportação de bens e serviços brasileiros para construção do porto e, como consequência disso, gerando algo em torno de 156 mil empregos diretos, indiretos e induzidos, quando se analisa que a partir de cada US$ 100 milhões de bens e serviços exportados do Brasil, por empresas brasileiras, geram-se algo em torno de 19,2 mil empregos diretos, indiretos e induzidos”
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        O objetivo do financiamento do BNDES às obras do ‘Porto de Mariel’ foi a exportação de bens e serviços brasileiros, ponto! E neste requesito, a obra já “se pagou”, com lucros e dividendos para o Brasil. Só não entende isto quem não quer…

        Mas o interesse do Brasil em Cuba vai além disto? Certamente, más o que vier na rabeira da construção do porto, já estará no lucro…

      • você vai vender muito cachorro quente ate que consiga pagar sua van
        segundo os juros são para os banqueiros tipo assim você comprou uma van mas depois você acabou pagando quase quatro vans financiando

        e também existe uma coisa chamada contratos entendeu

        e também outra coisa comparar exportação ganhar mercado caribenho juros de banco ganhos econômicos e políticos com sua van vendendo cachorro quente na rua rsrs
        você magano terá que fazer uma fabrica de embutidos para chegar perto do começo dessa conta

        e passadena da lucro !!!!abreu de lima umas das maiores do mundo

        essa e a diferença de quem constrói dos que so tem gogó
        o maluf reclamavam do cara mas ele que fez as ultimas obras referentes a sabesp em são Paulo de grnde porte apenas um exemplo .
        nunca na historia desse pais a federal e o ministério publico esteve tao forte
        e outra hoje o povo sabe ate entender melhor como funciona pois antes era tao abafado que não sabia nem que essas instituições esisitiam era tudo para debaixo do pano

        o brasil mostrou a força que tem com esse porto em cuba
        a dilma fala que foi o papa esperta ela ,MAS FOI O BRASIL

  11. Na esteira da notícia vi esse interessante comentário:

    Aproximação com Putin e Porto motivam ‘abertura’ dos EUA com Cuba

    Leandro Mazzini 17/12/2014 18:09

    A celebrada reaproximação oficial entre Estados Unidos e Cuba foi comemorada por Barack Obama e Raúl Castro, mas a ‘abertura’ não envolve o bloqueio econômico.

    Mas há dois motivos puramente econômicos que indicam a generosidade dos americanos. Considerada a Joia do Caribe, o Porto de Mariel – que acaba de ser erguido com verba do Brasil, via BNDES e até com doação – será o maior entreposto comercial marítimo e a melhor rota das Américas para a Europa e Ásia.

    E o presidente russo Vladmir Putin perdoou em meados do ano uma dívida de US$ 35 bilhões do regime, além de anunciar investimentos de US$ 2,6 bilhões na ilha. Ou seja, os EUA não querem perder para a Rússia a operação de Mariel. Uma versão moderna da Guerra Fria?

    A decisão do governo dos Estados Unidos de restabelecer relações começou com uma grande jogada de Raúl. Ele ofereceu a operação do porto aos americanos, mas depois convidou o concorrente.

    Em junho deste ano, os yankees enviaram a Havana o presidente da Câmara de Comércio dos EUA – lembre aqui -, e Raúl, um mês depois, recebeu o presidente russo Vladimir Putin e ofereceu o mesmo. O russo desembarcou na ilha com o pacote de bondades.

    Em síntese, Raúl desde então passou a leiloar a operação do Porto de Mariel entre EUA e Rússia. E o final desta história, que se espera para breve com o esperado fim do embargo, pode ser um mico para o governo brasileiro: pagou e não levou. Ou terá uma participação pífia, diante do poderio das exportadoras russas e americanas que eventualmente possam controlar conjuntas o porto.

    MI$TÉRIO

    É ainda um mistério em Brasília o contrato sigiloso fechado com o regime dos Castros: além do financiamento do BNDES para o porto, o Ministério do Desenvolvimento Econômico e Indústria, sob comando de Fernando Pimentel (PT), repassou R$ 240 milhões para a obra do porto a fundo perdido.

    A oposição no Congresso Nacional impetrou ação no Supremo Tribunal Federal para ter acesso ao contrato sigiloso, algo não comum nas relações bilaterais do Brasil com países aliados.

    http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2014/12/17/aproximacao-com-putin-e-porto-motivam-abertura-dos-eua-com-cuba/

  12. “Em síntese, Raúl desde então passou a leiloar a operação do Porto de Mariel entre EUA e Rússia. E o final desta história, que se espera para breve com o esperado fim do embargo, pode ser um mico para o governo brasileiro: pagou e não levou.”
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    Distorção pura!

    O BNDES não “comprou” o porto de Mariel e sequer investiu diretamente no mesmo…”O BNDES financiou as exportações de cerca de 400 empresas brasileiras, lideradas pela Odebrecht, no valor equivalente a 70% do projeto.”

    O BNDES financiou, EM REAIS e INTERNAMENTE (o grosso do dinheiro ficou no Brasil), os produtos e serviços brasileiros que foram vendidos à Cuba.

    “Se o porto será de grande importância para o socialismo cubano, foi o capitalismo brasileiro que mais ganhou até agora.”

