Arma antiaérea russa Pantsir S-1: Brasil deve fechar compra em 2015

Tahiane Stochero

Técnicos militares brasileiros visitaram a Rússia recentemente para estudar a forma de integrar baterias antiaéreas que podem abater aviões ao modelo de defesa aeroespacial brasileiro. O armamento também pode derrubar mísseis e drones a até 15 km de altitude. O objetivo da visita foi de finalizar os requisitos logísticos e industriais das necessidades do Brasil para adquirir o armamento, segundo o Ministério da Defesa.

O contrato para a compra de três baterias do armamento de média altura Pantsir-S1, usado até por países em conflito como Síria e Iraque, deve ser assinado até julho de 2015, diz o ministério. Na América Latina, apenas a Venezuela possui um sistema de artilharia de média altura que atinge alvos entre 3 km e 15 km de altitude, segundo o general João Chalella Júnior, comandante da Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército Brasileiro.

Além das três baterias de Pantsir, o Brasil está comprando dos russos duas baterias do modelo Igla, de baixa altura (atingem alvos a até 3 km), que as forças militares brasileiras já possuem e que serão renovadas por aproximadamente R$ 42 milhões.

O total da transação, envolvendo as cinco baterias e a logística para implementação, ficará em R$ 2,562 bilhões, informa o Ministério da Defesa. Só as três Pantsir-S1 custam R$ 1,8 bilhão.

A proposta final da fabricante do Pantsir deverá ser apresentada ao governo brasileiro formalmente até fevereiro de 2015. A previsão é de que os equipamentos não cheguem a tempo das Olimpíadas de 2016, segundo a pasta.

O plano é distribuir o sistema entre as Forças Armadas do país: uma bateria, a do Exército, será colocada em Brasília, para proteger o Palácio do Planalto e os órgãos administrativos federais. A segunda, da Aeronáutica, será posicionada em São José dos Campos (SP), onde está instalado o complexo industrial com importantes fábricas do setor, como a Embraer, que fará a construção e a montagem final do novo caça do Brasil, o Gripen.

Já a terceira bateria, pertencente à Marinha, será posicionada no Rio de Janeiro, para defender os submarinos nucleares, que estão sendo fabricados no estado, e também o pré-sal.

Projeto similar

Uma empresa nacional, a Avibras, anunciou recentemente um projeto com um consórcio europeu para o desenvolvimento conjunto de uma artilharia semelhante e de fabricação nacional.

Ao G1, o brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, chefe de logística do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, respondeu que “o processo de negociação do sistema de defesa antiaérea de média altura russo é consequência de um acordo” com a Rússia em que haverá “transferência irrestrita de tecnologias agregadas de conteúdo nacional” e que o sistema brasileiro que será produzido pela Avibras “não se trata de um concorrente”, mas que poderá ser “complementar”.

O presidente da Avibras, Sami Hassuani, informou que a parceria com o consórcio europeu é para um produto destinado à Marinha e que poderá apoiar o governo federal industrialmente caso seja escolhida para fornecer outros equipamentos.

Visita russa ao Brasil

O comandante das tropas de misseis antiaéreos da Força Aérea da Rússia, general Serguei Babakov, esteve recentemente no Brasil para conhecer a forma de controle e defesa aérea brasileira e atuar no planejamento da efetiva “compatibilidade” das armas russas com o cenário de artilharia local.

“A visita dos russos era para que conhecessem a estrutura de artilharia antiaérea das Forças Armadas do Brasil, desde seu mais alto nível de comando e controle até as unidades táticas que executam a missão. Foram demonstradas as reais necessidades para que seja efetuada a integração do sistema russo ao sistema brasileiro”, disse ao G1 o brigadeiro Gérson Machado, titular da Chefia de Logística (Chelog) do Ministério da Defesa e que coordena o processo de aquisição do Pantsir.

