Irã não vai parar de enriquecer urânio

O Presidente do Irã, Hassan Rouhani, afirmou nesta segunda-feira em um discurso televisionado que a extensão das negociações sobre o programa nuclear é um “êxito” de seu país e prometeu que “as centrífugas (de urânio) não deixarão de funcionar”.

“Hoje ninguém no mundo duvida que o Irã deve ter tecnologia nuclear, inclusive o enriquecimento em seu próprio solo, e ninguém duvida que as sanções devem ser eliminadas”, disse Rouhani em entrevista exclusiva ao canal 1 da televisão pública iraniana IRIB.

O presidente iraniano assegurou que os países do Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia, mais a Alemanha) aceitaram essas duas premissas, apesar de “existir ainda debates a respeito do marco temporal e o método a seguir”.

“Hoje todas as empresas, setores privados e todos os políticos do mundo quando negociam conosco veem que não há outra solução que o acordo, não há outra solução que o fim das sanções. E esta é a grande vitória do povo iraniano”, proclamou Rohani.

“Nossa nação saiu vitoriosa e sairá vitoriosa. Nunca entregaremos os direitos de nossa nação”, acrescentou o presidente, antes de qualificar de “tirânicas” as sanções impostas a seu país por ONU, EUA e a União Europeia por seu polêmico programa nuclear.

“Não alcançamos um acordo final, mas foram dados passos adiante para alcançá-lo, a situação é diferente à de três ou seis meses atrás. A lógica se aproximou e foram eliminadas algumas diferenças, mas temos que seguir o caminho”, declarou.

Na opinião de Rohani, hoje não há dúvidas sobre o direito de seu país de enriquecer urânio e tampouco sobre o funcionamento do reator nuclear de água pesada de Arak.

“Haverá debate em torno do tipo de reator ou suas especificações, mas não há dúvida de que o Irã continuará sua pesquisa e desenvolvimento”, comentou.

O Irã e o G5+1 estabeleceram nesta segunda-feira uma nova prorrogação de sete meses para alcançar o objetivo que determinaram há um ano: fechar um pacto nuclear definitivo que ponha fim a mais de uma década de enfrentamentos e sanções internacionais contra Teerã.

EFE

Fonte: Terra

Negociações com o Irã são adiadas para junho de 2015

Da (E) para a (D) Ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank Walter Steinmeier, chinês Wang Yi, Catherine Ashton,  francês Laurent Fabius, ministro das Relações Exteriores britânico Philip Hammond, secretário de Estado dos EUA John Kerry e ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov – Foto: Roland Schlager/EPA

Mais uma vez, o Irã e seis potências mundiais (os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Rússia e a China ) não conseguiram chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Depois de uma semana de encontros em Viena, na Áustria, com a participação da ex-chefe da Política Externa da União Europeia, Catherine Ashton, os representantes dos sete países decidiram pelo adiamento, para 30 de junho, da data final para o acordo.

Segundo o secretário de Assuntos Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, houve “progresso significativo”, mas não foi possível costurar um acordo amplo, no prazo esperado. “Acho que está claro que precisamos aproveitar a ênfase que foi dada ao assunto e seguir avançando. Não podemos parar agora. Todas as partes concordaram que as negociações devem seguir. Novos encontros acontecerão em dezembro e a meta clara é alcançar o formato do acordo dentro de três meses”, observou Hammond.

Com a decisão, o acordo temporário, firmado em novembro do ano passado, que suspendeu parte das sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia ao Irã, continua valendo até 30 de junho.

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, lamentou o adiamento e disse que “não foi possível chegar tão longe quanto era esperado, apesar das ótimas condições e das conversas construtivas que foram realizadas”. “Fizemos algum progresso, novas ideias foram colocadas na mesa que podem servir como ponte para eliminar algumas das diferenças”, ressaltou.

As negociações buscam reconfigurar o programa nuclear iraniano e garantir que o país não seja capaz de enriquecer urânio em quantidade suficiente para construir uma bomba atômica em curto prazo. O governo do Irã nega objetivos militares e enfatiza que o enriquecimento de urânio não tem outros fins a não ser a produção de energia nuclear para uso pacífico.

A capacidade de enriquecimento de urânio que será autorizada ao Irã é o primeiro ponto de discórdia. O país conta com cerca de 19 mil centrífugas, 10 mil em funcionamento. Os Estados Unidos, num primeiro momento, propuseram a redução para 4.500 centrífugas, número considerado abusivo pelo governo iraniano.

Outra questão polêmica é o prazo em que as sanções impostas ao país árabe, nos últimos anos, poderão ser retiradas. O Irã quer o fim imediato do embargo da União Europeia ao petróleo produzido no país e das sanções impostas pelos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Países como os Estados Unidos, por exemplo, oferecem a suspensão temporária, já que a eliminação definitiva das sanções depende da aprovação do Congresso.

Histórico

A contenda envolvendo o programa nuclear iraniano começou em 2002, quando as potências suspeitaram que o Irã enriquecia urânio em segredo. As atividades foram reveladas no saguão da usina de Natanz, na região central do Irã, e passaram a sofrer rígida inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).

Em 2009, a crise se aprofundou, quando foi descoberta a construção de uma segunda planta de enriquecimento de urânio, dentro de uma montanha, nas proximidades da cidade de Qom. A descoberta desencadeou uma série de sanções contra o Irã, entre elas o banimento das importações do petróleo pela União Europeia, o que afetou fortemente a economia do país. Em novembro do ano passado, um acordo temporário foi assinado, congelando parte das atividades nucleares e das sanções impostas. O acordo expirava hoje, mas com o adiamento, continua a valer até 30 de junho do ano que vem.

A celebração de um acordo definitivo não só encerraria a polêmica em torno das atividades nucleares iranianas como também abriria caminho para possíveis cooperações do Irã com o Ocidente, nos conflitos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria.

Agência Brasil

Fonte: Terra

6 Comentários

  1. Em que pese todos os pré conceitos ocidentais contra os Iranianos, por causa de seu atual apego a religião muçulmana, que nunca impediu ao ocidente firmar parcerias com radicais islâmicos, quando isso é conveniente, o Irã exerce um direito soberano de avançar na obtenção de energia dessa fonte.
    Inclusive no direito de possuir artefato nuclear. O donos do mundo devem ser curvar diante de todos os países que desejem adquirir essa arma de destruição em massa, pelo simples pressuposto de que não deve se acreditar na existência de nações virtuosas o suficiente para se arvorarem serem as únicas no direito de possuir tais armas e inclusive terem o direito de usá-las. Só países feitos de lideres pusilânimes aceitam essa condição.

    • Com certeza Gian. Israel foi o exemplo claro de medo e receio de bombardear as usinas e atacar o Irã. O leãozinho de Davi miou rsrsrsrs.

      E o Irã prossegue rumo aos seus objetivos.

  2. Irã não pode parar de enriquecer o urânio, os EUA e UE não são confiáveis. Se fizer isso estão condenado a morte.Na primeira oportunidade que os EUA e a Europa tiver vão fazer uma revolução la para dividir o país.

  3. Mas Israel, EUA, OTAN, marcianos, etc, não iam atacar/destruir/mastigar o Irã?
    Cadê?
    Daqui a pouco, eles fazem o primeiro teste, aí, como a história demonstra, ninguém toca neles.

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