Brasil – MBDA larga na frente

MBDA Meteor

Roberto Caiafa

Nos últimos meses de 2014, a gigante europeia MBDA anunciou importantes contratos de venda de mísseis Exocet dos modelos embarcados em navios e submarinos, e também do tipo aerolançável, além da seleção de seu novo sistema de defesa aérea de área Sea Ceptor, baseado no conceito CAMM (Common Anti-Air Modular Missile – mesmo sistema contratado pela Real Marinha Britânica e pela Real Marinha Neozelandesa), para equipar as novas corvetas Classe Tamandaré em desenvolvimento para a Marinha do Brasil.

Anteriormente, em parceria com a indústria de defesa brasileira, a MBDA já estava trabalhando na remotorização de mísseis Exocet mais antigos e no desenvolvimento local da motorização do MANSUP, futuro míssil antinavio nacional. A empresa também anunciou uma nova parceria com a Avibras (com quem já trabalha nos mísseis navais), para a criação de um sistema de defesa antiaérea missilística de média altura baseado em uma versão terrestre (lançamento vertical) do CAMM e utilizando toda a base tecnológica já desenvolvida para as viaturas do sistema de artilharia Astros 2020.

A preferência das Forças Armadas brasileiras pela adoção de soluções da MBDA para emprego naval e terrestre poderá incluir, em um futuro próximo, o setor aeroespacial através dos mísseis ar-ar de médio/longo alcance, ou BVR (beyond visual range) MBDA Meteor, armamento cotado para equipar os novos caças SAAB Gripen NG adquiridos pela Força Aérea Brasileira (36 exemplares). Uma das vantagens do MBDA Meteor é o fato do míssil BVR estar entrando em serviço na Suécia e em outros países europeus. Sua campanha de integração ao Gripen já ter sido concluída, o que se traduzirá em uma grande economia de recursos para a Força Aérea Brasileira ao longo do período de emprego.

A resposta Ramjet

A propulsão Ramjet é uma tecnologia desejável para os mísseis BVR que irão armar o Gripen NG brasileiro, já que incrementa sobremaneira o alcance da arma. Quando o míssil é lançado, um booster descartável acelera o Meteor até uma velocidade onde o ar sobre pressão admitido pelas entradas de ar aquece e ignita o combustível sólido. A combinação do oxigênio atmosférico altamente comprimido mais o propelente (ramjet) confere um desempenho superlativo em alcance e energia para manobrar, mesmo na fase de final de voo no máximo do seu alcance de engajamento. Um Data-Link fornece atualização de meio curso durante a navegação até as proximidades do alvo, quando então o radar busca a bordo localiza e trava no alvo. Com o MBDA Meteor e a combinação Gripen NG + radar AESA de 2ª geração ES 05 Raven, o 1º Grupo de Defesa Aérea da FAB passará a contar com a mais avançada capacidade de interceptação e defesa aérea de toda a América Latina.

Fonte: Tecnologia & Defesa

6 Comentários

    • Apesar de alguns imbecis acreditarem que no fim tudo é yanke, acredito que sejamos capazes de encontrar formas de ajustar o equipamento as nossas necessidades. Afinal a putenfia tem um corpo tecnico que se desenvolve cada vez mais. Provando sua capacidade na construção de uma aeronave inteira a partir do projeto em pouco mais de dois anos um feito que só putenfias são capazes de realizar, ainda que seus adversarios externos e internos não queiram, evidentimente, prestar reconhecimento. Eu acredito no Brasil e na nossa capacidade de identificar, principalmente,mnossos inimigos internos, de preferencia forçando-os, por incompatibilidade com a identidade brasileira, a migrarem para seu pseudo paraiso.

    • ARC,

      O Pantsir é um sistema mais adequado a defesa a nível tático. Sua configuração permite uma atuação inteiramente independente de um centro de comando e controle ( CC&C ).

      O CAMM é mais adequado a uma defesa a nível estratégico. Sua configuração, pelo que já se sabe ( e suponho ), pode permitir uma operação em rede extremamente eficiente, com operação remota das unidades de tiro, que seriam todas coordenadas pelo CC&C. Em tese, haveria a necessidade de somente um radar de aquisição, que designaria os alvos a todas as unidades de tiro, expondo-as o mínimo possível. O guiamento ativo dos mísseis também tem esse benefício, pois não há uma necessidade específica de manter um radar locado ao alvo o tempo todo. Em suma, é mais adequado a uma defesa estática.

      Enfim, os dois tem uso. Contudo, o Pantsir, pelas suas qualidades, seria mais adequado a defesa de alvos móveis ou regiões remotas. E o CAMM se adequaria melhor a defesa de instalações estratégicas.

    • Você e a Rússia, um caso de adulação histérica…..rs!

      E afinal, quando você vai “formar opinião” lá na Trilogia? Ou está com medinho de levar chumbo da galera de lá?

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