“A vinda de um oficial general com vasta experiência operacional tornou a visita bastante efetiva. Foi quando se pode correlacionar, em todos entendimentos, a parte operacional com as possibilidades técnicas do equipamento”, afirmou o brigadeiro Gérson Machado.

O general Babakov conheceu o 11º Grupo de Artilhara Antiaérea do Exército, no Distrito Federal, e também o comando de defesa aérea do país, recebendo informações técnicas de como a Aeronáutica controla o espaço aéreo brasileiro.

Testes em Moscou

Em agosto, em meio à crise do conflito russo com a Ucrânia, após a anexação da península da Crimeia pelos russos, um grupo de militares brasileiros acompanhou testes de lançamentos de mísseis do Pantsir em Moscou. Em um dos casos simulados, um míssil acertou hipoteticamente uma aeronave a cerca de 11 km de altitude.

Segundo o brigadeiro Gérson Machado, foram apresentadas aos militares brasileiros “todas as funcionalidades do equipamento em campo de provas” e também planejados dois cenários de operações: no primeiro caso foi lançado um míssil real para atingir um alvo a cerca de 20 km de distância.

Em outro, foi realizado um lançamento eletrônico contra um caça de combate russo MIG-29 a 36 mil pés (11km de altitude).

“Nos dois lançamentos o sistema atendeu aos requisitos exigidos pela parte brasileira. A impressão que ficou, após os testes, é que o Pantisir-S1 é um sistema confiável”, disse o brigadeiro.

O pedido para que os brasileiros pudessem acompanhar um exercício de campo real foi feito pela presidente Dilma Rousseff ao colega russo, Vladimir Putin, no Ceará em julho, durante a Cúpula do Brics.

Fonte: G1

21 Comentários

  1. Que venham logo as baterias russas, que tornem em ALGO nossas defesas aéreas inexistentes. Que se desenvolva o mais brevemente possível o sistema proposto pela AVIBRÁS.

    • não seja ingênuo Marcelo…vão sabotar como fizeram no FX-2 daqui …..como sempre fazem aqui…..todo mundo reclama do pantsir superfaturado mas ninguém pio do míssil estadunidense defasado e chipado hiperfaturado recém encomendado para aqui…..altos esquemas Marcelo…rs…aqui não ligam pra nada pro pais…não ligam pra futuro algum do pais…estão se lixando para o pais…e por 30 dinheiros vendem aa Amazônia e até a mãe…é cultural…a maioria é assim mesmo e merece sem dó tudo o que passa….povo escroto…

      • Você não é assim, o Marcelo não é assim, eu não sou assim, o povo não é escroto, escrata é a elie brasileira colonizada e a forma que a elite colonial que trazem desde tenra idade para manter seus privilégios entre os seus. A elite que possuimos não é povo, ela se mimetiza com o povo para ganharem o direito de falar em seu nome, mas praticando uma cultura de interesses particulares, impatrioticos e venais. Não tem nada de povo nessa gente estrangeira por vocação e opção. Sds.

      • Você não é assim, o Marcelo não é assim, eu não sou assim, o povo não é escroto, escrota é a elite brasileira colonizada e a forma que essa elite colonial encontrou, que trazem desde tenra idade, para manter os seus privilégios entre os seus. A elite que possuimos não é povo, ela se mimetiza com o povo para ganharem o direito de falar em seu nome, mas praticando uma cultura de interesses particulares, impatrioticos e venais. Não tem nada de povo nessa gente, estrangeira por vocação e opção, que apenas são naturais dessa linda e rica terra, mas sem nenhuma afinidade com ela. Sds.

  2. uma hora é porque é caro/superfaturado..outra hora porque é uma porcaria…não adianta…aqui só querem se for estrangeiro e made in usa…aqui é tudo na base do esquema e do lobby…..A Corrupção não é um privilegio de políticos. Não existe político corrupto. Existe o Corrupto que foi transformado em político. Representante real daqueles que o colocaram no poder! Um governo consiste no reflexo de seu Povo….Se ha aqui um governo corrupto é porque o povo que o ELEGE é corrupto…..Um povo que vota nas coxas acaba tomando na bunda…

    “Um Povo ignorante é o instrumento cego da sua própria destruição ”

    Simon Bolívar.