    Quando alguém compra um carro ou casa com financiamento do banco, não se espera que o banco venha ser “sócio” do seu carro ou casa. Se você você quita o financiamento tomado junto ao banco, o carro ou casa são seus pra fazer o que quiser com eles.
    Com muito mais fundamento jurídico, Cuba continua dona do seu Porto…

    • Desculpa mas quererm comparar um porto e todas suas implicações no campo geopolítico com o financiamento de uma casa ou carro para uma pessoa física ou jurídica não tem nada a ver….

      A questão principal é que quando se operou a construção do porto via Odebrecht (a Construtora camarada, a quem o juiz Sérgio Moro e a Lavajato esperam), certamente os iluminados da diplomacia dos atabaques esperavam que o mesmo fosse usado por empresas brasileiras com o fim de se obter uma vantagem competitiva. E não é o que vai acontecer pois EUA e Rússia vão jogar aqui todo o seu peso geopolítico.

      Ou seja, a coluna está certíssima em apontar a provável perda geopolítica do País

      • Como de costume , não diz nada de concreto, só ilações e acusações jogadas ao vento.

        E sua ameaça a Odebrecht, só revela o “modus operandi” do ataque a que as grandes empresas brasileiras estão sendo submetidas pela dobradinha entre setores comprometidos do nossos judiciário ( como o tucano juiz Moro, cuja esposa trabalha para o PSDB e a Shell…) e a mídia serviçal de interesses alheios aos do Brasil…

      • Sério que você realmente acredita nessa sua cantilena fajuta de Grêmio Estudantil? Quer dizer que é tudo um complô do “judiciário tucano” e da “Mídia serviçal” contra o “governo trabalhista” e as “grande empresas brasileiras”? Por favor, sem essa! Os fatos estão aí e o Petrolão está mostrando todo o efeito nefasto que o aparelhamento Petralha causa na Petrobrás.

        Vai ver que a birra de vocês é pelo fato de que vocês não conseguiram aparelhar o judiciário e o MP

      • E golpes judiciários/midiáticos, não são nenhuma novidade, já foram dados em Honduras e Paraguai, só para ficar em dois casos recentes…

        É uma técnica já bem dominada pelas agências estadunidenses.

      • “E não é o que vai acontecer pois EUA e Rússia vão jogar aqui todo o seu peso geopolítico. ”
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        Se eles investirem o bastante neste sentido, porque não?

        Agora, fico aqui imaginando a suas caras e bocas de escandalização hipócrita, se o Brasil perdoasse Cuba em uma dívida de 35 bilhões de dólares, como a Rússia está fazendo…

      • Se O Brasil fizesse isso a Gerenta inevitavelmente iria cometer um crime de responsabilidade, passível de impeachment. A diferença é que enquanto o Brasil, aos trancos e barrancos e em que pese os delírios autoritários petralhas, é uma democracia. Já a Rússia é um regime despótico.

        Simples assim. Ou terei de desenhar?

      • O perdão russo dos US$ 35 bi da era soviética (que certamente serão usados como moeda de troca com Cuba), foi um exemplo, meu comentário foi no sentido de que se Rússia ou EUA investirem na parte operacional do porto, porque não poderiam ter teriam acesso a ele?

        Por outro lado, os 800 milhões do BNDES já deram retorno, foram usados para financiar a exportação de serviços e produtos empregados na construção do Porto de Mariel, NÃO FOI DINHEIRO INVESTIDO DIRETO NA SUA OPERAÇÃO, NÃO COMPROU O PORTO OU SEQUER “PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA”(se isto fosse possível).

        Pelo jeito, é você quem necessita de “desenhos”, este é o resultado do seu consumo de Veja e gLobo, a formação de uma mente obtusa…

  13. “MI$TÉRIO

    É ainda um mistério em Brasília o contrato sigiloso fechado com o regime dos Castros”
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    Mais uma da mentirosa série: “Desinformações capciosas”…

    “Informações como o valor, destino e objeto do financiamento sempre foram públicas, como pudemos ouvir e ler em todos os meios que trataram de Mariel. As únicas informações que não são públicas são as usuais das operações bancárias, como o valor do seguro, eventuais contragarantias e as taxas que compõem a operação.

    Nos financiamentos feitos pelos chineses, alemães, americanos, enfim, por todos os países, essas informações também são confidenciais. Não foram o Brasil e Cuba que inventaram essa regra.”

  14. Ganhos politicos para todos politicos corruptos, dos paises imperialistas dominantes e dos politicos corruptos dos paises dominados. Russia mostra hoje o resultado de ter abrido as portas aos imperialistas, quando eles desmantelaram a Uniao Sovietica. Sao incapazes de defender a unidade da Federacao Russa.E eles tem armas nucleares sofisticadas. Comportam-se como avestruz diante do perigo. Enfia a cabeca na areia, expoe o anus e pretende que que seus inimigos sao parceiros desorientados, que nao lhe tenciona fazer mal nenhum. Cuba sera presa ainda mais facil. Os Castros e melhor rezar para que a morte de velhice os levam antes, que a hora do Fakanoku chega e eles terminam como Kadafi.acabou.

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