    “O brasileiro não está preparado para ser o maior do mundo em coisa nenhuma. Ser o maior do mundo em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade.”

    “O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte.”

    Nelson Rodrigues.

    • senhores editores porque a censura aos meus comentários?!…eles foram dentro das regras/assunto…..repito , reitero e ratifico..a cada dia mais eu me convenço de que este pais não tem que ter mais forças armadas/defesa alguma e entregar de vez todas nossa riquezas aos urubus estrangeiros….pois tudo o que se faz aqui sempre é criticado, sabotado e esculhambado pelo próprio povo escroto daqui…é a minha opinião…se não suportam ela me expulsem de vez daqui…rs..

      • Que babaca, fala em independencia mas somente se estah for de paises ocidentais , mas se o produto for russo vc corre pra providenciar a depilaçao e o anestesico AN.., ,kkkkkkk, no minimo eh mais um gafanhoto de olho na proprina da mafia russa !

      • E vc mais um parasita de olho na comissão das empresas ocidentais! Vai ter que engolir os Pantsirs com caco de vidro! E coloca na coleção, otário!

        😀

    • ““O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte.”

      Sei lá meu, achei bastante injusto esse comentário.
      Tem muitos brasileiros aqui e , na minha opinião, a maioria dos brasileiros é honesta e trabalhadora.

      “próprio povo escroto daqui”

      E comprar meia dúzia de mísseis russos tornará novo povo sábio soberano?

      Já é a terceira ou quarta vez que vejo você ofendendo nosso povo.
      Como eu disse na outra matéria ” algum problema esse pessoal tem”( não todos e claro).

      Não generalize. Tem muita gente boa em nosso país.

      • Sei lá meu, achei bastante demagogo esse seu comentário. Vc critica e inferioriza os equipamentos Russos de forma generalizada e na minha opinião, a maioria desses equipamentos são equivalentes ou até mesmo superiores aos dos americanos.

        Já perdi a conta da quantidade de vezes que vejo vc detratando os equipamentos Russos. Algum problema vc tem.

        Não generalize. Tem muito equipamento Russo fazendo os generais americanos perderem o sono.

      • Se você acha a acha que equipamentos russos são equivalentes ou superiores aos americanos então traga argumentos para defender seus pontos de vista.

        Só propaganda russa não basta. e eu não disse que todos os equipamentos russos são inferiores.

        Alguns podem ser superiores.

      • oras Deagol …mas não é vc que tanto defende aqui a internacionalização da Amazônia?!…rs..para de ser demagogo cara pálida… e eu em nenhum momento generalizei algo aqui…deixei bem claro aqui as coisas…a maioria do povo daqui sofre de complexo de vira-lata como vc….

      • Eu não defendi a internacionalização da Amazônia, defendi, e assumo que errei, a independência ou a liberdade dos povos indígenas.

        Depois reconheci que minha opinião foi impensada e admiti meu erro. não há nada de mal nisso.

        E continuo dizendo, nosso povo não é escroto. Pode sim sofrer pela falta de educação,falta de justiça e uma mídia manipuladora que só ensina valores fúteis.

        Mas temos muita gente honesta, trabalhadora e inteligente.
        Nosso povo tem problemas muito mais sérios do que se preocupar com armas russas que nem se sabe se funcionam.

        Nunca fui contra nenhum acordo com a Rússia e não me lembro de ter defendido qualquer acordo ou iniciativa que atendesse interesses americanos. Ao contrário de muitos aqui que desejam ser capachos da China em saber quais as suas intenções.

        Não fui contra a compra do Pantsyr, até acreditei que seria muito eficiente mas já começo a ter indícios de que não.

        Espero que as nossas forças armadas comprem o que for melhor e não o que fãns antiamericanos ressentidos querem. Se tiver que ser russo tudo bem desde que saibam o que estão fazendo.

        Não estou sendo demagogo pois acredito nas qualidades no potencial de meu povo.

        Se você diz que somos escrotos e canalhas então é porque considera os americanos e europeus melhores que nós e isso sim é ser vira-lata.

        O Chile é um país maravilhoso e mais desenvolvido que o nosso, se você quiser pode morar lá.

        Se nós não nos respeitarmos nenhum outro país nos respeitará!!!

        Respeite seu povo!

      • kkkkk mais umas da libelula cintilante.Ela defende a independencia dos póvos indigenas.Mais uma prova que é caraveleiro a serviço da ganancia corsaria externa.Então a libélula cintilante prega o fracionamento do territorio Brasileiro,o separatismo.Assim seu patrão mantenedor abocanharia mais facilmente nossas riquesas.
        Daegógó vaza do Brasil de Brasileiros como voce estamos de saco cheio.

  3. Comentários interessantes, amigo Troll, muitos deles oportunos bem colocados, sombriamente reais. Mas discordo no que se refere ao pouco valor de nossa gente. A crença na inferioridade é algo altamente DESTRUIDOR.Muitas das coisas que parecem fenômenos nativos são, pode estar certo, plantadas por agentes externos ao nosso país. O Brasil, DE PÉ, subverteria a geopolítica planetária, somos pedra angular, este fato é inegável. Acredito no que podemos VIR A SER, embora ache que não poderemos fazê-lo por vias democráticas, consideradas “normais”. Porque? porque, simplesmente, não lidamos apenas com nossos problemas internos, lidamos antes com nações poderosas que utilizam a informação – ou a ausência dela – como arma de guerra.

  4. Máquina,

    A que míssil se refere? Gostaria que fosse mais específico.

    Se está se referindo ao Harpoon, que foi o ultimo míssil comprado dos EUA, a versão comprada pelo Brasil não deve em nada aos mísseis dessa categoria ( até 150 km ). Pelo contrário. O block II do Harpoon é mais performante que o AM-39 Exocet e se aproxima muito do Otomat, além de ser mais avançado que ambos. A compra também englobou todo um pacote que normalmente acompanha aquisições desse tipo ( ferramental, treinamento, etc. ). Ele foi comprado em essencia para equipar os P-3BR, mas pode dotar o Gripen NG, se for desejo da FAB integra-lo ( o que poderia ser um complemento interessante ao algum outro míssil de maior alcance que possa ser adquirido ).

    E se estiver se referindo ao Sea Ceptor, que é europeu, ele pode ser considerado um “descendente” direto do ASRAAM, que é provavelmente o míssil WVR mais avançado do mundo hoje.

    Fora isso, as aquisições mais recentes foram de Python IV e Derby, dois petardos israelenses; e dos Penguin, um produto norueguês ( que, salvo engano, é o máximo que o SeaHawk suporta ). Podemos somar, evidentemente, os mísseis Ataka, que acompanharam os Hind. E fora isso, houveram as aquisições de armamentos nacionais.

    Quanto a essa história de preferência por equipamentos estrangeiros ou somente americanos, queira desculpar, mas não é isso o que as aquisições recentes das FAs demonstram… Pelo contrário. Submarinos franceses, caças suecos, helicópteros russos, mísseis de diversas procedências… Os equipamentos americanos começaram a deixar de ser preferenciais desde os anos 70.

    No mais, sempre que possível, procura-se agregar conteúdo nacional no que é comprado; em particular no que se refere a armas. Aliás, o País vem conduzindo programas de armas inteligentes, como a bomba SMKB, e o AV-MT 300; o que é tão ou mais importante que conceber as plataformas das quais essas armas podem ser lançadas. Aliás, logo pouco importará a origem da plataforma em si… O que importará mesmo é sermos capazes de integrar o que for necessário a mesma.

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